Captain America: The Winter Soldier
2014
Em abril de 2011, antes mesmo do lançamento de Capitão América: O Primeiro Vingador, a Marvel decidiria que o Capitão América, assim como o Homem de Ferro, teria uma trilogia de filmes, e começaria a procurar um diretor para o segundo filme - para o roteiro, Christopher Markus e Stephen McFeely, do primeiro filme, seriam mantidos, graças a uma estratégia ousada: assim que acabaram de escrever o roteiro do primeiro filme, eles começaram a escrever o do segundo, sem nem saber se ele iria existir, mostrando-o à Marvel quando o segundo foi anunciado, e convencendo-a imediatamente, pois o material era muito bom e estava quase pronto.
Markus e McFeely se inspirariam na história dos quadrinhos O Soldado Invernal, de Ed Brubaker, mas fizeram um filme de espionagem ao estilo dos anos 1970, como Todos os Homens do Presidente e Três Dias do Condor. Eles optariam por ambientar o filme completamente na época atual - chegaram a cogitar inserir vários flashbacks da Segunda Guerra Mundial, mas desistiram porque estava tudo ficando muito confuso - mostrando como o Capitão América tenta se adaptar aos tempos modernos enquanto busca uma relação mais aprofundada com a S.H.I.E.L.D.; apesar da tentação, o roteiro teria poucas piadas sobre o Capitão ser um homem fora de seu tempo, porque, segundo os roteiristas, "ele é o homem mais adaptável do mundo". A abordagem de espionagem permitiria que os roteiristas emulassem o que Stan Lee fez quando reintroduziu o Capitão América nos quadrinhos nos anos 1960, colocando sua visão mais simples do mundo, de um homem da década de 1940, em confronto com problemas geopolíticos do mundo atual. O maior plot twist do filme, a revelação da organização criminosa HIDRA, seria sugestão de Feige, que, quando procurado pelos roteiristas, que estavam com dificuldade para criar um final satisfatório para o filme, sugeriu uma reviravolta que colocasse o Capitão em confronto com o próprio status quo, tendo de mudar o mundo para vencer - não por acaso, o tom de uma das histórias mais famosas do Capitão América nos anos 1970, Império Secreto.
Feige também sugeriria que os personagens ligados à S.H.I.E.L.D., como Fury, Hill e a Viúva Negra, fossem os principais coadjuvantes do filme para que os roteiristas não tivessem de criar todo um novo elenco de apoio para o Capitão, já que, ao contrário do que ocorreu com o Homem de Ferro e Thor, seus coadjuvantes pertenciam todos aos anos 1940, e estariam muito mais velhos se retornassem. Os roteiristas chegaram a colocar o Gavião Arqueiro no filme, mas, sentindo que sua participação seria muito pequena, desistiriam e passariam todas as suas cenas para a Viúva Negra. Também foi cogitado se o Caveira Vermelha deveria retornar, mas Feige achou que ele seria um elemento fantástico demais, e que destoaria do restante do filme.
No início de 2012, a Marvel faria uma lista de três possíveis diretores para o filme, que contaria com F. Gary Gray, George Nolfi e os irmãos Anthony e Joseph Russo. Pouco depois de as negociações começarem, Gray, o preferido, declararia não estar interessado, e assinaria com a Universal para dirigir Straight Outta Compton - A História do N.W.A. Durante as negociações, Joe Russo daria várias ideias a Feige, como discutir o uso de drones e a vigilância global no filme; Feige gostaria, e acabaria contratando a dupla, que decidiria conversar pessoalmente com Brubaker para fazer o tom do filme parecido com o dos quadrinhos.
