2ª temporada
2018
Luke Cage seria renovada para uma segunda temporada em dezembro de 2016, mas sua produção teria de esperar até a conclusão da produção de Os Defensores. O showrunner Cheo Hodari Coker aproveitaria esse tempo para estudar qual seria a melhor forma de avançar a história de Cage; segundo ele, ele desejava que as duas temporadas tivessem um paralelo com os dois primeiros álbuns da banda de hip hop A Tribe Called Quest: todo mundo adorou o primeiro, mas, quando saiu o segundo, as pessoas viram que eles haviam elevado ainda mais o nível, usando os mesmos sons, mas de uma forma muito mais intensa e profunda.
Assim como Rosenberg em Jessica Jones, Coker não queria utilizar elementos de nenhuma saga em especial dos quadrinhos, por achar que os personagens da série já tinham vida própria e deveriam seguir seu próprio caminho; ele faria, porém, algumas referências aqui e ali a duas séries dos quadrinhos estreladas por Cage, Luke Cage: Herói de Aluguel, na qual Cage decide se tornar uma espécie de herói mercenário, vendendo seus serviços para realizar atos heroicos em troca de dinheiro, e Power Man and Iron Fist, revista dos anos 1970 na qual Luke Cage fazia dupla com o Punho de Ferro, considerada a responsável por popularizar ambos os personagens. Mike Colter, intérprete de Cage, declararia ser muito mais fácil criar as histórias agora que todos já sabiam quem era Cage e como ele se portava, e que seria interessante ver o herói com uma nova visão sobre a vida e sem ter de lidar com problemas envolvendo o sistema judiciário. Coker declararia que gostaria de aproveitar a segunda temporada não somente para desenvolver o personagem Luke Cage, mas também se aprofundar nas histórias e no desenvolvimento de Mariah Dillard e de Misty Knight.
Ambientada um período de tempo não especificado após Os Defensores - aliás, ao contrário do que ocorreu em Jessica Jones, os eventos da minissérie foram importantíssimos para Cage e Misty - a segunda temporada de Luke Cage traz Cage, que já pagou integralmente sua dívida com a justiça, vivendo como um herói, reconhecido e admirado nas ruas do Harlem; um aplicativo de celular permite que as pessoas registrem quando e onde o viram, o que faz com que qualquer um com o app saiba onde ele está a cada momento, e D.W. Griffith transforma a barbearia do Pop em uma espécie de loja oficial do merchandising de Cage, lucrando com a venda de camisetas, bonés, e, principalmente, agasalhos de moletom ao estilo dos usados pelo herói. Cage, inicialmente, não se encontra confortável com sua nova notoriedade, se tornando uma espécie de herói relutante, mas acaba convencido a ganhar dinheiro com seus dons, fazendo aparições na TV e comerciais de produtos como tênis e roupas esportivas.
Além de ter de lidar com a fama, Cage ainda receberá a visita de seu pai, o Reverendo James Lucas, com quem ele nunca teve uma boa relação, que viaja a Nova Iorque disposto a fazer as pazes com o filho. Quem também não tem vida fácil é Misty, que, após os eventos de Os Defensores, se viu aposentada da polícia contra sua vontade e tendo de reaprender a lidar com várias situações do dia a dia; ela consegue convencer o novo chefe de polícia a deixá-la voltar a trabalhar como consultora, mas não consegue se ver longe da ação, frequentemente aparecendo em locais de crime e se envolvendo nas missões de Cage.
Enquanto isso, após a derrota de Boca de Algodão, Mariah Dillard se consolidou como a chefe da família Stokes, contando com a ajuda de Shades, agora seu amante. Mas ela planeja deixar o mundo do crime para trás, vendendo todos os seus negócios escusos para ganhar ainda mais dinheiro com uma compra e venda de ações que se valerá de informação privilegiada. Entretanto, a vida de Mariah - e de Cage - se tornará muito mais difícil com a chegada a Nova Iorque de John McIver, apelido Bushmaster, jamaicano que tem um passado em comum com Mariah, quer arruiná-la e tomar seu império para si, e, em um misto de descrédito em relação a Cage também ser inimigo da criminosa e inveja de sua popularidade no Harlem, deseja também derrotar Cage e acabar com sua carreira heroica. Através de um preparado de ervas jamaicanas, Bushmaster consegue se tornar quase tão forte e invulnerável quanto Cage, o que o transforma em um adversário temível.
