Como eu já falei aqui sobre Star Wars, creio que todo mundo que leu até esta linha já descobriu qual é o assunto de hoje. Na verdade, um post sobre Jornada nas Estrelas já estava planejado há muito, muito tempo (com perdão do trocadilho), sendo que minha última tentativa de escrevê-lo foi justamente após o de Star Wars ir ao ar. Motivos vários, porém, fizeram com que ele fosse postergado diversas vezes, até que a "proximidade" (de quase um ano) do lançamento de mais um filme da série me animou a tentar mais uma vez. Assim, hoje finalmente veremos um post sobre a minha série de ficção científica preferida. Senhoras e senhores, vamos ao post de Jornada nas Estrelas!
Se tiver alguém por aí que não sabe, Jornada nas Estrelas estreou originalmente como uma série de TV, no final dos anos 60, na emissora norte-americana NBC. Diferentemente do que eu já vi gente por aí falando, não foi a primeira série de TV de ficção científica nem sobre viagens espaciais, mas com certeza acabou se tornando a mais famosa. "Acabou" porque, assim como muitas outras produções do gênero, não foi um sucesso imediato.
A idéia da série partiu de Gene Roddenberry, um roteirista de séries de faroeste apaixonado por ficção científica. Apesar de naves espaciais na década de 60 já não serem uma novidade, Roddenberry imaginou mostrar o dia a dia dos tripulantes de uma nave enorme, enviada para explorar os confins do universo, ao invés de poucos passageiros de uma nave de batalha ou um explorador solitário, como era mais comum. A ênfase seria nas relações interpessoais entre os tripulantes e nas peculiaridades dos lugares descobertos, mas ou menos como uma história da época dos descobrimentos marítimos ou do desbravamento do oeste, mas no espaço.
Após desenvolver seu conceito inicial, em 1964 Roddenberry conseguiu um acordo com a produtora Desilu, de propriedade da comediante Lucille Ball, da famosa série I Love Lucy, que lhe garantiria três anos de produção da série. Acordo firmado, Roddenberry produziu um piloto, e o ofereceu a duas grandes redes de televisão dos Estados Unidos, a CBS e a NBC. Infelizmente, as coisas não saíram conforme o esperado: a CBS não quis bancar o programa, preferindo levar ao ar a série Perdidos no Espaço, e a NBC achou o piloto de difícil compreensão, e que não valia a pena fazer uma série a partir dele. A NBC, porém, reconheceu que o estilo de história criado por Roddenberry tinha potencial, e lhe pediu que fizesse um segundo piloto, financiado pela emissora. Caso este novo piloto agradasse, a série iria ao ar. Evidentemente, foi justamente isto que aconteceu.
Aparentemente, temendo que o segundo piloto tivesse o mesmo destino do primeiro, Roddenberry radicalizou: de todos os personagens, apenas o Sr. Spock, interpretado por Leonard Nimoy, estava presente em ambos os episódios. No primeiro piloto, o capitão da nave era Christopher Pike, intepretado por Jeffrey Hunter, que ficou com o papel após a primeira opção de Roddenberry, Lloyd Bridges, recusá-lo. Pike também seria aproveitado para o segundo piloto, mas Hunter não quis repetir sua atuação, o que abriu caminho para que a nave USS Enterprise tivesse um novo capitão, James T. Kirk, interpretado por William Shatner. Assim como Kirk, outros personagens famosos, como o engenheiro Montgomery Scott (James Doohan) e o tenente Sulu (George Takei) também fizeram sua estréia neste segundo piloto; já o Dr. Leonard McCoy (DeForest Kelley), a ordenança Janice Rand (Grace Lee Whitney) e a oficial de comunicações Uhura (Nichelle Nichols) só entraram na série no primeiro episódio gravado após a luz verde da NBC, mas graças a uma "rearrumação" na ordem dos episódios (que não foram ao ar na mesma ordem em que gravados) todos os personagens principais se tornaram conhecidos do público na estréia da série, exceto a enfermeira Christine Chapel (Majel Barrett), que estreou no quarto episódio televisionado (e sétimo produzido). Barrett, aliás, foi a única atriz, além de Nimoy, presente no piloto original.
Jornada nas Estrelas estreou na NBC no dia 8 de setembro de 1966, uma quarta-feira, com o episódio The Man Trap (O Sal da Terra, em português), na verdade o sexto produzido. O segundo piloto, batizado de Where No Man Has Gone Before (Onde Nenhum Homem Jamais Esteve), foi o terceiro episódio televisionado, em 22 de setembro. O primeiro piloto não foi ao ar até 1988, quando fez parte de um especial de duas horas sobre a série. Ao todo, a primeira temporada teve 29 episódios, sendo que o último foi televisionado em 13 de abril de 1967.
Jornada nas Estrelas foi considerada uma produção revolucionária para a época: para começar, seu elenco era multirracial, contando a tripulação da Enterprise com um oriental (Sulu) e uma negra (Uhura - o fato de que nenhum dos dois personagens tinha um primeiro nome é curioso, mas pode ser relevado), além de um "alienígena" (Spock, que é filho de mãe terráquea com pai vulcano), todos inteligentes, bem articulados e ocupando posições-chave dentre a tripulação da nave. Em uma década tão marcada pela intolerância racial, Roddenberry se mostrou um visionário até por seu argumento, de que no século 23, quando a série é ambientada, não existiriam conceitos como racismo ou sexismo. De fato, o próprio conceito de nação parece ter sido abolido neste futuro, onde a Federação dos Planetas Unidos faz o papel de um grande "Estado interestelar".