Chris Evans (Steve Rogers / Capitão América), Scarlett Johansson (Natasha Romanova / Viúva Negra), Sebastian Stan (Bucky Barnes / Soldado Invernal), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Cobie Smulders (Maria Hill), Hayley Atwell (Peggy Carter), Maximiliano Henández (Jasper Sitwell), Gary Shandling (Senador Stern) e Toby Jones (Arnim Zola) retornam ao elenco. Anthony Mackie interpretaria o principal personagem novo do filme, Sam Wilson, conhecido nos quadrinhos como Falcão, que usa asas especiais que lhe permitem voar, e na década de 1970 foi parceiro do Capitão América, em uma parceria tão importante que o nome da revista do Capitão foi alterado para Captain America and the Falcon. Outra personagem famosa dos quadrinhos, Sharon Carter, a Agente 13 da S.H.I.E.L.D., sobrinha de Peggy e novo interesse amoroso do Capitão, também estrearia no filme, interpretada por Emily VanCamp - escolhida após uma lista enorme, que incluía Anna Kendrick, Felicity Jones, Imogen Poots, Emilia Clarke, Jessica Brown Findlay, Teresa Palmer e Alison Brie ser descartada pelos mais variados motivos. Frank Grillo seria Brock Rumlow, também conhecido como o vilão Ossos Cruzados; Robert Redford seria Alexander Pierce, colega de longa data de Fury e um dos oficiais mais graduados da S.H.I.E.L.D.; o lutador de MMA Georges St. Pierre seria o vilão Georges Batroc; e Gary Sinise seria o narrador de uma exposição em um museu sobre o Capitão América. Stan Lee faria uma participação especial como um guarda de segurança desse mesmo museu; outras participações especiais incluiriam Brubaker como um cientista, Joe Russo como um médico, e Markus e McFeely como agentes da S.H.I.E.L.D.
Embora a maior parte do filme seja ambientada em Washington D.C., as filmagens ocorreram em Cleveland, Ohio, que ofereceu mais benefícios fiscais e menos burocracia. Os irmãos Russo, seguindo a temática de "filme de espionagem dos anos 1970", optariam por usar o menor número de efeitos de computação gráfica possível, utilizando dezenas de dublês, truques de câmera, efeitos especiais à moda antiga e longas lutas coreografadas à exaustão; o diretor de fotografia, Trent Opaloch, optaria inclusive por usar câmeras de mão, sem apoio de chão, em algumas cenas, tudo em nome do realismo. Ainda assim, a computação gráfica foi necessária em algumas cenas, como os voos do Falcão e os aeroporta-aviões da S.H.I.E.L.D., e seis empresas, dentre elas a Industrial Light & Magic, trabalhariam no filme. A cena na qual Peggy Carter aparece, envelhecida, ficaria a cargo da Lola VFX, mesma empresa que criaria a versão fraca e franzina de Steve Rogers. Ao contrário da maioria dos filmes de ação atuais, que tem cenas curtas de ritmo intenso, O Soldado Invernal traria longas cenas carregadas de tensão, o que também contribuiria para o clima de espionagem.
Capitão América 2: O Soldado Invernal seria lançado em 26 de março de 2014. Com orçamento de 170 milhões de dólares, renderia quase 260 milhões apenas nos Estados Unidos, se tornando um grande sucesso de bilheteria. A crítica também seria extremamente favorável, e, para muitos, ele é, até hoje, o melhor de todos os filmes do MCU. Curiosamente, muitos críticos apontariam similaridades entre o filme e o game Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, inclusive considerando que a primeira parte do filme, na qual o Capitão América se infiltra em um navio para salvar reféns de Batroc é "a melhor adaptação de Metal Gear já feita para o cinema". O filme seria indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais, mas o perderia para Interestelar.
No filme, ambientado dois anos após os eventos de Os Vingadores, Steve Rogers tenta se adaptar ao mundo moderno enquanto atua como agente da S.H.I.E.L.D., realizando missões secretas junto com um grupo de elite da organização. Durante uma dessas missões, ele descobre que Bucky, seu amigo da década de 1940 a quem julgava morto, foi submetido a um procedimento parecido com o que o transformou em um super soldado, mas realizado pelos soviéticos, que o transformaram em um assassino de elite sem emoções capaz de ser controlado remotamente e mantido congelado para não envelhecer enquanto não estivesse em uso - o que lhe renderia o apelido de Soldado Invernal. Rogers decide descobrir a verdade sobre Bucky, sendo acompanhado pela Viúva Negra, mas o que os dois descobrem é muito maior, e pode mudar o destino do mundo - e do MCU - para sempre.
Para finalizar, uma imensa curiosidade sobre o filme: Capitão América 2: O Soldado Invernal tem nada menos que 350 versões diferentes. Isso ocorre não somente por formatos diferentes (como uma versão 3D e uma 2D), mas porque algumas cenas do filme são diferentes dependendo de em qual país ele estava sendo exibido, como a lista das coisas que surgiram entre o dia em que o Capitão América ficou congelado e o que ele foi encontrado, que possui dez itens, dos quais os cinco últimos são os mesmos em todas as versões, enquanto os cinco primeiros mudam de acordo com o local de lançamento do filme - tendo sido escolhidos por votações online organizadas pela Marvel em mais de 50 países.
