domingo, 30 de junho de 2019

Escrito por em 30.6.19 com 3 comentários

Gavião Negro

Quando eu era criança, foi lançada aqui no Brasil, pela Estrela, uma coleção de brinquedos chamada Super Powers. Como eu já comentei aqui em alguns posts, essa coleção foi lançada originalmente nos Estados Unidos pela Kenner, e consistia de bonequinhos dos super-heróis da DC, semelhantes aos Comandos em Ação, mas cada um com um "golpe secreto": alguns, quando a gente apertava as duas pernas uma contra a outra, davam um soco, outros, quando a gente apertava os braços, davam um chute, e por aí vai.

Eu tive muitos Super Powers. Provavelmente não todos, mas um monte. Me lembro que o primeiro que ganhei foi Brainiac, da minha madrinha, porque ela sabia que eu gostava de robôs, e achou que o Brainiac fosse um robô (no que não estava totalmente errada, mas isso não vem ao caso). Também me lembro que, em um Natal, meu padrinho me perguntou o que eu gostaria de ganhar, e eu pedi "o carro do Super-Homem" (que, junto com o Batmóvel e talvez mais algum outro veículo do qual não me lembro agora, também fazia parte da coleção), ao que ele me respondeu "mas por que o Super-Homem precisa de carro se ele voa?", o que me pareceu fazer muito sentido. Os demais não me lembro quem me deu ou quando, mas me lembro que de alguns eu gostava mais do que de outros - eu não gostava, por exemplo, do Brainiac, porque o achava muito feio. Os meus preferidos eram o Ciborgue, porque ele trocava as mãos por várias outras coisas diferentes, como uma broca ou uma anteninha parabólica; o Homem-Borracha, porque esticava o pescoço ao invés de dar um soco ou chute; e o Gavião Negro, cujas asas não só batiam quando a gente apertava as pernas dele, mas também eram removíveis, algo que, até começar a ler os quadrinhos, jamais entendi o porquê.

Enfim, há coisa de um ano, enquanto eu escrevia a introdução do post sobre o Homem-Borracha, me lembrei dos meus bonequinhos dos Super Powers, e pensei em escrever um post sobre o Gavião Negro também. Depois acabei desistindo, mas, quando fui escrever o post sobre o Aquaman, essa vontade acabou voltando. Essa semana, decidi que irei matá-la. Hoje é dia de Gavião Negro no átomo!

O Gavião Negro (que, em inglês, se chama Hawkman, o Homem-Gavião) foi criado pelo roteirista Gardner Fox e pelo desenhista Dennis Neville, e fez sua estreia na revista Flash Comics número 1, de janeiro de 1940 - mesma edição na qual estrearia Jay Garrick, o Flash original. Sua identidade secreta era a do arqueólogo Carter Hall, que era a reencarnação de um príncipe do Antigo Egito, chamado Khufu. Séculos atrás, o príncipe Khufu estava de casamento marcado com sua amada Chay-Ara, mas o invejoso sacerdote Hath-Set não estava a fim de deixar nem que ele se casasse, nem que assumisse o trono, e, assim, atraiu o casal para uma armadilha e os matou. Antes de morrer, porém, Khufu prometeu que iria reencarnar quantas vezes fossem necessárias até que pudesse se vingar de Hath-Set e se casar com Chay-Ara. A mais recente reencarnação de Khufu é Hall, que, ao segurar o punhal com o qual Hath-Set matou Khufu, recuperou todas as memórias do príncipe, inclusive identificando o cientista Anton Hastor como a reencarnação de Hath-Set e a bela Shiera Sanders como a reencarnação de sua amada (inclusive, tanto Chay-Ara quanto Shiera se pronunciam "shaiêra").

