domingo, 30 de maio de 2021

Escrito por em 30.5.21 com 0 comentários

Carcassonne (II)

Em 2013, eu fiz aqui um post sobre Carcassonne, jogo de tabuleiro que havia acabado de ser lançado no Brasil pela Grow, com o nome de Domínio de Carcassonne. Curiosamente, um ano depois, o jogo ganhou uma Segunda Edição, lançada por aqui pela Devir, e saiu do catálogo da Grow. De lá pra cá não somente os Eurogames se popularizaram em nosso país, com vários deles podendo hoje ser encontrados em diversas lojas especializadas, como também Carcassonne ganhou muitas expansões novas. Quando fiz o post sobre mancala, fiquei com vontade de fazer um novo post sobre algum jogo de tabuleiro moderno, e achei que seria uma boa, então, atualizar o de Carcassonne. Hoje, portanto, teremos mais Carcassonne, com novas informações. Hoje, mais uma vez, é dia de Carcassonne no átomo.

Para quem não está familiarizado com o termo, Eurogames são jogos de tabuleiro modernos, muitos deles voltados ao público juvenil ou adulto, e que costumam ser bem mais complexos que os tradicionais, contando com diversos tipos de peças e várias ações diferentes que os jogadores devem realizar a cada rodada, ao invés de simplesmente jogar um dado e andar um determinado número de casas no tabuleiro - alguns deles, inclusive, como Carcassonne, não possuem sequer tabuleiro, usando várias cartelas que formam diferentes áreas de jogo a cada vez que se joga. Via de regra, Eurogames também possuem expansões, caixas menores e mais baratas que a do jogo original, que trazem apenas novas peças para serem adicionadas a ele, alterando as regras ou incluindo novos elementos - toda expansão precisa do jogo original, não podendo ser jogada sozinha. Alguns deles também possuem novas versões, jogos que usam as mesmas regras, ou regras extremamente parecidas, mas com elementos diferentes - pensem, por exemplo, num Monopoly e num Monopoly Star Wars, é mais ou menos a mesma coisa. Finalmente, vale dizer que "Eurogames" não é um nome oficial, e sim um apelido que surgiu pelo fato de os primeiros jogos de tabuleiro desse tipo terem surgido na Europa - Carcassonne, por exemplo, foi criado na Alemanha. Como hoje já temos Eurogames criados em quase todos os países do mundo, inclusive no Brasil, muitos fabricantes e jogadores rejeitam esse termo, preferindo usar o tradicional "jogos de tabuleiro".

Pois bem, no primeiro post sobre Carcassonne, eu falei não somente sobre o jogo original, resumindo suas regras, mas também sobre suas expansões, que podem ser divididas em três tipos: as "grandes", que vêm em caixas mais ou menos do tamanho da metade da caixa do jogo original, e normalmente trazem novas cartelas (as peças que compõem o tabuleiro) e seguidores (pecinhas de madeira que os jogadores colocarão no tabuleiro); as "mini-expansões", que vêm em envelopes plásticos ou em caixas bem pequenas e normalmente trazem ou só cartelas, ou só seguidores; e as "exclusivas", expansões que, por exemplo, vinham de brinde na compra de revistas ou eram ofertadas aos visitantes de eventos dedicados a jogos de tabuleiro, o que as torna bastante raras. Nesse post, eu vou fazer parágrafos separados para cada tipo de expansão, ao invés de colocar tudo em ordem cronológica como no anterior, porque acho que assim vai ficar menos confuso.

Finalmente, no post anterior eu falei sobre as novas versões do jogo, como Caçadores e Coletores. Sobre essas eu não vou falar hoje; no momento, minha ideia é fazer um post em separado sobre elas, mais ou menos como fiz com o jogo War.


A primeira coisa sobre a qual precisamos falar é a Segunda Edição. Lançada originalmente pela Hans im Glück na Alemanha em 2014 (como já disse, um ano depois de eu fazer meu post), ela tinha as mesmíssimas regras da edição original de 2000, mas não somente a caixa como também todas as cartelas contavam com uma nova arte de Doris Matthäus e Anne Pätzke, muito mais bonita, que parecia pintada (com a anterior, de Klaus-Jürgen Wrede, criador do jogo, e Chris Quilliams, parecendo desenhada a lápis). A caixa da Segunda Edição também inclui, totalmente de graça e com nova arte, a mini-expansão O Rio, lançada originalmente em 2001, e uma mini-expansão totalmente nova projetada para ser a primeira da segunda edição, mas com a Hans im Glück decidindo colocá-la também na caixa antes de seu lançamento. Chamada O Abade (Der Abt, no original), ela é composta simplesmente de cinco novos seguidores, um de cada cor, que têm chapeuzinhos pontudos e representam abades, mas que fazem uso de um novo elemento que aparece nas cartelas do jogo, os jardins: toda vez que um jogador coloca no tabuleiro uma cartela com um jardim, ele pode colocar nela, ao invés de um seguidor normal, seu abade; se o fizer, o jardim pontuará como um monastério, ou seja, valendo 9 pontos caso esteja totalmente cercado por outras cartelas. Um abade também pode ser colocado, ao invés de um seguidor, em um monastério, por causa de uma segunda regra especial: se, na sua jogada seguinte à que colocou o abade, o jogador não colocar um seguidor no tabuleiro, ele pode remover o abade de um jardim ou monastério, ganhando os pontos do jardim ou monastério incompletos - um jardim cercado por quatro cartas vale 5 pontos, por exemplo. Ao todo, a Segunda Edição tem 84 cartelas (72 do jogo original mais 12 de O Rio) e 45 seguidores (oito normais e um abade de cada cor, sendo as cores amarelo, vermelho, verde, azul e preto).