Do elenco principal, retornam Mike Colter como Luke Cage, Rosario Dawson como Claire Temple, Simone Missick como Misty Knight, Alfre Woodard como Mariah Dillard, e Theo Rossi como Hernan Alvarez / Shades. A eles se unem Mustafa Sakhir como John McIver / Bushmaster; Gabrielle Dennis como Tilda, filha de Mariah, que não quer ter nada a ver com o império criminoso da mãe, e se envolve na bagunça por ser dona de uma farmácia de manipulação onde Bushmaster vai para encontrar as ervas de que necessita; e Reg E. Cathey como o Reverendo Lucas (interpretado na primeira temporada, em flashbacks, por um stand in, ator não creditado que não mostra o rosto). Esse seria o último papel de Cathey, que faleceria durante as filmagens, mas já tendo concluído todas as suas cenas, de câncer no pulmão, aos 59 anos, e seu segundo envolvimento com os heróis Marvel, já que ele havia interpretado o Dr. Franklin Storm em Quarteto Fantástico, de 2015; a Marvel dedicaria a temporada ao ator, com um crédito especial no último episódio. Também vale citar que, depois de ficar de fora das duas anteriores, essa seria a última temporada de uma Série Marvel da Netflix com a presença de Claire Temple.
Dentre os personagens recorrentes, retornam Bobby Fish (Ron Cephas Jones), D.W. Griffith (Jeremiah Richard Craft), Ben Donovan (Danny Johnson), Sugar (Sean Ringgold), agora motorista de Mariah, Alex Wesley (John Clarence Stewart), Lonnie Wilson (Darius Kaleb), Patricia Wilson (Cassandra Freeman), Connie Lin (Jade Wu), Mark Bailey (Justin Swain), Comanche (Thomas Q. Jones), Joel Spurlock (Sedly Bloomfield), Priscilla Ridley (Karen Pittman), Mama Mabel (LaTanya Richardson Jackson), Pistol Pete (Curtiss Cook) e Thembi Wallace (Tijuana Ricks). Rafael Scarfe (Frank Whaley) aparece em um flashback. Foggy Nelson (Elden Henson), Blake Tower (Stephen Rider) e Turk Barret (Rob Morgan), de Demolidor, fazem pequenas participações especiais, assim como Hai-Qing Yang (Henry Yuk), de Punho de Ferro, enquanto Finn Jones como Danny Rand / Punho de Ferro, e Jessica Henwick como Collen Wing participam de um episódio inteiro cada, ambos creditados como "ator/atriz especialmente convidado(a)". E a foto de Stan Lee é a mesma da segunda temporada de Jessica Jones, em uma propaganda do escritório de advocacia Forbush & Associates, dessa vez em um cartaz colado ao lado da porta de uma loja.
Os novos personagens recorrentes incluem o novo chefe de polícia, Tom Ridenhour (Peter Jay Fernandez), que não gosta dos métodos de Cage e não gosta que Misty se envolva com as investigações; Nandi Tyler (Antonique Smith), policial que foi colega de escola de Misty e tomou seu lugar após sua aposentadoria precoce; Tomás Ciancio (Rey Lucas), amigo de Misty que é detetive no Brooklyn; Raymond Jones, apelido Piranha (Chaz Lamar Shepherd), figurão de Wall Street que fornece informações privilegiadas para Mariah e é obcecado por Cage; Sheldon (Kevin Mambo), amigo de infância e braço direito de Bushmaster; Paul MacIntosh, apelido Anansi (Sahr Ngaujah), tio de Bushmaster, que é contra seu sobrinho buscar vingança; Ingrid MacIntosh (Heather Alicia Simms), esposa de Anansi e dona de um restaurante jamaicano no Brooklyn; Stephanie Miller, apelidada por Mariah de Billie (Tarah Rodgers), jamaicana que se torna a nova hostess do Harlem's Paradise; Arturo Rey III, apelido El Rey (Otto Sanchez), traficante de drogas que usa uma loja de móveis como fachada e para lavar dinheiro; Dontrell Hamilton, vulgo Barata (Dorian Missick), criminoso que se acha mais importante do que é, implica com Misty e passa a ser vigiado por Cage por espancar a mulher e o filho; Mark Higgins (Jeorge Watson), dono da Plásticos Atreus, em quem Mariah pretende dar o golpe da informação privilegiada; Andre Jackson, apelido Ray-Ray (Los Jones), assistente de Shades; Janis Jones (LaTonya Borsay), mãe de Comanche; e Rosalie Carbone (Annabella Sciorra), a chefe da máfia italiana em Nova Iorque.
