É claro que não podemos apontá-lo como o único culpado, mas eu sempre achei que essa coisa de considerar super-heróis como apropriados para crianças de todas as idades tem a ver com o desenho dos Super Amigos. Para quem não sabe, os Super Amigos eram um grupo reunindo os principais heróis da DC, como Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha, Flash e Lanterna Verde, que combatiam a Legião do Mal, por sua vez formada pelos maiores inimigos destes heróis, como Lex Luthor, Brainiac, Sinestro, Gorila Grodd e Solomon Grundy. Produzido pela Hannah-Barbera entre 1973 e 1986, e exibido aqui no Brasil desde a década de 1970, o desenho, totalmente apropriado às crianças, e no estilo de outros desenhos de super-heróis da Hannah-Barbera, como Space Ghost, fez parte da infância de muitos de nós, ajudando a pavimentar a estrada que leva à crença de que tudo o que contêm um super-herói é automaticamente voltado para crianças.
O desenho dos Super Amigos era, como muitos podem imaginar, uma versão animada da Liga da Justiça, equipe que, nos quadrinhos, reunia os prinicpais heróis da DC, e da qual a Hannah-Barbera adquiriu os direitos no início da década de 1970. Mesmo sendo um título já bastante popular, o desenho ajudou a popularizá-lo ainda mais, principalmente entre aqueles que não eram fãs de quadrinhos. Tanto que, até hoje, poucos que não tenham contato com o mundo dos quadrinhos sabem que a Marvel também tem um grupo semelhante, chamado Os Vingadores. Pois é. o tema de hoje não é os Super Amigos nem a Liga da Justiça, mas os Vingadores, apesar da volta enorme que eu tive de dar para chegar até aqui.
Mas esta volta até que possui uma justificativa, já que, de certa forma, os Vingadores foram criados para "combater" a Liga da Justiça. Lançada em 1960, a revista da Liga era um fenômeno de vendas, e muitos atribuíam este sucesso à possibilidade de se encontrar em um único título todos os principais heróis da DC. Não era uma suposição infundada: a cada mês, a Marvel, principal concorrente da DC, recebia mais e mais cartas de leitores que adoravam quando algum herói da editora fazia uma "participação especial" na revista de outro, e pedindo mais histórias deste tipo. Como Stan Lee nunca foi de deixar passar oportunidades como esta, ele imediatamente reuniu uma equipe (de roteiristas e desenhistas, não de super-heróis), e começou a trabalhar em uma revista que mostrasse não somente um herói Marvel combatendo vilões, mas vários deles agindo juntos contra uma ameaça em comum.
O ano era 1963, e a Marvel ainda tinha poucos heróis de renome se comparada à DC - futuros sucessos da editora, como os X-Men, Demolidor, Motoqueiro Fantasma e Surfista Prateado só seriam criados mais tarde. Assim, Stan Lee decidiu pegar todos os que estavam fazendo sucesso em suas revistas solo, com exceção do Quarteto Fantástico, que já era uma equipe, e do Homem-Aranha, que era considerado pelo próprio Stan Lee como um solitário, que jamais se enquadraria em um time. Isto faria com que a primeira formação dos Vingadores tivesse o Homem de Ferro, lançado em março de 1963; o Homem-Formiga, de setembro de 1962; Thor, de agosto de 1962; o Hulk, de maio de 1962; e a Vespa, namorada do Homem-Formiga, aparentemente porque a equipe precisava de um toque feminino.
Os Vingadores fizeram sua estréia na primeira edição de sua própria revista, The Avengers (que trazia o nada humilde subtítulo "os maiores heróis da Terra", apelido pelo qual a equipe é conhecida até hoje), de setembro de 1963. Em sua primeira história, o grupo tinha de enfrentar Loki, o meio-irmão malvado de Thor, que, buscando se vingar do Deus do Trovão, iludiu o Hulk para que ele atacasse uma estrada-de-ferro, e Rick Jones para que este enviasse um chamado de rádio pedindo a ajuda de Thor. Como os fãs da Marvel sabem, Hulk é mais forte que Thor, então Loki esperava que o irmão fosse tomar uma bela surra.