Por alguma razão incompreensível, Hall decide pegar um meteoro feito do misterioso Metal Enésimo (Nth Metal), que tem o poder de negar a gravidade, e construir um cinto, que lhe dará o poder de voar. Por outra razão igualmente incompreensível, ele também decide criar uma fantasia de gavião, com asas e tudo, e cuja máscara é uma cabeça de gavião, com olhos e bico apropriados. O mais bizarro dessa história, portanto, é que o Gavião Negro original não precisava de suas asas para voar, sendo elas puramente decorativas, já que a habilidade de voar vinha do cinto feito do Metal Enésimo. Seja como for, ele usaria seus novos poderes para derrotar Hastor, que havia sequestrado Shiera, que, agradecida, decidiria começar um romance com ele. Depois, para a fantasia não ficar pegando poeira, ele decidiria se tornar um super-herói, combatendo o crime e protegendo os inocentes. Uma curiosidade do Gavião Negro é que, como ele tem as memórias de Khufu, é um mestre no uso de todas as armas antigas, sendo sua preferida a maça; para dar um toque especial, Hall decide usar as armas antigas da coleção do museu quando atua como Gavião Negro.

Para criar o uniforme do Gavião Negro, Neville se inspiraria nos homens-gavião das histórias de Flash Gordon. Sua máscara, que imitava a cabeça de um gavião de verdade, era considerada muto trabalhosa de se desenhar, o que gerou reclamações do desenhista que sucedeu Neville, Sheldon Moldoff. Moldoff, porém, não teve a boa ideia de mudá-la, diferentemente de Joe Kubert, que assumiu a arte na edição 85 da Flash Comics, de julho de 1947, simplificando bastante a máscara do herói. Um ano depois, na edição 98, ele a simplificaria ainda mais, transformando-a em apenas um capuz amarelo com um símbolo vermelho.

O Gavião Negro permaneceria na Flash Comics durante toda sua carreira na Era de Ouro. Ele também seria membro fundador da Sociedade da Justiça da América, desde a primeira aparição da equipe na All-Star Comics 3, em dezembro de 1940. Na edição 8, ele se tornaria o líder da equipe, posição que manteria até sua última aparição na All-Star Comics, sendo também o único dos membros da SJA que participaria de todas as histórias da equipe na Era de Ouro. Na All-Star Comics 5, de julho de 1941, Shiera decide pegar um cinto de Metal Enésimo reserva e fingir que era o Gavião Negro para deter um grupo de criminosos; depois disso, ela decidiria assumir a identidade de Mulher-Gavião (Hawkgirl, na verdade a "Garota-Gavião"), se tornando, além de sua parceira romântica, sua parceira no combate ao crime, o que foi uma grande novidade para a época.

No final da década de 1940, muitas revistas da DC estavam com baixas vendas, e um dos heróis que sofreram com isso foi o Gavião Negro. Em fevereiro de 1949, na edição 104, a Flash Comics seria cancelada, o que representaria o fim das aventuras solo do Gavião Negro. Sua última aventura - bem como a da Mulher-Gavião - junto com a SJA seria publicada na All-Star Comics 57, de fevereiro de 1951. Depois disso, o Gavião Negro e a Mulher-Gavião desapareceriam das histórias da DC durante anos, não aparecendo nem em republicações.

No início da década de 1960, o editor da DC, Julius Schwartz, quis trazer de volta o Gavião Negro, mas com uma nova roupagem - inspirado no sucesso do Flash e do Lanterna Verde, que, no final da década de 1950, haviam reestreado em novas versões, com origens e identidades secretas bastante diferentes das de suas versões da Era de Ouro. Curiosamente, Schwartz escolheria para recriar o Gavião Negro a mesma dupla responsável por suas últimas histórias da Era de Ouro, o roteirista Gardner Fox (que, lembremos, também foi o criador do personagem, então, em um caso raro, é o criador de duas de suas versões) e o desenhista Joe Kubert. Ao invés de optar pelo óbvio, entretanto, eles criariam um Gavião Negro bastante diferente e inesperado.

