domingo, 4 de fevereiro de 2024

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Universo Cinematográfico Marvel (IX)

Em 2019, logo depois que a Fase 3 do Universo Cinematográfico Marvel chegou ao fim, eu fiz aqui uma série de posts falando sobre todos os filmes desse ambicioso projeto. Desde então, eu tenho pensado em como prosseguir com essa série, principalmente porque, com a adição das séries e especiais do Disney+, a Fase 4 tem quase mais produções do que as três fases anteriores somadas - além disso, na minha opinião, as Fases a partir da 4 ficaram meio sem nexo (cada uma das três anteriores culminou num filme que ligava as histórias dos anteriores, a 4 terminou de repente) e, salvo algumas exceções, a qualidade das produções caiu de lá pra cá. Ainda assim, eu gostaria de não encerrar a série após a Fase 3, então essa semana eu decidi que esse ano eu vou prosseguir com ela, fazendo um post por mês, com três produções cada um, até encerrar a Fase 4 - que, por acaso, tem 18 produções, o suficiente para fazer mais seis posts. Vamos lá então!

WandaVision
2021

A Fase 4 começaria em grande estilo, com a primeira série de TV produzida pelos Marvel Studios e oficialmente integrada ao MCU - na verdade uma minissérie, já que foi desde o início pensada para ter uma única temporada. Esse não era o planejamento original da Marvel, porém: a Fase 4 iria começar em 2020, com o filme da Viúva Negra, e não havia nem previsão de quando as séries começariam a ir ao ar, já que o Disney+, serviço de streaming no qual elas iriam estrear, só seria lançado nos Estados Unidos em novembro de 2019. A pandemia, entretanto, levaria à interrupção de todos os lançamentos nos cinemas por tempo indeterminado, o que faria com que WandaVision estreasse antes, inaugurando não somente a Fase 4, mas também a segunda saga do MCU - a primeira girava em torno das Joias do Infinito, a segunda envolve a descoberta e exploração do Multiverso.

A produção de WandaVision começaria mais de um ano antes da estreia do Disney+, em setembro de 2018, quando, após a Disney anunciar que estava trabalhando em seu próprio serviço de streaming, a cúpula dos Marvel Studios decidiria que a plataforma seria ideal para o lançamento de séries ambientadas no MCU estreladas por personagens que não tiveram (e talvez nunca teriam) seus próprios filmes, com Wanda Maximoff sendo a primeira escolhida. Durante a reunião de planejamento dessas séries, ficaria decidido que elas teriam orçamento robusto, equivalente às produções dos grandes estúdios, seriam produzidas pelos próprios Marvel Studios, e não pela Marvel Television, que ainda existia e produzia as séries exibidas na Netflix, e teriam integração total ao MCU, com seus eventos se refletindo nos filmes e séries que fossem lançados posteriormente. Também ficaria decidido que Kevin Feige, o presidente dos Marvel Studios, participaria do desenvolvimento de todas as séries, para garantir a continuidade das histórias em relação aos filmes e negociar diretamente com os atores que deveriam repetir seus papéis.

Após a escolha de Wanda como protagonista da primeira série, o diretor de produção e desenvolvimento Brian Chapek começou a desenvolvê-la, com Mary Livanos se juntando a ele no final de 2018. Chapek acreditava que a série deveria ser focada não somente em Wanda, mas em seu relacionamento com o Visão, e, quando a produção começou, a série ganhou o nome de The Vision and the Scarlet Witch. A ideia de que Wanda e Visão estariam vivendo em um mundo de fantasia inspirado em sitcoms clássicas da TV norte-americana seria de Feige, e inicialmente seria rejeitada pela equipe de roteiristas reunida para o projeto, com a maioria deles não acreditando que os elementos de uma sitcom funcionariam quando misturados a heróis Marvel. A produtora e roteirista Jac Schaeffer, na época trabalhando no roteiro de Viúva Negra, ficaria sabendo da ideia de Feige e a acharia sensacional, pedindo uma reunião para expressar suas próprias ideias sobre o tema, e sendo contratada como showrunner em janeiro de 2019. Schaeffer também ficaria responsável por escrever o roteiro do primeiro e do último episódios, e por coordenar a equipe de roteiristas, composta por Gretchen Enders, Megan McDonnell, Bobak Esfarjani, Peter Cameron, Mackenzie Dohr, Chuck Hayward, Cameron Squires e Laura Donney, para que tudo se encaixasse.

Em abril de 2019, ficaria estabelecido que a série teria 9 episódios, seria contratado Matt Shakman, que dirigiria todos eles, e o título WandaVision seria anunciado como o oficial. Esse título também seria criado por Feige, que não gostava de The Vision and the Scarlet Witch, já que Wanda jamais havia sido chamada de Feiticeira Escarlate no MCU, e inicialmente pensou na alternativa Wanda and Vision, optando por juntar ambos os nomes em um mesmo título após assistir BlacKkKlansman (conhecido aqui no Brasil como Infiltrado na Klan). Feige ficou na dúvida se deveria ou não usar o título, mas acabou convencido por Schaeffer, que achou que ele tinha tudo a ver com o tema da série, de que Wanda e Visão estavam vivendo em um mundo inspirado na televisão. Quando o título foi divulgado, a crítica torceu o nariz, com alguns dizendo que esse era o pior título possível, mas Schaeffer mais uma vez bancou a ideia, dizendo aos críticos que eles passariam a adorar o título após assistir à série.

