domingo, 24 de maio de 2020

Escrito por em 24.5.20 com 0 comentários

Star Wars (III)

Há muito, muito tempo, mais precisamente em 2007, eu escrevi aqui dois posts sobre Star Wars, um sobre a trilogia "original", outro sobre a trilogia "nova". Que, agora, já não é tão nova assim, pois já temos mais uma. Que eu gostei muito, podem reclamar à vontade. Somando esses três fatores, o resultado é que hoje é, mais uma vez, dia de Star Wars no átomo, para eu poder falar dos três filmes mais recentes.

Mas, antes de começar, um aviso: eu tentei, mas não consegui falar sem dar alguns spoilers, então, se você ainda não viu os filmes, mas pretende, talvez seja melhor deixar para ler esse post depois.

Diz a lenda que, quando criou a história original de Star Wars, George Lucas decidiu fazer três trilogias. Ao apresentar seu projeto para os estúdios, o único que aceitou filmá-lo, a Fox, decidiu que filmaria apenas o Episódio IV, que, para seus executivos, tinha a melhor história e poderia ser visto como um filme fechado, com começo, meio e fim, caso não fizesse sucesso e as outras partes não fossem filmadas. O Episódio IV faria um grande sucesso, os Episódios V e VI seriam lançados, Star Wars se tornaria um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, mas Lucas levaria algum tempo para decidir seguir seu planejamento, lançando os Episódios I, II e III quase vinte anos depois do VI. E aí ele desistiria de fazer os três últimos, considerando sua história como encerrada.

Acontece que, em 2012, Lucas, já desejando se aposentar, decidiu vender sua produtora de filmes, a Lucasfilm, e todos os direitos sobre Star Wars, para a Disney, com a condição de que somente a Lucasfilm pudesse produzir novos filmes de Star Wars. Kathleen Kennedy assumiria a presidência da Lucasfilm, e imediatamente começaria a conversar com a Disney sobre a produção da "trilogia final", que seria composta pelos Episódios VII, VIII e IX. Lucas seria mantido como "consultor especial", apenas para tirar dúvidas sobre o Universo Star Wars; após ele entregar suas ideias originais para os Episódios VII, VIII e IX para Bob Iger, presidente da Disney, e ver que o estúdio havia decidido não usar nenhuma delas, começando do zero, ele decidiria se desligar totalmente do projeto, o que faria com que o Episódio VII se tornasse o primeiro filme de Star Wars sem nenhum envolvimento de Lucas. Depois do desligamento, o filho de Lucas, Jett, declararia em uma entrevista que seu pai estava arrependido de ter vendido os direitos sobre Star Wars, mas que, depois do acontecido, teria decidido não se envolver em mais nada relativo à franquia, pelo resto de sua vida.

Para a direção, a Disney consideraria David Fincher, Brad Bird, Jon Favreau, Ben Affleck e Guillermo del Toro, mas, por sugestão de Steven Spielberg, acabaria fechando com J.J. Abrams, já responsável pela revitalização de Star Trek, que, por sua vez, traria para o projeto seu amigo de longa data, o produtor Bryan Burk; Spielberg também sugeriria que Abrams trabalhasse em conjunto com Lawrence Kasdan, co-roteirista dos Episódios V e VI, e Simon Kinberg, roteirista dos mais recentes filmes da franquia X-Men. A primeira versão do roteiro ficaria a cargo de Michael Arndt (de Toy Story 3), mas ele não entregava a versão final nunca, e, quando o prazo se estourou pela segunda vez, em 2013, a Disney anunciaria sua demissão, com Abrams e Kasdan assumindo o roteiro; apesar de eles terem mudado quase tudo, Arndt ainda seria creditado como um dos roteiristas.

Abrams e sua equipe diriam que, para poder iniciar uma nova trilogia, teriam que "dar dois passos para trás" e reaproveitar alguns elementos dos filmes anteriores, para que os fãs não estranhassem. Isso a princípio desagradou Lucas (declarando em uma primeira entrevista, antes de ver o filme, que isso ia contra o que ele sempre havia tentado, fazer cada filme seguinte o mais diferente possível do anterior), que depois se rendeu (declarando, após ver o filme, que se tratava de um legítimo Star Wars, e que achava que os fãs iriam gostar), e dividiria público e crítica, com alguns argumentando que o filme era "muito parecido" com a trilogia original, o que, segundo eles, era um defeito.