O Gavião negro da Era de Prata não era humano, e sim um alienígena do planeta Thanagar - local de origem do Metal Enésimo, ou seja, de onde veio o meteoro que Hall usou para criar seu cinto. Seu nome era Katar Hol, e ele era um membro da polícia de Thanagar, que, por motivos posteriormente explicados, se vestiam como se fossem gaviões, com quase todo o seu uniforme - o cinto, as amarras do peito, as botas, a máscara e as asas - sendo feitas do Metal Enésimo - que, além de anular a gravidade, nessa nova versão também impede que seu usuário sinta calor ou frio, aumenta sua força e o alcance de sua visão, e acelera a cura de seus ferimentos. Hol é casado com outra policial, Shayera Thal, que salvou sua vida na primeira missão do casal juntos. Após dez anos de casamento, ambos foram enviados para a Terra pelo governo de Thanagar em perseguição a um criminoso thanagariano, chamado Byth, e, após capturá-lo e mandá-lo de volta, decidiriam ficar em nosso planeta para aprender mais sobre os métodos de nossa polícia. Com a ajuda do Comissário George Emmett, que conheceram enquanto tentavam prender Byth, eles conseguiram novas identidades, as dos arqueólogos Carter e Shiera Hall, e se tornaram curadores do museu de Midway City, cidade que decidiram adotar como sua base de operações. Quando não estão no museu, eles combatem o crime usando seus uniformes e armas thanagarianos, usando os nomes de Gavião Negro e Mulher-Gavião.

Essa nova versão dos heróis estrearia na revista The Brave and the Bold 34, de fevereiro de 1961, e lá ficaria durante cinco edições. Após mais quatro edições na Mystery fom Space, onde foram contadas as aventuras da dupla enquanto ainda estavam em Thanagar, o Gavião Negro da Era de Prata ganharia uma revista com seu nome, Hawkman, ainda com roteiros de Fox, cuja primeira edição seria lançada em maio de 1964. Bimestral, essa revista não faria o sucesso esperado, e acabaria cancelada após 27 edições, em setembro de 1968. Dois meses depois, a revista The Atom, protagonizada pelo Eléktron, mudaria de nome para The Atom and Hawkman, mantendo a numeração (com a primeira com esse título sendo a edição 39) e trazendo aventuras do Gavião Negro e do Eléktron como uma dupla. Essa tentativa também resultaria em baixas vendas, e a The Atom and Hawkman seria cancelada após sete edições, na 45, em novembro de 1969.

As aventuras do Gavião Negro e da Mulher-Gavião também seriam publicadas na World's Finest Comics, entre a edição 184, de maio de 1969, e a 302, de abril de 1984, com um total de 31 aparições; na Detective Comics, com 16 aparições entre a edição 347, de janeiro de 1966, e a 500, de março de 1981; e na DC Comics Presents, com quatro aparições entre a edição 4, de dezembro de 1978, e a 74, de outubro de 1984; além de uma história em três partes publicada na Showcase nas edições de 101 a 103, entre junho e agosto de 1978. O Gavião Negro da Era de Prata também faria parte da Liga da Justiça, entrando na revista Justice League of America 31, de novembro de 1964. Em equipe ele seria mais bem sucedido, aparecendo em 132 histórias, até a edição 250, de maio de 1986.

Em meados da década de 1980, a DC decidiria investir mais uma vez na dupla de thanagarianos, lançando a minissérie The Shadow War of Hawkman, com roteiros de Tony Isabella e arte de Richard Howell, em quatro edições lançadas entre maio e agosto de 1985, na qual o Gavião Negro e a Mulher-Gavião têm de deter cinco thanagarianos renegados que planejam invadir a Terra, sem que isso chegue ao conhecimento dos governos do planeta. A minissérie seria um grande sucesso, e o casal ganharia mais uma revista Hawkman, cuja primeira edição seria lançada em agosto de 1986; infelizmente, ela não faria o mesmo sucesso da minissérie, e acabaria cancelada após 17 edições, em dezembro de 1987.

