Acontece, porém, que ela tem pelo menos uma música que eu absolutamente adoro: Teenage Love Affair. Sei lá ela tem um clima de "música de antigamente" que me conquistou desde a primeira vez que ouvi - sem falar que Alicia está linda demais no clipe. Depois dessa música, eu comecei a prestar um pouquinho mais de atenção em Alicia Keys, de forma que até tenho algumas músicas dela no meu MP3 - 16, para ser exato. Essa semana, Teenage Love Affair resolveu tocar quando eu estava voltando do trabalho (para quem não sabe, eu tenho umas mil músicas, e deixo no aleatório, de forma que não é estranho que uma delas passe um bom tempo sem tocar). Como tem acontecido recentemente, toda vez que ouço uma música no MP3 que chama minha atenção, fico com vontade de escrever um post sobre quem a canta. Portanto, hoje é dia de Alicia Keys no átomo.
Alicia Keys nasceu Alicia Augello Cook, em 25 de janeiro de 1981, no bairro de Hell's Kitchen (a Cozinha do Inferno), na cidade de Nova Iorque. Seu pai, negro, era comissário de bordo, e sua mãe, branca, de família italiana, era técnica jurídica de profisão e atriz nas horas vagas. Quando Alicia tinha apenas dois anos, seus pais se separaram, e ela, filha única, ficou morando com a mãe.
Desde cedo, sua mãe a prepararia para uma carreira de atriz, conseguindo, inclusive, incluí-la como figurante, aos 4 anos de idade, em um episódio da série The Cosby Show. Mas Alicia demonstrava gostar mesmo era de música, o que fez com que sua mãe a matriculasse, aos 7 anos, em um curso de piano. Enquanto aprendia piano, ela continuaria com as aulas de atuação, e faria também aulas de dança. Com seu talento, ela conseguiria ingressar, aos 12 anos, na recém-inaugurada Professional Performing Arts School, escola pública de Nova Iorque voltada para jovens que queiram seguir carreiras artísticas, tendo oportunidade de fazer aulas de teatro, música e dança simultaneamente ao high school (o Ensino Médio dos Estados Unidos). Alicia não somente começaria o high school mais cedo do que deveria, mas também o concluiria com antecedência, aos 16 anos (quando o normal seria fazê-lo aos 18). Mesmo assim, ela seria uma aluna exemplar, e acabaria até sendo escolhida como oradora da turma.
Seria na Professional Performing Arts School que Alicia começaria a escrever suas primeiras canções, aos 14 anos. Um ano antes disso, ela conheceria o empresário do ramo da música Jeff Robinson, irmão de um de seus colegas de classe. Quando ouvisse as primeiras canções compostas por Alicia, Robinson se surpreenderia com o talento da garota, e a apresentaria a Peter Edge, então um dos diretores da gravadora Arista. Edge ficaria empolgado com Alicia, pois estava há tempos procurando, sem encontrar, um artista jovem de R&B ou hip hop que pudesse "se garantir sozinho", sem a ajuda de técnicas de mixagem. Edge e Robinson ajudariam Alicia a gravar sua primeira demo, e Edge, de tão empolgado, quase contrataria a menina para a Arista ali mesmo, só não o fazendo porque já estava pensando em deixar a gravadora. Seria durante a gravação da demo que Robinson sugeriria a Alicia seu nome artístico: ela não queria seguir carreira nem como Alicia Augello, nem como Alicia Cook, e estava pensando em Alicia Wilde; ele, porém, sugeriria Alicia Keys - segundo ele, porque teria sonhado com esse nome - e ela adoraria, achando que o nome tinha tudo a ver com ela - dentre os motivos, porque keys, em inglês, é o nome das teclas do piano.
Em 1996, aos 15 anos, sob orientação de Edge, Alicia assinaria um pré-contrato com a So So Def Records, e chegaria a gravar a música Little Drummer Girl para um álbum de Natal lançado pela gravadora. No mesmo ano, ela seria procurada pela Columbia, e assinaria um contrato de dois anos. Em 1997, ela gravaria sua primeira composição própria, Dah Dee Dah (Sexy Thing), que seria incluída na trilha sonora do filme Homens de Preto. A Columbia, porém, jamais lançaria essa faixa como single, e, alegando problemas em uma reestruturação, passaria os dois anos do contrato sem chamar Alicia para gravar um álbum. Enquanto estava na Columbia, ela conheceria o produtor Clive Davis, fundador e presidente, ora vejam só, da Arista, com a qual assinaria um contrato de um ano após o término de seu contrato com a Columbia. Para azar de Alicia, porém, a Arista também estava passando por uma reestruturação, já que havia sido recentemente comprada pela BMG. Mais uma vez, o ano inteiro do contrato se passaria sem que Alicia fosse chamada para gravar um álbum.
A sorte de Alicia começaria a mudar em 2000, quando Davis seria afastado da Arista pela BMG e fundaria a J Records, contratando Alicia como sua primeira artista. Pela J Records, ela gravaria dois singles, Rock wit U e Rear View Mirror, que entrariam nas trilhas sonoras dos filmes Shaft (2000) e Dr. Dolittle 2 (2001), respectivamente, antes de, finalmente, gravar seu primeiro álbum, Songs in A Minor, lançado em junho de 2001.
