Aquaman foi criado pelo roteirista Mort Weisinger e pelo desenhista Paul Norris, e fez sua estreia na revista More Fun Comics 73, de novembro de 1941 - mesma edição, aliás, na qual estreou o Arqueiro Verde, também criado por Weisinger. Aquaman seria parte de um grupo seleto de oito super-heróis da DC que, no final dos anos 1950, fariam a transição da Era de Ouro para a Era de Prata sem ser "reimaginado" como um novo personagem - grupo que também inclui o Arqueiro Verde, o Espectro, o Vingador Fantasma, o Sr. Destino e os três peso-pesados da editora, Superman, Batman e Mulher Maravilha. A origem do herói nessa primeira aparição, porém, era bastante diferente daquela que se tornaria conhecida mais tarde: em sua primeira história, Aquaman (que sequer tem um nome civil) revela ser filho de um famoso explorador do fundo do mar; após sua mãe morrer no parto, ele, ainda bebê, seria levado por seu pai em uma expedição que encontrou a mítica cidade de Atlântida. Seu pai decidiria morar na cidade, construindo uma casa hermeticamente fechada, para manter toda a água do lado de fora, e, estudando o conhecimento dos atlantes, encontrou técnicas para treinar o então Aquaboy para que ele conseguisse respirar sob a água e se comunicar com os animais marinhos - o que, nessa primeira versão, ele fazia falando a língua deles, o que significava que ele deveria estar próximo o suficiente para ser ouvido. Ter crescido na pressão do fundo do oceano também faria com que Aquaman se tornasse muito mais forte que um ser humano comum, e capaz de nadar muito mais rápido. Após a morte de seu pai, ele decidiria usar seus poderes para proteger a humanidade e deixaria Atlântida, tomando como base de operações um antigo navio afundado.
Durante a Era de Ouro, Aquaman seria apenas mais um dos personagens do elenco da More Fun Comics, que trazia três histórias, cada uma de um herói diferente, a cada mês. Enquanto a Segunda Guerra estava ocorrendo, seus principais oponentes eram submarinos alemães e nazistas em geral que queriam estabelecer bases marinhas secretas próximas aos Estados Unidos ou ameaçavam a vida marinha de alguma forma; depois, ele passaria a combater vilões de temática marinha, especialmente piratas - seu arqui-inimigo, nessa época, era o Capitão Black Jack. Apesar de ter tido várias histórias publicadas, o Aquaman não era exatamente um personagem popular; em 1946, para tentar alavancar sua popularidade, Weisinger, então editor da DC, o transferiria para a Adventure Comics, na época uma das revistas de maior vendagem da editora, na qual ele permaneceria durante mais de 35 anos.
O fato de seu criador ter sido promovido a editor da DC, aliás, é apontado por muitos como determinante para que Aquaman não tivesse sido cancelado e reformulado durante a década de 1950, como ocorreu com personagens mais famosos como o Flash, o Lanterna Verde e o Gavião Negro. No final da década, entretanto, ele receberia uma reformulação em sua origem, publicada na Adventure Comics 260, de maio de 1959. Nessa edição, seria revelado que o nome verdadeiro de Aquaman era Arthur Curry, filho de Tom Curry, um operador de farol, com Atlanna, membro da raça dos atlantes. Sendo um híbrido de humano e atlante, Arthur podia respirar sob a água, se comunicar telepaticamente com a fauna marinha, era mais forte que um humano comum, e podia nadar muito mais rápida e graciosamente. Após a criação do conceito do Multiverso DC, ficaria oficialmente estabelecido que essa versão, o filho de Tom Curry, era o Aquaman do "nosso universo", enquanto a versão antiga, o filho do explorador submarino, era o Aquaman da Terra-2, universo no qual o Flash era Jay Garrick, o Lanterna Verde era Alan Scott, e Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha haviam lutado durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao longo da década de 1960, a história de Aquaman ganharia cada vez mais elementos, a maioria deles adequando-o ao "padrão" dos demais heróis da DC: assim como Batman tinha o Robin, Aquaman também ganharia um parceiro mirim, Aqualad (lad, em inglês, significa "rapaz"), um jovem órfão atlante chamado Garth, que ele decidiria abrigar e se tornar seu mentor. Assim como o Super-Homem tinha a Kryptonita e o anel do Lanterna Verde não afetava nada de cor amarela, Aquaman também ganharia uma fraqueza: ele não poderia passar mais de uma hora sem entrar em contato com a água, ou morreria - quando inventaram isso, inclusive, tentaram fazer com que fosse uma retcon, ou seja, "sempre foi assim e vocês nunca repararam", mas algumas histórias ou diziam com todas as letras que ele podia sobreviver no seco por tempo indeterminado, ou colocavam Aquaman em situações em que era muito difícil ou impossível ele entrar em contato com a água, sem dar qualquer indicação de como ele o teria feito. Assim como o Super-Homem tinha Lois Lane e o Flash tinha Iris West, Aquaman conheceria uma atlante chamada Mera, por quem se apaixonaria, o que os levaria a se casar e terem um filho (apelidado pelos leitores de Aquababy). E, assim como o Super-Homem viveu aventuras na juventude como Superboy, logo começariam a ser publicadas histórias das aventuras do Aquaman jovem, usando o nome de Aquaboy. Seriam introduzidos nas histórias até mesmo uma Aquagirl, inspirada na Supergirl e na Batgirl, e um duende criador de confusão, chamado Qwsp, no estilo do Bat-Mirim e do Sr. Mxyzptlk.