Assim como na primeira temporada, vários músicos reais se apresentam no Harlem's Paradise, incluindo Faith Evans, Joi & D-Nice, Gary Clark Jr., Esperanza Spalding, Christone "Kingfish" Ingram, Ghostface Killah, Stephen Marley, Jadakiss, KRS-One, e Rakim. O escritor e pedagogo Jelani Cobb também aparece como ele mesmo, dando uma entrevista na TV sobre Cage, assim como os jornalistas esportivos Michael Smith, Jemele Hill e Stephen A. Smith. Logo no início da temporada, há uma sequência na qual Cage e Claire estão curiosos quanto à extensão de seus poderes, e Bobby Fish arruma para que Cage faça um teste no complexo esportivo do time de futebol americano fictício Harlem Jets, cujo técnico, que supervisiona o teste, é Todd Bowles, ex-jogador de futebol americano e atual técnico dos Tampa Bay Buccaneers, na época técnico dos New York Jets. A primeira opção de Coker para essa participação especial seria David Shaw, técnico do time de futebol americano da Universidade de Stanford, que foi seu colega de quarto na faculdade, mas Shaw estava ocupado recrutando jogadores na Califórnia; Coker, então, abordou Herm Edwards, ex-técnico dos New York Jets, que também não pôde aceitar e indicou Bowles - que pareceu não se importar em ter sido a terceira opção, declarando em entrevistas ter se divertido pra valer durante as filmagens.
A segunda temporada de Luke Cage seria a primeira de uma série Marvel da Netflix a não ser totalmente filmada em Nova Iorque, tendo cenas de flashback da infância e juventude de Bushmaster filmadas em Kingston, capital da Jamaica. Como fez na primeira temporada, Coker mais uma vez deu a cada episódio o nome de uma música, mesmo que o título não se encaixasse perfeitamente com o enredo; dessa vez, cada episódio teria o nome de uma canção da dupla Pete Rock & CL Smooth. Como ocorreu na primeira temporada, a música teve papel de destaque nos episódios, com dessa vez os diretores musicais Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad, também responsáveis pela temporada anterior, focando bastante no blues e no reggae, para marcar o conflito entre Mariah e Bushmaster.
Todos os 13 episódios da temporada mais uma vez estreariam no mesmo dia, 22 de junho de 2018. Segundo a Netflix, embora, como de costume, ela não tenha divulgado nenhum número oficial, a segunda temporada foi um sucesso de audiência ainda maior que a primeira. Dentre a crítica, isso pôde ser comprovado, com a maioria dos críticos elogiando a atuação de Woodard, o enredo consistente, o antagonista apropriado e charmoso, e considerando a segunda temporada bem superior à primeira, apesar de ainda apontarem problemas no ritmo dos episódios. Mas, apesar de todas as críticas positivas, e mesmo com a temporada terminando com um final aberto, a Netflix decidiria não renovar a série para uma terceira temporada, oficialmente cancelando-a em 19 de outubro de 2018.
Iron Fist
2ª temporada
2018
Após os eventos de Os Defensores, Danny decide abrir mão de uma participação ativa na Rand, deixando o comando da empresa com Ward e Joy, e ir morar em Chinatown com Colleen, que está trabalhando num centro de acolhimento de voluntários. Seus poderes de Punho de Ferro se mostram necessários quando as duas maiores gangues de Chinatown, os Tigres Dourados e os Carniceiros, entram em guerra pelo controle da região. Enquanto Danny tenta manter a paz com porrada, Davos trama um plano secreto para roubar dele o poder do Punho de Ferro, por se considerar mais digno de portá-lo que o amigo e rival.