Guardians of the Galaxy
2014
Originalmente, os Guardiões da Galáxia eram uma equipe bem pouco conhecida, que estreou nos quadrinhos da Marvel em 1969, e cujas aventuras eram ambientadas no século XXXI. Em 2008, a equipe seria reformulada, ganhando novos membros, que viviam suas aventuras na época atual; ainda assim, não se pode dizer que era uma equipe popular, já que as vendas ficariam abaixo do esperado, e sua revista seria cancelada em 2010, após apenas 25 edições. Por isso, causaria grande surpresa uma declaração de Feige na Comic-Con de 2010, na qual ele diria que os Guardiões da Galáxia estavam dentre os projetos considerados para o futuro próximo do MCU.
Na verdade, a culpa pelo interesse em um filme dos Guardiões da Galáxia seria da roteirista Nicole Perlman, que se inscreveria no recém-criado Programa de Formação de Roteiristas dos Marvel Studios em 2009, e receberia como tarefa criar um roteiro para um personagem ou grupo da Marvel que não estivesse dentre os da primeira linha da editora. Fã de ficção científica e de filmes ambientados no espaço, Perlman escolheria a versão nova dos Guardiões da Galáxia, cuja revista ainda estava à venda na época. Talvez por Thanos, que já vinha sendo preparado para se tornar o maior vilão do MCU, ser um personagem de origem espacial, Feige planejava levar os filmes da Marvel para o espaço, e os Guardiões da Galáxia pareciam uma alternativa mais apropriada do que personagens como o Surfista Prateado (cujos direitos ainda pertenciam à Fox), Adam Warlock (considerado muito complexo) ou Nova (considerado traiçoeiro por poder suscitar comparações com o Lanterna Verde, da DC). Ao saber do roteiro de Perlman, ele decidira bancar a ideia, com o projeto sendo oficialmente listado como em produção em 2012, quando as primeiras artes conceituais começariam a surgir. Pouco tempo depois, James Gunn seria anunciado como o diretor do filme, e decidiria reescrever o roteiro de Perlman, para que o filme ficasse mais adequado à sua visão. Gunn alega que reescreveu o roteiro completamente, não deixando nada do que Perlman havia criado; verdade ou não, ele e Perlman seriam creditados como co-roteiristas do filme.
O papel de Peter Quill, vulgo Senhor das Estrelas, líder da equipe, exigiria um batalhão de testes: Joel Edgerton, Jack Huston, Jim Sturgess, Eddie Redmayne e Lee Pace fariam o teste; e Zachary Levi, Joseph Gordon-Levitt, Michael Rosenbaum e John Gallagher Jr. seriam convidados, mas não aceitariam. No fim, o papel ficaria com Chris Pratt, o que causaria bastante surpresa, já que, até então, ele era conhecido como o gordinho boa-praça de Parks and Recreation, e não como um herói de filmes de ação. Pace também agradaria, e ficaria com o papel do vilão do filme, Ronan, o Acusador, comandante do exército Kree.
Dois dos integrantes da equipe seriam criados por computação gráfica, Rocky Racum, um guaxinim antropomórfico, e Groot, um ser vegetal parecido com uma árvore que anda. Inicialmente seria divulgado que os movimentos dos heróis seriam criados com captura de movimentos, mas a produtora Victoria Alonso, bem-humorada, declararia que isso não era verdade, pois "é impossível colocar uma roupa de captura de movimentos em um guaxinim, eles não deixam"; no fim, seria usada uma mistura de rotoscopia (acrescentar arte por cima de cenas filmadas) e captura de movimentos de dublês. A escolha dos atores que "interpretariam" a dupla também causaria grande surpresa: Rocky ficaria a cargo de Bradley Cooper, enquanto Groot seria dublado por ninguém menos que Vin Diesel - que não teve muito trabalho, já que tudo o que Groot sabe dizer é "eu sou Groot". Curiosamente, Diesel gravaria suas falas em vários idiomas ("eu sou Groot", "yo soy Groot", "io sono Groot", "je suis Groot", "ich bin Groot" etc.), para que o personagem tivesse sua voz na maioria das versões internacionais do filme.