Aquaman também seria membro-fundador da Liga da Justiça, estando presente na primeira história da equipe, na The Brave and the Bold 28, de maio de 1960, e na formação que viveu a primeira aventura da Liga, revelada na Justice League of America 9, de fevereiro de 1962. Aquaman estaria presente na maior parte das aventuras da equipe durante a década de 1960, somente sendo passado à condição de coadjuvante em dezembro de 1969; na década de 1980, ele não só retornaria como membro pleno como se tornaria o líder da Liga, em uma formação que contava com Ajax, Zatanna, Homem-Elástico, Cigana, Vibro, Vixen e Aço. Desde então, ele fez parte das principais formações da Liga, sempre sendo trazido de volta quando os medalhões Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha também fossem.
Em 1962, Aquaman passaria a figurar em três revistas; além de manter sua carreira na Adventure Comics e suas aparições na Justice League of America, ele finalmente ganharia uma com seu próprio nome, Aquaman, lançada em fevereiro. Nessa nova revista, seria revelado que Atlanna não era uma atlante qualquer, e sim a Rainha de Atlântida, o que fez com que Aquaman, após a morte do Rei sem deixar herdeiros, se tornasse o novo Rei de Atlântida, adquirindo muito mais responsabilidades. Também seria revelado que, após a morte de Atlanna, Tom Curry se casaria novamente com uma humana, e teria um filho chamado Orm Marius, que cresceria com inveja de Aquaman e se tornaria um de seus piores inimigos, o Mestre do Oceano, que faria sua estreia na Aquaman 29, de setembro de 1966. Mas o arqui-inimigo do Aquaman da Era de Prata estrearia somente um ano depois, em setembro de 1967, na Aquaman 35: o Arraia Negra. Estranhamente, apesar de ser uma pedra constante no sapato do herói, o Arraia Negra, criado pelo roteirista Bob Haney e o desenhista Nick Cardy, passaria mais de 25 anos sem qualquer história ou origem, sendo apenas um mercenário que, por alguma razão, gostava de operar sob a água; somente em 1993, em uma história escrita por Shaun McLaughlin, seria revelado que o Arraia era David Hyde, que, quando garoto, foi sequestrado e forçado a trabalhar como escravo em um navio, e que, após ver Aquaman e sinalizar para que ele o salvasse, se frustrou ao ver o herói não percebendo seus sinais e indo embora, decidindo, após matar seus captores e fugir do navio, se vingar do herói a qualquer custo, imaginando que ele o teria visto mas ignorado - além disso, essa seria a primeira edição na qual o Arraia Negra apareceria sem máscara, com arte de Ken Hooper, e seria revelado que ele era negro, o que, na época, foi uma espécie de choque para os leitores.
Apesar de sua liderança na Liga, a década de 1980 não seria muito boa para Aquaman. Antes mesmo de a década começar, a Aquaman seria cancelada; então, em setembro de 1983, seria a vez do cancelamento da Adventure Comics, o que significaria o fim das aventuras solo do personagem. A DC planejava um relançamento do personagem, com um novo uniforme em tons de azul, e chegou a lançar uma minissérie em quatro partes, também chamada Aquaman, entre fevereiro e maio de 1986, com roteiros de Neal Pozner e arte de Craig Hamilton, que aprofundava a relação entre Aquaman e o Mestre do Oceano; essa minissérie deveria ter dado origem a uma nova série regular, que seria cancelada por "problemas criativos".