Para infelicidade do Deus da Trapaça, porém, não somente Thor atendeu ao chamado, mas também o Homem de Ferro, o Homem-Formiga e a Vespa. Após resolver um pequeno mal-entendido, os quatro heróis decidiram agir juntos, e seus poderes combinados foram suficientes não somente para deter o Hulk, mas também para convencê-lo de que Loki era a verdadeira ameaça. Juntos, os cinco enfrentam o vilão, e o enviam de volta para Asgard debaixo de paulada. Animado por combater ao lado de colegas super-heróis, o Homem-Formiga sugere que eles se tornem uma equipe permanente, e a Vespa sugere o nome Vingadores, por ser ao mesmo tempo animado e dramático. Os cinco então se tornam os membros fundadores da equipe, e assumem o compromisso de sempre agir juntos contra desafios que nenhum herói sozinho conseguiria vencer.
No início (até o número 6), a revista era bimestral, e suas histórias eram afetadas pelo que acontecia nas revistas solo dos membros da equipe. Isto causou mudanças na equipe já na segunda edição, quando o Homem-Formiga mudou seu nome para Gigante (não, não era uma piada infame: o alter ego do Homem-Formiga, Dr. Henry Pym, possuía o poder de alterar a massa do próprio corpo, mudando de tamanho; primeiro ele decidiu usar este poder para ficar bem pequenininho, se tornando o Homem-Formiga; depois ele achou que seria melhor se ele ficasse bem grande, se tornando o Gigante - o nome dos heróis em inglês, Ant-Man e Giant-Man, é que é uma espécie de trocadilho), e o Hulk decide deixar a equipe, chateado pelos outros estarem sempre preocupados com sua instabilidade emocional. Deter o Hulk quando este tinha algum acesso de raiva, aliás, era um tema recorrente nas primeiras histórias dos Vingadores, e foi uma destas ocasiões que levou a equipe a enfrentar o Príncipe Submarino e a encontrar aquele que se tornaria o eventual líder da equipe, o Capitão América.
Stan Lee já vinha buscando uma forma de integrar o Capitão América ao Universo Marvel - afinal, o personagem era de propriedade da editora, como todos os demais heróis da Timely, a quem a Marvel sucedeu, e nos anos 40 foi extremamente popular. A criação de uma equipe à qual o Capitão pudesse se integrar, partindo depois para sua própria revista solo, parecia a oportunidade perfeita. Assim, no número 4 da revista dos Vingadores, os heróis o encontram em animação suspensa, congelado no ártico após uma missão mal-sicedida nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial. Os Vingadores acolhem o Capitão América, e o ajudam a se adaptar a um mundo vinte anos mais moderno do que ele estava acostumado. Stan Lee também aproveitou a "ressurreição" do Capitão para colocar os Vingadores contra um de seus antigos inimigos, o Barão Zemo, que fundou sua própria equipe de supervilões, chamada de Mestres do Mal.
A equipe sofreria mais uma reviravolta na edição 16, de maio de 1965, quando os quatro membros fundadores decidem deixar a equipe, e o Capitão América recruta três ex-vilões para assumir seu lugar: o Gavião Arqueiro e os mutantes Feiticeira Escarlate e Mercúrio, ex-membros da Irmandade e filhos de Magneto. Roy Thomas assumiria os roteiros na edição 35, em 1966, e, sob a sua batuta, Henry Pym retornaria com o nome de Golias, trazendo com ele a Vespa, e a equipe ganharia como novos membros Hércules, o Pantera Negra, o Cavaleiro Negro e o andróide - aliás, sintetizóide - Visão, ex-aliado de um dos maiores oponentes do grupo, o robô Ultron, que o enviara para destruir Golias e a Vespa. Também no final da década de 1960, os Vingadores adquirem seu mais famoso quartel-general, a Mansão dos Vingadores, doada por Tony Stark, alter ego do Homem de Ferro, que financiava a equipe secretamente. Junto com a Mansão, os Vingadores ganham um mordomo, Jarvis, sempre pronto para ajudar a equipe apesar de não ter superpoderes.