Songs in A Minor faria um sucesso devastador, já estreando na primeira posição da parada da Billboard e rendendo a Alicia nada menos que seis Discos de Platina. Sua primeira música de trabalho, Fallin', ficaria na primeira posição da parada da Billboard durante seis semanas seguidas. Unindo piano clássico a R&B, jazz, soul e hip hop, o álbum cairia também nas graças da crítica, e renderia a Alicia nada menos que cinco Grammys: Canção do Ano, Melhor Performance Vocal Feminina de R&B, Melhor Canção de R&B (todos os três para Fallin'), Melhor Álbum de R&B e Melhor Artista Novo. Em 2002, o álbum seria relançado como Remixed & Unplugged in A Minor, incluindo oito remixes e sete versões acústicas das faixas originais.
Após o lançamento de Songs in A Minor, Alicia trabalharia com Christina Aguilera, escrevendo, co-produzindo e atuando como backing vocal na música Impossible, do álbum Stripped. Ela também decidiria tentar uma carreira de atriz, fazendo pequenas participações em episódios das séries Charmed e American Dreams. No final de 2002, ela já voltaria ao estúdio, para iniciar as gravações de seu segundo álbum.
The Diary of Alicia Keys seria lançado em dezembro de 2003, e faria um sucesso quase tão grande quanto o álbum anterior, estreando em primeiro lugar na parada da Billboard e rendendo quatro Discos de Platina. Sua primeira música de trabalho, You Don't Know My Name (outra que eu adoro), alcançaria o terceiro lugar na parada da Billboard, e ficaria no topo da parada de R&B e hip hop por oito semanas consecutivas. A segunda, If I Ain't Got You, também chegaria ao topo da parada de R&B e hip hop, ficando lá por seis semanas consecutivas, e se tornaria a primeira música de uma artista feminina a permanecer no Top 50 de R&B e hip hop durante mais de um ano. The Diary of Alicia Keys renderia a Alicia mais três Grammys, de Melhor Álbum de R&B, Melhor Canção de R&B (You Don't Know My Name) e Melhor Performance Vocal Feminina de R&B (If I Ain't Got You).
Após o lançamento de The Diary of Alicia Keys, Alicia trabalharia com Usher, escrevendo e cantando com ele o dueto My Boo, do álbum Confessions. My Boo se tornaria a terceira música cantada por Alicia a alcançar o topo da parada da Billboard, onde permaneceria por seis semanas, ficando também durante três semanas no topo da parada de R&B e hip hop. My Boo também renderia a Alicia mais um Grammy, de Melhor Performance de R&B por um Grupo ou Dupla com Vocais.
Em 2004, Alicia lançaria um livro de poesias, Tears for Water: Songbook of Poems and Lyrics, que entraria para a famosa lista de best sellers do jornal The New York Times. Em julho de 2005, ela gravaria uma edição do programa da Mtv Unplugged (conhecido aqui como Acústico), que acabaria sendo transformada em um álbum, também chamado, simplesmente, Unplugged, lançado em outubro de 2005. Unplugged estrearia no primeiro lugar da parada da Billboard, se tornando o primeiro álbum gravado a partir de um programa Unplugged a conseguir esse feito desde o do Nirvana, em 1994. Ele também colocaria mais um Disco de Platina na coleção de Alicia.
Ainda em 2005, Alicia seria co-fundadora da ONG Keep a Child Alive, que fornece medicamentos e apoio a crianças portadoras do HIV na África. Ela é a embaixadora global da ONG, e já viajou para Uganda, Quênia e África do Sul para divulgar o trabalho da organização - viagens que seriam registradas e lançadas como o documentário Alicia in Africa: Journey to the Motherland, lançado em 2008. Alicia e Bono, do U2, regravariam em 2005 a música Don't Give Up, de Peter Gabriel e Kate Bush, e a lançariam em um single com o nome de Don't Give Up (Africa), com a renda das vendas sendo integralmente revertida para o programa da ONG. Finalmente, em 2005 ela se apresentaria de graça em dois concertos beneficentes, ReAct Now: Music & Relief e Shelter from the Storm: A Concert for the Gulf Coast, cuja renda foi revertida para as vítimas do furacão Katrina.
A partir de 2006, Alicia decidiria investir mais pesadamente na carreira de atriz. Ela começaria dublando a personagem Mamãe Marciana em um episódio da série Backyardigans, no qual cantaria uma música inédita, Almost Everything Is Boinga Here. Em 2007, ela faria sua estreia no cinema no filme A Última Cartada, atuando ao lado de Ben Affleck, Andy García, Ray Liotta, Jeremy Piven e Ryan Reynolds, e sendo muito elogiada pelo diretor, Joe Carnahan, e por seus colegas de elenco. No mesmo ano, ela participaria de O Diário de Uma Babá, ao lado de Scarlett Johansson e Chris Evans, e participaria como ela mesma de um episódio da série Cane.