Oito das expansões grandes também ganhariam Segundas Edições, todas tendo sua arte atualizada para ficar igual à da Segunda Edição do jogo original, além de receber pequenas mudanças aqui e ali - além disso, na Primeira Edição todas as expansões tinham a caixa azul como a do jogo original, enquanto as da Segunda Expansão cada uma tem a caixa de uma cor diferente. A primeira, seguindo a mesma ordem da Primeira Edição, foi Estalagens e Catedrais, lançada em 2015, que trazia 18 novas cartelas, sendo que duas delas tinham catedrais e seis tinham estalagens - estalagens sempre ficavam em cartelas com estradas, e uma estrada que passasse por uma estalagem valia 2 pontos por cartela ao invés de 1; catedrais sempre deveriam ficar cercadas por todos os lados por peças de cidade, sendo que uma cidade com catedral vale 3 pontos por peça e mais 3 pontos por brasão, ao invés de 2. Essa expansão também trazia 8 seguidores e um abade na cor rosa (na Primeira Edição os novos seguidores eram na cor cinza), para que o jogo pudesse ser disputado por seis jogadores; 6 seguidores "gigantes" (um de cada cor), que valem por dois seguidores "normais" quando colocados no tabuleiros; e 6 marcadores de pontuação dupla-face, com os valores de 50 e 100, sendo que um jogador de posse de um marcador de pontuação soma o valor do marcador à sua pontuação final.

A segunda seria Construtores e Comerciantes, também de 2015, que trazia 24 cartelas, sendo que as que têm cidades têm símbolos de vinho, cereal ou tecido, e 20 fichas de mercadoria, sendo 9 de vinho, 6 de cereais e 5 de tecido. Toda vez que um jogador conclui uma cidade, ele ganha uma quantidade de fichas de mercadoria igual aos símbolos nessa cidade, mesmo que ele não tenha um seguidor nela; no final da partida, o jogador que tiver a maior quantidade de cada tipo de mercadoria (o que tiver mais vinhos, o que tiver mais cereais e o que tiver mais tecidos) ganha 10 pontos, com todos os empatados ganhando caso mais de um tenha a mesma quantidade. Algumas cartelas com estradas também têm pontes, com uma estrada passando pela ponte e outra por baixo dela; as pontes não delimitam as estradas, ou seja, não contam como início ou final da estrada, mas delimitam os campos normalmente. Além de uma bolsa de tecido, para os jogadores colocarem as cartelas dentro e sortearem ao invés de arrumá-las em pilhas, essa expansão também traz dois novos tipos de seguidores (6 de cada, um de cada cor): os construtores (que se parecem com cozinheiros, já que têm um chapeuzinho com duas bolotas) e os porcos. Um construtor só pode ser colocado numa estrada ou cidade (nunca num campo) na qual o jogador já tenha um seguidor, retornando à reserva caso ele conclua a estrada ou cidade; após colocar uma nova cartela numa estrada ou cidade que tenha um construtor, o jogador pode "jogar de novo", ou seja, pegar uma segunda cartela e colocá-la no tabuleiro. Já o porco só pode ser colocado num campo no qual o jogador já tenha um seguidor, e, no fim do jogo, se o dono do porco for o jogador que tiver mais seguidores naquele campo, ganhará 4 pontos por cartela ao invés de 3.

A terceira expansão seria A Princesa e o Dragão, lançada em 2016, que trazia 30 novas cartelas e dois "seguidores" que não eram controlados por nenhum jogador, uma fadinha (de cor branca) e um dragão (de cor vinho). Duas novidades nas novas cartelas eram um monastério dentro de uma cidade, que seguia as regras normais dos demais monastérios, e as cartas com túneis, que funcionavam da mesma forma que as pontes, mas fazendo uma estrada passar por baixo de uma cidade (sem delimitar nenhuma das duas, mas delimitando os campos). Outra novidade eram as cartelas com portais mágicos; quando um jogador colocava uma delas no tabuleiro, poderia colocar um seguidor seu nela ou em qualquer outra do tabuleiro que já não estivesse ocupada. Algumas cartas com cidades traziam a figura da princesa; ao colocar uma carta dessas no tabuleiro, ao invés de colocar um de seus seguidores nela, o jogador poderia tirar do tabuleiro um seguidor que estivesse nessa cidade, dele ou de qualquer outro jogador. O dragão fazia uso de dois tipos de cartelas, as que traziam vulcões e as que traziam a figura do dragão. Ao colocar uma cartela com vulcão no tabuleiro, um jogador não podia colocar um seguidor nela, mas deveria pegar o dragão de onde ele estivesse e colocá-lo nela, com o dragão entrando em jogo quando o primeiro vulcão fosse colocado. Quando um jogador coloca uma cartela com a figura do dragão no tabuleiro, ele pode colocar um seguidor, mas, em seguida, o dragão se movimenta: começando pelo que colocou a cartela e seguindo no sentido horário, cada jogador deve fazer o dragão avançar uma cartela na horizontal ou na vertical até que ele percorra 6 cartelas (independentemente do número de jogadores), exceto se ele encontrar um beco sem saída, quando termina seu movimento imediatamente (porque não pode passar duas vezes pela mesma cartela). O lado ruim é que, se passar por uma cartela com um ou mais seguidores, o dragão come esses seguidores, que devem ser devolvidos para o jogador que os controla. A fada também entra em jogo quando o primeiro vulcão é colocado no tabuleiro; quando um jogador colocar uma cartela no tabuleiro, ao invés de colocar um seguidor nela, ele pode colocar a fada ao lado de um se seus seguidores. O dragão nunca pode se mover para uma cartela onde esteja a fada (e, portanto, não pode comer esse seguidor), e, se o jogador que controla o seguidor protegido pela fada pontuar, ele ganhará um ponto a mais por cada cartela.