Thomas continuaria escrevendo as histórias dos Vingadores até 1972, criando o Esquadrão Supremo, uma espécie de homenagem à Liga da Justiça, e uma história em dez partes envolvendo a guerra entre os Kree e os Skrull, com a participação especial do Capitão Marvel, ao final da qual os Vingadores se separam, graças a ardilosos Skrulls que se disfarçam de Capitão América, Homem de Ferro e Thor - para quem não sabe, os Skrulls têm a capacidade de mudar de forma. A equipe se uniria novamente na edição número 100, de junho de 1972, com o retorno de todos os membros originais, inclusive o Hulk. Thomas também foi o responsável pelo surgimento do romance entre Visão e a Feiticeira Escarlate, uma espécie de subtrama que pontuaria as histórias dos Vingadores nos anos seguintes.
Steve Englehart assumiria na edição 105, e ficaria responsável pelo título até a 152, de outubro de 1976. Em sua época, a equipe ganharia cinco novos membros, a Viúva Negra, a Serpente da Lua, Mantis, o ex-X-Men Fera, e o ex-vilão Espadachim, inicialmente um espião do Mandarim infiltrado, mas que acabou passando para o lado do bem. Mantis acaba sendo protagonista de uma saga que envolve viagens no tempo e o vilão Kang, o Conquistador, durante a qual é revelado que o corpo do Visão pertencia anteriormente ao Tocha Humana original. Ao final desta saga, Visão e a Feiticeira Escarlate se casam; graças a seus poderes mutantes de alterar a realidade, ela teria dois filhos, mesmo com ele não sendo humano.
Após cinco edições escritas por Gerry Conway, a revista seria assumida por Jim Shooter, responsável por uma nova saga onde os Vingadores enfrentariam o vilão Korvac, um ciborgue que ganhou poderes quase divinos ao se conectar ao sistema da nave de Galactus. Shooter também escreveu a clássica história A Noiva de Ultron, na qual o robô-vilão obriga Pym a transferir a mente da Vespa para um robô chamado Jocasta; e criou o vilão Henry Peter Gyrich, contato dos Vingadores com o governo, que na verdade odeia super-heróis, e acaba criando diversas dificuldades para a equipe ao exigir que eles cumpram regras rígidas para não perder o apoio governamental.
Shooter escreveria os Vingadores até 1978, quando seu lugar seria assumido primeiro por Tom DeFalco, depois por David Michelinie, e retornaria para 1981 e 1982. Durante a época de Michelinie, a equipe ganharia três novos membros, Miss Marvel, o ex-vilão Magnum, e o Falcão, ex-parceiro do Capitão América. Gyrich obrigaria a equipe a ter um número limite de sete membros, e exigiria que o Falcão fosse um deles, para que os Vingadores tivessem um representante negro; revoltado, o herói não aceitou, só passando a fazer parte da equipe quando recrutado para enfrentar o vilão Scorpio pelo seu talento, não pela cor de sua pele.
No início de seu segundo "mandato", Shooter criaria uma saga envolvendo Henry Pym; ao notar que o personagem mudava freqüentemente de nome, uniforme e modo de usar os poderes, o roteirista decidiu que isto podia ser um sintoma de crise de identidade e complexo de inferioridade. Instigado pelo vilão Cabeça-de-Ovo, Pym se separa da Vespa, cria caso com o restante da equipe, e acaba preso, acusado de tentar roubar um carregamento de adamantium. Pym recuperaria seu prestígio em uma nova saga, escrita por Roger Stern, que assumiria a revista em 1983 e nela ficaria em 1987; nela, Pym descobre a artimanha do Cabeça-de-Ovo, derrota não somente o vilão, mas também a nova formação dos Mestres do Mal, prova sua inocência, e ganha novamente o respeito de seus colegas Vingadores. Incapaz de se reconciliar com a ex-esposa, porém, ele decide abandonar a carreira de super-herói, e se dedicar a ser apenas um cientista.