Em janeiro de 1989, Aquaman sofreria uma espécie de reboot em The Legend of Aquaman, com roteiro de Keith Giffen e Robert Loren Fleming e arte de Giffen e Curt Swan, no qual foi revelado que o nome verdadeiro de Aquaman é Orin, e que ele é filho de Atlanna com o feiticeiro Atlan, abandonado ao nascer por seus cabelos louros, sinal de uma antiga profecia. Ele seria encontrado por um operador de farol chamado Arthur Curry, que o criaria como se fosse seu filho, e, após sua morte, adotaria seu nome e sairia pelo mundo. De acordo com essa nova origem, o Mestre do Oceano ainda era meio-irmão de Aquaman, mas filho de Atlan com uma humana. The Legend of Aquaman não era um reboot completo porque mudava apenas a origem do herói, com todo o resto de sua história continuando válido, inclusive seu casamento com Mera, que passaria por uma grave crise após a morte do Aquababy, causada pelo Arraia Negra lá atrás, na Adventure Comics 452, de agosto de 1977. A crise no casamento atingiria seu ponto máximo, a separação do casal e fuga de Mera, em uma nova minissérie chamada Aquaman, lançada em cinco partes entre julho e outubro de 1989, feita pela mesma equipe de The Legend of Aquaman. Ao fim da minissérie, Aquaman decide abdicar do trono de Atlântida e ir viver na superfície. Esse seria o mote da nova série regular Aquaman, com roteiros de McLaughlin e arte de Hooper, lançada em dezembro de 1991, que começa com Aquaman como representante de Atlântida na ONU, mas o leva a retornar à cidade que um dia governou após um novo ataque do Arraia Negra. A nova série não faria sucesso, e seria cancelada após apenas 13 edições, em dezembro de 1992.
Em 1990, seria lançada a minissérie The Atlantis Chronicles, focada não em Aquaman, mas na história de Atlântida, em sete edições lançadas entre março e setembro, com roteiros de Peter David e arte de Esteban Maroto. Em mais uma minissérie, Aquaman: Time and Tide, em quatro edições lançadas entre dezembro de 1993 e fevereiro de 1994, com roteiros de David e arte de Kirk Jarvinen, as Crônicas de Atlântida são tidas como um texto passado para todos os governantes da Cidade Submersa, e, após lê-las, Aquaman compreende mais sobre sua origem, e decide sair pelo mundo em uma viagem de auto-compreensão. Ambas as minisséries seriam grandes sucessos, o que levaria a DC a convidar David para ser o roteirista de uma nova série regular de Aquaman, lançada em agosto de 1994. Essa seria a série regular de Aquaman mais longeva até agora, com 75 edições, a última de janeiro de 2001, sendo que David ficou a cargo dos roteiros durante quase quatro anos, até a edição 46, de julho de 1998.
Ao assumir Aquaman, David resolveu dar uma chacoalhada na vida do herói: após meses viajando, ele estava cabeludo e barbudo, com um visual bem diferente do tradicional. Além disso, o vilão Charybdis, para obrigá-lo a revelar como se comunica com a vida marinha, mergulhou sua mão esquerda em um tanque de piranhas, fazendo com que o herói a perdesse. Agora revoltado e embrutecido, Aquaman passa a usar um arpão cibernético desenvolvido pelos laboratórios STAR no lugar de sua mão direita, e uma armadura peitoral de gladiador ao invés de seu tradicional uniforme, além de decidir manter o visual cabeludo e barbudo. O herói também teria uma mudança de personalidade, se tornando mais nervoso, mais cínico e menos disposto a ajudar os "habitantes da superfície" - um reflexo dos anos 1990, quando os heróis, para fazerem sucesso, tinham de ser bad boys.
