sábado, 29 de março de 2025

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Filmes dos X-Men (I)

Faz muito tempo já que eu penso em fazer aqui uma série de posts sobre os filmes dos X-Men, mas sempre desisti porque, vamos ser francos, pelo menos a metade deles é ruim, e eu não queria perder meu tempo falando sobre filmes ruins. Depois de falar sobre os filmes do Deadpool, entretanto, eu fiquei com vontade de falar sobre os filmes do Wolverine, e ficaria meio esquisito falar sobre os filmes do Wolverine sem falar sobre os filmes dos X-Men. Assim, eu decidi fazer um esforço e, a partir de hoje, em posts não-sequenciais, finalmente falar sobre os filmes dos X-Men. Então vamos lá, hoje falando dos filmes que são atualmente conhecidos como "a trilogia clássica" dos X-Men.

X-Men - O Filme
X-Men
2000

O primeiro projeto para um filme dos X-Men foi feito em 1984, quando a Orion Pictures negociou os direitos com a Marvel e contratou dois roteiristas dos quadrinhos da editora, Gerry Conway e Roy Thomas, para escrever o roteiro. O projeto ficaria em pré-produção durante cinco anos, devido a graves problemas financeiros enfrentados pela Orion, que devolveria os direitos para a Marvel em 1989. Naquele mesmo ano, Stan Lee e Chris Claremont, um dos mais famosos roteiristas dos X-Men, conseguiriam uma reunião com a Carolco Pictures, que, no ano seguinte, 1990, assinaria o contrato, convidando James Cameron para ser o diretor. Cameron recusaria educadamente, mas aceitaria ser o produtor, indicando sua esposa, Kathryn Bigelow, para a direção. Bigelow chegaria a escrever uma sinopse do filme, e a Carolco conversaria com os atores Bob Hoskins e Angela Basset para que eles interpretassem, respectivamente, Wolverine e Tempestade, mas o projeto subiria no telhado em 1992, quando Cameron condicionaria sua realização à de um filme do Homem-Aranha dirigido por ele e estrelado por Tom Cruise, que Stan Lee vetaria. Os direitos ainda ficariam com a Carolco até sua falência, em 1994, quando voltariam para a Marvel.

Enquanto isso, a Fox produziria uma série animada dos X-Men extremamente bem sucedida, que ficaria no ar entre 1992 e 1997. O sucesso da série motivaria a produtora Lauren Shuler Donner, esposa do cineasta Richard Donner e ligada à Fox, a procurar a Marvel e assinar um contrato preliminar sobre os direitos dos X-Men, que planejava usar para convencer a Fox a investir em um filme. Para isso, ela contrataria o roteirista Andrew Kevin Walker, que escreveria uma versão inicial na qual o Professor Xavier recruta Wolverine para os X-Men, formados pela equipe original dos quadrinhos (Ciclope, Fera, Homem de Gelo, Anjo e Jean Grey), que tinham de lutar contra a ameaça dos Sentinelas em meio a um ataque da Irmandade de Mutantes, formada por Magneto, Dentes de Sabre, Grouxo, Fanático e Blob, com Henry Peter Gyrich e Bolivar Trask também estando no filme. Dois pontos altos, por assim dizer, do roteiro seriam culpar Magneto pelo desastre de Chernobyl e que os X-Men tinham como principal meio de locomoção um helicóptero chamado X-Copter.

A Fox ficaria pouco impressionada com o roteiro, principalmente porque a equipe do filme era diferente daquela da série animada, e Shuler Donner decidiria contratar Laeta Kalogridis para reescrevê-lo. Na nova versão, entregue à Fox em 1995, o objetivo dos heróis era evitar que Magneto transformasse toda a população de Nova Iorque em mutantes; a equipe dos X-Men era composta por Professor X, Ciclope, Jean Grey, Fera, Homem de Gelo, Noturno e Tempestade, e o ponto alto era um romance entre esta última e o recém-chegado Wolverine. Michael Chabon reescreveria mais uma vez o roteiro em 1996, focando quase toda a história em Wolverine e Jubileu, mas essa versão tinha a curiosa característica de não ter nenhum vilão, com Chabon achando que o certo seria desenvolver muito bem os personagens - mostrando em detalhes a rivalidade entre Wolverine e Ciclope e as dúvidas de Ciclope quanto a ser um bom líder de equipe, por exemplo - e deixar a introdução dos vilões para um segundo filme.

Por incrível que pareça, a Fox daria a luz verde para essa versão, e convidaria Brett Rattner, Robert Rodriguez e Paul W.S. Anderson para a direção, todos os três recusando, por diferentes motivos - Anderson, que havia acabado de dirigir Mortal Kombat, preferiria não dirigir mais um filme PG-13, apostando em O Enigma do Horizonte. O filme acabaria caindo no colo de Bryan Singer, que, após dirigir Os Suspeitos, disse à Fox que queria dirigir um filme de ficção científica; a Fox lhe ofereceria Alien: A Ressurreição, mas o produtor Tom DeSanto o convenceria a dirigir X-Men alegando que ele teria uma excelente oportunidade de explorar o tema do preconceito contra os mutantes.