Apesar de ser inspirada em sitcoms, WandaVision não era ela mesma uma sitcom, estando mais para uma série de ação com elementos de comédia, bem ao estilo do que já era comum no MCU; Shakman seria considerado o diretor ideal para a empreitada, já que tinha experiência com séries de drama (Mad Men), ação (Game of Thrones) e sitcoms (It's Always Sunny in Philadelphia). Feige diria que o os objetivos principais da série eram levar Wanda ao seu potencial máximo, explorar seu relacionamento com o Visão, e introduzir seu alter ego de Feiticeira Escarlate no MCU de uma forma que fosse tanto divertida quanto assustadora. Aproveitando que o streaming não tem grade de programação, a equipe de produção faria cada episódio com a duração que julgasse mais adequada, variando dos 30 aos 50 minutos. O orçamento total da série não seria divulgado, mas os Marvel Studios declarariam que ela custou cerca de 25 milhões de dólares por episódio, o que daria cerca de 225 milhões de dólares por aproximadamenrte seis horas de história, uma bagatela se comparado aos filmes.

Em num exercício de metalinguagem, a série é estruturada de forma que a história de Wanda e Visão seja apresentada aos espectadores através de uma outra série, fictícia, também chamada WandaVision - a abertura do início é a da série fictícia, com os créditos da série "real" vindo ao final de cada episódio. Schaeffer receberia carta branca dos Marvel Studios para fazer a série no tom que quisesse, e decidiria que os três primeiros episódios seriam integralmente ambientados na série fictícia - porém contando com elementos ao estilo Além da Imaginação, para dar dicas de que alguma coisa estava errada - com o quarto recontando seus eventos sob a perspectiva da série real, e, a partir daí, realidade e ficção se alternando. Segundo Schaeffer, essa estrutura faria com que a série começasse como sendo de mistério, mas se tornasse uma jornada psicológica cujo andamento fazia referência aos Cinco Estágios do Luto de Kübler-Ross (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação). Um psicólogo especialista em luto foi contratado pela equipe de roteiristas para que Wanda fosse retratada como uma mulher em sofrimento, e não louca ou desequilibrada.

WandaVision é ambientada três semanas após os eventos de Vingadores: Ultimato, e, aparentemente, mostra Wanda e Visão se casando e indo morar em Westview, uma pequena cidade do interior, onde vivem a vida de seus sonhos, com Wanda inclusive conseguindo engravidar e ser mãe. Pequenos detalhes aqui e ali sugerem que a realidade pode ser bem diferente, e cabe a Monica Rambeau (filha de Maria Rambeau, de Capitã Marvel, já adulta) e Darcy Lewis (de Thor, agora ela também uma astrofísica) descobrir o que realmente está acontecendo. O elenco conta com Elizabeth Olsen como Wanda Maximoff / Feiticeira Escarlate; Paul Bettany como Visão; Kathryn Hahn como Agnes, vizinha enxerida de Wanda e Visão; Fred Melamed como Arthur Hart, chefe de Visão na empresa em que ele trabalha em Westview; Debra Jo Rupp como a esposa de Hart (conhecida apenas como Sra. Hart); Teyonah Parris como Monica Rambeau; Randall Park como o agente do FBI Jimmy Woo; Kat Dennings como Darcy Lewis; e Evan Peters como Pietro Maximoff / Mercúrio - a escalação de Peters, que interpretava Mercúrio nos filmes dos X-Men (com o Mercúrio do MCU sendo interpretado por Aaron Taylor-Johnson), levou a muitos boatos e especulações de que os X-Men finalmente haviam sido adicionados ao MCU, mas, no fim, a presença desse personagem se mostrou apenas mais um mistério da trama. Personagens recorrentes incluem os filhos de Wanda e Visão, Billy (Julian Hillard) e Tommy (Jett Kline); os outros residentes de Westview, Norm (Asif Ali), Phil (David Lengel), Dennis (Amos Glick), Stan (Randy Oglesby), Dottie (Emma Caulfield Ford), Beverly (Jolene Purdy) e Herb (David Payton); e o diretor da S.W.O.R.D., Tyler Hayward (Josh Stamberg).