A quarta expansão seria A Torre, também de 2016, que trazia 16 cartelas, todas elas com um novo elemento, o alicerce da torre, mais 30 peças de madeira representando os pavimentos da torre, e uma torre de papelão para colocar as cartelas que serão sorteadas pelos jogadores (ao invés de simplesmente deixá-las em cima da mesa). Em sua vez de jogar, após colocar uma cartela no tabuleiro e ao invés de colocar um seguidor nela, um jogador pode colocar uma peça de torre em qualquer cartela que tenha um alicerce, colocar uma nova peça de torre sobre qualquer outra peça de torre, ou colocar um de seus seguidores sobre qualquer peça de torre. Ao colocar uma peça na torre, um jogador pode imediatamente capturar seguidores que estejam em cartelas ligadas à da torre, na horizontal ou na vertical, em uma distância igual ao número de peças na torre - ou seja, se ele colocou a quarta peça, pode capturar um seguidor que esteja a até 4 cartelas de distância. Um jogador pode capturar um seguidor dele mesmo, devolvendo-o à sua mão, ou de um oponente, que poderá recuperá-lo através de uma "troca de prisioneiros", trocando-o por um seguidor que ele tenha capturado de um jogador que capturou o seu, ou pagando 3 pontos para o oponente que o capturou - o jogador diminui 3 pontos de seu placar e acrescenta 3 pontos ao placar do jogador que capturou seu seguidor. Uma torre que tenha um seguidor no topo não pode receber novas peças, mas um seguidor no alto de uma torre pode ser capturado normalmente.

Ainda em 2016, seria lançada a quinta expansão, A Abadia e o Alcaide, que trazia 12 novas cartelas, 6 cartelas dupla-face representando abadias, 6 seguidores (um de cada cor) representando celeiros, 6 representando carroças, e 6 representando alcaides (mais gordinhos que os seguidores normais). A abadia conta com um monastério, seguindo as mesmas regras para colocação de seguidores e pontuação, mas cada seguidor já começa o jogo com uma abadia na mão, e, em sua vez de jogar, ao invés de sortear uma cartela, pode colocá-la no tabuleiro, desde que haja um "buraco" ladeado por quatro cartelas (duas na horizontal e duas na vertical); a abadia não precisa respeitar o encaixe de estradas ou cidade, e, uma vez que ela seja colocada no tabuleiro, todas as estradas e cidades que a tocam passam a ser consideradas concluídas e pontuam. Os três novos tipos de seguidores são colocados no tabuleiro normalmente: em sua vez de jogar, após colocar uma cartela no tabuleiro, ao invés de colocar um seguidor comum nela, o jogador pode colocar um dos novos. Um alcaide deve ser colocado em uma cidade, vale 1 ponto para cada brasão na cidade quando ela for concluída, independentemente de se seu jogador a concluiu ou não, e ainda conta com um seguidor para determinar quem tem mais, caso, após ser concluída ou ao fim do jogo, a cidade com o alcaide tiver seguidores de mais de um jogador. Um celeiro deve ser colocado em um campo, mesmo que já haja seguidores nesse campo (não sendo permitido, porém, o contrário, colocar seguidores num campo onde já haja um celeiro), sempre numa interseção entre quatro cartelas, e desde que todas as cartelas tocando essa interseção sejam campos; quando um celeiro é colocado no tabuleiro, todos os seguidores no campo onde ele está pontuam imediatamente, como se fosse o fim do jogo, e retornam para as mãos de seus respectivos jogadores, o mesmo ocorrendo quando um campo sem celeiro se une a um campo com celeiro devido à colocação de uma nova cartela - além disso, no final do jogo, o jogador que controla o celeiro ganha 4 pontos para cada cidade dentro de seu campo. Já a carroça deve ser colocada em uma estrada, cidade ou monastério, conta como um seguidor na hora de pontuar e, na hora em que pontua, o jogador pode escolher se quer retorná-la para a sua mão ou movê-la para uma cartela contígua à que ela estava (e que tenha uma estrada, cidade ou monastério), com esse movimento não contando como colocar um seguidor no tabuleiro.