Em agosto de 1996, a Fox contrataria Ed Solomon para reescrever o roteiro e incluir alguns vilões, e, no ano seguinte, anunciaria que John Logan e James Schamus fariam uma "revisão minuciosa", com o único intuito de garantir que os personagens fossem realísticos. No final de 1997, o estúdio daria ao filme uma data de estreia proivisória para o "Natal de 1998", e projetaria o orçamento do filme em 60 milhões de dólares. No início de 1998, porém, Claremont visitaria a Fox e descobriria que eles simplesmente não sabiam o que fazer com o roteiro, e que todas as versões da história criadas pelo estúdio resultavam em versões dos personagens muito diferentes dos quadrinhos. Claremont, então, escreveria um documento de quatro páginas explicando quem são os X-Men e no que eles são diferentes dos demais super-heróis, que Singer e DeSanto usariam para escrever um novo roteiro, segundo Claremont, mais fiel aos quadrinhos do que qualquer filme de super-heróis havia sido até então.

Singer decidiria que a personagem principal do filme, ao invés de Wolverine, deveria ser Vampira (que sequer estava nas versões anteriores do roteiro), já que seu poder, que evitava que ela tivesse contato físico com outras pessoas, a transformava em um "símbolo da alienação"; Singer também acharia que o filme funcionaria melhor se Vampira, diferentemente de como ela era mostrada na série animada e nos quadrinhos da época, fosse uma adolescente, ainda sem os poderes que roubou de Miss Marvel, e deu a ela características que, nos quadrinhos, são de outras duas adolescentes, Kitty Pryde e Jubileu. O roteiro de Singer e DeSanto também seria o primeiro a reconhecer que Xavier e Magneto haviam sido amigos no passado e se separado devido a divergências de opinião, e aproveitava dos anteriores as ideias de que a adição de Wolverine à equipe seria o fio condutor da história e que Magneto conseguiria criar uma forma de transformar humanos em mutantes, dessa vez utilizando Vampira. Singer também decidiria incluir o Senador Robert Kelly como uma analogia do McCarthysmo, a época em que o governo dos Estados Unidos perseguia cidadãos que acreditava serem comunistas.

Por causa do pavoroso fracasso de Batman & Robin, contudo, a Fox rejeitaria o roteiro de Singer e DeSanto, estimando que ele custaria 80 milhões de dólares, mais do que o estúdio estava disposto a gastar. Por sugestão do executivo Bill Mechanic, Singer e DeSanto removeriam do roteiro todas as cenas na Sala de Perigo e todas as que contivessem os personagens Fera, Noturno e Pyro, considerados pela Fox os mais caros para reproduzir no filme. Singer transferiria as características de Fera, principalmente seus conhecimentos médicos, para Jean Grey, transformaria Pyro em um adolescente sem poderes espalhafatosos, e reservaria Noturno para um eventual segundo filme.

Para tentar tornar o roteiro mais profissional e facilitar a aceitação da Fox, Singer convidaria o roteirista Christopher McQuarrie, de Os Suspeitos, para revisá-lo, mas, em outubro de 1998, ele se veria empacado e sem saber como concluir o filme. Joss Whedon, então, seria convidado para escrever o final, mas terimnaria o filme com uma luta épica na Sala de Perigo após a qual Jean Grey se transformava na Fênix. Esse final seria considerado ainda pior, e, na versão final do roteiro, apenas duas linhas de diálogo criadas por Whedon - que diria que sequer seria informado que suas ideias não seriam usadas, descobrindo durante uma sessão de leitura do roteiro durante as gravações - seriam mantidas. Singer, então, pediria a seu assistente, o ator e produtor David Hayter, leitor ávido dos quadrinhos dos X-Men para revisar o roteiro; Hayter refinaria a história, corrigiria pequenas imperfeições - no roteiro original, Wolverine era norte-americano, Hayter deixaria claro que ele é canadense - e criaria um final que todos achariam satisfatório. Hayter acabaria sendo o único roteirista creditado; a Guilda dos Roteiristas sugeriria à Fox creditar também McQuarrie e Solomon, mas eles abririam mão do crédito voluntariamente, com Solomon depois se arrependendo de fazê-lo. Segundo Hayter, por volta de 55% do roteiro final seria obra sua, mas fontes da Fox diriam que quase uns 80% do roteiro seriam obra de McQuarrie e Solomon.

Tendo finalmente um roteiro, e com a data de lançamento original já sendo impossível de ser cumprida, Singer não queria ser apressado para definir o elenco. O preferido da Fox para o papel de Wolverine seria Glenn Danzig, que era fisicamente parecido com o Wolverine dos quadrinhos, e que em 1995 já havia feito um teste para o papel, mas que decidiu recusar por estar em turnê com sua banda, também chamada Danzig. O preferido de Singer era o australiano Russel Crowe, que também recusou, mas indicou um amigo seu, um tal de Hugh Jackman, que ele achava parecido com Wolverine. Jackman era um ator desconhecido em Hollywood, e sua esposa, a atriz e produtora Deborra-Lee Furness, após ler três páginas do roteiro, pediria para que ele não aceitasse, para não ficar marcado pelo papel. Singer então convidaria Viggo Mortensen, que não aceitaria assinar para mais de um filme de uma vez só, preferindo assinar filme a filme, o que a Fox achou inaceitável. O estúdio então convidaria Dougray Scott, que acabaria não aceitando após sofrer um acidente de moto durante as gravações de Missão: Impossível 2. Jackman seria novamente procurado, decidiria fazer o teste, e seria contratado quando as gravações já haviam começado há três semanas.