A Aquaman seria cancelada em 2001 com histórias em aberto; a DC optaria por não lançar uma nova revista ou minissérie, mas tentar fechá-las através de aparições de Aquaman em histórias de outros heróis. Aos poucos, Aquaman se tornaria menos malvado, tiraria a barba, e deixaria de usar um arpão como arma - pouco antes do cancelamento da Aquaman, o arpão é destruído e substituído por uma mão protética desenvolvida pelos cientistas atlantes, capaz de assumir várias formas diferentes. As inserções de Aquaman nas demais histórias da DC fariam sucesso dentre os leitores, e, em 2003, a editora decidiria lançar uma nova Aquaman, com roteiros de Rick Veitch e arte de Yvel Guichet. Nessa série, Aquaman é uma espécie de pária, odiado tanto pelos atlantes quanto pelos humanos, e tem de lutar para recuperar seu lugar de direito como Rei e como super-herói.
Na edição 40, de maio de 2006, a revista seria renomeada para Aquaman: Sword of Atlantis, e passaria a ter roteiros de Kurt Busiek e arte de Jackson Guice. Com o Aquaman da Era de Prata tendo sido dado como morto após os eventos da saga Crise Infinita, o protagonista de Sword of Atlantis é um novo Aquaman, chamado Arthur Joseph Curry, de origem bem semelhante à do Aquaman da Era de Ouro: filho do biólogo Philip Curry, ele receberia um soro experimental para sobreviver em um tanque após sua mãe falecer enquanto estava grávida, que lhe daria a habilidade de respirar sob a água; anos depois, após um acidente, ele vai parar em Atlântida, onde conhece vários dos coadjuvantes das aventuras de Aquaman, incluindo Mera, e decide assumir o codinome e o dever do herói. Sword of Atlantis seria cancelada, por decisão editorial e não por baixas vendas, na edição 57, de dezembro de 2007.
O Aquaman da Era de Prata retornaria em 2009, durante as sagas A Noite Mais Densa e O Dia Mais Claro, ao final da qual não somente sua mão seria reconstituída como também sua origem oficial voltaria a ser a dos anos 1960, segundo a qual ele é filho de Tom Curry com Atlanna. Logo após o fim de O Dia Mais Claro, em 2011, a DC passaria pelo reboot Os Novos 52, no qual Aquaman ganharia uma nova revista chamada Aquaman (a sétima, se alguém está contando), lançada em novembro, com roteiros de Geoff Johns e arte de Ivan Reis e Joe Prado. Nessa nova versão, ele ainda é meio-humano, meio-atlante, filho de Tom Curry com Atlanna e casado com Mera, mas decide abdicar do trono de Atlântida para se tornar um super-herói em tempo integral; o roteiro de Johns brinca com o fato de que, na época, Aquaman já havia adquirido sua má-fama por ser um "herói menor" e de "poderes pouco úteis", e, em suas histórias, o herói está frequentemente sendo rejeitado pelo grande público e tendo de provar seu valor. A sétima Aquaman teria 52 edições, a última de julho de 2016, e, durante essa série, ocorreria o primeiro grande evento da DC centrado em Aquaman, Trono de Atlântida, com histórias também publicadas nas edições da Justice League.
Também durante a sétima Aquaman, seria revelado que, no início de sua carreira, Aquaman fez parte de um grupo de super-heróis multinacional chamado simplesmente de Os Outros. As aventuras desse grupo seriam contadas na revista Aquaman and the Others, publicada entre junho de 2014 e maio de 2015, em 11 edições. Em abril de 2015, durante o evento Convergência, Mera assumiria o trono, se tornando Rainha de Atlântida, e decidiria declarar Aquaman traidor e ordenar uma caçada ao herói. Se tornando um fugitivo, o herói ganharia um novo uniforme, de cor preta, e novos poderes místicos.
Essa nova fase duraria pouco, já que, no ano seguinte, a DC lançaria seu evento Renascimento, mais um reboot, desta vez tentando trazer de volta a essência dos heróis de antes de Os Novos 52, mantendo alguns elementos da continuidade da nova saga. Após uma edição especial chamada Aquaman: Rebirth, seria lançada uma nova revista Aquaman, a oitava, ambas em agosto de 2016. Em sua mais nova versão, Aquaman tem apenas seus poderes tradicionais, usa seu uniforme laranja característico, é Rei de Atlântida, casado com Mera e embaixador da Cidade Submersa no mundo da superfície. Começando com roteiros de Dan Abnett, responsável pela última fase de Aquaman em Os Novos 52, atualmente a revista conta com roteiros de Kelly Sue DeConnick e arte de Robson Rocha, e tenta se aproveitar da popularidade trazida pelo filme para recolocar Aquaman definitivamente no primeiro escalão dos heróis da DC - do qual, segundo alguns, ele jamais saiu.
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