A Segunda Edição e essas cinco expansões seriam lançadas no Brasil pela Devir; haveria, entretanto, outras duas expansões da Primeira Edição que seriam atualizadas para a Segunda - ambas são referenciadas nos manuais de instruções nacionais com nomes em português, mas ainda não foram lançadas aqui. A primeira seria Mercados e Pontes, de 2017, que trazia 12 novas cartelas, 12 fichas de castelos e 12 pontes de madeira. 8 das novas cartelas contavam com mercados, e, quando um jogador colocasse uma delas no tabuleiro, poderia fazer um leilão, no qual os demais jogadores trocariam pontos do placar por cartelas reveladas da pilha pelo que está fazendo o leilão, que então a colocariam no tabuleiro em sua jogada seguinte ao invés de sortear uma nova. Já os castelos eram colocados no tabuleiro quando um jogador formava uma cidade composta por apenas duas cartelas: ao invés de colocar um seguidor nela e pontuar, ele poderia colocar o castelo sobre ela, e o seguidor no castelo; quando a primeira cidade, estrada ou monastério que tivesse pelo menos uma cartela adjacente ao castelo for concluída, o jogador que controla o castelo ganha a mesma quantidade de pontos que ganharia se a tivesse concluído, independentemente de tinha um seguidor nela ou não - o seguidor no castelo retorna para a mão do jogador após pontuar, mas o castelo continua no tabuleiro até o fim do jogo. E as pontes permitiam que um jogador desrespeitasse a regra que diz que uma cartela só pode ser colocada ao lado de outra que tenha uma estrada se for para continuar essa estrada: após colocar qualquer cartela ao lado de uma estrada, o jogador poderia colocar uma ponte sobre ela, desde que ambas as fundações da ponte ficassem em campos, e ela fosse colocada na horizontal ou vertical (nunca na diagonal); a ponte atuava como continuação da estrada, com inclusive um seguidor podendo ser colocado sobre ela. Também era permitido colocar uma cartela com estrada ligando-a a um campo e a ponte na cartela que trazia tal campo, e colocar várias pontes em sequência, uma ligada à outra. Pontes podiam passar por cima de quaisquer elementos do tabuleiro, inclusive de seguidores, do próprio jogador ou de um oponente, e não contavam para delimitar cidades ou campos.

A segunda seria Colinas e Ovelhas (Schafe und Hügel no original), cuja Primeira Edição foi lançada em 2014, e, portanto, ficou de fora do meu primeiro post. A Segunda Edição, de 2018, trazia 18 novas cartelas, 6 seguidores pastores (segurando um cajado), 16 fichas de ovelhas, 2 fichas de lobo e um saco de tecido, de onde as 18 fichas seriam sorteadas. Em sua vez de jogar, ao colocar no tabuleiro uma cartela com um campo, o jogador pode colocar nela um pastor, mesmo que já haja um seguidor qualquer nesse campo; se o fizer, imediatamente pega uma ficha do saco de tecido, e, se for uma ovelha, ele a coloca ao lado do pastor (se for um lobo, a devolve). A partir daí, toda vez que esse jogador colocar uma cartela que aumente o tamanho do campo onde está seu pastor, ele poderá optar por aumentar o rebanho ou guiá-lo a estábulo. Se escolher guiá-lo ao estábulo, ele retorna o pastor à sua mão e devolve todas as fichas de ovelhas desse pastor para o saco de tecido, com cada uma valendo em pontos o número de ovelhas na ficha (de 1 a 4); se escolher aumentar o rebanho, ele pega uma nova ficha do saco de tecido e a coloca junto de seu pastor - mas, se for um lobo, deverá retornar com o pastor para sua mão e devolver todas as suas fichas de ovelhas para o saco de tecido sem fazer nenhum ponto. Além disso, as cartelas dessa expansão contam com dois novos elementos, as colinas e os vinhedos, com 9 das novas cartelas contando com cada um. Quando um jogador sorteia uma cartela com uma colina, ele deve pegar outra, sem olhar, e colocá-la com a face para baixo sob a da colina (o que faz com que a da colina fique mais alta no tabuleiro em relação às outras); ele pode, então, colocar um seguidor nela (se possível), que servirá como desempate caso mais de um jogador tenha a mesma quantidade de seguidores em uma cidade, estrada ou campo - com o que está na colina ganhando todos os pontos. Já uma cartela com um vinhedo vale 3 pontos a mais para um monastério completo que a tenha dentre as 8 cartelas a seu redor.