A maior parte das filmagens ocorreria na Inglaterra e Irlanda, as cenas de Jakku seriam filmadas em Abu Dhabi, e cenas adicionais seriam filmadas na Islândia, com apenas algumas poucas cenas sendo filmadas em estúdio nos Estados Unidos; devido ao grande interesse dos fãs e dos sites de fofocas, as filmagens seriam complicadas, com todos os roteiros sendo trancados em um cofre quando não estavam sendo usados pelos atores e a produção tendo de tomar medidas extras quanto ao grande número de drones que tentava filmar ou fotografar alguma coisa durante a preparação dos sets e as filmagens. Durante a gravação de uma cena na Millenium Falcon, uma porta cairia e quebraria o tornozelo de Harrison Ford, o que faria com que Han Solo só pudesse ser mostrado da cintura para cima nas cenas que ele gravaria com o gesso; Abrams fraturaria uma vértebra ao tentar levantar a porta para ajudar o ator, mas manteria isso em segredo até a dor se tornar insuportável. A Disney acabaria multada pelo governo do Reino Unido em 1,95 milhão de dólares por não ter tomado as medidas necessárias para evitar o acidente e por Abrams ter escondido sua condição.

A pedido de Abrams, a maior parte dos efeitos especiais do filme usariam maquetes, modelos e truques de câmera, com os efeitos de computação gráfica somente sendo usados quando absolutamente necessários, para que o filme ficasse o mais parecido possível com a trilogia original; até mesmo o robô BB-8, que muitos acharam ser um efeito de computação gráfica, era um modelo real, operado por uma equipe de técnicos supervisionada por Neal Scanlan, que também foi seu criador. A trilha sonora, mais uma vez, ficaria a cargo de John Williams, que se inspiraria nos temas que criou para os demais filmes da série para criar os novos, mantendo uma identidade ao longo de todos eles.

Com o título de Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens), o Episódio VII se passa trinta anos após O Retorno de Jedi (que é o Episódio VI); nesse meio tempo, surgiu uma nova organização maligna que faz as vezes de Império Galáctico, chamada Primeira Ordem. Comandada pelo Líder Supremo Snoke (Andy Serkis), a Primeira Ordem faz uso de stormtroopers, destróieres e até uniformes parecidos com os do Império para tentar unificar a galáxia sob seu comando. Para se opor a ela, é criada a Resistência, movimento que corresponde aos Rebeldes da trilogia original, da qual um dos comandantes é a General Leia Organa (Carrie Fisher).

O filme é centrado em quatro personagens: Rey (Daisy Ridley) é uma catadora de sucata que vive no planeta deserto Jakku, e busca descobrir mais sobre seus pais, que a abandonaram ali quando ela ainda era uma criança; Finn (John Boyega) é um stormtrooper que se rebela contra a Primeira Ordem e decide se unir à Resistência; Poe Dameron (Oscar Isaac) é um piloto da Resistência que descobre importantes informações, as confia a seu dróide BB-8, mas acaba separado dele durante um combate; e Kylo Ren (Adam Driver) é um dos principais comandantes da Primeira Ordem, tem treinamento Jedi, e responde diretamente a Snoke - e, na verdade, é Ben Solo, filho de Leia e Han, que se voltou para o lado negro após acreditar que Luke, que o estava treinando, o traiu, e planeja seguir os passos de seu avô, Darth Vader, até superá-lo e se tornar o comandante supremo de toda a galáxia.