Para o papel de Drax, o Destruidor, outro integrante dos Guardiões, seria escolhido o ex-lutador de MMA Dave Bautista, após recusas de Isaiah Mustafa, Brian Patrick Wade e Jason Momoa; Bautista surpreenderia a equipe de produção com seu bom humor e espontaneidade, e o papel de Drax abriria caminho para que ele consolidasse sua carreira de ator. Para fechar a equipe, no papel de Gamora, seria escolhida Zoe Saldana; a meio-irmã de Gamora e principal vilã feminina do filme, Nebulosa, ficaria com Karen Gillan, a Amy Pond de Doctor Who - que teve de raspar seus longos cabelos ruivos naturais, já que a personagem é careca, gravando um vídeo desesperada na cadeira do cabeleireiro, que viralizaria durante as filmagens. Hugh Laurie, Alan Rickman e Ken Watanabe chegariam a negociar estar no filme, mas isso acabaria não se concretizando.
Completariam o elenco Michael Rooker como Yondu Udonta, pirata espacial que cria Quill como se fosse seu filho; Djimon Hounsou como Korath, um caçador de recompensas Kree; John C. Reilly como Rhomann Dey, membro da Corporação Nova que tem um passado em comum com Quill; e Glenn Close como Irani Rael, a comandante da Corporação Nova, uma espécie de polícia espacial sediada no planeta Xandar. Após aparecerem na cena pós-créditos de Thor: O Mundo Sombrio, Benicio del Toro e Ophelia Lovibond retornariam como o Colecionador e sua assistente Carina; Alexis Denisof retorna como o Outro, braço-direito de Thanos, que faz uma pequena participação, pela primeira vez interpretado por Josh Brolin. Sean Gunn, irmão do diretor, interpreta Kraglin, imediato da nave de Yondu; Peter Serafinowicz interpreta Garthan Saal, membro da Corporação Nova; Gregg Henry interpreta o avô de Peter Quill; e Laura Haddock interpreta Meredith Quill, sua filha e mãe de Peter. Stan Lee faz uma participação especial como um mulherengo xandariano; outras participações especiais foram as de James Gunn como um alienígena, Spencer Wildling como um guarda de segurança, Lloyd Kaufman como um presidiário, Nathan Fillion como a voz de um presidiário que compra briga com os Guardiões, o cantor Rob Zombie como a voz do navegador da nave de Yondu, o compositor Tyler Bates como o piloto da nave, e Seth Green como a voz de Howard, o Pato, que aparece na cena pós-créditos. Um personagem que é da equipe principal nos quadrinhos, o cachorro Cosmo, também faz uma ponta em uma cena.
No filme, Peter Quill, nascido na Terra, é levado para o espaço e criado por Yondu Udonta e seus piratas espaciais após a morte de sua mãe, vindo a se tornar um caçador de recompensas. Um dia, ele compete com Korath pela posse da Orbe, um estranho artefato extremamente valioso, que ele não sabe para que serve - mas Ronan, comandante do exército Kree, sabe, e quer o Orbe para seus próprios propósitos. Quando tenta vender o Orbe no planeta Xandar, Quill acaba conhecendo os mercenários Rocky Racum e Groot, e sendo atacado por Gamora, filha adotiva de Thanos, que também quer o Orbe, e envia ela e Nebulosa, sua outra filha adotiva, para consegui-lo - mas, enquanto Nebulosa é fiel ao pai e planeja entregar-lhe o Orbe, Gamora o vê como uma oportunidade de se libertar do jugo do tirano. Após uma confusão, Quill, Rocky, Groot e Gamora são todos presos, e, no planeta-prisão, conhecem Drax, que quer se vingar de Thanos por ele ter dizimado seu planeta e matado sua família. Os cinco, então, decidem se unir e levar o Orbe até o Colecionador, em busca de conseguir um bom dinheiro e deixá-lo longe das mãos tanto de Thanos quanto de Ronan. Nem tudo sai como o planejado, porém.