No início da década de 1980, os Vingadores mais uma vez ganhariam novos membros, desta vez a Capitã Marvel, Tigra, a Mulher-Hulk e Starfox. A equipe também ganharia seu primeiro spin-off, os Vingadores da Costa Oeste, que estrearam na minissérie em quatro partes West Coast Avengers, de setembro a dezembro de 1984, também escrita por Stern, e que trazia as aventuras de uma nova equipe, sediada em Los Angeles (a equipe principal, como a maioria dos heróis Marvel, era sediada em Nova Iorque) e composta pelo Gavião Arqueiro, Homem de Ferro (que na época não era Tony Stark, mas Jim Rhodes, que mais tarde se tornaria o Máquina de Combate), Harpia, Tigra e Magnum.
Os Vingadores da Costa Oeste ganharam sua própria série mensal em outubro de 1985. Escrita por Englehart, a série mostraria uma equipe mais irreverente que a original, com um tom mais humorístico em suas histórias. Henry Pym, que atuava como consultor do grupo, teve um colapso nervoso e entrou em depressão, mas foi salvo com a ajuda de Asa de Fogo, que acabou entrando para a equipe, assim como o Cavaleiro da Lua, efetivado após uma saga onde os membros dos Vingadores da Costa Oeste são separados e espalhados por diversos pontos do tempo. Enquanto isso, na Costa Leste, Stern seria substituído por Ralph Macchio (que não é o Daniel San de Karate Kid, mas um homônimo), depois por Walt Simonson, e então por John Byrne, que assumiria ambas as revistas dos Vingadores em 1989. Byrne seria responsável por mais uma reviravolta na vida dos heróis, ao escrever uma saga na qual o Visão enlouquece e tenta dominar o mundo, e a Feiticeira Escarlate descobre que seus filhos com o sintetizóide são na verdade ilusões. Byrne também traria o Agente Americano e o Tocha Humana original para a equipe da Costa Oeste; na Costa Leste, ainda na época de Stern, Namor e o Dr. Druida se uniriam aos Vingadores, e na edição 300, de fevereiro de 1989, escrita por Macchio e Simonson, Gilgamesh, o Sr. Fantástico e a Mulher Invisível também se tornariam Vingadores.
A década de 1990 foi bastante turbulenta para os Maiores Heróis da Terra. Por idéia de Byrne, as revistas dos Vingadores da Costa Leste e Oeste passaram a apresentar histórias interligadas, sem que as duas equipes tivessem membros fixos, com os personagens de uma equipe aparecendo na revista da outra. A primeira saga neste estilo foi a continuação da história onde a Feiticeira Escarlate descobre que seus filhos são ilusões, enlouquece, se torna uma vilã, e acaba seqüestrada primeiro por Magneto, depois pelo vilão Immortus, que planeja utilizar seus poderes para apagar cursos de tempo indesejáveis para o futuro da humanidade, o que faz com que os Vingadores tenham de viajar até o Limbo para salvá-la. Nesta época, a revista da Costa Oeste passou a ser escrita por Roy Thomas, que incluiu como novos membros a segunda Mulher Aranha, o Falcão de Aço, o Homem-Máquina e o Relâmpago Vivo, enquanto a equipe da Costa Leste seria reforçada por Quasar, Sersi, o Homem-Aranha e o Homem-Areia. Depois de Byrne, a revista da Costa Leste foi assumida por Fabian Nicieza, Larry Hama, e finalmente Bob Harras, que decidiu voltar ao esquema de uma equipe fixa, com poucos personagens, trazendo como novos membros a inumana Cristalys e o Trovejante.