Cada um dos episódios, exceto pelo quarto, é inspirado em uma sitcom real da televisão norte-americana, contendo elementos de outras sitcoms da mesma época; o título de cada episódio é uma frase usada na divulgação dessas sitcoms (por exemplo, o do primeiro é Filmed Before a Live Studio Audience, "filmado com plateia ao vivo", e o do segundo é Don't Touch That Dial, "não mude de canal"), e cada um deles tem um "intervalo comercial" que traz propagandas de produtos que fazem referência ao MCU, de acordo com a época da sitcom (como a torradeira ToastMate 2000, das Indústrias Stark), sendo essas propagandas também peças usadas na resolução do mistério. Enquanto escolhia as sitcoms nas quais os episódios seriam baseados, a equipe de roteiristas concluiria que o melhor seria usar apenas as "de família", para mostrar que constituir uma família era um dos objetivos de Wanda; isso faria com que roteiros iniciais inspirados nas séries Mary Tyler Moore e The Office fossem descartados.

As sitcoms nas quais cada episódio de WandaVision é inspirado são I Love Lucy (1951), A Feiticeira (Bewitched, 1964), A Família Sol-Lá-Si-Dó (The Brady Bunch, 1969), Caras & Caretas (Family Ties, 1982), Malcolm in the Middle (2000) e Modern Family (2009); outras sitcoms que serviriam de inspiração e teriam referências nos episódios seriam Papai Sabe Tudo (Father Knows Best, 1954), My Three Sons (1960), The Dick Van Dyke Show (1961), Jeannie é um Gênio (I Dream of Jeannie, 1965), Papai Precisa Casar (The Courtship of Eddie's Father, 1969), A Família Dó-Ré-Mi (The Partridge Family, 1970), Tudo em Família (Growing Pains, 1985), A Extraterrestre (Out of This World, 1987), Step by Step (1991) e Três é Demais (Full House, 1987), essa última numa espécie de meta referência cruzada, já que faziam parte do elenco as irmãs mais velhas de Olsen, Mary-Kate e Ashley.

O fato de a série fictícia abranger mais de 50 anos de história foi um desafio para os contra-regras e figurinistas. A casa de Wanda e Visão, por exemplo, foi projetada para parecer como se fosse sempre a mesma casa, que passou por várias reformas ao longo dos anos, sempre para ficar com a aparência de uma casa da década à qual o episódio fazia referência - o mesmo ocorrendo com o carro de Wanda, que era sempre um Buick vermelho, mas de um modelo diferente a cada episódio. Segundo a figurinista Mayes C. Rubeo, 80% dos figurinos foram feitos sob medida para os atores, incluindo 22 perucas feitas por Karen Bartek, para que o cabelo dos atores não tivesse de ser refeito a cada episódio, com o restante sendo alugado; segundo Rubeo, foi muito incomum trabalhar em uma série com figurinos de tantas épocas diferentes sem que os personagens envelhecessem, e foi um desafio criar figurinos específicos para cada episódio. Ao fim da série, Wanda ganha seu uniforme de Feiticeira Escarlate, baseado no dos quadrinhos e criado por Andy Park; Olsen pediria para que ele fosse o mais sóbrio possível, sem corseletes ou decotes.

Os dois primeiros episódios são em preto e branco, e realmente foram filmados com câmeras monocromáticas na proporção fullscreen 4:3, para maior realismo; além disso, o primeiro episódio seria filmado com três câmeras em frente a uma plateia, como se fosse de uma verdadeira série dos anos 1950. As cenas em widescreen da série fictícia seriam filmadas em proporção 16:9, a mais comum para televisão, mas as da "série real" usariam a proporção 2,40:1 tradicional dos filmes do MCU. Ao todo, 47 lentes de câmera diferentes seriam usados nas filmagens, que ocorreriam quase que integralmente em estúdio, na cidade de Atlanta, Geórgia. As filmagens começariam em dezembro de 2019, mas seriam interrompidas em março de 2020 por causa da pandemia, somente retornando em setembro com rígidos protocolos de segurança, que, segundo Bettany, diminuíram o prazer das gravações, já que elenco e equipe não podiam confraternizar nos intervalos. As cenas externas em Westview seriam filmadas nos estúdios da Warner Bros. em Burbank, Califórnia, local de filmagem de dezenas de sitcoms, e que, segundo Shakman, tinham "aquele aspecto de falsidade que nenhuma rua de verdade poderia replicar".

O atraso devido à pandemia significou que Olsen teve que iniciar suas filmagens em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura imediatamente após as de WandaVision, sem intervalo. O Doutor Estranho, aliás, seria um dos personagens da série - os comerciais, inicialmente, seriam tentativas dele de se comunicar com o subconsciente de Wanda - mas, Schaeffer temia que ele roubasse a cena, o que fez com que primeiro sua participação fosse restrita apenas ao último episódio, depois removida totalmente. Após a remoção, partes do roteiro de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura tiveram de ser reescritas, pois o encontro do filme passaria a ser o primeiro entre Strange e Wanda após Ultimato. Durante as gravações, Schaeffer e Shakman teriam várias reuniões não somente com a equipe de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, mas também com a de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, para que os eventos desses filmes não contradissessem os de WandaVision.