Além dessas, seria lançada em 2016 Graf, König und Konsorten ("Conde, Rei e Consortes"), que, na verdade, é uma reunião de quatro mini-expansões da Primeira Edição, todas atualizadas para a Segunda: O Rio II, O Conde de Carcassonne, König und Späher e Die Kultstätte. Essa caixa trazia 22 cartelas (sendo 12 para formar um novo rio, 5 com templos heréticos e 5 normais); duas cartelas especiais (de tamanho 2 x 3 cartelas cada) para formar a Cidade de Carcassonne (na Primeira Edição eram 12 cartelas de tamanho normal); um marcador de Rei e um marcador de Batedor; e um seguidor representando o Conde (com uma capa de vampiro), de cor roxa. O "rio II" segue as mesmas regras do "rio I" (que vem de brinde com a Segunda Edição do jogo original): a cartela da nascente é colocada sobre a mesa, e os jogadores se alternam sorteando as cartelas do rio e acrescentando-as a ele, podendo colocar seguidores nas cidades, estradas e campos em suas margens normalmente; quando todas as cartelas do rio tiverem sido colocadas, a cartela do lago o fecha e os jogadores passam a sortear as cartelas "normais". A Cidade de Carcassonne não pode ser jogada em conjunto com o rio, e substitui a peça inicial do jogo; ela é dividida em quatro "bairros" (castelo, mercado, ferreiro e catedral), com o Conde começando no castelo. Toda vez que um jogador completar uma cidade ou estrada e um oponente pontuar mas ele não, ele poderá colocar um seguidor em um dos quatro bairros, e, se o fizer, deverá mover o Conde para um bairro diferente do que ele está. Quando houver seguidores na Cidade de Carcassonne, toda vez que um jogador completar uma cidade, estrada ou monastério e for pontuar, os jogadores que têm seguidores na Cidade de Carcassonne, começando pelo à sua esquerda e seguindo em sentido horário, poderão mover os seguidores da Cidade de Carcassone para a cidade, estrada ou monastério concluído (visando ser o que tem mais seguidores lá e ganhar pontos), respeitando duas regras: primeiro, um seguidor jamais pode ser retirado de um bairro onde o Conde está; segundo, cada bairro serve para um tipo de elemento - do castelo para cidades, do ferreiro para estradas, e da catedral para monastérios. No final do jogo, jogadores que tenham seguidores no bairro do mercado (se o Conde não estiver lá) podem movê-los para os campos, e a Cidade de Carcassonne conta como uma cidade de 3 pontos para campos que pontuem com ela. Já o marcador do Rei fica sempre com o jogador que concluiu a maior cidade (ou seja, aquela com o maior número de cartelas), mesmo que não tenha pontuado por ela, e que, no final do jogo, ganhará 1 ponto por cada cidade concluída no tabuleiro; e o marcador do Batedor fica com o que concluiu a maior estrada, que, no final do jogo, ganhará 1 ponto por cada cidade concluída no tabuleiro. Finalmente, os templos heréticos seguem as mesmas regras dos monastérios, pontuando da mesma forma, mas só podem ser colocados no tabuleiro de forma adjacente a um monastério, na horizontal, vertical ou diagonal. Se o jogador que controla o monastério completar as 8 cartas a seu redor antes do que controla o templo herético, o do monastério pontuará e o do templo herético não; se o jogador que controla o templo herético completar as 8 cartas a seu redor antes do que controla o monastério, o do templo herético pontuará e o do monastério não; mas, se ambos chegarem ao final do jogo sem serem concluídos, nenhum dos dois ganhará ponto algum. Essa "compilação" de mini-expansões havia sido lançada para a Primeira Edição em 2007, mas exclusivamente nos Estados Unidos, com o nome de Count, King and Robber.

A primeira expansão grande lançada exclusivamente para a Segunda Edição seria Manege frei! (algo como "arena livre"), de 2017, que trazia 20 novas cartelas (12 com espaços de circo e 8 com espaços de acrobacia), 16 fichas de animais (1 de elefante, 2 de tigre, 3 de urso, 5 de foca, 4 de macaco e 1 de pulga), 6 seguidores mestres de picadeiro e 1 tenda de circo de madeira. Quando a primeira cartela com um espaço de circo for sorteada por um jogador, ele deve pegar uma ficha de animal com a face para baixo, colocar a lona de circo sobre a cartela, e a ficha de animal a seu lado. A partir de então, quando uma nova cartela com espaço de circo for sorteada, aquela pontuará, com todos os jogadores que controlam seguidores nas cartelas adjacentes a ela ganhando uma quantidade de pontos igual ao valor do animal (7, 6, 5, 4, 3 e 1, na ordem em que eu listei os animais no parêntese anterior), e a lona de circo será movida para a cartela recém-sorteada, com um novo animal sendo sorteado e colocado com a face para baixo a seu lado. Quando um jogador coloca no tabuleiro uma cartela com um espaço de acrobacia, ele pode colocar um seguidor nele como acrobata; a partir de então, qualquer jogador que coloque uma cartela adjacente a ela pode colocar nela um segundo acrobata, e aí qualquer jogador que coloque uma cartela adjacente a uma dessas duas pode colocar um terceiro, numa formação de pirâmide (dois embaixo, um ao lado do outro, e um em cima, de pé em seus ombros). Depois que uma pirâmide estiver completa, qualquer jogador (mesmo que não tenha um acrobata nela), em sua vez de jogar, a invés de colocar um seguidor no tabuleiro, pode desfazê-la, com os seguidores voltando para as mãos de seus respectivos jogadores, que ganham 5 pontos para cada acrobata na pirâmide; ao fim do jogo, jogadores com acrobatas em pirâmides incompletas também ganham 5 pontos por cada acrobata nelas. Uma vez que uma pirâmide é desfeita, um jogador que coloca uma cartela adjacente a uma com espaço de acrobacia pode recomeçá-la, colocando nela um primeiro seguidor acrobata. E o mestre do picadeiro conta como um seguidor normal, podendo ser colocado numa cidade, estrada, monastério ou campo (mas não numa pirâmide de acrobacia); na hora de pontuar, o jogador que controla o mestre de picadeiro ganha 2 pontos a mais por cada cartela com um espaço de circo ou espaço de acrobacia adjacente à que ele está.