Gunn optaria por usar maquiagem sempre que possível ao invés de efeitos de CG aplicados aos atores, o que levaria a equipe de produção a criar mais de mil próteses e dois mil moldes de alienígenas - e a fazer com que Bautista, Saldana, Gillan e Rooker ficassem horas se maquiando antes de cada sessão de filmagens, já que Drax e Gamora têm a pele verde, e Nebulosa e Yondu, azul. A equipe também criaria bustos de Rocky e Groot para marcar onde os personagens estariam a cada cena, e facilitar que os outros atores contracenassem com eles; durante as filmagens, Groot seria "interpretado" por Krystian Godlewski, e Rocky por Sean Gunn. Algumas cenas que envolviam os dois personagens tiveram de ser filmadas duas vezes, uma com os atores e os bustos, outra sem eles, para que os efeitos de CG se encaixassem melhor. A equipe também produziria um Rocky em "tamanho natural" (do tamanho que ele teria no filme), para que a equipe soubesse como ele interagiria com cada objeto da cena.
Gunn pediria para que o visual do filme remetesse aos filmes de ficção científica dos anos 1950 e 1960, com as naves espaciais tendo design retrô. Pela própria ambientação do filme, Guardiões da Galáxia seria o filme do MCU com o maior número de efeitos em computação gráfica até então, com 13 empresas trabalhando nessa área. A maior dificuldade foi criar Rocky, já que pelos são sabidamente difíceis de se criar com perfeição em CG, e, para complicar ainda mais, havia duas empresas diferentes trabalhando no personagem, que precisavam se manter em contato para garantir que as duas versões ficassem iguais.
A trilha sonora de Guardiões da Galáxia merece um parágrafo: totalmente composta por clássicos do pop dos anos 1960 e 1970, ela faz referência ao fato de que Quill foi levado da Terra em 1988, carregando consigo um walkman e uma fita cassete gravada por sua mãe, com suas músicas preferidas. A trilha sonora seria lançada em duas versões, uma com a trilha original do filme, outra apenas com as músicas que estariam na fita cassete de Quill, sendo essa também lançada em fita cassete, com arte imitando a da fita do filme. Dentre as canções da trilha estavam Hooked on a Feeling, do Blue Swede, I'm Not In Love, do 10cc, e Escape (The Piña Colada Song), de Rupert Holmes.
Guardiões da Galáxia estrearia em 21 de julho de 2014. O filme estouraria seu orçamento inicial de 170 milhões de dólares, custando 232,3 milhões - que diminuíram para 196 milhões após os Marvel Studios receberem compensações tributárias por atos realizados durante as filmagens, como reciclar seu material descartado. Mesmo com o estouro, ele seria um grande sucesso de bilheteria, rendendo 333 milhões nos Estados Unidos e 773 no mundo inteiro, o que faria com que ele fosse o terceiro filme de maior bilheteria de 2014 (atrás de Transformers: A Era da Extinção e O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos), e o terceiro filme de maior bilheteria da Marvel até então (atrás de Os Vingadores e Homem de Ferro 3). A crítica também seria extremamente favorável, com poucas críticas negativas. O filme seria indicado a dois Oscars, de Melhores Efeitos Visuais (perdido para Interestelar) e de Melhor Maquiagem e Cabeleireiro (perdido para O Grande Hotel Budapeste).
Avengers: Age of Ultron
2015
Após o sucesso de Os Vingadores, Bob Iger, o presidente da Disney, e Feige anunciariam que um segundo filme da equipe entraria em produção, para ser lançado como a culminação da Fase 2 do MCU. Joss Whedon era o preferido para dirigir também a sequência, mas não aceitaria imediatamente, principalmente por estar envolvido com a série Agents of S.H.I.E.L.D., que desenvolvia para o canal ABC. Somente na segunda metade de 2012 é que ele seria anunciado como diretor e roteirista, e declararia que planejava fazer um filme "menor e mais pessoal", não tão grandioso quanto o primeiro, pretendendo apenas contar uma boa história da equipe, sem a intenção de superar o que havia sido feito no filme anterior. Mais tarde, ele revelaria que o vilão do filme seria um dos mais importantes vilões dos Vingadores, o robô Ultron, e que o subtítulo do filme seria Era de Ultron - existe uma saga nos quadrinhos com esse nome, mas Whedon deixaria claro que o filme não seria inspirado nela, trazendo uma história totalmente original.
