domingo, 31 de maio de 2020

Escrito por em 31.5.20 com 0 comentários

Inumanos

Já faz um tempo que eu planejo falar sobre os Inumanos, mas, como vocês devem adivinhar, eu sempre acabo desistindo. Hoje resolvi não desistir. Hoje é dia de Inumanos no átomo!



Os Inumanos foram uma criação de Stan Lee e Jack Kirby, e fizeram sua estreia oficial em dezembro de 1965, na revista Fantastic Four 45; dois de seus membros, porém, já haviam aparecido antes na mesma revista: Medusa, na edição 36, de março de 1965, e Gorgon, na edição 44, de novembro de 1965. Medusa inicialmente apareceu como uma vilã, sem que mais sobre sua origem fosse explicado; somente quando Gorgon veio buscá-la que se revelou que ela não somente era membro da raça dos Inumanos, mas também sua Rainha. Aliás, "Inumanos" não é o nome de um grupo, e sim de uma raça inteira; o grupo que a Marvel costuma chamar de "Os Inumanos" é composto pela Família Real: o Rei, Raio Negro; sua esposa e Rainha, Medusa; Karnak e seu irmão Tritão, primos de Raio Negro; Gorgon, primo de Medusa; Cristalys, irmã de Medusa; e o cachorro da família, Dentinho. Existem incontáveis outros Inumanos - alguns com certo destaque como Tonaja, outros meros coadjuvantes - que povoam uma cidade inteira, chamada Attilan.

Nas aventuras do Quarteto Fantástico, os Inumanos seriam meros coadjuvantes, com pouquíssimos detalhes sendo revelados a seu respeito. Sua origem seria contada em histórias curtas de poucas páginas publicadas no final da revista Thor, entre a edição 146, de novembro de 1967, e a 152, de maio de 1968: toda a raça dos Inumanos foi um experimento secreto dos Kree (a raça alienígena da Marvel que vive em guerra eterna contra os também alienígenas Skrulls), que, há milhões de anos, quando a Terra ainda era povoada pelos homens das cavernas, decidiu fazer experimentos com eles, buscando despertar algum potencial genético oculto. Os Kree tinham dois objetivos com esse experimento: pesquisar o que poderia acontecer se eles tentassem avançar artificialmente sua própria evolução, e criar um exército de soldados mutantes para combater os Skrulls. Os experimentos foram bem sucedidos, mas a Inteligência Suprema, líder do Império Kree, calculou que eles poderiam destruir a raça Kree caso fossem levados adiante, e eles acabaram abandonados.

Vivendo na Terra em meio aos homens das cavernas, mas dotados de intelecto superior, maior longevidade, e incríveis poderes personalizados - mais ou menos como cada mutante dos X-Men, cada Inumano tem um poder só dele, que nenhum outro Inumano tem igual, embora possa ter parecido - os Inumanos decidiram se isolar em sua cidade de Attilan, vivendo incontáveis eras sem que os demais humanos tomassem conhecimento de que eles existiam. Para que isso fosse possível - e para que sua população jamais saísse do controle e acabasse o espaço em Attilan - os Inumanos desenvolveriam um rígido sistema social composto por castas, no qual a casta mais alta é a Família Real. A casta à qual um Inumano pertence é determinada não por sua família, mas por seus poderes, com os mais úteis à sociedade pertencendo às castas mais altas - a exceção, é claro, é a Família Real, na qual todos são parentes. A casta mais alta à qual um Inumano pode almejar é a da Guarda Real, os responsáveis pela segurança da Família Real. Vivendo há milênios nesse sistema de castas, os Inumanos são extremamente conformados com seu papel na sociedade, com mesmo aqueles das castas mais baixas preferindo morar nos subúrbios de Attilan e levar vidas medíocres a se revoltar contra seus líderes.

Para ganhar seus poderes, os Inumanos foram submetidos à Névoa Terrígena, um gás que pode despertar habilidades ocultas no DNA dos indivíduos. Assim como os mutantes, os Inumanos nascem sem qualquer poder, e precisam ser submetidos à Névoa Terrígena na adolescência, como uma espécie de rito de passagem - embora alguns casos raros, como Tritão, despertem poderes já na infância. Uma vez que o Inumano passe pela Névoa Terrígena e seu poder seja despertado, é determinado a qual casta ele pertence, e ele passará a usar seus poderes em prol da sociedade inumana, sejam eles quais forem.

