domingo, 20 de novembro de 2022

Escrito por em 20.11.22 com 0 comentários

Agente Carter

Quando o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) foi criado, a ideia original era que as séries de TV também fossem integradas aos filmes, todos compartilhando uma mesma história. Embora isso efetivamente só tenha começado a funcionar em 2021 com WandaVision, entre 2013 e 2020 seriam produzidas várias séries com personagens Marvel, começando por Agents of S.H.I.E.L.D., que faziam referências aos filmes e tinham a aparência de serem influenciadas pelos eventos deles, citando, por exemplo, a Batalha de Nova Iorque, o clímax do filme dos Vingadores - os filmes, por outro lado, ignoravam solenemente as séries, jamais fazendo menção a seus eventos ou levando em conta as ações de seus personagens. Hoje, o status dessas séries dentro do MCU é, digamos, confuso: algumas, como a própria Agents of S.H.I.E.L.D. ou Fugitivos, já receberam da Disney o selo oficial de que não fazem parte da continuidade, enquanto outras, como Inumanos e as da Netflix, estão meio que em aberto - quando Charlie Cox e Vincent D'Onofrio repetiram seus papéis de Demolidor e Rei do Crime das séries da Netflix, respectivamente, em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Gavião Arqueiro, a Marvel chegou a anunciar que as séries da Netflix eram oficialmente parte do MCU, mas depois a Disney voltou atrás e disse que não eram, embora os atores fossem ser mantidos nesses papéis em futuras produções. A tendência é que nenhuma dessas séries seja oficialmente considerada parte do MCU, com a Disney determinando que elas ocorreram em um universo paralelo ou algo assim, nos mesmos moldes dos cinco primeiros filmes do Homem-Aranha.

Embora isso, para alguns fãs, seja uma péssima decisão - eu mesmo gostaria que as séries da Netflix, e, por que não?, Fugitivos e Manto & Adaga, fossem parte do MCU - é até compreensível, porque integrar essas séries ao universo principal envolveria amarrar um monte de pontas soltas, fornecer um monte de explicações, e ficar preso aos fatos que já foram apresentados, como as origens dos personagens e seus traços de personalidade, sendo mais fácil recomeçar tudo do zero, mesmo que sejam usados os mesmos atores. Existe uma série, porém, que já está prontinha para ser integrada ao MCU, sem nenhum esforço, sem que seja preciso mudar nem adequar nada, pelo simples fato de que seus personagens não vão mais interagir com nenhum dos atuais, e suas ações não vão mais influenciar em nada da história - de fato, eu imagino que, se a Disney ainda não anunciou essa série como parte do MCU, foi por alguma questão legal. Essa série é Agente Carter, e é o tema do post de hoje.


Margaret Elizabeth Carter, Peggy Carter para os íntimos, é mais conhecida dos fãs de quadrinhos como o interesse amoroso do Capitão América durante a Segunda Guerra Mundial. Ao contrário do que muitos pensam, porém, ela não seria criada para as histórias originais do Capitão na década de 1940, e sim por Stan Lee e Jack Kirby, fazendo sua primeira aparição, em um único quadrinho e sem nome, na revista Tales of Suspense 75, de março de 1966, que mostrava um flashback da época da Guerra. Ela voltaria a aparecer, dessa vez ganhando um nome, na edição 77, de maio de 1966, mas só se tornaria um personagem frequente nos quadrinhos Marvel a partir de 1973, quando, na edição 161 da revista Captain America, em maio, ficaria definido que ela era a irmã mais velha de Sharon Carter, a Agente 13, interesse amoroso do Capitão América na "época atual". Depois disso, ela passaria a aparecer com certa frequência, principalmente em flashbacks e em histórias do Capitão ambientadas durante a Segunda Guerra Mundial; como personagens de quadrinhos não envelhecem no mesmo ritmo que seus leitores, com o passar dos anos sua relação com Sharon teve de ser mudada, para tia ao invés de irmã na década de 1990, e mais tarde para tia-avó.