Michael Jackson se ofereceria para o papel do Professor X, mas não seria levado a sério, e Patrick Stewart acabaria convidado por Singer durante as filmagens de Teoria da Conspiração, dirigido por Richard Donner. Jim Caviezel seria contratado para o papel de Ciclope, mas durante a saga do roteiro acabaria pedindo para ser liberado para fazer mais filmes; Anna Paquin faria o contrário, recusando todos os papéis que lhe oferecessem, incluindo o da protagonista em Tart, no aguardo para poder interpretar Vampira - e ela seria a segunda opção, com Rachael Leigh Cook recusando por ser um filme de super-heróis e depois se dizendo "profundamente arrependida". A Fox queria que Janet Jackson interpretasse Tempestade, mas ela recusaria por conflito com sua agenda de shows; quem se sairia melhor nos testes seria Halle Berry, na época iniciando sua carreira. Hayter sugeriria Charlize Theron para o papel de Jean Grey, mas ela também recusaria. Ian McKellen, até então mais conhecido pelo teatro, seria convidado pessoalmente por Singer, e aceitaria sem nem ler o roteiro, argumentando que os X-Men eram uma alegoria para a luta pelos direitos LGBT+, e ele, como ativista da causa, não poderia perder a oportunidade.

As filmagens começariam em setembro de 1999, com a nova data de lançamento prevista sendo o Natal de 2000; quando Steven Spielberg adiasse as filmagens de Minority Report para poder dirigir Inteligência Artificial, porém, a Fox ficaria sem filme nenhum para lançar no verão norte-americano de 2000, e anteciparia a data de estreia de X-Men para maio, fazendo com que Singer tivesse seis meses a menos para concluir o filme; durante a pós-produção, ele convenceria o estúdio a adiar a data para julho. Ainda assim, a pós-produção seria caótica, com Shuler Donner dizendo que muitas vezes eles tinham de incluir a trilha sonora e os efeitos especiais ao mesmo tempo. O supervisor de efeitos digitais, Mike Fink, se diria "extremamente insatisfeito" com a qualidade dos efeitos especiais do filme, colocando a culpa na pós-produção bagunçada; o público e a crítica, entretanto, não tiveram grandes reclamações.

O comportamento de Singer durante as filmagens horrorizaria o elenco e a equipe de produção: frequentemente o diretor chegava atrasado às filmagens, extremamente irritado, distribuindo gritos e patadas; em entrevistas posteriores, ao ser perguntado sobre isso, ele diria estar na época sofrendo com dores nas costas severas, cujo medicamento o deixava suscetível a ataques de raiva. Ele também seria acusado de criar pequenos papéis para atores adolescentes em troca de sexo, com o agente do ator que interpretou Pyro declarando que Singer o convidou para viajar com ele para Toronto, mesmo sem o personagem participar de nenhuma cena externa. Jornalistas presentes diriam que as reuniões de elenco não eram profissionais, e que Singer estava sempre acompanhado de adolescentes que não estavam envolvidos no projeto durante essas reuniões. A coisa ficaria tão feia que Kevin Feige, a pedido da Marvel, viajaria até o local das filmagens para conferir o que estava acontecendo; chegando lá, ele ouviria dos atores que Singer havia proibido terminantemente que eles lessem histórias em quadrinhos, e "contrabandearia" algumas para que os eles pudessem aprender mais sobre seus personagens.

Apesar de o filme ser quase que totalmente ambientado em Nova Iorque, as gravações das cenas externas seria feita no Canadá, principalmente nas cidades de Toronto e Hamilton, com o Spencer Smith Park, na cidade de Burlington, servindo como a Liberty Island, onde fica a Estátua da Liberdade, e a Royal Roads University, em Colwood, próxima a Vancouver, servindo como a Mansão X; as cenas em estúdio seria gravadas em Los Angeles. Singer começaria as gravações sem nenhuma equipe de efeitos especiais contratada, por achar que a computação gráfica do final dos anos 1990 não estava no nível que ele queria, e pensaria até mesmo em usar apenas maquiagem e efeitos práticos; ele mudaria de ideia após visitar a pós-produção de Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma. As empresas Digital Domain, Cinesite, Rhythm & Hues Studios, Hammerhead Production, Matte World Digital, CORE e POP seriam todas contratadas em dezembro de 1999, já às portas da pós-produção. Uma das cenas mais impactantes do filme seria a do Senador Kelly virando água, criada pela Digital Domain, que chegou a planejar uma versão na qual os órgãos internos do personagem seriam visíveis, descartada pela Fox por ser "muito horripilante".

Uma das decisões mais controversas da equipe de produção seria a de vestir todos os X-Men em couro e látex pretos, ao invés dos uniformes coloridos dos quadrinhos, o que desagradaria aos fãs e a DeSanto, mas agradaria Claremont, que achava que os uniformes coloridos dos quadrinhos funcionavam em desenhos, mas ficavam "perturbadores" em atores. Singer argumentaria que o couro preto fazia mais sentido para super-heróis por ser mais resistente, e Shuler Donner diria que os uniformes ajudariam que eles "se camnuflassem à noite". Segundo boatos, um dos fatores que levaram à adoção dos uniformes pretos foi o sucesso do filme Matrix. A famosa fala de Ciclope para Wolverine, "o que você esperava, um collant amarelo?", seria incluída por Singer no roteiro quando as reclamações dos fãs começaram a surgir durante as filmagens.