O elenco principal conta com Finn Jones como Danny Rand / Punho de Ferro, Jessica Henwick como Colleen Wing, Tom Pelphrey como Ward Meachum, Jessica Stroup como Joy Meachum, Sacha Dhawan como Davos, Simone Missick como Misty Knight, que investiga o envolvimento de Danny na guerra das gangues, e Alice Eve como Mary Walker, detetive particular contratada por Joy para bisbilhotar a vida de Danny, inspirada na vilã dos quadrinhos Mary Tifóide. Os personagens recorrentes que retornam são Lei Kung (Hoon Lee), o Dr. Paul Edmonds (Murray Barlett) e Hai-Qing Yang (Henry Yuk), que é o líder dos Carniceiros. Os novos são Sherry Yang (Christine Toy Johnson), esposa de Hai-Qing e uma das maiores doadoras para o abrigo onde Colleen está trabalhando; Bethany (Natalie Smith), madrinha de Ward nos Narcóticos Anônimos; BB (Giullian Yao Gioiello), rapaz branco que quer ser membro de gangue em Chinatown e acaba atraindo a simpatia de Colleen; Rhyno (Jason Lai), líder de uma pequena gangue, à qual BB se junta, que vive dos restos deixados pelas gangues maiores; Sam Chung (James Chen), responsável pelo abrigo onde Colleen está trabalhando; Chen Wu (Fernando Chien), líder dos Tigres Dourados; Albert (James Hiroyuki Liao), amigo de Danny que trabalha com ele em uma empresa de mnudanças; Mika Prada (Julee Cerda), socialite rival de Joy; Yü-Ti (James Saito), responsável pelo treinamento de Danny em K'un-Lun; Priya (Gita Reddy), mãe de Davos; e as três Irmãs Garças, artistas marciais e tatuadoras, Aiko (Jean Tree), Avalon (Lori Laing) e DK (Lauren Mary Kim). De outras séries vêm Turk Barrett (Rob Morgan), originalmente de Demolidor, e Donnie Chang (Andrew Pang), originalmente de Luke Cage. Essa é a última temporada de uma série da Netflix com a foto de Stan Lee, dessa vez em preto e branco em um cartaz de recrutamento da polícia de Nova Iorque (no qual está escrito "nem todo herói usa capa").
Embora a Netflix não divulgue seus números de audiência, já era de conhecimento geral que a primeira temporada de Punho de Ferro havia sido a de pior desempenho dentre as exibidas antes de Os Defensores, e até corria um boato de que Danny Rand não ganharia uma segunda tmeporada. Esses boatos seriam desmentidos oficialmente durante a San Diego Comic-Con de 2017, quando seria anunciada a produção da segunda temporada, com Raven Metzner como showrunner, substituindo Scott Buck, que assumiu outra série baseada em personagens Marvel, Inumanos, da ABC. Metzner, que havia sido roteirista do filme Elektra, de 2005, com Jennifer Garner, se ofereceria para o cargo, entregando a Loeb uma sinopse completa da segunda temporada, que o agradaria muito. Além de Buck, seria substituído Brett Chan, o coreógrafo das lutas, que foram um dos principais focos de críticas da primeira temporada; em seu lugar, assumiria Clayton Barber, o coreógrafo das lutas do filme Pantera Negra.
As filmagens começariam em dezembro de 2017, o que fariam com que a história ocorresse durante o inverno, com os personagens estando sempre encasacados - o que se mostrou um problema quando elas atrasaram e só se concluíram em maio, quando o tempo já estava bem mais quente. Todas as filmagens, exceto as de estúdio, ocorreriam em Chinatown. Após as críticas à primeira temporada, Jones começaria a treinar as lutas com meses de antecedência; Henwick mais uma vez dispensaria dublês e seria bastante elogiada pela equipe de coreografia. Os efeitos especiais ficariam mais uma vez com a FuseFX, que, além do efeito do punho de ferro, faria principalmente retoques e dublês virtuais. Uma curiosidade sobre essa temporada é que as letras nois créditos de abertura são de cor verde, a cor associada com o Punho de Ferro na Saga Defensores, enquanto na primeira eram de cor azul.