Nos quadrinhos, Peggy é americana, mas, nos filmes, ela foi transformada em uma agente britânica que mora e trabalha nos Estados Unidos, sendo o principal motivo o de que sua intérprete, a atriz Hayley Atwell, é inglesa. Originalmente, ela iria aparecer apenas em Capitão América: O Primeiro Vingador, de 2011, e, já envelhecida, em Capitão América 2: O Soldado Invernal, de 2014, mas o sucesso da personagem (creditado por muitos à atriz), faria com que não somente ela aparecesse em seis filmes (e contando) e nas séries Agents of S.H.I.E.L.D. e What If...?, mas também aumentaria a importância da personagem nos quadrinhos, fazendo com que ela tivesse aparições mais frequentes e protagonizasse histórias - ganhando, inclusive, sua própria revista, Peggy Carter, Agent of S.H.I.E.L.D., em 2014. Hoje, quase tudo criado especificamente para a Peggy dos filmes, como o fato de que ela foi agente da S.H.I.E.L.D. e trabalhou com Howard Stark, o pai do Homem de Ferro, também é verdade nos quadrinhos, transformando uma personagem originalmente pra lá de coadjuvante em uma das mais importantes da cronologia.

A ideia de fazer uma série estrelada por Peggy seria do produtor executivo Louis D'Esposito, vice-presidente dos Marvel Studios, que, depois do lançamento de Capitão América: O Primeiro Vingador, acharia ser uma boa ideia mostrar que não seria fácil a vida de uma mulher combatente do crime na década de 1940. Antes de produzi-la, ele decidiria filmar um curta-metragem estrelado pela personagem, como parte da série Marvel One-Shots. Essa série seria originalmente criada pelo próprio D'Esposito em 2011, com a intenção de mostrar histórias curtas relacionadas aos eventos dos filmes, aumentando a sensação de interconectividade do ainda recente MCU, com esses curtas sendo lançados como extras nos lançamentos em DVD e Blu-ray dos filmes principais; a ideia de se produzir um curta estrelado por Carter surgiria já na primeira reunião na qual potenciais ideias seriam abordadas, mas D'Esposito preferiria esperar até Atwell estar disponível para filmá-lo, o que faria com que Agente Carter se tornasse o quarto da série.

Dirigido pelo próprio D'Esposito, com roteiro de Eric Pearson, Agente Carter, o curta, tem duração de 15 minutos e, após ser exibido na San Diego Comic Con de 2013, na qual recebeu avaliações extremamente positivas tanto do público quanto da crítica, ganhando um Golden Reel Award de Melhor Curta-Metragem, seria lançado como extra no DVD e Blu-ray de Homem de Ferro 3. Ambientado um ano após os eventos de Capitão América: O Primeiro Vingador, o curta traz Peggy como uma agente da Reserva Científica Estratégica (RCE), antecessora da S.H.I.E.L.D., que está tendo problemas para capturar o vilão Zodíaco (que foi um dos principais oponentes da S.H.I.E.L.D. nos quadrinhos dos anos 1960). O chefe de Peggy, o agente John Flynn (Bradley Whitford), não acredita que uma mulher possa ter algo de relevante para contribuir no caso, e a coloca para fazer trabalho burocrático enquanto os homens fazem as buscas pelo criminoso. Um dia, sozinha no escritório, tarde da noite, Peggy atende uma ligação anônima que revela o esconderijo do Zodíaco, e decide ir, sozinha, capturá-lo, para provar seu valor como agente. O curta também traz Dominic Cooper e Neal McDonough repetindo seus papéis de Howard Stark e Dum Dum Dugan em uma cena pós-créditos, e Shane Black, diretor de Homem de Ferro 3 como a voz da ligação anônima.