Os óculos de Ciclope seriam feitos especialmente para o filme pela Oakley, e as garras de Wolverine eram de gesso pintado, facilmente removíveis e representavam zero risco para o elenco - apesar de a Fox insistir que elas deveriam ser de metal e ligadas a uma prótese no braço de Jackman, o que o técnico em efeitos especiais Gordon Smith não aceitou fazer de jeito nenhum. Como as garras se quebravam facilmente durante as filmagens, seriam produzidos mais de 100 pares para Jackman e seus dublês. Já a maquiagem de Mística era composta por 110 peças de silicone, tingidas com anilina de bolo e complementadas com maquiagem diretamente aplicada sobre o corpo da atriz Rebecca Romjin-Stamos, que tinha de ficar nua e imóvel por quase nove horas toda vez que fosse filmar; em entrevistas posteriores, ela diria que as gravações foram "um inferno", que quase não teve contato com o restante do elenco, e que se sentia fazendo um filme diferente dos demais.

X-Men - O Filme estrearia em 12 de julho de 2000, após uma maciça campanha conjunta entre Marvel e Fox, que incluía um programa chamado Mutant Watch, inserido durante a programação da Fox, e revistas em quadrinhos que contavam eventos das vidas de Vampira, Wolverine e Magneto antes do filme, com os personagens sendo desenhados à semelhança de seus atores. O filme estrearia em 3025 salas nos Estados Unidos, número reservado apenas para blockbusters, e, com orçamento de 75 milhões de dólares, renderia 157,3 milhões apenas nos EUA e 296,3 milhões somando o mundo inteiro. A crítica também receberia muito bem o filme, elogiando principalmente as atuações de Stewart, McKellen, Jackman e Paquin e a sobriedade da história, sem as excentricidades que pareciam ter dominado os filmes de super-heróis da época. De fato, X-Men é hoje considerado o principal responsável pelo boom de filmes de super-heróis que começou com seu lançamento e dura até hoje.

Ah, sim: no filme, enquanto Wolverine e Vampira são acolhidos nos X-Men, o Senador Kelly faz um projeto de lei para que todos os mutantes sejam obrigados a se registrar junto às autoridades, o que faz com que Magneto inicie um ambicioso plano para transformar todos os habitantes de Nova Iorque em mutantes - que tem uma falha que ele não previu, e na verdade levará à morte dos transformados, o que faz com que os X-Men tenham de intervir. O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine, Patrick Stewart como Charles Xavier / Professor X, Ian McKellen como Erik Lehnsherr / Magneto, Famke Janssen como Jean Grey, James Marsden como Scott Summers / Ciclope, Halle Berry como Ororo Munroe / Tempestade, Anna Paquin como Vampira, Tyler Mane como Dentes de Sabre, Ray Park como Grouxo, Rebecca Romijn-Stamos como Mística, Shawn Ashmore como Bobby Drake / Homem de Gelo, e Bruce Davison como Robert Kelly. Papéis menores incluem Sumela Kay como Kitty Pride, Katrina Florece como Jubileu, Donald MacKinnon como Colossus, Alexander Burton como John Allerdyce / Pyro e Shawn Roberts como Cody, o namorado de Vampira. Stan Lee faz uma participação especial como um homem na praia.

Também vale citar que X-Men - O Filme teve uma versão estendida lançada diretamente em DVD em fevereiro de 2003, com a inclusão de novas cenas, chamada X-Men 1.5.

X-Men 2
X2
2003


X-Men - O Filme
seria um sucesso tão grande que já em novembro de 2000 a Fox chamaria Singer para conversar a respeito de uma sequência. Singer já tinha uma ideia para o segundo filme, a de que o vilão não fosse um mutante, para explorar a perspectiva humana sobre o preconceito que os mutantes sofrem, e chamaria Hayter para ajudá-lo a escrever um roteiro que, segundo ele, seria o "equivalente X-Men de O Império Contra-Ataca, dissecando os personagens e trazendo revelações significativas". Singer, entretanto, estava convencido a adaptar para o cinema a Saga da Fênix, algo com o qual a Fox não concordava devido aos "elementos cósmicos" da história; o estúdio, então, contrataria o roteirista Zak Penn para escrever uma versão alternativa do roteiro, que pudesse ser usado caso Singer de fato insistisse na história com a Fênix. Hayter e Penn combinariam que cada um escreveria seu próprio roteiro, depois ambos se reuniriam e tentariam juntar as duas histórias da melhor maneira possível.

Hayter basearia sua história na saga Retorno à Arma X, dos Ultimate X-Men, enquanto Penn se basearia na graphic novel Deus Ama, o Homem Mata. Michael Dougherty e Dan Harris seriam contratados em novembro de 2002 para reescrever o roteiro de Hayter e Penn, deixando-o mais enxuto. A primeira coisa que eles fariam seria remover Fera, Anjo e Dentes de Sabre, argumentando que o filme tinha personagens demais; o Dr. Hank McCoy, nome verdadeiro do Fera, ainda apareceria dando uma entrevista na TV em uma das cenas, mas o Anjo, que passaria por um experimento do vilão e se transformaria em Arcanjo, seria totalmente cortado, assim como Dentes de Sabre, que não tinha função nenhuma na história além de cair na porrada com Wolverine. A remoção de Dentes de Sabre faria com que Singer pedisse para que eles mudassem a personagem Anne Reynolds, a assistente do vilão em Deus Ama, o Homem Mata, para uma versão de Lady Letal sem passado em comum com Wolverine, para que "o filme tivesse mais um mutante de respeito".