Para pode usar Ultron no filme, Whedon teria de fazer uma importante mudança: nos quadrinhos, o robô é uma criação de Hank Pym, personagem que estava programado para estrear no MCU apenas no filme seguinte; Whedon desejava que ele tivesse uma ligação mais profunda com os Vingadores, então, decidiria que, no filme, ele seria criado por Tony Stark e Bruce Banner. Outra mudança viria na origem de dois dos personagens novos do filme, Pietro e Wanda Maximoff, conhecidos nos quadrinhos como Mercúrio e Feiticeira Escarlate. Nos quadrinhos, ambos são membros dos Vingadores desde a segunda formação da equipe, mas também são mutantes e filhos do vilão Magneto - e tanto os mutantes quanto Magneto estavam fora da alçada dos Marvel Studios, já que faziam parte do pacote dos X-Men, cujos direitos estavam com a Fox. Whedon faria com que os poderes dos irmãos fossem decorrentes de experimentos realizados pela HIDRA usando o cetro que Loki ganhou de Thanos no primeiro filme. Mesmo tendo contornado o problema dos mutantes, os Marvel Studios não conseguiram se livrar de uma certa choradeira da Fox, que alegava ter direitos sobre os personagens, e, para provocar, incluiu Mercúrio, interpretado por Evan Peters, em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, que estrearia no mesmo ano que Vingadores: Era de Ultron. Para solucionar a disputa, os Marvel Studios ficariam com a Feiticeira Escarlate e a Fox com Mercúrio, o que significava que ele não apareceria nos filmes seguintes do MCU.
Quase todos os atores presentes em Os Vingadores e nos demais filmes do MCU ainda teriam contrato para aparecer em Vingadores: Era de Ultron, sendo a única exceção Robert Downey, Jr., que havia assinado para três filmes após Homem de Ferro, e já havia contracenado nos três; após algumas negociações durante as quais surgiriam até boatos de que ele não renovaria, Downey aceitaria renovar, mas apenas para mais esse filme. Além de Downey como Tony Stark / Homem de Ferro, retornariam Chris Evans como Steve Rogers / Capitão América, Chris Hemsworth como Thor, Mark Ruffalo como Bruce Banner / Hulk, Scarlett Johansson como Natasha Romanova / Viúva Negra, Jeremy Renner como Clint Barton / Gavião Arqueiro, Don Cheadle como James Rhodes / Máquina de Combate, Anthony Mackie como Sam Wilson / Falcão, Hayley Atwell como Peggy Carter, Idris Elba como Heimdall, Stellan Skarsgård como Erik Selvig, Cobie Smulders como Maria Hill, Samuel L. Jackson como Nick Fury, e Paul Bettany, que, além da voz de Jarvis, interpreta o androide Visão, inicialmente uma criação de Ultron, mas que acaba se tornando membro dos Vingadores. Pietro seria interpretado por Aaron Taylor-Johnson, Wanda por Elizabeth Olsen, e o vilão Ultron por James Spader, que, além de dublar sua voz, usaria a roupa de captura de movimentos para que o robô tivesse seus trejeitos. Linda Cardellini interpreta Laura, esposa do Gavião Arqueiro; Claudia Kim interpreta Helen Cho, cientista responsável pelo projeto que dá origem ao corpo do Visão; Andy Serkis interpreta Ulysses Klaue, contrabandista sul-africano que rouba vibrânio de Wakanda, sendo abordado por Ultron, que deseja o metal; Julie Delpy interpreta Madame B, responsável pelo treinamento da Viúva Negra na Rússia; Kerry Condon faz a voz de Sexta-Feira, a inteligência artificial da nova armadura do Homem de Ferro; e Thomas Kretschmann faz uma participação como o Barão Wolfgang von Strucker, cientista da HIDRA responsável pelo projeto que confere poderes aos irmãos Maximoff, repetindo sua aparição da cena pós-créditos de Capitão América 2: O Soldado Invernal. Stan Lee faz uma participação como um militar da reserva, e Josh Brolin faz uma participação como Thanos.