Vamos falar agora das mini-expansões. Algumas lançadas ainda na época da Primeira Edição (e, portanto, tendo a arte antiga) ficaram de fora do meu primeiro post: Die Schule ("a escola", 2011), trazia duas cartelas que formavam uma escola, ligada por seis estradas, e um seguidor representando um professor, de cor prata; Die Häuser ("as casinhas", 2012), trazia 12 fichas de casas e 6 de torres, que podiam ser colocadas no tabuleiro como se fossem seguidores, e valiam pontos extras no fim do jogo; Die Belagerer ("o cerco", 2013), era a versão para a segunda edição de Die Katharer, de 2004, e trazia 6 cartelas que permitiam sitiar uma cidade, sendo que uma cidade sitiada vale 1 ponto por cartela ao invés de 2; Die Klöster ("os monastérios", 2014) trazia 6 cartelas representando cada uma um monastério alemão real, que substituíam os monastérios do jogo original, com as mesmas regras; Die Holländischen Klöster ("os monastérios holandeses", 2014), também trazia 6 cartelas, quatro representando monastérios belgas e duas representando monastérios holandeses, que também substituíam os monastérios do jogo original, com as mesmas regras; duas expansões chamadas Halb so Wild I e Halb so Wild II ("metades selvagens", ambas de 2014), cada uma com 12 cartelas triangulares do tamanho da metade de uma cartela normal cada, com cada jogador começando a partida com duas delas e podendo colocar uma delas no tabuleiro em sua vez de jogar ao invés de sortear uma cartela normal; e Carcassonne: Darmstadt (2014), que trazia 3 cartelas que representavam pontos turísticos da cidade de Darmstadt, a Igreja de São Ludovico, a Capela Russa (ambas contando como monastérios) e o estádio esportivo Darmstadtium (que conta como uma catedral).

As mini-expansões com arte da Segunda Edição foram Burgen in Deutschland ("castelos da Alemanha", 2015), que trazia 6 cartelas duplas (do tamanho de duas cartelas normais uma ao lado da outra), cada uma com a figura de um castelo alemão, sendo que cada jogador começava com um deles na mão, podia colocá-lo no tabuleiro em sua vez de jogar ao invés de uma cartela normal, e pontuavam como um monastério (mas valendo 12 pontos ao invés de 9); Die Japanischen Sehenswürdigkeiten ("os pontos turísticos japoneses", 2016), com 6 cartelas representando três templos budistas, um castelo, uma fortaleza e uma estátua de Buda, que substituíam os monastérios do jogo original, com as mesmas regras; Kathedralen in Deutschland ("catedrais da Alemanha", 2016), que trazia 6 cartelas com catedrais alemãs reais, com seguidores em estradas que começam ou terminam em catedrais ganhando 2 pontos por carta ao invés de 1, e seguidores podendo ser colocados nas catedrais como bispos, ganhando 1 ponto por carta de cada estrada caso todas as se ligam à catedral onde ele está (3 ou 4 por cartela) sejam concluídas antes do fim do jogo; Die Wachtürme ("as torres de vigia", 2016), que trazia 12 cartelas com torres de vigia, que valiam pontos de bônus (escritos em cada cartela) para estradas e cidades concluídas que as tivessem; Die Obstbäume ("as árvores frutíferas", 2018), que trazia 6 cartelas com árvores frutíferas (uma de cada para maçã, laranja, damasco, cereja, amora e frutas silvestres) e 24 fichas representando frutas (4 de cada fruta, com os valores de 5, 4, 3 ou 2 pontos), com um jogador que conclui uma estrada que termina em uma árvore ganhando uma ficha; Die Bader ("as casas de banho", 2019), que trazia 6 cartelas com casas de banho, que valiam pontos de bônus para cidade e estradas; Die Zöllner ("os pedágios", 2019), que trazia 10 cartelas com pedágios e 6 fichas de pedágio (uma de cada cor), com um jogador tendo que pagar pedágio para pontuar por uma cidade ou estrada que tenha pedágio; Die Bauernaufstände ("a revolta dos camponeses", 2020), com 12 novas cartelas que traziam camponeses revoltados que representavam penalidades em pontos a cidades e estradas que passassem por eles; e Die Landvermesser ("os avaliadores de terras", 2020), que trazia 9 fichas que alteravam a pontuação das cidades e estradas cada vez que um jogador pontuava. Em 2020, Die Schule também ganharia uma versão com arte da Segunda Edição, que acompanhava um saco de tecido, e na qual o professor era feito de plástico transparente de cor laranja.

As mais recentes mini-expansões que haviam sido lançadas quando eu fiz meu post anterior eram seis coletivamente chamadas Carcassonne Minis. Todas elas ganharam novas versões para a Segunda Edição em 2017, mas, ao invés de serem vendidas separadamente, elas só podiam ser compradas como parte de Carcassonne Plus, que foi lançado aqui no Brasil pela Devir. Além das seis Carcassonne Minis, Carcassonne Plus traz, em uma única caixa, as Segundas Edições do jogo original, de Pousadas e Catedrais e de Construtores e Comerciantes; segundo o que está escrito na caixa, Carcassonne Plus conta com "o jogo básico mais 11 expansões", mas isso porque eles contam O Rio, O Abade e Os Círculos nas Colheitas II - cada uma das Carcassonne Minis traz nove cartelas, sendo oito dela mesma e uma de Os Círculos nas Colheitas II, 6 cartelas que contam cada uma com um daqueles círculos desenhados em plantações atribuídos a extraterrestres. Quando uma dessas cartelas é sorteada e colocada em jogo, o jogador pode escolher entre colocar um seguidor nela, colocar mais um seguidor numa estrada, cidade ou campo que já tenha um seguidor seu, ou retornar um de seus seguidores do tabuleiro para sua mão sem pontuar.