Outra curiosidade foi que, ao contrário de Buck, que não queria isso de jeito nenhum, Metzner quis, de alguma forma, mostrar o uniforme clássico do Punho de Ferro dos quadrinhos; como o uniforme verde aberto no peito com calça corsário e sapatilhas não ficaria nem um pouco bom na tela, a equipe de figurino, liderada mais uma vez por Stephanie Maslansky, criaria um uniforme branco baseado no usado por Danny na série The Immortal Iron Fist, com a máscara tão fiel à dos quadrinhos quanto possível. Esse uniforme é usado tanto por Danny quanto por Davos na luta - mostrada em flashback - que deu a Danny o direito de enfrentar o dragão pelo poder do Punho de Ferro, e é dado a entender que ele foi usado pelos Punhos de Ferro do passado, anteriores a Danny.
A segunda temporada de Punho de Ferro seria a única das temporadas das séries Marvel da Netflix (exceto por Os Defensores, que era uma minissérie) a não ter 13 episódios; por iniciativa do próprio Metzner, que acreditava que, assim, conseguiria contar a história de forma mais enxuta, seriam apenas 10 episódios, que estreariam todos no mesmo dia, 7 de setembro de 2018. Cada um dos episódios possui o título de uma das histórias em quadrinhos do Punho de Ferro da década de 1970, mesmo que o enredo do episódio não tenha nada a ver com o enredo da história da qual recebeu o nome. A Netflix se diria satisfeita com a segunda temporada, que, segundo eles, teria audiência maior que a primeira; as críticas também seriam muito mais positivas, considerando a segunda temporada um avanço, tanto em termos de enredo quanto de desenvolvimento de personagens.
Apesar disso, Punho de Ferro seria a primeira das séries Marvel da Netflix a ser cancelada, em 12 de outubro de 2018 (Luke Cage seria cancelada uma semana depois). Durante a pré-produção, Metzner tinha certeza de que a série seria renovada para uma terceira temporada, e queria deixar um final em aberto; ele acabaria convencido por Loeb a fazer um final "aberto, mas não muito", que tanto deixava elementos para que uma nova temporada continuasse a história como serviria de final caso a série não fosse renovada. Após o cancelamento, Metzner demoraria para se conformar, e chegaria a negociar a possibilidade de produzir uma terceira temporada para o serviço de streaming Hulu, o que se mostrou impossível devido aos termos do contrato da Marvel com a Netflix.
O cancelamento da série do Punho de Ferro também levou à suspensão por tempo indeterminado, e posterior cancelamento, de dois spin offs que a Marvel estava cogitando oferecer à Netflix. Um deles seria protagonizado por Mary Walker, e seria ao estilo da série do Justiceiro, mostrando detalhes de seu passado enquanto ela atua como uma espécie de mercenária - aliás, vale citar que Walker é responsável por uma das raras integrações entre as séries Marvel da Netflix e o MCU, já que, em um dos episódios da segunda temporada de Punho de Ferro, é revelado que uma missão crucial de seu passado ocorreu em Sokóvia. O outro spin off seria baseado na dupla dos quadrinhos As Filhas do Dragão, composta por Misty e Colleen, algo que era considerado tão natural que Henwick e Missick chegaram a dar entrevistas durante quase todo o ano de 2018, nas quais tiveram de responder se a série iria mesmo ser feita, e como o cancelamento de Punho de Ferro a afetava.
Em dezembro de 2021, Henwick seria convidada para o papel de Xialing em Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis, mas recusaria alegando que tinha interesse em voltar a interpretar Colleen em futuras produções do Disney+, e que interpretar outra personagem no mesmo universo poderia impedi-la de fazê-lo; no ano seguinte, entretanto, ela aparentemente mudaria de opinião, e diria em uma entrevista que não tinha interesse em voltar a interpretar Colleen porque "a história da personagem estava encerrada" e "não seria justo bagunçar sua vida só para trazê-la de volta às telas". Jones segue dizendo em entrevistas que tem interesse não somente em reprisar o papel como também em gravar uma terceira temporada que comece de onde a segunda parou, mas, até agora, parece estar sendo ignorado.