A história se põe em movimento quando BB-8 vai parar junto de Rey, que decide levá-lo até a Resistência, e, para isso, rouba uma nave, que é nada menos que a Millenium Falcon. No caminho, ela acaba encontrando Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew), que voltaram a trabalhar como contrabandistas e reconhecem sua antiga nave. Han concorda em levar Rey até Maz Kanata (Lupita Nyong'o), uma aparentemente inocente dona de bar que tem contatos na Resistência, e acaba entregando à moça o sabre de luz de Luke Skywalker (Mark Hamill), que ela decide encontrar a qualquer custo. Ao chegar à resistência, Rey, Han e Chewie acabam se envolvendo em uma missão para deter a nova arma da Primeira Ordem, a Base Starkiller, um canhão gigantesco que drena um sol inteiro para se recarregar (o tipo de coisa que só poderia ter saído da mente de Abrams), e que, evidentemente, eles planejam usar para erradicar a Resistência de uma vez por todas.

Outros personagens do filme são a Capitã Phasma (Gwendolyne Christie), comandante do batalhão de Finn quando ele era um stormtrooper; o General Hux (Domhnall Gleeson), comandante da Base Starkiller, que não confia em Kylo Ren; o piloto da Resistência Snap Wexley (Greg Grunberg); Lor San Tekka (Max von Sydow), um ex-aventureiro aposentado que pode ajudar a Resistência a encontrar Luke; Unkar Plutt (Simon Pegg), comerciante de sucata de Jakku; o Almirante Statura (Ken Leung), da Resistência; e C3-PO (Anthony Daniels), que agora é o assistente pessoal da General Leia. Thomas Brodie-Sangster, Kate Fleetwood e Hannah John-Kamen fazem participações especiais como membros da Primeira Ordem; Billie Lourd (filha de Carrie Fisher) como a Tenente Connix, da Resistência; e Warwick Davis participa como um cliente do bar de Maz Kanata. Daniel Craig (o 007), o compositor Michael Giacchino e o produtor Nigel Goodrich fazem pequenas pontas, sem créditos, como stormtroopers, e Kevin Smith faz uma ponta como figurante - algo que repetiria nos dois filmes seguintes.

É interessante dizer que O Despertar da Força seria o último filme no qual Mayhew, com 71 anos e problemas nos joelhos, interpretaria Chewbacca, passando o papel, a partir do Episódio VIII, para Joonas Suotamo, que seria seu dublê no Episódio VII; por outro lado, Daniels, com 69 anos, faria questão de interpretar C3-PO nos três filmes (se tornando o único ator a participar de todos os nove filmes), mesmo com Abrams sugerindo que ele apenas o dublasse e um dublê vestisse a roupa de robô; para melhor acomodar o ator, e facilitar seus movimentos, seria criada uma nova roupa, bem mais leve e flexível que as usadas nas outras duas trilogias. O parceiro inseparável de C3-PO, R2-D2, também faz uma breve participação no filme, mas como um modelo controlado por técnicos, sem intérprete, com Kenny Baker, que o interpretou nos demais filmes, sendo creditado como "consultor especial". Outros dois personagens da trilogia original são interpretados e dublados pelos mesmos atores de então, Nien Nunb (interpretado por Mike Quiin, com voz de Kipsang Rotich) e o Almirante Ackbar (interpretado por Tim Rose, com voz de Erik Bauersfeld); esse seria o último papel no cinema de Bauersfeld, que faleceria em 2016.

O Despertar da Força estrearia em 14 de dezembro de 2015, batendo um recorde nos Estados Unidos ao estrear em 4134 salas de cinema simultaneamente. A procura por ingressos na pré-venda foi tão grande que muitos dos sites de venda saíram do ar; o filme bateria o recorde de pré-venda nos Estados Unidos, passando um pouco dos 50 milhões de dólares em ingressos antecipados. Com orçamento de 306 milhões de dólares, renderia 936,7 milhões apenas nos Estados Unidos e 2,068 bilhão no mundo inteiro, se tornando o filme que chegou mais rápido à marca de 1 bilhão (12 dias, superado por Vingadores: Ultimato, que, em 2019, levou 11 dias) e o terceiro filme a passar da casa dos dois bilhões (depois de Titanic e Avatar), além de ser até hoje o filme de maior bilheteria da história se forem considerados apenas os Estados Unidos. A crítica, em sua maioria, o receberia extremamente bem, elogiando principalmente o roteiro, as sequências de ação, a direção e as atuações de Ford, Driver, Ridley e Boyega. O filme seria indicado a cinco Oscars (Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais), mas não ganharia nenhum; Williams ganharia um Grammy de Melhor Trilha Sonora para Mídia Visual.