A primeira das Carcassonne Minis foi Máquinas Voadoras, que trazia 8 cartelas com o símbolo de duas asas e uma seta, e um dado com dois números 1, dois 2 e dois 3. Ao colocar uma dessas cartelas no tabuleiro, o jogador poderia colocar um seguidor nela normalmente (na estrada ou campo) ou tentar fazer ele voar; para isso, ele jogava o dado e conferia se, na direção da seta, na cartela correspondente ao número que saiu no dado (por exemplo, se saiu 2, na segunda cartela após a da seta), havia uma cidade, estrada ou monastério incompletos. Em caso positivo, ele colocava o seguidor lá, mesmo que já tivesse um de outro jogador. Caso só haja um campo, uma cidade, estrada ou monastério concluído, ou não haja uma cartela naquele espaço (e sim um espaço vazio), o seguidor volta para a mão do jogador, que perde o direito a colocar um seguidor no tabuleiro naquele turno.

A segunda, Despachos, era a mais interessante, pois suas 8 cartelas (que têm verso diferente) não foram feitas para serem colocadas no tabuleiro, devendo ficar em uma pilha em separado. Além das 9 cartelas, essa expansão contava com 6 seguidores mensageiros, um de cada cor. Cada jogador botava seu mensageiro no placar junto com seu seguidor normal, e, quando pontuava, podia escolher qual dos dois iria mover (mas sem poder dividir o movimento entre eles). Toda vez que o mensageiro caía numa pontuação múltipla de 5, o jogador pegava a cartela do topo da pilha especial, e podia escolher entre fazer o que estava escrito nela ou ganhar 2 pontos. No fim do jogo, a pontuação do seguidor normal e do mensageiro de cada jogador eram somadas para determinar sua pontuação final.

A terceira, Transportes, tinha 8 cartelas que traziam três ou quatro estradas cada, sempre terminando em um lago, e 8 balsas na cor branca. Ao colocar uma dessas cartelas no tabuleiro, após colocar ou não seu seguidor nela, o jogador poderia usar uma das balsas para conectar dois segmentos da estrada através do lago, fazendo com que essas duas estradas se tornassem uma única estrada para efeitos de pontuação.

A quarta, Minas de Ouro, tinha 8 cartelas com o símbolo de uma barra de ouro, e 16 barras de ouro (feitas de madeira) na cor amarela. Após colocar uma dessas cartelas no tabuleiro, o jogador coloca uma barra de ouro nela e uma em qualquer cartela adjacente a ela, na horizontal, vertical ou diagonal, e somente então, se quiser, coloca um seguidor nela. Quando uma cidade, estrada ou monastério é concluída, as barras de ouro em suas cartelas ficam com o jogador que pontuou (ou são divididas em caso de empate). No fim do jogo, o jogador com mais barras de ouro ganha 4 pontos, o segundo ganha 3, o terceiro ganha 2, e o quarto ganha 1 ponto, com os empatados todos ganhando o mesmo número de pontos.

A quinta, Magos e Bruxas, trazia 8 cartelas com a figura de um mago e uma bruxa, um seguidor mago (de cor roxa) e uma seguidora bruxa (de cor laranja). Quando um jogador coloca uma dessas cartelas no tabuleiro, depois de colocar ou não seu seguidor, se o mago ou a bruxa estiverem de fora, ele deve colocar um deles nela; se ambos já estiverem no tabuleiro, ele escolhe um dos dois e troca de cartela. Tanto o mago quanto a bruxa só podem ficar em estradas ou cidades que não estejam concluídas, e não podem ficar os dois na mesma cidade ou os dois na mesma estrada. Quando uma cidade ou estrada com o mago ou a bruxa é concluída, a pontuação para o jogador que a concluiu é modificada: se era o mago, a cidade ou estrada vale o dobro dos pontos, se era a bruxa, vale a metade, arredondando para cima. Após contar os pontos, o mago ou a bruxa saem do tabuleiro, para voltar quando outro jogador jogar outra de suas cartelas.

A sexta e última, Ladrões, trazia 8 cartelas com a figura de um ladrão, e 6 seguidores ladrões, um de cada cor. Quando um jogador colocava uma dessas cartelas no tabuleiro, ele deveria pegar seu ladrão e colocá-lo junto ao seguidor de qualquer outro jogador no placar - com cada jogador só podendo ter um ladrão de cada vez. Quando o seguidor acompanhado do ladrão se mover no placar em decorrência de ter concluído uma cidade, estrada ou monastério, o seguidor do jogador que controla o ladrão também se moverá, mas um número de casas igual à metade das que andou o "roubado". O ladrão então sai do placar e retorna para a mão do jogador que o controla.

Vamos começar as expansões exclusivas com a mais curiosa de todas, Carcassonne: La Porxada, criada por Oriol Comas i Coma com arte de Wrede e dada como brinde aos participantes de um torneio de Carcassonne que ocorreu na cidade espanhola de Granollers. Essa "expansão" trazia uma única cartela, representando o Mercado Municipal de Granollers (conhecido como La Porxada), que deveria ser colocada no meio de uma cidade como se fosse uma catedral. Quando um jogador colocasse La Porxada no tabuleiro, ele poderia trocar de lugar um de seus seguidores com um seguidor de outro jogador; esse jogador poderia se recusar a trocar, mas, se o fizesse, deveria remover um de seus seguidores do jogo (ficando com um a menos). Além disso, se a cidade com La Porxada estivesse incompleta, ela valeria pontos como se fosse uma cidade completa (2 pontos por carta mais 2 pontos por brasão).