A boa recepção do público e da crítica ao curta convenceria o canal de TV ABC, de propriedade da Disney e que já exibia Agents of S.H.I.E.L.D., a dar a luz verde quando D'Esposito sugerisse a produção de uma série estrelada por Peggy, sem nem mesmo exigir um piloto. A produção começaria em março de 2014, com o roteiro do primeiro episódio ficando a cargo de Christopher Markus e Stephen McFeely, que também seriam roteiristas dos dois filmes do Capitão América que contam com a presença de Peggy. Ao todo, a ABC encomendaria oito episódios, planejando exibir a série entre os episódios 10 e 11 da segunda temporada de Agents of S.H.I.E.L.D., que faria uma "pausa dramática" de quase três meses; o único pedido que a ABC faria seria para que a série não seguisse o estilo "Monstro da Semana", contando uma história contínua.

Cada um dos oito episódios teria um diretor e roteiristas diferentes; o primeiro seria dirigido pelo próprio D'Esposito, e escrito por Markus e McFeely. O segundo, exibido no mesmo dia, teria direção de Joe Russo, co-diretor de Capitão América 2: O Soldado Invernal, Capitão América: Guerra Civil e dos dois mais recentes filmes dos Vingadores, e roteiro de Pearson. A partir daí, o diretor e roteirista de cada um dos episódios seria, na ordem: Scott Winant e Andy Bushell, Stephen Cragg e Brant Englestein, Peter Leto e Jose Molina, Stephen Williams e Lindsey Allen, Vincent Misiano e Chris Dingess, e, para o último, direção de Christopher Misiano e roteiro de Michele Fazekas e Tara Butters, que também atuariam como produtoras da série.

Exibida entre 6 de janeiro e 24 de fevereiro de 2015, a primeira temporada seria ambientada em 1946, após o fim da Segunda Guerra Mundial e os eventos do curta-metragem. Apesar de essa primeira temporada ser ambientada em Nova Iorque, as filmagens ocorreriam em Los Angeles, em setembro e outubro de 2014. A série chamaria atenção por sua retratação fiel da década de 1940, não somente em termos de figurino, mas no vocabulário usado pelos personagens, incluindo expressões idiomáticas, e na forma como as relações humanas foram retratadas - Peggy não somente é mulher, mas também britânica, o que, na época, também a tornava alvo de piadas e desconfiança, o mesmo ocorrendo com seu principal parceiro na trama, Jarvis, o mordomo de Howard Stark, que um dia servirá de modelo para a inteligência artificial JARVIS criada por Tony Stark. A pesquisa da equipe de roteiristas, aliás, seria extremamente elogiada por James D'Arcy, intérprete de Jarvis, que os parabenizou por evitar o estereótipo do mordomo britânico, e, em entrevistas, declarou que, apesar de não haver nenhum britânico na equipe de roteiristas, eles escreveram os personagens britânicos melhor que qualquer outra pessoa com quem ele já tivesse trabalhado. O Griffith Hotel, hotel para moças no qual Peggy reside, inspirado em um local real, o Barbizon Hotel for Women, também seria elogiado por sua fidelidade histórica e por fugir dos estereótipos que normalmente eram encontrados em filmes de época.

Na primeira temporada, Howard Stark (Dominic Cooper) é acusado de fornecer armas futuristas para inimigos dos Estados Unidos, e tem de ficar escondido enquanto a RCE o investiga. Em segredo, ele entra em contato com Peggy Carter (Hayley Atwell), única agente da organização na qual ele confia, e que, por ser mulher, só recebe trabalhos do tipo atender telefones e catalogar processos. Stark dá a Peggy acesso total à sua mansão e a seus armazéns espalhados pelo mundo, e pede para que ela trabalhe em conjunto com seu mordomo, secretário e fiel assistente, Edwin Jarvis (James D'Arcy), para descobrir quem está fornecendo as armas e o incriminando. Não podendo contar com a ajuda de seus colegas agentes, que têm ordens de encontrar e prender Stark a qualquer preço, Peggy parte em uma missão secreta para inocentar o amigo e impedir que o verdadeiro vilão faça uso das armas futuristas inventadas por Stark - a principal delas chamada Midnight Oil, que permite que se controle a mente dos alvos, e foi inspirada na Bomba Enlouquecedora dos quadrinhos do Capitão América.