WandaVision bateria o recorde de efeitos especiais do MCU, com 3010 cenas criadas por dez empresas: Digital Domain, Framestore, Industrial Light & Magic, Lola VFX, Monsters Aliens Robots Zombies, RISE, Rodeo FX, SSVFX, The Yard VFX e Zoic Studios - embora, segundo os próprios Marvel Studios, os efeitos de Ultimato e Guerra Infinita, apesar de em menor número, eram mais complexos e detalhados. Como a série fictícia começa nos anos 1950 e vai avançando, cada episódio tinha mais efeitos especiais que o anterior, com a equipe de filmagem tentando manter o número de efeitos nos primeiros episódios no mínimo patamar possível, em nome do realismo. O maior beneficiado pelos efeitos especiais seria Bethany, já que sua roupa de Visão era muito mais simples e leve do que a dos filmes, sendo alterada digitalmente na pós-produção - a maior reclamação do ator, a cobertura das orelhas que fazia com que ele não escutasse direito, em WandaVision foi adicionada digitalmente. Em alguns episódios, Visão também usa um "disfarce humano", o que permitiu que o ator interpretasse sem estar caracterizado; outra curiosidade foi que, nos episódios em preto e branco, a maquiagem do rosto de Visão não era vermelha, mas azul, pois o vermelho ficava muito escuro em preto e branco.

Os dois primeiros episódios de WandaVision estreariam juntos, em 15 de janeiro de 2021, com os demais estreando uma vez por semana, o último em 5 de março. O plano original era lançar os três primeiros juntos, já que era o quarto que "explicava o que estava acontecendo", mas, com uma semana a menos, a pós-produção do último não ficaria pronta a tempo; também houve conversas sobre a possibilidade de aguardar até que todos os episódios estivessem prontos e lançá-los todos no mesmo dia, ao estilo Netflix, mas a cúpula da Disney, atribuindo parte do sucesso de The Mandalorian ao fato de que estreava um episódio por semana, vetou. WandaVision seria a produção do Disney+ de maior audiência no dia da estreia, e seria a produção mais assistida em qualquer streaming no mês de janeiro. A crítica também ficaria satisfeita, elogiando principalmente as homenagens às sitcoms e o clima de mistério; houve, porém, quem criticasse o sofrimento sem fim de Wanda.

A série seria indicada a dois Globos de Ouro (Melhor Atriz em uma Minissérie ou Filme para a TV para Olsen, Melhor Ator em uma Minissérie ou Filme para a TV para Bettany), um Grammy (Melhor Canção Escrita para uma Mídia Visual, para Agatha All Along), um prêmio Hugo (Melhor Apresentação Dramática, Formato Longo) e nada menos que 23 Emmys, dos quais ganharia três (Melhor Figurino para uma Série de Fantasia ou Ficção Científica, Melhor Canção Original para Agatha All Along e Melhor Produção para um Programa Narrativo de Meia Hora - os demais seriam Melhor Série de Antologia ou Limitada; Melhor Elenco para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme; Melhor Ator Principal para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme para Bettany; Melhor Atriz Principal para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme para Olsen; Melhor Atriz Coadjuvante para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme para Hahn; Melhor Diretor para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme; Melhor Cabeleireiro para uma Série de Época; Melhor Maquiagem Não-Prostética para uma Série de Época; Melhor Sequência de Abertura; Melhor Composição Musical Original Dramática para uma Série de Antologia ou Limitada, Filme ou Especial para Previously On; Melhor Música de Abertura; Melhor Supervisão Musical; Melhor Edição de Som para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme; Melhor Mixagem de Som para uma Série de Antologia ou Limitada ou Filme; Melhores Efeitos Especiais Visuais em uma Série ou Filme; dois de Melhor Edição para uma Série de Antologia ou Limitada de Única Câmera ou Filme; e três de Melhor Roteiro para uma Série de Antologia ou Limitada de Única Câmera ou Filme).

Falcão e o Soldado Invernal
The Falcon and the Winter Soldier
2021

Quando a cúpula dos Marvel Studios decidiu que as séries do Disney+ seriam focadas em personagens que não seriam protagonistas de seus próprios filmes, Feige sugeriria uma estrelada por Sam Wilson, o Falcão, e Bucky Barnes, o Soldado Invernal. Ele acreditava que nenhum desses dois personagens havia sido bem explorado nos filmes, e a dinâmica entre eles havia sido bastante elogiada pelo público e crítica; além disso, os próprios atores que os interpretavam expressaram a vontade de participar de um spin off ao estilo Máquina Mortífera ou 48 Horas, e havia a questão de que poderia ser abordado o fato de que Wilson recebeu o escudo do Capitão América das mãos de Steve Rogers ao final de Ultimato, efetivamente se tornando o novo Capitão. Após ser dada a luz verde, como o título da primeira série aprovada era The Vision and the Scarlet Witch, para manter um padrão, foi criado o título The Falcon and the Winter Soldier - com a diferença de que esse foi mantido.