2007 também seria o ano de lançamento de As I Am, terceiro álbum de estúdio de Alicia, lançado em novembro, e que lhe renderia mais três Discos de Platina. As I Am seria o quarto álbum consecutivo de Alicia a estrear na primeira posição da parada da Billboard, tornando-a a recordista nesse quesito, empatada com Britney Spears. Mais uma vez, sua primeira música de trabalho, No One, alcançaria o primeiro lugar na parada da Billboard, ficando lá por cinco semanas, e na parada de R&B e hip hop, ficando lá por dez. No One seria tirada do topo da parada de R&B e hip hop por outra música de Alicia, Like You'll Never See Me Again, que ficaria lá por sete semanas; com isso, Alicia se tornaria a recordista de semanas consecutivas no topo da parada de R&B e hip hop, com 17. Teenage Love Affair também faz parte desse álbum, que rendeu a Alicia mais quatro Grammys, sendo dois de Melhor Performance Vocal Feminina de R&B (No One em 2008, Superwoman em 2009), um de Melhor Canção de R&B (No One) e um de Melhor Artista Feminina de R&B. A cerimônia de 2008 seria aberta pela própria Alicia, cantando Learnin' The Blues, de Frank Sinatra, em um "dueto" com o próprio, através de imagens exibidas em um telão.
Alicia começaria 2008 gravando, em dueto com Jack White, dos White Stripes, Another Way to Die, tema de 007 Quantum of Solace. Nesse ano, ela também atuaria, ao lado de Queen Latifah, Dakota Fanning e Jennifer Hudson, no filme A Vida Secreta das Abelhas. Em 2009, ela escreveria e produziria para Whitney Houston a música Million Dollar Bill do álbum I Look To You, e faria um dueto com o rapper Jay-Z na música Empire State of Mind, do álbum The Blueprint 3. Empire State of Mind chegaria mais uma vez ao topo da parada da Billboard, e daria a Alicia mais dois Grammys, de Melhor Canção de Rap e Melhor Colaboração em Rap. Ela também faria um dueto com Alejandro Sanz na música Looking for Paradise, do álbum Paraíso Express, que alcançaria o topo da parada latina da Billboard, transformando Alicia no primeiro artista sem ser de origem hispânica a conseguir esse feito.
O álbum seguinte de Alicia, The Element of Freedom, seria lançado em dezembro de 2009, e estrearia no segundo lugar da parada da Billboard, quebrando a sequência de primeiros lugares. The Element of Freedom, que renderia mais um Disco de Platina, continha dois duetos, um com Beyoncé, Put It in a Love Song, e um com o rapper Drake, Un-Thinkable (I'm Ready), única música de trabalho desse álbum a alcançar o primeiro lugar na parada de R&B e hip hop, com as demais, Empire State of Mind (Part II) Broken Down, Try Sleeping with a Broken Heart e Doesn't Mean Anything, tendo desempenho abaixo do esperado. O álbum também seria o primeiro a não render um Grammy a Alicia.
Em 2010, Alicia se casaria com o produtor musical Swizz Beatz, e teria um filho, Egypt Daoud Dean - Alicia passaria três semanas no Egito após a morte da avó, em 2006, e, segundo ela, a viagem teria sido fundamental para que ela se recuperasse do baque e voltasse às suas atividades normais, por isso a homenagem ao país no nome do filho. Para celebrar o nascimento do filho, ela gravaria mais um dueto, Speechless, com a rapper Eve.
Em junho de 2011, Songs in A Minor seria relançado em edição de luxo em comemoração aos dez anos do lançamento original; para celebrar, Alicia sairia em uma turnê chamada Piano & I: A One Night Only Event With Alicia Keys, na qual se apresentou apenas em companhia de seu piano, sem qualquer outro instrumento. Ainda em 2011, ela estrearia como diretora, de uma das cinco partes do documentário Project 5, que conta a história de cinco mulheres que tiveram câncer de mama. No mesmo ano, ela também seria co-produtora de um musical da Broadway, Sticky Fly.
No final de 2011, a RCA Records, de propriedade da Sony, absorveria a J Records, fazendo com que Alicia passasse a ser parte do catálogo da RCA. Seu primeiro álbum pela RCA, Girl on Fire, seria lançado em novembro de 2012. Mais uma vez, as músicas de trabalho, Girl on Fire, New Day e Brand New Me, falharam em repetir o sucesso dos áureos tempos. Girl on Fire daria a Alicia mais um Grammy, de Melhor Álbum de R&B, mas seria seu primeiro a não conseguir pelo menos um Disco de Platina, ganhando, apenas, um Disco de Ouro.
Alicia seguiria com seus muitos duetos lançando I Will Pray com a cantora italiana Giorgia, e It's On Again com o rapper Kendrick Lamar, essa última presente na trilha sonora do filme O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro. Ela também tocaria piano na música Living for Love, do álbum Rebel Heart, de Madonna.
Em dezembro de 2014, ela daria luz a seu segundo filho, Genesis Ali Dean; um mês antes, ela lançaria seu primeiro livro infantil, Blue Moon: From the Journals of MaMa Mae and LeeLee. Atualmente, Alicia curte a família e trabalha em seu sexto álbum, ainda sem data de lançamento prevista.
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