Praticamente logo após a estreia do Episódio VII, começaria a produção do Episódio VIII, que ganharia o nome de Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi). Começando quase que imediatamente de onde o filme anterior parou, o novo mostra Rey treinando para se tornar uma Jedi junto a Luke Skywalker, acompanhada por Chewbacca e R2-D2; Poe acompanhando a General Leia, C3-PO e a Almirante Hondo (Laura Dern), que guiam as naves da resistência em uma fuga pela galáxia; Finn partindo com BB-8 e a mecânica Rose Tico (Rose Marie Tran) para um planeta-cassino indicado por Maz Kanata, para desativar um equipamento da Primeira Ordem que permite que eles rastreiem as naves da Resistência; e Kylo Ren disposto a trazer Rey para o lado negro, contrariando ordens de Snoke, que quer vê-la morta, e trazendo a desconfiança de Hux, que acha que Kylo está apaixonado por Rey. O elenco principal conta ainda com Phasma; DJ (Benicio del Toro), um especialista em invadir sistemas de computação; e Yoda (dublado por Frank Oz, mesmo ator que o dublou nos filmes anteriores). Outros personagens antigos que aparecem no filme são Snap Wexley, a Tenente Connix, Nien Nunb e o Almirante Ackbar (com voz de Tom Kane). Justin Theroux faria uma participação especial como o especialista em invadir sistemas que Finn e Rose deveriam encontrar, e Lily Cole faz uma como sua acompanhante. Joseph Gordon-Lewitt e Warwick Davis participam como frequentadores do planeta-cassino. Os Príncipes William e Harry também fazem uma participação, sem créditos, como stormtroopers.

Em 2014, antes mesmo da estreia de O Despertar da Força, Rian Johnson seria confirmado como diretor e roteirista de Os Últimos Jedi, e começaria a conversar com Abrams e com Colin Trevorrow, que então havia sido anunciado como o diretor do Episódio IX, para que a história dos três filmes fosse o mais coesa possível. Seria de Johnson a decisão de separar os três personagens principais e dar a cada um deles um objetivo, ao invés de mostrá-los agindo como um grupo. Ele também teria de fazer uma alteração séria na história quando Carrie Fisher falecesse, em dezembro de 2016, para que o filme pudesse ser finalizado usando apenas as cenas que ela havia deixado gravadas.

Assim como no filme anterior, a maior parte das gravações ocorreria na Inglaterra e Irlanda, o que fez com que a produção atrasasse quase um mês por causa de greves de dois sindicatos do Reino Unido que abrangiam algumas das profissões ligadas à produção de filmes. Cenas adicionais seriam filmadas no México, na Croácia e na Bolívia, com, mais uma vez, apenas algumas poucas cenas de estúdio sendo filmadas nos Estados Unidos. Também como no filme anterior, foi dada preferência a efeitos especiais à moda antiga; todas as raças alienígenas do filme, por exemplo, seriam criadas ou com maquiagem, ou com bonecos ao estilo muppets, com apenas alguns toques sendo dados pela computação gráfica - como, por exemplo, no caso de Yoda, que era um boneco, mas recebeu retoques de computação gráfica porque aparecia no filme como uma projeção da Força. A aparência das raças alienígenas ficaria a cargo de Neal Scanlan, e a trilha sonora, mais uma vez, sob responsabilidade de John Williams.

Os Últimos Jedi estrearia em 15 de dezembro de 2017, com uma grande polêmica: no contrato de distribuição feito para os Estados Unidos, a Disney exigiria que os cinemas que quisessem exibir o filme o mantivessem em exibição, em sua maior sala, por no mínimo quatro semanas (sendo que o normal quando há esse tipo de exigência são duas semanas), e que repassassem à Disney 65% da bilheteria (quando o normal para um blockbuster é entre 55 e 60%), além de conter cláusulas confidenciais que regiam trocas de sala e promoções. Isso fez com que muitos cinemas pequenos desistissem de exibir o filme, principalmente os que tinham uma única sala, que ficariam presos a Star Wars durante quatro semanas, e a esperança da Disney de que o recorde de número de salas fosse batido acabou não se concretizando.