Feige convidaria vários roteiristas para escrever uma sinopse da série, dentre eles Malcolm Spellman, de Empire, que acreditava que um dos pontos principais da série deveria ser como a população em geral reagiria ao saber que o novo Capitão América era um homem negro, e que questões de raça deveriam ser determinantes na relação entre Wilson e Barnes. O produtor Nate Moore concordava com a ideia, e ajudou Spellman a criar sua apresentação; no dia, Spellman teve uma enxaqueca, não conseguiu apresentar a sinopse direito, e saiu da reunião certo de que não seria escolhido, mas, além de Moore bancar sua ideia, Feige ficou com a impressão de que, mesmo não tendo feito uma boa apresentação, ele era o homem certo para abordar na série questões que não puderam, por vários motivos, ser abordadas nos filmes. Spellman seria contratado como showrunner em outubro de 2018, com a promessa de entregar o roteiro do primeiro episódio ainda naquele mês.

Falcão e o Soldado Invernal teria seis episódios entre 50 e 60 minutos cada, ou seja, menos episódios que WandaVision, mas mais ou menos a mesma duração total; o orçamento reservado pela Disney também seria o mesmo, de cerca de 25 milhões de dólares por episódio, o que fez com que essa série fosse mais barata que a anterior - aliás, assim como WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal, apesar de ser chamada oficialmente de série, seria uma minissérie, já que desde sua pré-produçao já estava claro que não haveria uma segunda temporada. A direção de todos os seis episódios ficaria a cargo da canadense Kari Skogland, contratada um mês após Spellman; Spellman escreveria o primeiro episódio e co-escreveria o último com Josef Sawyer, com os demais sendo escritos por Michael Kastelein, Dalam Musson e Derek Kolstad, que escreveria dois.

Mackie, a princípio, ficou relutante em aceitar o papel, achando que a série não teria a mesma qualidade dos filmes, e, em suas palavras, não querendo que um ator negro fosse o responsável pelo primeiro fracasso do MCU, mas seria convencido por Spellman, que acreditava que a série era uma prograssão natural na abordagem sobre questões raciais que começou com Pantera Negra, e que, após a morte de Chadwick Boseman, o natural seria que o Falcão fosse o principal personagem negro do MCU. Em sua essência, a série é sobre a história de Wilson e seu desconforto em se tornar o novo Capitão América, um símbolo de uma nação branca; o passado de Barnes também é abordado, e sua relação com Wilson se baseia no fato de que ele apoia incondicionalmente a decisão de Rogers, mas se sente em conflito já que o próprio Wilson reluta. Subtramas abordam o que é ser um herói hoje em dia e como a cor de uma pessoa influencia a forma como ela é vista pela sociedade.

A série é ambientada seis meses após os eventos de Ultimato, e tem como antagonistas os Apátridas, uma organização que acredita que o mundo estava melhor durante o blip, quando metade da população do Universo foi apagada por Thanos. De alguma forma, os Apátridas conseguiram criar uma versão do soro do supersoldado que deu poderes ao Capitão América, mas decidem usá-lo para cometer atos terroristas para forçar os governos do mundo a atender suas demandas. Wilson e Barnes tomam para si a missão de detê-los, mas vão precisar da ajuda inesperada de Zemo, que está na prisão após os eventos de Guerra Civil; além disso, o governo decide treinar e sancionar um novo Capitão América, menos, digamos, politicamente correto que o original.

O elenco principal conta com Anthony Mackie como Sam Wilson / Falcão / Capitão América; Sebastian Stan como Bucky Barnes / Soldado Invernal; Wyatt Russell como John Walker, o "Capitão América do governo", no final renomeado para Agente Americano; Erin Kellyman como Karli Morgenthau, líder dos Apátridas; Danny Ramirez como Joaquin Torres, tenente da força aérea amigo de Wilson que passa a ele a dica sobre os Apátridas; Georges St. Pierre como o mercenário Batroc; Adepero Oduye como Sarah Wilson, irmã de Sam; Don Cheadle como James Rhodes; Daniel Brühl como Helmut Zemo; Emily VanCamp como Sharon Carter; Florence Kasumba como Ayo, dora milaje enviada por Wakanda para capturar Zemo; Clé Bennett como Lemar Hoskins / Estrela Negra, amigo de Walker e parceiro do Capitão América do governo; e Julia Louis-Dreyfus (de Seinfeld) como Valentina Allegra de Fontaine, a "Nick Fury do mal", que está montando uma nova equipe de Vingadores somente com heróis de caráter duvidoso. Carl Lumbly faz uma participação especial como Isaiah Bradley, veterano da Guerra da Coreia que também tomou uma versão experimental do soro do supersoldado, mas teve sua existência ocultada pelo governo durante todos esses anos, um dos motivos sendo porque ele é negro. Personagens recorrentes incluem os demais membros dos Apátridas, Dovich (Desmond Chaim), Gigi (Dani Deetté), DeeDee (Indya Bussey), Lennox (Renes Rivera), Diego (Tyler Dean Flores), Matias (Ness Bautista) e Nico (Noah Mills); Christina Raynor (Amy Aquino), psicóloga de Barnes; Eli Bradley (Elijah Richardson), sobrinho de Isaiah; Olivia Walker (Gabrielle Byndloss), esposa de John; e Wilfred Nagel (Olli Haaskivi), o cientista que criou o soro do supersoldado usado pels Apátridas.