Além de Peggy e Jarvis, o elenco principal da série conta com Jack Thompson (Chad Michael Murray), veterano da Guerra e agente da RCE, extremamente machista e cheio de si, que vive fazendo pouco caso de Peggy e não acredita que mulheres podem ser agentes da lei; Daniel Sousa (Enver Gjokaj), agente da RCE apaixonado por Peggy, mais meigo e de mente mais aberta que Thompson, que também é veterano da Guerra, de onde voltou com um problema na perna, causa de bullying e preconceito de seus colegas, e que faz com que ele também receba principalmente trabalhos burocráticos; e Roger Dooley (Shea Whigham), o chefe da seção da RCE na qual trabalham Peggy, Thompson e Sousa, um homem rígido mas extremamente competente, que gosta de Peggy mas é moldado pela visão da época, proibindo-a de se envolver com trabalho de campo.

Além de Stark, que só aparece em alguns episódios, já que está fugindo da lei, os personagens recorrentes são Angie Martinelli (Lyndsy Fonseca), garçonete de um diner e colega de quarto de Peggy, que não sabe que ela é agente e acha que ela trabalha na companhia telefônica; Dottie Underwood (Bridget Reagan), que também mora no mesmo hotel que Peggy, e é mais do que aparenta ser; Miriam Fry (Meagen Fay), dona do Griffith Hotel; Ray Krzeminski (Kyle Bornheimer), agente valentão da RCE; Rose Roberts (Lesley Boone), secretária da RCE; e o Dr. Ivchenko (Ralph Brown), psiquiatra sequestrado pela organização que roubou o Midnight Oil. Três atores fazem participações especiais, dois deles repetindo seus papéis dos filmes do MCU: Neal McDonough como Dum Dum Dugan, Toby Jones como Arnim Zola, e Costas Ronin como o cientista soviético Anton Vanko, inventor do reator ARC, que, em Homem de Ferro 2, foi interpretado por Yevgeni Lazarev. Stan Lee faz uma aparição no quarto episódio, interpretando um homem que pede um jornal emprestado a Stark.

A fotografia ficaria a cargo de Gabriel Beristain, que combinaria modernas câmeras Arri Alexa com clássicas lentes Leica e usaria técnicas de iluminação e difusão para criar uma aparência realística de um filme dos anos 1940; muito da série seria filmado em frente ao chroma key, para que imagens criadas por computação gráfica da Nova Iorque de 1946 substituíssem os cenários modernos. Os efeitos especiais ficariam a cargo das empresas Industrial Light & Magic, Base FX e DNeg TV, que trabalhariam em conjunto e fariam vários episódios de cada vez, para que não houvesse diferenças entre eles. A trilha sonora ficaria sob responsabilidade de Christopher Lennertz, que usaria muito jazz, bebop e big bands, para se manter no clima da época. Tanto Lennertz quanto Beristain haviam trabalhado no curta-metragem.

A primeira temporada tem pelo menos três pontos de ligação com o restante do MCU: é em Agente Carter que pela primeira vez se fala no programa da Sala Vermelha, mostrando como as moças seriam recrutadas e treinadas, embora o nome Viúva Negra não seja citado nenhuma vez; no último episódio, há uma cena com Zola que indica como começou o programa do Soldado Invernal; e há uma firma de advocacia chamada Goodman, Kurtzberg e Holliway, que no futuro se tornará a GLK&H de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis. Também há várias menções à empresa Roxxon, que existe nos quadrinhos e, embora não tenha importância nenhuma no MCU, costuma dar as caras em todas as demais séries da Marvel.

A primeira temporada seria aclamada pela crítica, que a consideraria divertida, envolvente, fiel à caracterização da época e elogiaria as atuações de Atwell e D'Arcy - embora alguns críticos tenham reclamado do "estilo Marvel" de alguns episódios, em especial os que contam com Stark. O público, infelizmente, não foi tão cativado, com a audiência caindo a cada semana - o primeiro episódio teve uma média de 10 milhões de espectadores, o último teve uma média de 4 milhões. Ainda assim, a ABC se mostrou satisfeita, e encomendou uma segunda temporada em maio de 2015.