O orçamento do filme não foi oficialmente revelado, mas especialistas calcularam que ficou entre 200 e 317 milhões de dólares; só nos Estados Unidos, ele renderia 620,2 milhões, chegando a 1,333 bilhão no mundo inteiro. Inesperadamente, o filme seria severamente criticado por uma boa parcela do público, que o acusaria de "promover ideais de esquerda", "idolatrar o socialismo" e até mesmo "ódio aos homens"; a personagem Rose Tico seria um alvo direto do ódio desses "fãs", e Tran chegaria a receber ameaças de morte online. Um grupo de fãs mais raivosos chegaria a criar um abaixo-assinado para que o filme fosse refilmado, e muitos acusariam Johnson de ter prejudicado ou atrapalhado uma suposta história da trilogia que Abrams já teria criado.

A crítica, entretanto, receberia o filme extremamente bem, elogiando principalmente o fato de que ele não tentava copiar os filmes anteriores, tendo uma identidade própria. O consenso geral da crítica seria o de que Os Últimos Jedi honrava o legado da saga, trazia boas surpresas e se tornaria uma grande adição ao cânone de Star Wars. Os Últimos Jedi seria indicado a quatro Oscars (Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais), mas não ganharia nenhum.

O Episódio IX, Star Wars: A Ascensão Skywalker (Star Wars: The Rise of Skywalker), entraria em produção logo após a estreia do Episódio VIII, já com duas baixas: em setembro de 2017, Trevorrow desistiria de dirigi-lo, alegando diferenças criativas com Kennedy, criadas principalmente porque ela não aprovou a primeira versão do roteiro, escrita por Trevorrow e Derek Connolly, pedindo para que ele fosse reescrito por Jack Thorne. Abrams seria chamado de volta, não somente para dirigir, mas também para escrever o filme, o que fez em parceria com Chris Terrio; Trevorrow, Connolly, Abrams e Terrio acabariam creditados como responsáveis pela história, mas apenas Abrams e Terrio seriam creditados como roteiristas.

Outro problema com o qual a equipe teria de lidar foi o falecimento de Fisher; ela seria um personagem-chave no final de Os Últimos Jedi, que teve de ser alterado após sua morte - segundo Johnson, inclusive, ela seria a tal The Last Jedi (que, em inglês, também serve para o feminino singular, "a última jedi") do título - e ninguém queria que a General Leia morresse fora da tela, entre um filme e outro. A Disney chegou a pedir permissão à família para criar um modelo em computação gráfica de Fisher, o que foi negado; a solução foi usar cenas que a atriz gravou para O Despertar da Força mas não foram ao ar, e uma dublê cujo rosto não ficava aparente nas cenas novas absolutamente necessárias para a história. O rosto de Fisher só seria aplicado ao corpo de uma dublê em uma cena de flashback, na qual seriam usadas como referência cenas de Fisher e Hamill respectivamente em O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, para mostrá-los ainda jovens durante um treinamento.

Na última parte do que ficaria conhecida como a "Saga Skywalker", é descoberto que o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) ainda está vivo, e é ele quem vem secretamente comandando a Primeira Ordem. McDiarmid é o mesmo ator que interpretou o Imperador nos filmes anteriores, e sua presença no set de filmagens foi mantida em absoluto segredo; sua presença no filme, porém, seria revelada durante o evento Star Wars Celebration, em abril de 2019 - Kennedy alegaria que a equipe de produção decidiria revelar que o personagem estava no filme porque não faria diferença se fosse uma surpresa, e que o importante era que eles descobrissem o papel do Imperador no filme, não sua presença.