Os poderes dos Inumanos são tão variados quanto os dos mutantes: Raio Negro, por exemplo, possui uma voz hipersônica, capaz de causar extrema destruição - um sussurro é capaz de destruir uma montanha, uma palavra pode devastar um país inteiro. Por causa disso, desde que manifestou seu poder, Raio Negro passou por um rigoroso treinamento mental para evitar emitir qualquer som, até mesmo quando está dormindo. Ele se comunica através de gestos sutis, que podem ser interpretados por Medusa ou Karnak como se fossem verdadeiras palavras, mas os demais por vezes possuem alguma dificuldade para entender o que ele está querendo dizer. Vibrando o som em sua garganta sem emiti-lo, Raio Negro também consegue voar (o que, diferentemente do que ocorre com os mutantes, é um poder raríssimo entre os Inumanos, que comemoram muito quando um "voador" sai da Névoa Terrígena), lançar raios por uma espécie de antena em seu capuz, e possui um pequeno grau de controle sobre a eletricidade ambiente.

Já Medusa, sua esposa, não tem o poder de transformar os outros em pedra, e sim o de controlar o próprio cabelo - o que não seria lá essas coisas se o cabelo de Medusa não tivesse cada fio tão resistente quanto um diamante. Graças a esse cabelo prênsil, Medusa pode agir como se tivesse vários braços extras, de alcance e força muito maior que seus braços comuns. Já sua irmã, Cristalys, possui controle total sobre o ar, a terra, o fogo e a água, podendo manipulá-los a seu bel-prazer. Karnak possui o poder de sentir onde está o ponto fraco de qualquer objeto ou ser vivo; também um sacerdote, um filósofo, mestre das artes marciais e meditação, Karnak possui um controle mental ainda mais rigoroso que o de Raio Negro, mas, quando provocado, pode combinar seu poder a suas habilidades de luta para destruir qualquer objeto e derrotar qualquer oponente em segundos. Tritão, seu irmão, é um homem-peixe, capaz de respirar sob a água e resistir à pressão das profundezas do oceano; diferentemente dos demais (e como uma parcela rara dos Inumanos), ele já "nasceu assim", não precisando se expor à Névoa Terrígena. Finalmente, Gorgon, que além de membro da Família Real é o chefe da Guarda Real, possui pernas de touro, e, quando bate com um de seus cascos no chão, cria um terremoto - para irritá-lo, os demais o chamam de Bode.

Faltou falar de Dentinho, que, apesar de ser um cachorro (gigante, mas ainda assim um cachorro), também é considerado um Inumano e membro da Família Real. Antes de passar pela Névoa Terrígena, Dentinho era um buldogue comum, e fez parte de um experimento dos Inumanos com cães, para ver se a Névoa Terrígena também afetava outros animais - aparentemente, ele foi o único que sobreviveu. Dentinho não consegue falar, mas tem inteligência superior à de um cachorro comum, e, com a ajuda de uma antena semelhante à de Raio Negro, consegue canalizar seu poder para teletransportar a si mesmo e a outros objetos e pessoas, aparentemente sem limite de distância - uma vez ele se transportou da Terra à Lua - "cortando caminho" por uma dimensão conhecida como Espaço Negativo. A Família Real tem ainda duas crianças, Ahura, filho de Raio Negro e Medusa e herdeiro do trono, e Luna, filha de Cristalys com o Vingador Mercúrio, nascida de um relacionamento da época em que a própria Cristalys fez parte dos Vingadores. O relacionamento de uma integrante da Família Real com um humano - ainda que um mutante - não foi bem vista pela sociedade Inumana, e, querendo consertar as coisas, Mercúrio acabou as piorando, ao expor Luna à Névoa Terrígena antes da hora, o que despertou nela o poder de sentir e manipular as emoções de seres próximos.