Cenas envolvendo os Sentinelas e a Sala de Perigo também seriam removidas do roteiro, por questões orçamentárias; quando isso ocorreu, a equipe de produção já havia construído o cenário que representaria a Sala de Perigo. Durante as gravações, Halle Berry ganharia o Oscar de Melhor Atriz por A Última Ceia, o que fez com que a Fox pedisse que mais cenas envolvendo Tempestade fossem adicionadas; isso faria com que, por motivos de duração do filme e ritmo da história, várias cenas já gravadas envolvendo Ciclope ficassem de fora da versão final e com que ele quase não aparecesse no filme, com Singer lamentando que Marsden merecia mais tempo de tela. Após muito insistir, Singer conseguiria incluir no final do filme uma cena semelhante à que dá início à Saga da Fênix; essa cena seria mantida em segredo da equipe de produção, com a própria Janssen só descobrindo que ela havia sido incluída durante as filmagens.

As filmagens ocorreriam integralmente em Vancouver, exceto algumas cenas externas filmadas em Kananaskis, também no Canadá; essas cenas exigiam bastante neve, e, como não havia nevado o suficiente na região, neve artificial seria usada para atingir o efeito desejado. Uma curiosidade das filmagens envolveu a cena em que Xavier e Magneto jogam xadrez, já que nem Stewart, nem McKellen faziam a menor ideia de como se jogava, e um jogador profissional canadense foi chamado para ir dizendo através de um ponto eletrônico quais jogadas cada um deveria fazer. O diretor canadense James Bamford serviria como dublê de Jackman em alguns ensaios nos quais não era essencial que o ator estivesse presente; Singer acharia ele tão parecido com o Gambit dos quadrinhos que o convidaria para fazer uma participação especial como o personagem uma cena que acabaria não sendo incluída na versão final do filme. Singer, aliás, continuaria fazendo das suas, gritando e tratando mal os atores ao ponto de Berry ameaçar não concluir o filme se ele não se comportasse; o ator Alan Cumming diria que as filmagens foram "uma experiência ruim", e não aceitaria retornar para o terceiro filme.

Enquanto Wolverine tenta descobrir mais sobre seu passado e Magneto foge da prisão, o presidente dos Estados Unidos sofre um ataque de mutantes, que pode levar a duras sanções à comunidade. Investigando, os X-Men descobrem que os ataques são obra de William Stryker, um militar ligado ao passado de Wolverine, que desenvolveu um soro que lhe permite controlar mutantes, e o está usando para torná-los ainda mais temidos e odiados. O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine, Patrick Stewart como Charles Xavier / Professor X, Ian McKellen como Erik Lehnsherr / Magneto, Halle Berry como Ororo Munroe / Tempestade, Famke Janssen como Jean Grey, James Marsden como Scott Summers / Ciclope, Anna Paquin como Vampira, Rebecca Romijn-Stamos como Mística, Alan Cumming como Kurt Wagner / Noturno, Bryan Cox como William Stryker, Bruce Davison como o Senador Robert Kelly, Aaron Stanford como John Allerdyce / Pyro, Shawn Ashmore como Bobby Drake / Homem de Gelo, Daniel Cudmore como Peter Rasputin / Colossus, e Kelly Hu como Yuriko / Lady Letal. Pequenas participações incluem Michael Reid MacKay como Jason Stryker, Cotter Smith como o Presidente dos Estados Unidos, Ty Olsson como o carcereiro de Magneto, Katie Stuart como Kitty Pryde, Bryce Hodgson como Artie, Kea Wong como Jubileu, Sauna Kain como Siryn, e Steve Bacic como o Dr. Hank McCoy. Dougherty e Harris fazem participações especiais como técnicos do Programa Arma X.

Romijn pediria para ter mais cenas com sua "aparência real", sem estar maquiada como Mística, para não ter que passar pela mesma provação do primeiro filme; como ela ainda precisaria aparecer maquiada, a equipe responsável conseguiria usar novos materiais e técnicas que fariam com que as sessões de maquiagem antes das gravações durassem seis horas ao invés de nove. A mesma maquiagem de Mística, apenas com variações de textura, seria usada para Noturno, e incluiria uma cauda de borracha, embora a versão animada que aparece no filme fosse adicionada por computação gráfica na pós-produção. Falando nisso, o segundo filme teria quase o dobro de cenas com efeitos de computação gráfica do que o primeiro, mas alguns efeitos tradicionais ainda seriam usados, como uma maquete da represa do Lago Alkali e um modelo do Pássaro Negro. A empresa Rhythm & Hues Studios criaria um novo programa somente para as cenas de perseguição aérea, e a Cinesite reservaria uma equipe de 20 pessoas somente para trabalhar nas cenas envolvendo o computador Cérebro.

X-Men 2 detém até hoje o recorde de maior estreia da história do cinema, estreando em 2 de maio de 2003 em 93 países, sendo 3721 salas nos Estados Unidos e outras 7316 no restante do planeta. Com orçamento de 125 milhões de dólares, renderia quase 215 milhões apenas nos Estados Unidos, sendo 85,6 milhões apenas no primeiro fim de semana, e 407,7 milhões quando somado o mundo inteiro. Curiosamente, a primeira versão do filme seria classificada R (somente apropriada para maiores de 18 anos) devido à cena na qual Wolverine enfrenta os soldados durante a invasão da Mansão X; essa cena seria editada e teria alguns efeitos especiais removidos para que o filme pudesse ser classificado PG-13 (apropriado para maiores de 13 anos, mas menores podem assistir com consentimento dos pais). A crítica o considera até hoje o melhor de todos os filmes dos X-Men, e na época elogiou o roteiro, as atuações, principalmente de Jackman, Stewart e McKellen, e a carga emocional do filme, que receberia um prêmio especial na categoria Paz e Direitos Humanos da Political Film Society.