Em 1992 aconteceu a Operação Tempestade Galática, uma saga em 19 partes que se espalhou por quase todos os títulos Marvel. Depois disso, Terry Kavanaugh e depois Mark Waid assumiriam os roteiros dos Vingadores. Na Costa Oeste, ainda dava tempo para mais uma saga, na qual os Vingadores enfrentaram Mefisto para salvar a Harpia. Depois disso, a equipe foi desfeita, e alguns de seus membros formaram a nova equipe Força Tarefa. A revista dos Vingadores da Costa Oeste seria cancelada em janeiro de 1994, após uma minissérie de 4 edições, 102 edições mensais e 8 especiais anuais.
Por incrível que pareça, a revista original dos Vingadores não teria vida muito mais longa. Em setembro de 1996, após 402 edições mensais, 23 especiais anuais e 5 especiais gigantes, além de alguns outros especiais isolados, a revista seria interrompida por causa da saga Heróis Renascem. Para quem não está familiarizado, aconteceu mais ou menos o seguinte: no início da década de 1990, vários dos roteiristas e desenhistas da Marvel e da DC deixaram seus empregos para fundar uma nova editora, a Image Comics. Como muitos deles eram considerados os melhores por boa parte dos fãs, e como já havia uma demanda por novidades no mundo dos super-heróis, as revistas da Image começaram a vender que nem água. Para contra-atacar, a Marvel adotou uma estratégia de marketing agressiva, que envolvia lançar dezenas de novos títulos de personagens que já tinham pelo menos duas revistas (The Sensational Spider-Man me vem à mente) e sagas que obrigassem os leitores a comprar pelo menos umas dez revistas (como a já citada Operação Tempestade Galática). Curiosamente, este cenário levou a um boom especulativo, no qual alguns "leitores" compravam as revistas que achavam que poderiam valer um bom dinheiro no futuro e sequer as tiravam do plástico, tentando mantê-las no melhor estado de conservação possível, para tentar revender por uma fortuna depois. Se no início isso foi bom, já que levou à venda de milhões de edições, muito dinheiro para a Marvel, DC e Image e para os donos de lojas especializadas em quadrinhos, quando os "especuladores" perceberam que jamais conseguiriam vender suas "preciosidades" por preços maiores do que os que pagaram, o efeito foi devastador: centenas de revistas começaram a encalhar, dezenas de lojas tiveram de fechar suas portas, e a Marvel se viu à beira da falência.
Diante disso, para recuperar o prestígio, a Marvel decidiu cancelar diversos de seus títulos secundários (talvez os Vingadores da Costa Oeste estivessem dentre eles), e investir em uma estratégia bastante arriscada: chamou Jim Lee e Rob Liefeld, dois de seus ex-desenhistas que haviam debandado para a Image, para reformular o Universo Marvel. Após mais uma enorme saga, onde todos os heróis Marvel enfrentam o vilão Massacre, o Quarteto Fantástico e os Vingadores são mortos, para "renascer" em novas revistas, com as do Quarteto e do Homem de Ferro a cargo de Lee, e as dos Vingadores e do Capitão América a cargo de Liefeld.
Recontando a origem desses heróis como se eles tivessem ganhado seus poderes na época atual, a saga Heróis Renascem durou exatamente um ano, ou 13 edições. Dizem que isso estava planejado desde o início, mas na época muitos levaram um grande susto quando foi revelado que na verdade a "morte" e "renascimento" dos heróis havia sido efeito dos poderes de Franklin Richards. Tudo esclarecido, todos "ressucitaram" milagrosamente, e a revista dos Vingadores (bem como as do Quarteto Fantástico, Capitão América e Homem de Ferro) seria relançada. Ao invés de continuar com a numeração, porém, a Marvel decidiu recomeçar do número 1. Pelo menos até a edição 84, que equivaleria à 499 se a numeração original tivesse sido mantida; depois dessa veio a edição 500, e essa numeração continuou até a edição 503, de dezembro de 2004, quando a revista foi cancelada de novo, após 88 edições mensais, 4 especiais anuais e mais alguns outros especiais e minisséries.