O maior inimigo dos Inumanos também é um deles: Maximus, o Louco, irmão de Raio Negro que se considera o legítimo ocupante do trono, e de vez em quando tenta dar um golpe de estado. Maximus não tem esse apelido à toa, ele realmente é insano, e aparentemente ficou assim depois que Raio Negro acidentalmente matou seus pais com seus poderes sonoros. Maximus odeia o irmão com todas as suas forças, mas é apaixonado por Medusa, e planeja manter a mesma Rainha quando tomar o trono; ele passa a maior parte de seus dias em uma cela "a prova de fugas" projetada por Karnak, planejando como fugir - as aspas ficam pelo fato de que, de vez em quando, ele realmente consegue. Maximus tem o poder de controlar a mente de qualquer um que olhe diretamente em seus olhos; alguns personagens, como Raio Negro e Medusa, conseguem resistir a esse poder até certo grau, não fazendo o que Maximus manda mas também não podendo controlar totalmente suas ações.

Sob a cidade de Attilan vivem criaturas chamadas Alfa-Primitivos, também criados pelos Kree, frutos de engenharia genética. Os Alfa-Primitivos têm intelecto limitado, e são condicionados a adorar trabalhar e jamais se revoltar contra seus mestres - que, depois da partida dos Kree, passaram a ser os Inumanos - e são responsáveis pela manutenção da cidade, como a geração de sua energia elétrica, a purificação de sua água, e outros afazeres assemelhados. Uma das estratégias mais repetidas por Maximus é a de voltar os Alfa-Primitivos contra a Família Real, transformando-os em seu exército particular em sua busca pelo trono; nos últimos anos, os Alfa-Primitivos também têm sido usados como metáforas para trabalhadores explorados, refugiados de guerra e outros grupos em situação social desfavorável.

Uma coisa curiosíssima sobre os Inumanos são seus "nomes verdadeiros". Aparentemente, Stan Lee e Jack Kirby inventaram só seus "nomes de guerra", e depois, achando que não fazia muito sentido um sujeito que viveu praticamente a vida inteira longe da raça humana se chamar Raio Negro, quiseram inventar nomes que justificassem esses codinomes. Assim, o nome verdadeiro de Raio Negro (que em inglês se chama Black Bolt) é Blackagar Boltagon (o que faz com que Maximus seja Maximus Boltagon); o de Medusa é Medusalith Amaquelin Boltagon; e o de Cristalys (que em inglês se chama Crystal, nome que foi alterado em português porque já havia uma Cristal nos X-Men, que em inglês se chama Dazzler) é Crystalia Amaquelin Maximoff (já que ela foi casada com Mercúrio, cujo nome é Pietro Maximoff). Gorgon, Karnak e Tritão têm esses nomes mesmo (Gorgon Petragon, Karnak Mander-Azur e Triton Mander-Azur, respectivamente), e Dentinho, em inglês, se chama Lockjaw (algo como "mandíbula travada").

Depois de seu período nas últimas páginas da revista Thor, os Inumanos ficaram dois anos sem dar as caras, até retornarem como uma das estrelas da Amazing Adventures, publicação que dividiram com a Viúva Negra da edição 1 (de agosto de 1970) à 8, se tornando os únicos super-heróis da revista nas edições 9 e 10 (de janeiro de 1972), antes de serem substituídos pelo Fera (que, na época, era um ex-X-Man) na edição 11. As quatro primeiras edições foram escritas e desenhadas por Kirby, depois substituído por Roy Thomas no roteiro e Neal Adams na arte. Em suas histórias na Amazing Adventures, os Inumanos enfrentaram vilões famosos da Marvel, como o Mandarim e Magneto, e passaram por um arco no qual Raio Negro perdeu a memória e viveu como humano na cidade de Nova Iorque, enquanto Medusa e Gorgon tiveram problemas com o exército ao procurá-lo. Nesse meio-tempo, os Inumanos também enfrentariam o Surfista Prateado na Silver Surfer 18, de setembro de 1970.

Após serem expulsos da Amazing Adventures, os Inumanos ficaram mas três anos descansando até voltar com uma revista bimestral com seu próprio nome, The Inhumans, em outubro de 1975. Essa nova revista foi ideia do roteirista Doug Moench, que queria usar os Inumanos como uma metáfora para explicar conceitos bíblicos. A revista não fez sucesso e foi cancelada após 12 edições, em agosto de 1977, com uma história em aberto, que seria concluída na Captain Marvel 53, de novembro de 1977. Depois disso, os Inumanos ficariam quase uma década fazendo apenas participações especiais - a maioria delas mostrando o romance entre Cristalys e Mercúrio - até retornar em novembro de 1988 na Marvel Graphic Novel 39, com uma história escrita por Ann Nocenti e desenhada por Bret Blevins.