Quando ficou estabelecido que os heróis da Era de Ouro ainda existiam, vivendo em uma Terra paralela conhecida como Terra-2 - após o encontro dos dois Flashes, criado por Gardner Fox na revista The Flash 123, de setembro de 1961 - o Gavião Negro da Era de Ouro voltaria à continuidade da DC. Dessa forma, assim como tínhamos dois Flashes (sendo o da continuidade principal Barry Allen e o da Terra-2 Jay Garrick) e dois Lanternas Verdes (sendo o da continuidade principal Hal Jordan e o da Terra-2 Alan Scott) passaríamos a ter dois Gaviões Negros, sendo o da continuidade principal o thanagariano Katar Hol, disfarçado como o arqueólogo Carter Hall, enquanto o da Terra-2 era o arqueólogo Carter Hall, descendente do príncipe Khufu. O Gavião Negro da Era de Ouro viveria suas aventuras junto com a JSA na ressuscitada All-Star Comics, que seria relançada, com a numeração continuando do 58, onde havia parado, em fevereiro de 1976. A revista não faria o sucesso esperado, porém, e acabaria cancelada na edição 74, de outubro de 1978. Três anos depois, o Gavião Negro da Era de Ouro voltaria com uma nova equipe na revista All-Star Squadron, que teve 67 edições publicadas, entre setembro de 1981 e março de 1987.

Nessas novas histórias do Gavião Negro da Era de Ouro, tivemos algumas revelações interessantes, como o fato de que a SJA havia ficado desaparecida durante a década de 1950 e muito pouco ativa nos anos seguintes (sendo as únicas histórias publicadas da equipe fora da nova All-Star Comics encontros anuais que ocorreram entre a JSA e a Liga da Justiça, publicados entre 1963 e 1984 na revista Justice League of America) ter se devido à equipe ser chamada perante um comitê do Senado norte-americano em 1951 (ano da publicação da última All-Star Comics antes do hiato), que exigiu que os heróis retirassem suas máscaras e revelassem suas identidades, o que eles negaram, preferindo se aposentar; ou o fato de que Carter e Shiera se casaram e tiveram um filho, chamado Hector, que fundaria uma equipe de heróis chamada Infinty, inc., usando uma armadura de Metal Enésimo e o codinome de Escaravelho de Prata.

Em 1985, a DC decidiria arrumar a casa com a saga Crise nas Infinitas Terras, removendo da continuidade todos os seus universos paralelos e mantendo apenas um, o da continuidade principal, para o qual alguns personagens, como os membros da SJA, migrariam. Isso significava que agora haviam dois Flashes, dois Lanternas Verdes e dois Gaviões Negros no mesmo universo - sendo que, como ambos os Gaviões Negros se chamavam Carter Hall, isso trouxe uma certa confusão. Em setembro de 1986, a DC lançaria o especial Last Days of the Justice Society of America, ao fim do qual os membros da SJA ficariam presos em um limbo, sendo efetivamente removidos da continuidade principal; a história seria escrita, entretanto, de forma que eles pudessem voltar caso essa fosse a vontade da DC, mas, enquanto o Flash e o Lanterna Verde retornaram até rápido, a DC considerava que não havia necessidade de dois Gaviões Negros, principalmente com o mesmo nome, o que fez com que, durante quase uma década, o único Gavião Negro do Universo DC fosse Katar Hol.

Após a Crise, os principais heróis da DC ganharam novas origens, como se tivessem surgido na época atual - enquanto a nave do Super-Homem original, por exemplo, caiu na Terra no início do século XX, a do Super-Homem pós-Crise cai na Terra na década de 1950, o que fazia com que ele tivesse por volta de 30 anos na nova continuidade. Dentre esses "relançamentos", houve um do Gavião Negro (Katar Hol), com roteiros e arte de Timothy Truman, na forma da minissérie Hawkworld, lançada em três edições entre maio e julho de 1989. Hawkworld seria um grande sucesso e se tornaria uma série regular, com sua numeração recomeçando do 1 em junho de 1990. Essa série regular teria 32 edições, a última de março de 1993, antes de ser renomeada para Hawkman, com a numeração recomeçando do 1, em setembro de 1993. Essa série traria muitas mudanças bizarras, como o retorno do Carter Hall da Era de Ouro, e uma fusão entre os dois personagens que resultou em um novo, chamado Deus-Gavião; isso prejudicou as vendas, e fez com que a revista fosse cancelada na edição 34, em julho de 1996. Na última edição, Katar Hol e Carter Hall morrem, e seus corpos são dissolvidos no limbo.