Antes deste cancelamento, a revista teve roteiros de Kurt Busiek, que escreveu uma saga envolvendo viagens no tempo, e trouxe para a equipe como novos membros Justiça, Flama, Triatlo e Garra de Prata. Busiek foi sucedido por Geoff Johns, que concluiu uma saga onde os Vingadores enfrentavam Kang, e acrescentou o Valete de Copas e o segundo Homem-Formiga à equipe. Depois veio Chuck Austen, que trouxe a Capitã Britânia, e Brian Michael Bendis, responsável pelo cancelamento da revista ao escrever a saga A Queda, onde a Feiticeira Escarlate, ainda sob o efeito do trauma de perder seus filhos, perde o controle sobre seus poderes e quase destrói o mundo.
Depois da Queda, a equipe se separou de vez, mas uma tentativa de fuga de vários supervilões de uma prisão especial levou o Homem de Ferro a reunir uma nova equipe, à qual ele chamou de Novos Vingadores. Originalmente a equipe era formada pelo próprio Homem de Ferro, mais Luke Cage, Ronin, o Sentinela, o Homem-Aranha, a Mulher-Aranha original e Wolverine, mas depois passou pelo entra-e-sai característico dos Vingadores, chegando a ter dentre seus membros o Capitão América, Ares, a Viúva Negra, a Vespa, Magnum, Miss Marvel, Dr. Estranho, o Punho de Ferro e o Gavião Arqueiro. Atualmente, estes novos vingadores podem ser vistos em duas revistas, New Avengers, de janeiro de 2005, atualmente na edição 45, e Mighty Avengers, de maio de 2007, atualmente na edição 17. No Brasil, os Vingadores podem ser encontrados nas revistas Os Novos Vingadores e Avante, Vingadores! ambas publicadas pela Panini.
A mais recente saga envolvendo os Vingadores não tem a ver com quadrinhos: trata-se de um muito comentado filme, planejado para chegar aos cinemas em 2011, e que traria uma equipe composta pelo Homem de Ferro, Hulk, Thor, Capitão América, Homem-Formiga e Vespa, enfrentando um vilão inédito, mas ainda indeterminado. A Marvel faz questão que Robert Downey Jr. e Edward Norton repitam os papéis de Tony Stark e Bruce Banner, bem como os atores que interpretarem Thor, Capitão América e Homem-Formiga, cujos filmes devem estrear antes do dos Vingadores, no que eu acho que eles estão muito certos. Apesar de duas cenas nos filmes do Homem de Ferro e do Hulk já servirem como preparação para o filme dos Vingadores, tudo ainda é meio nebuloso, já que nem um diretor o projeto tem ainda - Jon Favreau chegou a ser cogitado e demonstrou interesse, mas, como Homem de Ferro 2 estréia um ano antes, é incerto se ele conseguirá trabalhar em ambos os projetos. Como fã da equipe, eu já espero ansiosamente pela estréia, e espero que os Vingadores não façam feio no cinema. Afinal, os Maiores Heróis da Terra merecem sair dos quadrinhos em grande estilo.
Gostei desse histórico. Eu "parei" no tempo aodeixar de ler hq's de super-heróis há anos e agoro volto a me interessar pelos Vingadorespor causa da excelente série animada que passa no canal Disney XD.
ResponderExcluirGostei do seu post em relação ao timeline da Marvel. Lembro muito bem do período conturbado da saga Massacre. Foi chocante pra todos. Agora esperamos ansiosamente pela resolução de "Os Vingadores" nos cinemas, coisa bem mais concreta recentemente, já que Mark Ruffalo tomou o lugar de Edward Norton, o resto do elenco manterá o original e a Viúva Negra atuará ao lado deles. Enquanto as revistas, parei de vez. Viverei de heróis de cinema, mesmo. usarei seu link no meu blog para divulgar o seu. Abraço.
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