A edição faria grande sucesso, mas a Marvel se mostraria reticente em lançar uma nova revista dos Inumanos; por causa disso, Nocenti, que era roteirista do Demolidor, decidiria transformar Karnak e Gorgon em coadjuvantes recorrentes na revista Daredevil, entre as edições 272 (de novembro de 1989) e 283 (de agosto de 1990). Em abril de 1990 também seria lançada a edição especial The Inhumans: The Untold Saga, com roteiro de Lou Morgin e arte de Vince Coletta, que na verdade mostrava eventos anteriores à Fantastic Four 36, que levaram ao encontro de Medusa com o Quarteto Fantástico. Também na década de 1990, Cristalys entraria para os Vingadores, sendo membro da equipe entre as edições 334 (de julho de 1991) e 401 (de agosto de 1996) da revista Avengers.

Os Inumanos retornariam com sua própria revista em novembro de 1998, a Inhumans (sem artigo), parte do selo Marvel Knights, que trazia histórias voltadas a um público mais adulto. Tanto o roteiro de Paul Jenkins quanto a arte de Jae Lee seriam extremamente elogiados, e ganhariam o Prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos, com uma história na qual, enquanto Attilan sofre um ataque de mercenários humanos, Maximus tenta mais uma vez tomar o trono, enquanto um grupo de adolescentes passa pela Névoa Terrígena para receber seus poderes. Infelizmente projetada para ser uma minissérie de 12 edições (a última lançada em outubro de 1999), e sem ter sido seguida por uma série regular, a história de Jenkins e Lee se tornaria referência para a personalidade e cultura dos Inumanos desde então, sendo hoje considerada um marco na história do grupo.

Querendo testar a viabilidade comercial de uma nova série dos Inumanos, a Marvel lançaria a minissérie The Inhumans, com roteiro de Carlos Pacheco e Rafael Marín e arte de Ladrón, em quatro edições entre junho e outubro de 2000. As vendas não seriam boas, porém, e uma nova Inhumans, dessa vez lançada como uma série regular, só estrearia em junho de 2003, com roteiros de Sean McKeever e arte de Matthew Clark; mais uma vez, as vendas ficariam abaixo do esperado, e ela seria cancelada em junho de 2004, após apenas 12 edições. De forma curiosa, em novembro de 2004 a Marvel lançaria Inhumans 2099, uma edição especial mostrando as aventuras da Família Real - ainda composta pelos mesmos membros, porém bem mais velhos - em seu fictício universo ambientado no ano de 2099, com roteiro de Robert Kirkman e arte de Cliff Rathburn - e uma capa que imitava a da primeira edição de Jenkins e Lee.

Em 2006, a Marvel lançaria a saga Dinastia M, ao fim da qual quase todos os mutantes perderiam seus poderes, inclusive Mercúrio. Inconformado, durante a minissérie Dinastia M: O Herdeiro, em seis edições lançadas entre fevereiro e julho de 2006, com roteiros de David Hine e arte de Roy Martinez, ele tentaria usar a Névoa Terrígena para recuperá-los, e acabaria roubando os Cristais Terrígenos, que dão origem à Névoa. Para recuperá-los, Raio Negro declararia guerra à humanidade na minissérie Guerra Silenciosa, também em seis edições, lançadas entre março e agosto de 2007, com roteiros de Hine e arte de Frazer Irving. Ao final da Guerra Silenciosa, Attilan está destruída, e os Inumanos passam a ser considerados párias.

Durante a saga Invasão Secreta, que sacudiu o Universo Marvel entre 2008 e 2009, seria lançada a minissérie Secret Invasion: Inhumans, em quatro edições entre outubro de 2008 e janeiro de 2009, com roteiros de Joe Pokaski e arte de Tom Raney, na qual os Inumanos têm de lidar com Skrulls infiltrados em seu povo. Em seguida, os Inumanos seriam personagens importantes na Guerra dos Reis, minissérie em seis edições lançadas entre maio e outubro de 2009, com roteiros de Dan Abnett e Andy Lanning e arte de Paul Pelletier, na qual Raio Negro é declarado Rei dos Kree, e entra numa guerra contra o mutante Vulcan, que se autodeclara Rei dos Shi'ar, outra potência cósmica da Marvel, normalmente associada ao universo dos X-Men.