O Gavião Negro retornaria apenas em 2002, em uma nova revista Hawkman, lançada em maio daquele ano, com roteiros de Geoff Johns e James Robinson e arte de Rags Morales. Nessa nova versão ele seria novamente Carter Hall, arqueólogo que é a reencarnação do príncipe Khufu, mas se lembra também de todas as suas demais encarnações passadas, como um caubói na época do Velho Oeste e um cavaleiro na Grã-Bretanha do século V. A origem desse novo Carter Hall também está ligada ao planeta Thanagar, já que foi de lá que veio o Metal Enésimo de sua roupa, e foi graças a um culto thanagariano que ele foi trazido do limbo de volta à vida e rejuvenescido. Uma novidade é que a Mulher-Gavião dessa nova versão é Kendra Saunders, que também é a reencarnação de Chay-Ara, e que aceita ser parceira do Gavião Negro no combate ao crime, mas o rejeita como amante de todas as formas, achando um absurdo eles serem obrigados a ter um romance nessa vida só porque o tiveram em vidas passadas. Os dois são sediados na cidade de St. Roch, Louisiana, onde, além de combater o crime, tomam conta do museu local.

A quarta versão da Hawkman seria um grande sucesso, e teria 49 edições, a última de abril de 2006. Na edição seguinte, ela seria renomeada para Hawkgirl, mantendo a numeração, e seria muito mais centrada em Kendra; a partir daí, o sucesso não seria tão grande, e ela acabaria sendo cancelada após 17 edições, na 66, de setembro de 2007. Os novos Gavião Negro e Mulher-Gavião também passariam a fazer parte da nova versão da SJA, vivendo suas aventuras na revista JSA, com roteiros de Robinson e David S. Goyer, com 87 edições publicadas entre agosto de 1999 e fevereiro de 2003, das quais o Gavião Negro apareceu em 43. Nos anos seguintes, o Gavião Negro e a Mulher-Gavião participariam das principais sagas da DC, como Crise Infinita, A Noite Mais Densa e O Dia Mais Claro, o Gavião Negro também seria um dos personagens principais da minissérie Crise de Identidade, publicada em 7 edições entre junho e dezembro de 2004.

Após a saga Os Novos 52, que serviu como um reboot do Universo DC, o Gavião Negro voltaria a ser o thanagariano Katar Hol, vivendo na Terra com a identidade de Carter Hall. Sua nova revista The Savage Hawkman, seria lançada em novembro de 2011, mas não faria sucesso, sendo cancelada após 20 edições, em julho de 2013. O Gavião Negro, então, passaria alguns anos fazendo apenas pequenas participações até a saga Renascimento, após a qual ele voltaria a ser o arqueólogo Carter Hall, reencarnação do príncipe Khufu - e, em uma espécie de plot twist, reencarnação também de Katar Hol, que morreu em Thanagar. A morte de Hol seria contada na minissérie Death of Hawkman, lançada em seis partes entre dezembro de 2016 e maio de 2017. A nova revista de Hall, Hawkman, estrearia em agosto de 2018, e é a atual publicação do herói.

O Gavião Negro é um personagem interessante, mas, infelizmente, ao contrário do Flash e do Lanterna Verde, parece que a convivência entre suas duas versões é impossível, e a DC não consegue se decidir sobre qual versão seria a protagonista. Isso, infelizmente, acaba tendo um grande impacto sobre a popularidade do personagem, que, apesar de ser com certeza bastante conhecido, parece que jamais será tão famoso quanto outros colegas seus de editora.

3 comentários:

  1. 1) Valeu pelo retrospecto! Só uma correção: quando o primeiro herói (o Carter/Khufu) começou a ser publicado no Brasil na década de 40, ganhou o nome de "Falcão da Noite" (sua esposa Shiera era a "Mulher-Falcão"). Depois, quando chegou aqui a versão Katar, resolveram chamar esse personagem de "Gavião Negro" (e sua amada Shayera de "Mulher-Gavião"), pra diferenciar do outro, cujas histórias ainda eram republicadas. O mesmo aconteceu com os dois Flashes (com o da Era de Ouro sendo o Joel Ciclone e o da de Prata o Flash, mesmo), mas não com os dois Lanternas Verdes nem com os dois Arqueiros Verdes, que mantiveram os mesmo nome. Vai saber...