Daredevil
3ª temporada
2018
Demolidor era, sem dúvida, a série Marvel da Netflix de maior sucesso, e seria renovada para uma terceira temporada pouco após o lançamento da segunda. Pelo planejamento da Marvel, entretanto, após a estreia das séries do Luke Cage e do Punho de Ferro, deveria vir a minissérie dos Defensores, o que fez com que a terceira temporada, embora encomendada, fosse colocada em suspenso. A Netflix desejava que a terceira temporada do Demolidor estreasse logo após a primeira do Justiceiro, mas a Marvel acharia melhor dar segundas temporadas também a Jessica Jones, Luke Cage e o Punho de Ferro, pra que todo mundo (exceto o Justiceiro) ficasse com duas; curiosamente, isso levou a uma onda de boatos, que diziam que a Marvel não estava satisfeita com a história originalmente criada para a terceira temporada, e que estava com dificuldades para encontrar um roteiro que agradasse - boatos que ganhariam força quando, em outubro de 2017, a Marvel anunciasse que Doug Petrie e Marco Ramirez não retornariam como showrunners para a terceira temporada. Esses boatos fariam com que Loeb e sua equipe tivessem que passar todo o primeiro semestre de 2018 desmentindo o que vinha sido divulgado e garantindo que estavam todos satisfeitos com a história que a terceira temporada contaria.
O novo showrunner da série seria Erik Oleson, que decidiria retornar a série às origens, mostrando um novo confronto entre o Demolidor e Wilson Fisk; para isso, ele usaria como principal inspiração a saga dos quadrinhos conhecida no Brasil como A Queda de Murdock, na qual Fisk descobre a verdadeira identidade do herói, o que faz com que Matt Murdock tenha de reavaliar sua vida e retornar ao orfanato no qual foi criado. Oleson escreveria o primeiro e o último episódios da temporada e atuaria como chefe da equipe de roteiristas, mas evitaria fazer uma adaptação fiel da saga dos quadrinhos, usando apenas alguns elementos, para que a conclusão da temporada pudesse ser diferente, e para poder aproveitar o máximo de elementos possível das duas temporadas anteriores e de Os Defensores. Também seria ideia de Oleson que Matt voltasse a usar o uniforme preto improvisado da primeira temporada, não aparecendo com seu uniforme de demolidor em nenhum dos episódios; contraditoriamente, Fisk, nessa temporada, é referenciado pela primeira vez como Rei do Crime, codinome que ele mesmo cria para poder atuar em segredo.
Na terceira temporada, após os eventos de Os Defensores, Matt é dado como morto, perde o radar que fazia com que ele conseguisse enxergar o mundo, e se vê de volta ao orfanato onde foi criado, questionando seu papel no mundo e seu dever como super-herói. Paralelamente a isso, Fisk faz um acordo de delação premiada com o FBI, que o liberta da cadeia, e, em prisão domiciliar na cobertura de um luxuoso hotel, começa a tramar secretamente o ressurgimento de seu império do crime. Karen, ainda trabalhando como repórter, não acredita nas boas intenções de Fisk, decide investigá-lo e se torna um dos alvos do vilão, enquanto Foggy, agora um advogado de sucesso na firma de Hogarth (que não aparece na temporada), decide concorrer a Procurador do Estado - cargo que, nos Estados Unidos, é decidido através de uma eleição. Karen e Foggy têm muito mais destaque nessa temporada que nas anteriores, com o passado de Karen sendo bastante explorado, inclusive em flashbacks.
O elenco principal conta com Charlie Cox como Matt Murdock / Demolidor; Deborah Ann Woll como Karen Page; Elden Henson como Foggy Nelson; Stephen Rider como Blake Tower; Vincent D'Onofrio como Wilson Fisk / Rei do Crime; Joanne Whalley como a Irmã Maggie Grace, que criou Matt no orfanato e agora cuida de sua recuperação; Jay Ali como Rahul Nadeem, apelido Ray, agente do FBI com quem Fisk faz o acordo de delação; e Wilson Bethel como Benjamin Poindexter, apelido Dex, agente do FBI levemente perturbado e com uma mira infalível, inspirado no vilão dos quadrinhos Mercenário, tido por muitos como o aqui-inimigo do Demolidor; Ayelet Zurer volta a interpretar Vanessa, esposa de Fisk, mas é creditada como "convidada especial". Os personagens recorrentes que retornam são o Padre Paul Lantom (Peter McRobbie); Brett Mahoney (Royce Johnson); Mitchell Ellison (Geoffrey Cantor); Marci Stahl (Amy Rutberg); Melvin Potter (Matt Gerald); Ben Donovan (Danny Johnson); e Jack "Batalhador" Murdock (John Patrick Hayden); de outras séries, retornariam Rosalie Carbone (Annabella Sciorra), originalmente de Luke Cage, e o capitão de polícia Strieber (Ron Simmons), de Os Defensores.