As filmagens começariam em outubro de 2019; quase toda a série foi filmada no estado da Geórgia, com as cenas ambientadas em cidades usando a região metropolitana de Atlanta, e as da família Wilson sendo gravadas em Savannah, com o estaleiro do Rio Moon servindo como mar. Parte da ação ocorre em Madripoor, uma nação fictícia do Sudeste Asiático ligada nos quadrinhos aos X-Men, especialmente Wolverine, e que os Marvel Studios só puderam usar depois que a Disney comprou a Fox e os direitos dos mutantes; inicialmente, a ideia era gravar as cenas de Madripoor na Tailândia ou Vietnã, mas, devido à pandemia, as cenas acabaram sendo gravadas em estúdio em Atlanta - uma das vantagens foi que VanCamp estava em Atanta filmando a série The Resident, e pôde conciliar os dois trabalhos. A produção também previa filmar em Porto Rico em janeiro de 2000, mas teve de cancelar devido a um terremoto que atingiu o local; no fim, as únicas cenas gravadas fora dos Estados Unidos foram filmadas na República Tcheca, em maio de 2020, com uma autorização especial do governo e rígidos protocolos de segurança, já que a pandemia estava no início. Os efeitos especiais ficariam a cargo das empresas Cantina Creative, Crafty Apes, Digital Frontier FX, Industrial Light & Magic, QPPE, Rodeo FX, Sony Pictures Imageworks, Stereo D, Technicolor VFX, Tippett Studio, Trixter e Weta Digital.

Falcão e o Soldado Invernal estrearia no Disney+ em 19 de março de 2021, com um episódio sendo liberado por semana até 23 de abril. Segundo a Disney, seu primeiro episódio superaria o de WandaVision em audiência, e a série seria a mais assistida em qualquer streaming no mês de março; a crítica, entretanto, ficaria dividida, elogiando a abordagem das questões raciais e a química entre Mackie e Stan, mas criticando o ritmo da série e a falta de um vilão carismático. A série seria indicada a cinco Emmys (Melhor Ator Convidado em uma Série Dramática para Cheadle, Melhor Edição de Som para uma Série de Comédia ou Drama de Uma Hora, Melhores Efeitos Especiais Visuais em uma Série ou Filme, Melhor Coordenação de Dublês e Melhor Performamce de Dublês), mas não ganharia nenhum.

Loki
1ª temporada
2021

Devido à sua popularidade nos filmes do Thor e ao carisma do ator Tom Hiddleston, Loki seria um dos personagens escolhidos para protagonizar sua própria série quando os Marvel Studios traçariam seus planos para o Disney+ lá em 2018. Inicialmente, entretanto, a premissa da série seria bem diferente, com cada episódio mostrando um evento importante da história da humanidade, no qual Loki, o deus da trapaça e da mentira, estaria envolvido de alguma forma. A ideia era que, como Loki estava vivo e visitando a Terra por milhares de anos, a série poderia mostrar algumas de suas aventuras ocorridas antes dos eventos de Thor.

A premissa começaria a mudar após o lançamento de Vingadores: Ultimato. No filme anterior dos Vingadores, Guerra Infinita, Loki morre nas mãos de Thanos, mas, em Ultimato, Hiddleston faz uma participação especial como uma versão de Loki de uma realidade alternativa criada pela viagem no tempo usada pelos Vingadores para conseguir as Joias do Infinito, que consegue fugir da custódia da S.H.I.E.L.D. após os eventos de Os Vingadores, alterando a história. Inicialmente, essa cena seria apenas uma piada, pois a cúpula dos Marvel Studios ainda nem tinha decidido que Loki seria astro de uma série quando ela foi filmada, e não havia nenhum planejamento quanto a para onde Loki foi ou o que aconteceu com ele; o produtor executivo Kevin Wright, entretanto, achou que a cena seria um interessante ponto de partida para a série, principalmente pela chance de usar um Loki mais jovem, que ainda não havia passado pelos eventos pós-Vingadores, sem a necessidade de ambientar a série no passado.

Ao ser procurado por Wright, Hiddleston também ficaria extremamente empolgado com a possibilidade de voltar ao papel de Loki não como um coadjuvante ou vilão, mas como um anti-herói, e de colocá-lo para enfrentar não deuses asgardianos ou super-heróis da Terra, mas "oponentes realmente formidáveis". Durante uma reunião, Wright e Hiddleston, antes mesmo de qualquer diretor ou roteirista serem contratados para a série, tiveram um brainstorming tão produtivo que criaram um documento de 30 páginas com todos os elementos principais da série, só faltando determinar como eles influenciariam o MCU e como Loki interagiria com eles. Mike Waldron seria contratado em fevereiro de 2019 como roteirista, mas também teria boas ideias para a série, e acabaria promovido a showrunner e a chefe da equipe de roteiristas, que contava com Elissa Karasik, Bisha K. Ali, Eric Martin e Tom Kauffman. Apesar de todos os episódios fazerem parte de um arco claro e definido, Waldron declararia ter tentando fazer cada um deles independente, com sua própria história.