Depois dessas guerras todas, os Inumanos ficariam um bom tempo como coadjuvantes até a saga Infinito, de 2013, durante a qual explodiria uma Bomba Terrígena que daria poderes a vários humanos - dentre eles, Kamala Khan, que se tornaria a nova Miss Marvel. Depois do Infinito, a Marvel decidiria lançar a revista Inhuman, com roteiro de Charles Soule e arte de Joe Madureira, focada nesses "novos Inumanos". A série não faria sucesso e duraria apenas 14 edições, de junho de 2014 a julho de 2015. Em seguida viria a saga Guerras Secretas, ao fim da qual os Inumanos ganhariam duas revistas: The Uncanny Inhumans, com roteiros de Soule e arte de Steve McNiven, que mostrava as aventuras da Família Real, e All-New Inhumans, com roteiros de James Asmus e arte de Stefano Caselli, que acompanhava a equipe de Inhuman. A Uncanny foi melhor sucedida, com 22 edições lançadas entre dezembro de 2015 e maio de 2017, enquanto a All-New teve 11 edições, lançadas entre fevereiro e novembro de 2016. Nesse meio-tempo, também seria lançada as minissérie Karnak, com seis edições escritas por Warren Ellis e desenhadas por Gerardo Zaffino e Roland Boschi, de periodicidade irregular, entre dezembro de 2015 e abril de 2017.

Enquanto a Uncanny estava sendo publicada, ocorreu a saga Inumanos vs. X-Men, que, além das revistas dos dois grupos, ocupou uma minissérie em sete edições, escritas por Soule e Jeff Lemire, com arte de Leinil Francis Yu, publicadas entre janeiro e maio de 2017. As duas equipes se enfrentam porque é descoberto que a Névoa Terrígena, que se espalhou pela Terra após a detonação da bomba, está tornando o planeta inabitável para os mutantes, mas os Inumanos se recusam a abrir mão de erradicá-la. A história se concluiria na edição especial Inhumans Prime, lançada em maio de 2017, com roteiro de Al Ewing e arte de Ryan Sook, que abriu caminho para duas novas séries regulares: Royals, com roteiros de Ewing e arte de Kevin Libranda, que acompanhava a Família Real, e Black Bolt, com roteiros de Saladin Ahmed e arte de Christian Ward, que trazia as aventuras solo de Raio Negro. Como parece ser a maldição dos Inumanos, nenhuma das duas durou muito, com cada uma tendo apenas 12 edições, Royals publicada entre junho de 2017 e fevereiro de 2018, e Black Bolt entre julho de 2017 e junho de 2018. Nessa mesma época, também seria lançada a minissérie Inhumans: Once and Future Kings, com cinco edições escritas por Christopher Priest e desenhadas por Phil Noto, que contava as origens da Família Real, publicada entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018.

Talvez cansada de tantos insucessos, em 2018 a Marvel decidiria matar os Inumanos na minissérie Death of the Inhumans, com cinco edições lançadas entre setembro de 2018 e janeiro de 2019, com roteiros de Donny Cates e arte de Ariel Olivetti, que traz os Kree dispostos a encerrar seu experimento de uma vez por todas. Durante muito tempo, o boato corrente foi que a Marvel teria decidido investir nos Inumanos para prepará-los para o cinema, já que não podia usar os X-Men, cujos direitos pertenciam à Fox - de fato, um filme dos Inumanos foi anunciado em 2013, previsto para 2020, mas depois cancelado e transformado em uma série, que tinha roteiros péssimos e durou apenas oito episódios, exibidos entre 29 de setembro e 10 de novembro de 2017 - e que inclusive a explosão da Bomba Terrígena, dando poderes a humanos, seria uma alternativa aos mutantes; agora, uma vez que a Fox, e, consequentemente, os X-Men, pertencem, assim como a Marvel, à Disney, não haveria mais essa necessidade, e eles poderiam voltar ao status de coadjuvantes que tinham antes dos anos 2000. Se isso é verdade ou não, ainda é cedo pra dizer, mas seria uma pena desperdiçar personagens com poderes e uma cultura tão interessantes.

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