X-Men: O Confronto Final
X-Men: The Last Stand
2006

Mais uma vez, a Fox procuraria Singer para conversar sobre um terceiro filme dos X-Men em novembro de 2003, poucos meses após a estreia do segundo nos cinemas - como já era sabido, Singer planejava adaptar a Saga da Fênix, introduzindo Emma Frost como a principal vilã do filme, inclusive pensando em Sigourney Weaver para o papel. Na ideia inicial do diretor, após voltar da morte, Jean estaria com problemas de memória, e Frost tentaria manipulá-la para que ela se unisse ao Clube do Inferno, com Magneto, ao descobrir o plano, também tentando manipulá-la para que ela se voltasse contra os X-Men. No fim do filme, Jean tiraria a própria vida e se tornaria uma criatura divina, em um final inspirado pelo de 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Em julho de 2004, contudo, Singer se desligaria do projeto para dirigir Superman: O Retorno, alegando que ainda não tinha o filme inteiro dos X-Men na cabeça, e sempre teve interesse em dirigir um filme do Superman, guardando consigo uma ideia de história há anos. Após sua saída, a Fox pensaria em Darren Aronofsky, que estava dirigindo Jackman em A Árvore da Vida; Joss Whedon, que recusou porque estava sendo sondado para dirigir um filme da Mulher Maravilha; Alex Proyas, que prometeu jamais voltar a trabalhar com a Fox enquanto Thomas Rothman fosse presidente do estúdio; Zac Snyder, que já havia se comprometido com 300; Guillermo del Toro, que já estava filmando O Labirinto do Fauno; Rob Bowman e Peter Berg. Em fevereiro de 2005, o filme ainda não tinha um diretor, mas, mesmo assim, a Fox decidiria manter a data de estreia para maio de 2006, para que um filme fosse lançado a cada três anos, e determinaria que as filmagens começariam em maio de 2005 em Vancouver.

Pelo menos um roteiro eles já tinham, já que Simon Kinberg, de Quarteto Fantástico e Elektra, havia sido contratado em agosto de 2004, e estava seguindo a ideia original de Singer de adaptar a Saga da Fênix. A Fox não gostaria de sua primeira versão do roteiro, porém, e, no final de 2004, decidiria repetir o que havia sido feito para o segundo filme, contratando Zak Penn para escrever um segundo roteiro e determinando que, em janeiro de 2005, ambos deveriam se reunir e fundir as duas histórias em uma só; Penn decidiria adaptar a história Superdotados, curiosamente escrita por Whedon, ideia que Kinberg adoraria, pois a Saga da Fênix serviria como "a parte emocional" da história, enquanto Superdotados serviria como "a parte política". Quando o roteiro tinha 80 páginas, ele seria vazado na internet, e receberia avaliações negativas dos críticos e fãs; mesmo assim, a Fox decidiria não fazer mudanças substanciais na história.

Em março de 2005, Matthew Vaughn aceitaria o convite para ser o diretor e começaria a escolher o elenco, convidando Kelsey Grammer para interpretar o Fera e Ben Foster para interpretar o Anjo. Vaughn revisaria o roteiro e alteraria detalhes nas "cenas principais" do filme, mas não receberia crédito de roteirista. Um mês antes de as filmagens começarem, entretanto, Vaughn se desligaria do projeto, citando "problemas familiares"; em entrevistas posteriores, ele diria que o principal motivo foram os prazos apertados estabelecidos pela Fox, que fizeram ele temer não conseguir fazer o filme da forma que queria, mas que o fato que o levou verdadeiramente a desistir foi descobrir que, para convencer Halle Berry, que não havia assinado para mais de um filme, a estar também no terceiro, os executivos da Fox deram para ela ler um roteiro falso, no qual Tempestade tinha muito mais cenas, inclusive uma na qual ela salvava heroicamente crianças de um desastre na África.

Brett Ratner, que havia sido considerado para o primeiro filme dos X-Men, seria então convidado, e se diria surpreso, achando que jamais faria um filme de super-heróis após ter recusado os X-Men da Fox e o Superman da Warner. Ratner confessaria ter um "conhecimento limitado" dos X-Men, e diria confiar nos roteiristas para fazê-los fiéis aos quadrinhos, mas chegaria no projeto com uma ideia controversa e bombástica: segundo ele, os filmes dos X-Men deveriam ser uma trilogia, nos moldes de O Senhor dos Anéis e Matrix, dois grandes sucessos do início dos anos 2000. Por conta disso, esse deveria ser o último filme dos X-Men para todo o sempre. E, para que isso ocorresse, a audiência deveria perceber que os X-Men tiveram um fechamento, que sua história acabou, e por isso o nome do filme não deveria ser X-Men 3, e sim X-Men: O Confronto Final. E ele não diria isso, mas deixaria subentendido que a melhor forma de deixar claro que a história chegou ao fim seria matando personagens importantes.