Outras expansões exclusivas foram Die Windrosen ("a rosa dos ventos"), que veio como brinde na edição de maio de 2013 da revista Spielbox e trazia 6 cartelas com rosas dos ventos indicando os pontos cardeais, com uma delas substituindo a cartela inicial a as demais valendo pontos extras para os jogadores que as colocassem na posição correta em relação aos pontos indicados; Das Labyrinth ("o labirinto"), que veio como brinde na revista SpielDoch! de janeiro de 2016 e era composta por duas cartelas, cada uma com a figura de um labirinto, mas uma com arte ao estilo da Primeira Edição e a outra com arte ao estilo da Segunda, sendo que o labirinto conectava quatro estradas e as transformava em uma única estrada; Der Eselstall ("o estábulo de burros"), duas cartelas que vieram de brinde na edição de setembro de 2018 da SpielDoch!, que traziam um estábulo e um jardim, além de partes de cidades e estradas, e que, se encaixadas da forma correta, conferiam imediatamente 5 pontos ao jogador que colocasse a segunda cartela; e Märkte zu Leipzig ("mercados de Leipzig"), vendida exclusivamente durante uma convenção de jogos realizada na cidade de Leipzig em 2017, que trazia quatro cartelas duplas que, quando combinadas, formavam a cidade de Leipzig, substituíam a peça inicial, e davam bônus (impressos nas cartelas) a cidades ou estradas que se ligassem com ela.

Também merecem ser citadas duas expansões exclusivas da Rússia, criadas pela empresa que fabrica o Carcassonne naquele país, a Hobby World, e consideradas "semi-oficiais" pelo próprio Wrede - diferentemente de dezenas de outras mini-expansões criadas em outros países, consideradas "não-oficiais". A primeira, de 2012, se chamava Bogatyr na Rasputye i Izbushka ("o herói da encruzilhada e a cabana") e trazia duas cartelas que representavam dois personagens do folclore russo. Uma delas trazia uma encruzilhada (o encontro de quatro estradas) com a figura do herói Bogatyr, em seu cavalo, lendo uma inscrição em uma pedra; além de servir como início ou final de todas as quatro estradas que se ligavam a ela, essa cartela não tinha nenhuma outra função especial. A segunda cartela trazia a cabana da bruxa Baba Yaga, que tem pés de galinha (a cabana, não a bruxa) e era uma espécie de "monastério ao contrário", já que valia 1 ponto por ela mesma e mais 1 ponto para cada espaço vazio em volta dela.

A segunda, Solovei Razboynik i Vodyanoy, de 2016, já com arte ao estilo da Segunda Edição, traz mais duas cartelas com mais dois personagens do folclore russo, o pássaro ladrão Solovei Razboynik (cuja cartela tem uma árvore ligada por duas estradas) e o fantasma Vodyanoy (cuja cartela tem um lago). Quando a cartela de Solovei Razboynik é colocada em jogo, seguidores nas estradas que se ligam a ela devem ser movidos para ela, onde ficarão até o final do jogo, sem valer ponto nenhum; em sua vez de jogar, um jogador, ao invés de colocar um seguidor no tabuleiro, poderá trazer de volta um seguidor que esteja na cartela do Solovei Razboynik para sua mão. Já o Vodyanoy é mais malvado: quando sua cartela é colocada em jogo, todos os seguidores em todas as cartelas adjacentes devem ser movidas para ela, onde ficarão até o final do jogo, quando cada jogador perderá 2 pontos por cada seguidor capturado pelo Vodyanoy.

Finalmente, temos as Bonusplättchen von Spiel, sete cartelas dadas como brinde para quem comprasse qualquer produto no estande da Hans im Glück na feira internacional de jogos anual da cidade de Essen, conhecida como Spiel (palavra que, em alemão, significa "jogo"; Bonusplättchen são as "cartelas-bônus"). Foram produzidas uma cartela por ano desde 2014, todas elas já com a arte da Segunda Edição; cada uma delas é identificada por uma bandeirinha com a palavra Spiel e o ano da feira, com dois dígitos (Spiel 14, Spiel 15 etc., até a Spiel 20), e cada uma traz uma cena curiosa, como uma luta entre dois cavaleiros, uma carroça atolada, ou uma reunião em volta de uma estátua. Até onde eu consegui descobrir, porém, elas contam como pedaços de cidades, estradas e campos normais, sem quaisquer efeitos especiais.

O mais recente lançamento de Carcassonne é a Edição Especial de 20 Anos, que deveria ter sido lançada em 2020, mas foi adiada por causa da pandemia (e acabou, oficialmente, se tornando comemorativa em relação ao prêmio de Jogo do Ano conquistado por Carcassonne em 2001). Todas as 72 cartelas têm arte nova e exclusiva, contando com muitos easter eggs (pequenos detalhes que os fãs de Carcassone provavelmente vão identificar) e todos os 40 seguidores (8 para cada um das cinco cores originais) têm decalques que os transformam em aventureiros como guerreiros, magos e bardos. A Edição Especial de 20 Anos também inclui as mini-expansões O Rio (com 12 cartelas com nova arte, incluindo uma nova cartela inicial dupla), O Abade (com decalques de abade) e uma nova versão da mini-expansão O Festival (originalmente criada para a Edição Especial de 10 Anos), com 20 cartelas representando cada um dos 20 anos de existência do jogo, algumas delas com regras especiais.

Série Carcassonne

Segunda Edição

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