Em agosto, Kate Herron seria contratada para dirigir todos os seis episódios; antes dela, Daniel Kwan e Daniel Scheinert foram procurados pela Marvel, mas recusaram o convite por já estarem trabalhando em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que, curiosamente, também tem como premissa a ideia de linhas do tempo alternativas. Fã declarada de Loki, Herron apresentaria à Marvel um documento de 60 páginas explicando suas ideias para a série, que convenceria Wright de que ela poderia transformar a produção em algo verdadeiramente único dentro do MCU. Waldron e Herron se diriam satisfeitos pela série ser ambientada fora da linha principal do MCU, pois com isso não precisariam lidar com os eventos de Ultimato, fazendo com que Loki tivesse um tom bastante diferente das duas séries anteriores. Waldron também declararia ter se mantido fiel ao estilo de viagem no tempo explicado em Ultimato - quando alguém altera o passado, não altera o futuro, e sim cria uma nova linha do tempo - para ter mais liberdade nos roteiros sem precisar se preocupar com o que já havia sido mostrado no MCU.

Inicialmente, assim como WandaVision e Falcão e o Soldado Invernal, Loki seria uma série limitada, com uma única temporada; durante as filmagens do terceiro episódio, porém, Waldron diria a Wright que ainda havia tanto a explorar que ele estava pensando em fazer um final aberto, com a possibilidade de uma segunda temporada caso a cúpula dos Marvel Studios concordasse. Hiddleston e Wright fariam uma nova reunião para estipular para onde a série poderia ir em caso de uma segunda temporada, e, após apresentarem suas ideias a Feige, os Marvel Studios autorizaram a mudança, com o desenvolvimento da segunda temporada começando já em novembro de 2020. Waldron assinaria um novo contrato, que previa seu envolvimento com a segunda temporada "de alguma forma", mas Herron preferiria pedir para dirigir apenas a primeira, não querendo se envolver com um projeto de longo prazo.

A série começa imediatamente após a cena de Ultimato na qual Loki pega o Tesseract e foge; ele acaba capturado e levado para a Autoridade de Variância Temporal (AVT), um escritório burocrático que existe fora da linha do tempo com a obrigação de "proteger a linha do tempo sagrada", impedindo o surgimento de linhas do tempo alternativas. A partir do momento em que conseguiu fugir da S.H.I.E.L.D., Loki se tornou uma variante, cuja existência é proibida pelas leis da AVT. Normalmente, ao identificar uma variante, a AVT a "purga", apagando-a para sempre da existência, mas Loki está com sorte, pois um oponente desconhecido está atacando vários pontos-chave e bagunçando a linha do tempo sem que a AVT consiga impedi-lo. A pedido do agente Mobius M. Mobius, que se compromete a atuar como seu guardião e mentor, Loki é recrutado para a AVT, e deve ajudá-los a localizar e deter esse oponente antes que a linha do tempo sagrada sofra danos irreversíveis - e, caso se recuse ou tente fugir, Loki será purgado, o que faz com que ele não tenha muita escolha.

Além de Tom Hiddleston como Loki e Owen Wilson como Mobius M. Mobius, o elenco conta com Gugu Mbatha-Raw como Ravonna Renslayer, juíza da AVT que supervisiona a operação envolvendo Loki; Wunmi Mosaku como B-15, agente da AVT que persegue o oponente misterioso que está atacando a linha do tempo; Eugene Cordero como Casey, recepcionista da AVT; Tara Strong como a voz da Srta. Minutos, um relógio antropomórfico de desenho animado que é o mascote da AVT e serve como assistente pessoal dos agentes e para explicar as regras da organização aos recém-chegados como Loki; Sophia di Martino como Sylvie, uma variante feminina de Loki vinda de uma linha do tempo alternativa; Sasha Lane e Neil Ellice como os agentes da AVT C-20 e D-90; e Jonathan Majors como Aquele que Permanece, cientista do século XXXI responsável por criar a AVT, que é uma variante do vilão Kang, o Conquistador. Jack Veal, DeObia Oparei e Richard E. Grant fazem participações especiais como variantes de Loki, com a de Grant usando o uniforme clássico dos quadrinhos; uma outra variante, que foi eleito presidente, é interpretada pelo próprio Hiddleston, e há também uma que é um jacaré com o elmo de Loki. Jaimie Alexander e Chris Hemsworth fazem pequenas participações especiais, a primeira como Sif, o segundo como a voz de Throg, variante de Thor que é um sapo.