A Fox embarcaria na ideia de Ratner, e ordenaria mudanças no roteiro durante as filmagens; segundo Kinberg e Penn, eles teriam de lutar pela permanência da história da Fênix, pois os executivos queriam que todo o filme fosse somente sobre a cura mutante, sem sequer a ressurreição de Jean, mesmo com Janssen já tendo assinado contrato - os argumentos dos executivos eram que a história da Fênix era "muito sombria" para um filme para toda a família que estrearia no verão, e que a cura mutante dava motivos para que Magneto fosse o vilão do filme, sem a necessidade de que Jean também fosse. Penn conseguiria convencer a Fox a manter a Fênix no filme com uma diminuição substancial de sua participação no segundo ato do filme, mas as alterações nos poderes de Jean em relação aos quadrinhos não ocorreriam a pedido do estúdio, sendo desde o início uma decisão do roteirista, que achava que um pássaro de fogo gigante não combinaria com o tom sério do filme.

Seria da Fox a decisão de matar Ciclope, alegando que era "muito difícil para a audiência se identificar com um personagem de quem não conseguem ver os olhos"; os executivos queriam que Marsden, que também foi fazer Superman: O Retorno, sequer estivesse no filme, com Ciclope morrendo entre um filme e outro e sua morte sendo explicada em diálogos, mas Penn os convenceria a fazer com que Jean o matasse, para mostrar que ela não estava no controle de sua vontade. O roteiro original também previa um beijo de língua entre Vampira e Bobby no final do filme, mas os executivos pediriam para que eles apenas dessem as mãos, pois "um beijo de língua poderia sugerir sexo, e não queríamos isso". Uma das principais reclamações dos fãs é que, ao contrário dos dois primeiros filmes, o terceiro não é um "filme de equipe", com Wolverine e Tempestade tendo muito mais destaque que os demais X-Men; isso também ocorreria por interferência do estúdio, já que Wolverine era não só o X-Man mais popular dos quadrinhos, mas também havia sido o preferido do público nos dois primeiros filmes, e Berry agora era uma atriz oscarizada do primeiro time, que poderia atrair mais público para a produção.

Já a decisão de matar Xavier seria de Ratner, e os roteiristas só concordariam se pudessem incluir uma cena pós-créditos que deixasse em dúvida se ele realmente morreu. Originalmente, Magneto moveria a ponte Golden Gate para salvar Mística, Madrox e o Fanático, e a batalha final ocorreria em Washington; Ratner argumentaria que muitos filmes, incluindo X-Men 2 têm suas sequências finais em Washington, e pediu para que o laboratório que desenvolve a cura mutante fosse colocado em Alcatraz, para que Magneto usasse a ponte para atacá-lo. Os roteiristas gostariam da ideia, e usariam, para o resgate, a cena do ataque ao comboio, originalmente escrita por Penn para X-Men 2 mas depois descartada. O diretor também ajudaria os roteiristas a convencer a Fox a finalmente incluir a cena da Sala de Perigo, que contaria com Sentinelas, algo que vinha sendo previsto mas cortado desde o primeiro filme. Também seria Ratner quem pediria para que a cura mutante "tivesse um rosto", o que levaria os roteiristas a incluir o personagem Sanguessuga, e quem diminuiria o papel do Anjo, transformando-o de um X-Man no filho do cientista que descobre a cura, o que faria com que o Fera fosse o único novo X-Man no filme - substituindo Noturno como "mutante azul que fica tentado pela cura por ter problemas com a própria aparência", já que Cumming não havia aceitado retornar.

A história principal do filme envolve as Indústrias Worthington criando um soro que suprime os poderes dos mutantes, que decide comercializar como sendo a "cura mutante", o que divide a comunidade mutante em três grupos: os ávidos por poder levar uma vida normal, como Vampira, os que acham que esse é mais um ataque dos humanos, como Magneto, e os cautelosos, que acham que é muito cedo para tomar partido, como Fera. Paralelamente a isso, Jean Grey volta dos mortos com novos poderes e uma nova personalidade, se tornando uma ameaça não só para os X-Men, mas para toda a vida na Terra. O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine, Halle Berry como Ororo Munroe / Tempestade, Ian McKellen como Erik Lehnsherr / Magneto, Patrick Stewart como Charles Xavier / Professor X, Famke Janssen como Jean Grey / Fênix, Kelsey Grammer como Hank McCoy / Fera, Anna Paquin como Vampira, James Marsden como Scott Summers / Ciclope, Rebecca Romijn como Raven Darkholme / Mística, Shawn Ashmore como Bobby Drake / Homem de Gelo, Aaron Stanford como John Allerdyce / Pyro, Vinnie Jones como Cain Marko / Fanático, Daniel Cudmore como Peter Rasputin / Colossus, Eric Dane como Jamie Madrox / Homem Múltiplo, Michael Murphy como Warren Worthington II, presidente das Indústrias Worthington e pai do Anjo, e Elliot Page (que na época usava o nome Ellen Page) como Kitty Pryde (que conseguiu a proeza de ser interpretada por três pessoas diferentes, uma em cada filme).