    2) Creio que os "Novos 52" trouxeram de volta a velha dinâmica das "Terras 1 e 2" (ou "Terras Ativa e Paralela", como cresci lendo nos gibis da Abril), com o Katar/Gavião sendo o do mundo das revistas mensais, passado nos "tempos atuais", e o Carter/Falcão/Khufu o herói cinqüentão (que lutou na 2a. Guerra Mundial) do mundo paralelo, que é situado nos anos 60. Mas não sei ao certo, pois parei de acompanhar essas histórias mais ou menos em 1997...

    3) O Gavião, pra dar certo em um grupo, tem que fazer a diferença, precisando estar rodeado de gente que NÃO VOE na missão da qual faça parte. Mesma coisa com o Anjo dos X-Men!

    (Continua...)

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    1. (...Continuação:)

      4) Na verdade, a culpa pela má fama do personagem é dos "Superamigos", que, sem poder usar as habilidades de combate do "Homem-Águia" e da "Mulher-Águia" (como a tradução os chamou no desenho), o transformaram num cara que apenas voava e jogava redes. Destino semelhante teve o pobre do Aquaman!

      Aliás, nos desenhos nunca fica clara a origem dos poderes dos Gaviões. Nos "Superamigos", apenas uma vez a "Mulher-Águia" amarra seu "cinto antigravidade" um/a vilão/ã (acho que era a Mulher-Maravilha Bizarra, mas não lembro direito) pra prendê-lo/a no teto. Antes disso, creio que todos pensavam que eles voavam com asas naturais. Já a Mulher-Gavião do desenho da "Liga da Justiça" de 2002 vinha de um povo nascido com asas, mas a gente só descobre no fim do segundo ano da série! (Antes disso, pensava que iam usar o mesmo recurso do gibi...)

      5) Queria aproveitar também pra acrescentar algumas informações sobre o Gavião "Pós-Crise": junto com a Mulher-Maravilha, ele foi uma das maiores vítimas do megacrossover.

      A questão é que a minissérie "Hawkworld" era pra ser um flashback da origem do herói, contando seu passado em Thanagar, assim como a série mensal era pra ser só uma segunda minissérie, mostrando a chegada de Katar e Shayera à Terra e a caçada ao vilão Byth. Mas os executivos da DC e da Warner decretaram que a mini seria transformada em mensal e se passaria no "presente" do universo ficcional. Universo este que deveria ter sido "zerado" com a "Crise", mas só o foi em alguns aspectos.

      Isso gerou uma bagaceira dos infernos, já que a Liga da Justiça, da qual o Gavião tinha feito parte, não foi "rebootada", tendo passado por todas as fases vistas antes (Liga dos figurões e do satélite, Liga pequenininha de Detroit, Liga Internacional) nas HQs, e o próprio Gavião participou de diversas histórias "pós-crise" ao lado da equipe e de vários heróis. O que fazer? Em vez de voltar atrás na decisão e considerar "Hawkworld" como flashback, mandaram os escritores fazerem um "puxadinho" cronológico e, assim, o Gavião Negro da Liga foi reinventado pot John Ostrander como um espião thanagariano que se infiltrou na comunidade super-heroística afirmando ser o filho do Falcão da Noite. A Mulher-Gavião que o acompanhava era uma terráquea que ele enganou e com quem se casou, tendo inclusive tido um filho (que se tornaria o Águia Dourada dos "Titãs da Costa Oeste"). A mulher, chamada Sharon, descobriu a identidade de Andar, junto com um plano de invasão da Terra por Thanagar e o denunciou aos outros heróis, mas acabou morta por outros espiões infiltrados.

      Além de enrolada, essa história não explica muitas coisas: por exemplo, se ele era só um terráqueo, por que era sempre escolhido para missões da Liga que exigiam pessoas com amplo conhecimento do espaço sideral? Se ele estava a serviço de Thanagar, por que lutou contra as forças alienígenas que atacaram a Terra (no crossover "Invasão"), das quais os thanagarianos faziam parte?

      Essa decisão mal-pensada prejudicou imensamente o personagem, criando uma bagunça que só acabou agora.

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    2. Opa, valeu pelo complemento! Abraços!

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