Loki acabaria mudando, também, o futuro do próprio MCU: até ela entrar em produção, a Fase 4 não tinha um tema definido, com a intenção dos Marvel Studios sendo apenas contar novas histórias; a ideia de viagens por diferentes linhas do tempo agradaria tanto, porém, que ficaria definido que as Fases 4, 5 e 6 seriam a "Saga do Multiverso", enquanto as Fases 1, 2 e 3 formavam a "Saga do Infinito" - Feige chegaria a anunciar que Loki se ligaria diretamente a Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, mas depois voltaria atrás e diria que a série apenas "estabeleceria as fundações para os demais filmes do MCU". A atuação de Majors também convenceria Feige a fazer de Kang, que a princípio seria apenas o vilão de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, o vilão principal da segunda Saga, assim como Thanos foi o da primeira.

Assim como as das duas séries anteriores, as filmagens de Loki ocorreriam principalmente em estúdio, com as cenas externas sendo gravadas na região metropolitana de Atlanta. Herron decidiria filmar a série como uma produção de ficção científica ao estilo dos anos 1970, usando várias técnicas da época, mas com equipamentos modernos, que acabariam alterados pela diretora de fotografia Autumn Durald Arkapaw para conseguir os efeitos que a diretora queria. A série é recheada de efeitos especiais, que ficariam a cargo de dez empresas: Cantina Creative, FuseFX, Industrial Light & Magic, Trixter, Crafty Apes, Digital Domain, Luma Pictures, Method Studios, Rise FX e Rodeo FX. Devido à quarentena da pandemia, as filmagens teriam de ser interrompidas durante seis meses após apenas um mês do início das filmagens; parte do tempo paralisado foi usado criando várias versões das portas de viagem no tempo, com mais de 150 sendo testadas até Herron declarar que havia encontrado a ideal.

O figurino ficaria a cargo de Christine Wada, que criaria diversos uniformes diferentes para Loki, que refletiam as mudanças pelas quais o personagem passava em sua jornada. Os uniformes da AVT seriam os de uma organização ao estilo militar, exceto o de Mobius, cujas roupas foram inspiradas no modo de se vestir de Mark Gruenwald, roteirista da Marvel considerado o maior expert em relação à continuidade das histórias da editora; Wilson, que havia feito um quadro do Saturday Night Live com cabelos brancos, acharia esse visual apropriado para o personagem, e decidiria adotá-lo. O uniforme de Sylvie seria inspirado no da Lady Loki dos quadrinhos, mas mais surrado devido ao estilo de vida que ela levava; os zíperes nos seios não foram uma ideia estética, mas uma necessidade, já que di Martino havia acabado de dar a luz quando as filmagens de suas cenas começaram, e ela precisava amamentar nos intervalos.

A inspiração para a aparência da AVT viria de filmes como Metropolis e Blade Runner, com a equipe de produção tentando fazer algo futurista, mas de aparência antiga; o funcionamento da agência seria inspirado no funcionamento do governo de Brazil: O Filme, com tudo sendo tão burocrático que beira o incompreensível para o cidadão comum. Segundo a designer de produção Kasra Farahani, o intuito era fazer a tecnologia usada na AVT "como se o digital jamais tivesse sido inventado, e o analógico fosse ficando cada vez mais sofisticado". Waldron ficaria extremamente empolgado com a introdução no MCU da AVT, entidade que existe nos quadrinhos, criada por Walt Simonson e Sal Buscema para uma história do Thor em 1986, que, segundo ele, transformava um evento memorável como uma viagem no tempo ou entre as dimensões em algo rotineiro e burocrático; Herron daria várias ideias inspiradas na época em que ela trabalhou em um escritório para ajudar a estabelecer a hierarquia e o modo de trabalho da AVT, enquanto os roteiristas se divertiriam incluindo elementos anacrônicos e produtos descontinuados do passado nas salas da organização - que, afinal de contas, existe "fora do tempo", tendo objetos de todas as épocas no mesmo local simultaneamente.

A primeira temporada de Loki teria seis episódios com entre 44 e 56 minutos cada, que estreariam no Disney+ entre 9 de junho e 14 de julho de 2021; mais uma vez, seu primeiro episódio quebraria o recorde de mais assistido, quebrado novamente por seu último, com a série sendo até hoje a de maior audiência do Disney+. A crítica seria extremamente favorável, elogiando principalmente a jornada de Loki, de vilão a anti-herói, e a química entre Hiddleston e Wilson - com alguns dizendo que, mesmo que a série fosse só seis episódios de Loki e Mobius conversando, ainda assim seria um sucesso. Loki seria indicada a seis Emmys (Melhor Design de Produção para um Programa Contemporâneo Narrativo de Uma Hora, Melhor Fotografia para uma Série de Única Câmera de Uma Hora, Melhor Figurino para uma Produção de Fantasia ou Ficção Científica, Melhor Composição Musical Original Dramática para uma Série, Melhor Tema Musical de Abertura Original e Melhor Edição de Som para uma Série de Drama ou Comédia de Uma Hora), mas não ganharia nenhum.

Série Universo Cinematográfico Marvel

•WandaVision
•Falcão e o Soldado Invernal
•Loki (1ª temporada)

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