O filme conta com uma multidão de mutantes em pequenas participações, começando pelo Anjo, interpretado por Cayden Boyd na infância e Ben Foster quando adulto. Também estão no filme Dania Ramirez como Callisto, Meiling Melançon como Psylocke (ambas com poderes totalmente diferentes dos quadrinhos), Cameron Bright como Jimmy / Sanguessuga, Shauna Kain como Siryn, Kea Wong como Jubileu, Omahyra Mota como Arco Voltaico, Lance Gibson como Spike, Ken Leung como Kid Omega, Clayton Dean Watmough como Glob Herman, Lloyd Adams como Anole e Mark Helfrich como um mutante de pele cinza sem nome; as Irmãs Stepford, Avalanche e Vanisher também aparecem, mas seus atores não foram creditados. Phat seria interpretado por dois atores, Via Saleaumua quando gordo e Richard Yee quando magro. Também fazem participações especiais Shohreh Aghdashloo como a Dra. Kavita Rao, que trabalha na cura mutante; Josef Sommer como o Presidente dos Estados Unidos; Bill Duke como Trask, o chefe do Departamento de Defesa; R. Lee Ermey como o chefe de segurança de Alcatraz; e Olivia Williams como a Dra. Moira MacTaggert. Stan Lee e Chris Claremont fazem participações especiais como vizinhos da família Grey.

X-Men: O Confronto Final seria mais uma vez integralmente filmado em Vancouver, com uma madeireira desativada no Rio Fraser servindo como Alcatraz. Segundo Ratner, devido à agenda apertada estipulada pela Fox, ele teria de começar a pós-produção no mesmo dia em que começou as filmagens. Para que tudo ficasse pronto a tempo, seriam usadas onze empresas de efeitos especiais de quatro países - Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Nova Zelândia. Por determinação do supervisor de efeitos especiais John Bruno, também deveria ser usada a maior quantidade de efeitos tradicionais possível, já que o roteiro previa muitas cenas que só poderiam ser feitas com computação gráfica, então essas deveriam ser priorizadas - em muitas das cenas de voo, incluindo de Tempestade e do Anjo, por exemplo, seriam usados cabos de aço e equipamentos do Cirque du Soleil, para que não fosse necessário criar versões digitais dos personagens.

A cena da Golden Gate usava uma maquete e um modelo digital, e seria a mais cara do filme, consumnindo um sexto do orçamento reservado para os efeitos especiais; a cidade de São Francisco proibiria qualquer filmagem da ponte real, incluindo tomadas aéreas, o que faria com que a equipe de efeitos especiais tivesse de se basear em fotos e filmagens antigas. A residência dos Grey também contaria com uma versão real, no Canadá, uma maquete, que seria destruída, e uma versão totalmente digital. Para a cena de abertura, um efeito então revolucionário, criado pela Lola Visual Effects, rejuveneceria Stewart e McKellen, para mostrar Xavier e Magneto abordando uma Jean ainda criança.

O elenco estaria livre dos ataques de raiva de Singer durante as gravações, mas Ratner também aprontaria das suas: o ator Elliot Page, que é trans e na época ainda não tinha feito a transição, interpretando papéis femininos, diria em uma entrevista em 2017 que, durante a primeira reunião de elenco, o diretor "avisaria a todos" que "ela era lésbica", o que não era de conhecimento geral; Anna Paquin, que é bissexual, estava presente no momento, ficaria assustada, e não se sentiria à vontade na presença de Ratner, a quem consideraria homofóbico. Ratner também tinha a mania de não deixar os atores verem os roteiros com antecedência, para evitar vazamentos para a imprensa, com muitos deles só sabendo o que iriam filmar no dia das filmagens, e gravaria várias "cenas falsas", que seriam obrigatoriamente descartadas, apenas para despistar os paparazzi. A cena pós-créditos não estava no roteiro, e seria filmada durante o intervalo de almoço da equipe que filmou a cena com Moira, assim como a cena final, na qual Magneto aparentemente move uma peça de xadrez com seus poderes mesmo após perdê-los, filmada em segredo com uma equipe reduzida, em Londres, durante a pós-produção.

X-Men: O Confronto Final estrearia em 26 de maio de 2006, em 3690 salas de cinema dos Estados Unidos e 7299 em outros 95 países. Com orçamento de 210 milhões de dólares, seria o filme mais caro de todos os tempos, mas acabaria superado no mesmo ano por Piratas do Caribe: O Baú da Morte, que foi 15 milhões mais caro. O filme renderia 45 milhões em seu primeiro dia, quase 103 milhões em seu primeiro fim de semana, e 234,4 milhões nos Estados Unidos, mais 225 milhões no restante do mundo, para um total de 459,4 milhões, se tornando o mais rentável da trilogia. Infelizmente, sua qualidade não foi equivalente a seus lucros, e a crítica ficou dividida, com alguns elogiando a "coragem" de Ratner para matar três dos personagens principais da franquia e considerando-o um fechamento digno para a história dos mutantes, mas a maioria criticando sua falta de profundidade em relação aos dois anteriores e considerando que ele era apenas um amontoado de boas sequências de ação, que falhava nos momentos mais complexos. A atuação de Janssen seria aclamada, e considerada por muitos desperdiçada em um filme tão fraco; Jackman, McKellen e Romijn (que havia se separado de John Stamos e deixado de usar seu nome) também seriam elogiados, mas a atuação de Stewart seria considerada abaixo do padrão que ele mesmo havia criado nos dois filmes anteriores.

Como X-Men: O Confronto Final havia sido criado para ser o último filme, a Fox nem se preocupou em conversar com ninguém sobre uma sequência. Ela queria, entretanto, continuar ganhando dinheiro com os mutantes, e, para isso, decidiu olhar para trás. Mas essa é uma história que fica para o próximo post dessa série.

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