A segunda temporada teve dez episódios, exibidos entre 19 de janeiro e 1 de março de 2016, e era ambientada no ano de 1947, em Los Angeles - a mudança de cidade se deu, principalmente, para que mais tomadas externas pudessem ser aproveitadas, já que, mais uma vez, as gravações ocorreriam lá. Aproximadamente seis meses após os eventos da primeira temporada, Thompson foi promovido a chefe de seção da Costa Leste, baseada em Nova Iorque, e Sousa a chefe de seção da Costa Oeste, baseada em Los Angeles, requisitando Peggy para ajudá-lo com um caso bizarro para o qual seus agentes, sem experiência, não têm nenhuma pista. Coincidentemente, Howard Stark decide investir seu dinheiro em um estúdio de cinema, o que faz com que Jarvis também esteja em Los Angeles, com ele e Peggy novamente formando uma dupla de investigadores, dessa vez com a diferença de que Peggy não precisa agir em segredo da RCE - embora Thompson ainda aja contra ela, por machismo e sob ordens de seus superiores.

Assim como a primeira temporada, a segunda conta uma história contínua, envolvendo a empresa Isodyne Energy, inspirada em empresas verdadeiras da década de 1940, que pesquisavam novas tecnologias, a maioria delas envolvendo energia nuclear e viagens espaciais. Por acidente, a Isodyne criou um vórtice de onde saiu uma matéria desconhecida capaz de subverter as leis da física, e cabe a Peggy e Jarvis descobrir como fechá-lo antes que todo o planeta esteja em perigo. A principal antagonista é Whitney Frost (Wynn Everett), conhecida nos quadrinhos como Madame Máscara, uma atriz de Hollywood envolvida com pesquisa científica (de certa forma inspirada em Hedy Lamarr), e principal interessada no uso da Matéria Zero, como a Isodyne chama o material, em aplicações comerciais. Também fazem papel de vilões os membros do Conselho dos Nove, organização inspirada no Império Secreto dos quadrinhos, um grupo de homens riquíssimos que controlam secretamente o destino do mundo.

Apenas Peggy, Jarvis, Thompson e Sousa fazem parte do elenco principal. Os personagens recorrentes que retornam da primeira temporada são Stark, Dottie e Rose, enquanto os novos, além de Frost, incluem Ana (Lotte Verbeek), a esposa de Jarvis, que logo se torna amiga de Peggy; Jason Wilkes (Reggie Austin), cientista que está pesquisando a Matéria Zero e se torna aliado e caso amoroso de Peggy; Calvin Chadwick (Currie Graham), político candidato ao senado, marido de Frost e membro do Conselho dos Nove; Aloysius Samberly (Matt Braunger), cientista da RCE que ajuda Peggy a criar um dispositivo capaz de conter a Matéria Zero; Violet (Sarah Bolger), enfermeira e namorada de Sousa; Vernon Masters (Kurtwood Smith), supervisor da RCE e chefe de Thompson e Sousa, secretamente também membro do Conselho dos Nove; Joseph Manfredi (Ken Marino), criminoso apaixonado por Frost e líder da Maggia, que é tipo a máfia nos quadrinhos Marvel; Rufus Hunt (Chris Browning), assassino que trabalha para o Conselho dos Nove; e Hugh Jones (Ray Wise), presidente da Roxxon e membro do Conselho dos Nove.