As filmagens ocorreriam na África do Sul, Coreia do Sul, Bangladesh e Inglaterra; as cenas ambientadas em Sokóvia, uma fictícia nação do Leste Europeu, seriam gravadas no Vale d"Aosta, Itália, com a equipe de produção tendo de substituir todas as placas que apareceriam nas cenas por versões escritas com o alfabeto cirílico. Apenas algumas poucas cenas seriam filmadas nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, incluindo as ambientadas em uma das estruturas mais impressionantes já construídas para um set de filmagens, a Torre dos Vingadores, que contaria com vários andares montados de forma a permitir as filmagens lá mesmo, sem ser necessária complementação com cenas de estúdio. Várias cenas tiveram de ser refilmadas em janeiro de 2015 porque não funcionaram bem com as plateias de teste, em especial a cena na qual Thor tem uma visão sobre as Joias do Infinito em uma caverna, que originalmente era bem mais longa e mostrava o herói sendo possuído por uma Norne, uma entidade que prevê o futuro na mitologia nórdica, e sendo interrogado por Selvig. Tom Hiddleston chegaria a gravar várias cenas como Loki, mas as plateias de teste chegariam à conclusão de que ele estava secretamente controlando Ultron, e, como Whedon não desejava que esse fosse o caso, essas cenas acabariam cortadas da versão final.
Whedon queria que a Capitã Marvel estreasse nesse filme, em uma espécie de participação especial aos moldes da que o Homem-Aranha faria em Capitão América: Guerra Civil, e chegaria a escrever a cena na qual ela seria introduzida, que teria algumas panorâmicas filmadas; Feige era contra, e conseguiu adiar os testes de elenco até se tornar impossível a participação da personagem porque não havia atriz para interpretá-la. Em uma entrevista após o lançamento do filme, Feige também revelaria que, pelo roteiro original, o jato levando o Hulk no final do filme sairia da Terra e seria avistado ao passar por Saturno; essa ideia seria descartada porque, na época, começariam a surgir rumores de que a Marvel estaria trabalhando em um filme do Hulk inspirado na saga Planeta Hulk, que não eram verdadeiros, e Feige achou que tal cena poderia significar a confirmação dos boatos - curiosamente, anos mais tarde, a Marvel realmente levaria o Hulk e seu jato para o espaço em Thor: Ragnarok, que seria parcialmente inspirado em Planeta Hulk.
Ao todo, dez empresas de efeitos visuais trabalhariam no filme, incluindo a Industrial Light & Magic, que abriria uma filial em Londres especialmente para ficar mais próxima às filmagens, e criaria um novo software de captura de movimentos, chamado Muse, especialmente para o filme. Usado para o Hulk e para Ultron, o Muse combinava duas tecnologias já existentes, a da captura de movimentos e a da captura de expressões faciais, fazendo com que os personagens digitais se tornassem muito mais parecidos com os atores que os interpretavam do que se ambos os processos fossem aplicados separadamente.
Assim como Guardiões da Galáxia, Vingadores: Era de Ultron estouraria seu orçamento inicial de 400 milhões de dólares, custando algo entre 444 e 495 milhões, dependendo de pra quem vocês perguntem; mais uma vez, porém, os Marvel Studios receberam parte desse dinheiro de volta, com o orçamento final do filme fechando em 365,5 milhões - ainda assim, o suficiente para que ele seja, até hoje, o segundo filme mais caro da história, atrás apenas de Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, de 2011, também da Disney, que custou 379 milhões. Felizmente para a Disney, Era de Ultron seria um gigantesco sucesso de público, rendendo 495 milhões apenas nos Estados Unidos e 1,4 bilhão de dólares no mundo inteiro, se tornando o quinto filme de maior bilheteria da história. A crítica, por outro lado, apesar de receber bem o filme, não ficaria tão entusiasmada, considerando-o uma sequência bem realizada, mas inferior ao primeiro filme.
Vingadores: Era de Ultron estrearia em 13 de abril de 2015; a procura por ingressos seria tão grande que alguns cinemas começariam a pré-venda com mais de um mês antecedência, em 2 de março, estabelecendo um novo recorde - de fato, o hype em torno do filme seria tão grande que o canal norte-americano TNT negociaria com a Disney um contrato de exclusividade para sua exibição na TV a cabo dos Estados Unidos, que começaria a valer dois anos após a data da estreia, mas seria assinado em setembro de 2014, sete meses antes dessa estreia. Mesmo se tornando um evento desse tamanho, a Marvel decidiria que Vingadores: Era de Ultron não encerraria a Fase 2; mais um filme dessa fase seria lançado depois dele, para, aí sim, começar a Fase 3.
Série Universo Cinematográfico Marvel |
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