Pois bem, o Imperador está vivo, é ele quem manda na Primeira Ordem, e equipa cada destróier da organização com um mini canhão da Estrela da Morte, capaz de destruir um planeta inteiro; ele está muito fraco, porém, e, como não pode deixar o planeta Exegol, onde está se recuperando, ordena que Kylo Ren se torne seu agente, estabelecendo, como sua primeira missão, matar Rey. Enquanto isso, numa base da Resistência, Rey, Poe, Finn, Chewbacca, BB-8 e C3-PO recebem de Leia a incumbência de encontrar uma forma de chegar até Exegol, cuja localização não aparece em nenhum mapa, para deter a Primeira Ordem de uma vez por todas. Outros personagens antigos que aparecem no filme são Luke, Maz Kanata, Hux, Rose, Connix, Wexley, Nunb, R2-D2 e Han Solo, além de Lando Calrissian (Billy Dee Williams), que volta a um filme de Star Wars após ter aparecido pela última vez em O Retorno de Jedi. Os novos personagens são o General Pryde (Richard E. Grant), comandante da frota de destróieres da Primeira Ordem; Zorii Bliss (Kerri Russell), um antigo interesse amoroso de Poe, que pode ajudá-los a encontrar informações valiosas sobre Exegol; Jannah (Naomi Ackie), que, assim como Finn, é uma stromtrooper desertora; Beaumont Kin (Dominic Monaghan), agente da Resistência; e Babu Frik (Shirley Henderson), uma especialista em tecnologia a quem o grupo de heróis recorre para tentar recuperar informações sobre Exegol. Denis Lawson faz uma participação como Wedge Antilles, e Warwick Davis faz uma como Wicket, papéis que haviam interpretado na trilogia original. Terrio faz uma participação como a voz de Aftab Ackbar, filho do Almirante (interpretado por Tom Wilton), e John Williams participa como um barman; as vozes de Andy Serkis (como Snoke) e James Earl Jones (como Darth Vader) também aparecem em flashbacks.

Uma das cenas mais comentadas do filme, aliás, foi a na qual Rey entra em comunhão com a Força e ouve a voz de vários Jedi do passado, para a qual foram gravadas falas por Ewan McGregor (Obi-Wan Kenobi), Hayden Christensen (Anakin Skywalker), Liam Neeson (Qui-Gon Jinn), Frank Oz (Yoda), Samuel L. Jackson (Mace Windu), Ashley Eckstein (Ahsoka Tano), Freddie Prinze Jr. (Kanan Jarrus), Olivia d'Abo (Luminara Unduli) e Jennifer Hale (Aayla Secura), além de ter sido usado um arquivo de uma fala de Alec Guiness (o Obi-Wan Kenobi da trilogia original).

A Ascensão Skywalker estrearia em 16 de dezembro de 2019. Com orçamento de 275 milhões de dólares, renderia 515,2 milhões nos Estados Unidos e 1,024 bilhão no mundo inteiro, o que faria com que ele fosse o filme de menor rendimento da nova trilogia; apesar disso, ele quebraria o recorde de maior número de ingressos vendidos na primeira hora, com quase o dobro de Vingadores: Ultimato. A crítica ficaria dividida, com a maioria elogiando as sequências de ação e considerando que foi um final digno para a saga, mas muitos criticando a falta de imaginação e de ousadia do roteiro. O filme seria indicado a três Oscars (Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais), mas, mais uma vez, não ganharia nenhum.

Embora não possamos descartar que a Disney pretenda criar uma nova trilogia (Episódios X, XI e XII?) para aproveitar os novos personagens, aparentemente a "Saga Skywalker" está encerrada, e o foco do estúdio passará para filmes fechados ambientados no Universo Star Wars, que mostram eventos de importância para os nove filmes principais - como os já lançados Rogue One, que conta a história da equipe que roubou os planos da Estrela da Morte, que põem em movimento os eventos do Episódio IV, e Han Solo, que mostra a juventude do personagem. Muitos fãs pedem por um filme parecido estrelado por Obi-Wan, mas, com o anúncio de uma série centrada no personagem, em produção para o canal de streaming Disney+, isso agora parece pouco provável.

Série Star Wars

Episódios VII, VIII e IX

0 Comentários:

Postar um comentário