No início da produção, a ideia era também levar Angie para Los Angeles, para que Peggy pudesse ter uma amiga e confidente; sem conseguir encontrar uma forma de fazer isso sem parecer forçado, e achando que ela acabaria só aparecendo em cenas aleatórias, a equipe de roteiristas decidiria substituí-la por Ana Jarvis. Angie não seria totalmente alijada da série, porém: o nono episódio conta com uma sequência de sonho no qual ela aparece. A curiosidade é que essa sequência também é um musical, expondo os talentos de canto e dança de Atwell e Gjokaj. Uma piada interna da ABC é que esse episódio foi um crossover com o reality show Dancing with the Stars (ou a prova de que Dancing with the Stars faz parte do MCU), já que a equipe de dançarinos da sequência é a mesma do programa. A música cantada por Atwell e Gjokaj, Whatcha Gonna Do (It's Up to You) seria disponibilizada para compra no iTunes em 18 de março de 2016.

Além de mais diversidade no elenco, Fazekas e Butters pediriam por mais diversidade dentre os diretores e roteiristas, e seriam atendidas. Mais uma vez, os dois primeiros episódios seriam exibidos no mesmo dia, ambos dirigidos por Lawrence Trilling, o primeiro tendo roteiro de Englestein, o segundo de Pearson e Allen. Na ordem, do terceiro ao oitavo, os diretores e roteiristas seriam: David Platt e Molina, Platt e Sue Chung, Craig Zisk e Allen, Zisk e Pearson, Metin Hüseyin e Brandon Easton, Hüseyin e Englestein. Os dois últimos teriam direção de Jennifer Getzinger; o nono, o da sequência de sonho, teria roteiro de Dingess a partir de uma história de Fazekas e Butters, enquanto o décimo seria o contrário, roteiro de Fazekas e Butters a partir de história de Dingess. A sequência de sonho seria escrita e dirigida por David Zippel e coreografada por Louis van Amstel, dois grandes nomes do teatro musical norte-americano.


Um dos efeitos mais comentados da série foi a cicatriz de Frost, definida pela maquiadora Debra LaMia Denaver como "uma boneca de porcelana rachada, de onde escorre a Matéria Zero"; criada por Jay Wejebe e Robin Beauchesne, a maquiagem foi feita para ser colocada e retirada inteira, como uma prótese, o que fazia com que Everett só precisasse ficar meia hora por dia na cadeira. Os efeitos especiais ficariam totalmente a cargo da DNegTV, já que foram em número bem menor que os da primeira temporada - segundo os produtores, Los Angeles ainda está quase idêntica a como era em 1947, então não foi preciso usar tanto chroma key. A maior parte dos efeitos especiais envolvia a Matéria Zero, incluindo um realce na maquiagem de Frost. Para cortar custos, os episódios seriam filmados dois a dois, por isso os diretores são os mesmos a cada dois episódios. A segunda temporada teria poucas ligações com o MCU, embora, segundo Fazekas, a Matéria Zero seja o mesmo elemento que a Matéria Sombria de Doutor Estranho, Agents of S.H.I.E.L.D. e Manto & Adaga; a única referência real a um evento do MCU é Howard Stark comprando o terreno em Malibu onde, no futuro, será construída a casa de Tony.

A segunda temporada agradaria menos à crítica que a primeira; as atuações de Atwell e Regan seriam elogiadas, assim como a adição de Ana e Frost, mas a história seria considerada confusa, Thompson um perdido na série, e Wilkes, que deveria ser o personagem masculino principal, raso e com pouco a contribuir com a história. A audiência também não seria do agrado da ABC, e mais uma vez cairia a cada episódio, começando com média de 5,18 milhões de espectadores, terminando com média de 3,81 milhões. Diante disso, mesmo com o último episódio terminando com um cliffhanger, a ABC decidiria não renovar a série, cancelando-a ainda em março de 2016, pouco após o último episódio ir ao ar.

Com o lançamento do serviço de streaming Disney+ e a produção de novas séries da Marvel, D'Esposito se mostrou animado com a possibilidade de produzir uma terceira temporada, e até mesmo com poder tirar Peggy da década de 1940, levando-a em uma jornada ao longo dos anos até se reencontrar com o Capitão América em 2014. Por enquanto, uma nova série estrelada por Peggy não está nos planos da Disney, e, mesmo que ela seja produzida, é pouco provável que comece de onde Agente Carter parou.

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