Os personagens recorrentes novos são Nicholas Lee (Stephen Rowe), advogado de Fisk que faz dupla com Donovan; Tammy Hattley (Kate Udall), agente especial do FBI chefe de Nadeem e Dex; Julie Barnes (Holly Cinnamon), interesse amoroso de Dex; Felix Manning (Joe Jones), capanga de Fisk inspirado no vilão dos quadrinhos Consertador; a Srta. Shelby (Kelly McAndrew), responsável pela vigilância da cobertura de Fisk; Theo Nelson (Peter Halpin), irmão mais velho de Foggy e herdeiro do açougue da família; Jasper Evans (Matt DeAngelis), criminoso que tenta matar Fisk na penitenciária, fato que leva o Rei do Crime à prisão domiciliar; Vic Jusufi (James Biberi), chefe da máfia albanesa e rival de Fisk; Eileen Mercer (Heidi Armbruster), psicóloga de Dex; Betsy Beatty (Karina Casiano), oficial da condicional de Melvin; o corregedor do FBI, Winn (Andrew Sensenig); os agentes do FBI Wellers (Matthew McCurdy) e Arinori (Don Castro); a esposa e o filho de Nadeem, Seema (Sunita Deshpande) e Sami (Noah Huq); o pai e a mãe de Foggy e Theo, Edward (Michael Mulheren) e Anna (Deirdre O"Connell); e o pai e o irmão de Karen, Paxton (Lee Tergesen) e Kevin (Jack DiFalco). Ray Thomas, roteirista e ex-editor da Marvel, faz uma participação especial como um presidiário no quarto episódio, e, em um flashback que mostra como os pais de Matt se conheceram, pode ser visto na parede um cartaz da polícia idêntico ao que nos demais episódios conta com a foto de Stan Lee, mas com um homem bem mais novo vestindo o uniforme - não há informações sobre se seria Irving Forbush em sua juventude.
As filmagens ocorreriam na cidade de Nova Iorque, exceto os flashbacks do passado de Karen, quando ela morava em Fagan Corners, Vermont, que seriam filmados na cidade de Windham, também no estado de Nova Iorque; a produção da série pagaria por uma reforma completa de um restaurante abandonado para que ele servisse como o diner da família Page. O Lotte New York Palace Hotel serviria como o hotel no qual Fisk fica em prisão domiciliar, e uma penitenciária abandonada em Staten Island seria usada para as cenas em que Fisk está preso e na qual Matt vai buscar informações sobre sua soltura, no quarto episódio. Essa cena, aliás, seria uma das mais impressionantes e mais difíceis da temporada, filmada em plano-sequência em uma única tomada, sem nenhum corte ou edição; a ideia partiria do diretor do episódio, Alex Garcia Lopez, do roteirista, Lewaa Nasserdeen, e da equipe de dublês, que garantiria a Oleson serem capazes de concluir a cena em uma única tentativa. Segundo Oleson, a cena seria algo "jamais feito na história da televisão", e levaria dois dias inteiros para ser filmada, o primeiro dedicado exclusivamente aos ensaios.
A terceira temporada de Demolidor contaria com os 13 episódios de praxe; inicialmente, a Marvel queria que ela estreasse somente em janeiro de 2019, mas a Netflix queria levá-la ao ar o mais rápido possível, então se chegou a um acordo para que todos os episódios estreassem em 19 de outubro de 2018 - mesmo dia do cancelamento de Luke Cage e uma semana após o cancelamento de Punho de Ferro. A crítica seria praticamente unânime em seus elogios, considerando acertada a decisão de fazer a terceira temporada mais parecida com a primeira que com a segunda, e aclamando a atuação de D'Onofrio; a Netflix também se diria satisfeita com a audiência, declarando a terceira temporada um grande sucesso.
Se dependesse somente da Netflix, Demolidor ganharia uma quarta temporada, que estrearia já em 2019. No final de 2018, porém, a Disney já começaria o planejamento para o lançamento de seu próprio serviço de streaming, o Disney+, e as negociações para a produção de uma quarta temporada seriam lentas e conturbadas. Vendo que provavelmente sairia perdendo financeiramente, a Netflix decidiria se antecipar e cancelar a série em 29 de novembro de 2018.
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