Além da parte das relações humanas, Jornada nas Estrelas inovou ao criar ou fazer melhor uso de vários dispositivos tecnológicos, a maioria deles incluída simplesmente para baratear os custos da produção: viagens mais rápidas que a velocidade da luz, por exemplo, não eram nenhuma novidade na ficção científica, mas a Dobra Espacial permitia que a Enterprise se locomovesse de um ponto a outro do universo em um tempo que tornava possível explorar uma grande quantidade de planetas sem que fosse preciso envelhecer a tripulação ou colocá-los em animação suspensa. O teletransporte que leva os tripulantes para a superfície dos planetas e os traz de volta à nave também foi uma grande sacada, pois evitava que se tivesse de filmar uma seqüência de nave auxiliar aterrizando e outra dela decolando para cada episódio. Finalmente, os comunicadores levados pelos personagens em suas missões não eram úteis apenas quando quem estava fora da nave queria falar com quem ficou dentro dela, mas podiam ser utilizados para resolver a pergunta "por que eles não se teletransportam de volta para a nave assim que ficam em perigo", bastando fazer com que o comunicador desse defeito, fosse perdido ou sofresse interferência - há quem diga, aliás, que o formato dos comunicadores teria até influenciado o design dos telefones celulares quando estes foram criados. Até mesmo as portas que se abriam automaticamante foram consideradas uma grande novidade em uma série de televisão, e hoje são consideradas uma das marcas características da série.
A nave Enterprise, onde a tripulação viajava, foi criada pelo diretor de arte Matt Jefferies. Seu desenho de um disco largo conectado a um tubo de onde saíam os propulsores acabou se tornando um dos modelos mais elegantes e facilmente reconhecíveis de nave espacial da história, e serviu de modelo para praticamente todas as naves que apareciam na série. Os uniformes dos personagens foram criados por William Ware Theiss, e o escultor Wah Chang, que já havia trabalhado para a Disney, criou a maioria dos equipamentos, como os comunicadores, as armas de phaser e os tricorders.
Um dos pontos principais da série eram os conflitos entre os três protagonistas, propositadamente criados com características bem diferentes: Kirk era passional e atirado, chegando a ser agressivo em algumas ocasiões mais tensas; Spock, por ser meio-vulcano, praticamente não demonstrava emoções, sendo algumas vezes distante, e sempre lógico e racional; e McCoy era algumas vezes ríspido e irônico, mas sempre fiel e companheiro. McCoy e Spock discutiam praticamente o tempo todo, mas por detrás de suas rusgas tinham uma amizade sólida e respeito mútuo. Mas a série não era uma novela, e portanto também tínhamos lutas com lasers, combates entre naves, planetas inóspitos e muitas raças alienígenas, como os próprios vulcanos, que ajudaram a Terra a desenvolver seu programa espacial; os selvagens e violentos Klingons, principais antagonistas recorrentes; e os Romulanos, inspirados nos romanos da Antiguidade, que planejavam expandir seu império por toda a galáxia.
Mesmo com todos estes pontos fortes, Jornada nas Estrelas correu o risco de ser cancelada ainda durante sua primeira temporada, pois a audiência era baixa e a maioria das críticas eram negativas. Ainda assim, a NBC decidiu apostar em uma segunda temporada de mais 26 episódios, que foi ao ar entre 15 de setembro de 1967 e 29 de março de 1968. Esta segunda temporada introduziu mais um personagem principal, o navegador russo Pavel Chekov, interpretado por Walter Koenig. Diz a lenda que o personagem foi incluído depois que o jornal soviético Pravda fez uma matéria reclamando que não havia nenhum russo de destaque dentre a tripulação da Enterprise, mas é mais provável que a versão oficial, de que os produtores queriam um personagem com apelo junto ao público jovem, seja verdadeira, já que é pouco provável que Jornada nas Estrelas fosse televisionada na década de 60 na União Soviética.
A série continuou atraindo críticas negativas, números baixos de audiència e pouco interesse dos patrocinadores durante a segunda temporada, e seu cancelamento parecia iminente. Na verdade, ele só não aconteceu porque uma mobilização dos fãs, que mandaram centenas de cartas para a NBC, garantiu uma terceira temporada de 24 episódios, que estreou em 20 de setembro de 1968. Infelizmente para estes fãs, porém, a NBC decidiu passar a série para as sextas-feiras às 10 da noite, horário conhecido informalmente como "Friday Night Death Slot" (algo como "o horário da morte das sextas à noite"), por ser habitualmente reservado a séries de baixa audiência à beira do cancelamento. Roddenberry se irritou com esta mudança e abandonou seu cargo de produtor em protesto, sendo substituído por Fred Freiberger. Para completar, a NBC reduziu severamente o orçamento do programa. O resultado é que a terceira temporada tem muitos dos episódios considerados mais fracos da série, e o pior destino não pôde ser evitado: em 3 de junho de 1969, foi ao ar o último episódio da série, após um total de 79 (80 se você contar o primeiro piloto).
Mas então, como é comum, algo estranho aconteceu: a série começou a ser reprisada em vários canais por todos os Estados Unidos, e durante a década de 70 alcançou uma popularidade inimaginável na época em que estava no ar. Para aproveitar o sucesso, a NBC encomendou à Filmation (que na década de 80 produziria o desenho do He-Man) um desenho animado de Jornada nas Estrelas. Atualmente conhecido como Star Trek: The Animated Series, este desenho, supervisionado pelo próprio Roddenberry, teve 22 episódios de meia hora cada, que foram ao ar entre 8 de setembro de 1973 e 12 de outubro de 1974, e trazia todos os personagens da primeira temporada com as vozes originais dos atores que os interpretavam, além dos roteiristas de muitos dos episódios da série original, o que fez com que ele ficasse extremamente fiel à série que sucedeu - mas por pouco não foi assim: a Paramount chegou a oferecer um caminhão de dinheiro para que Roddenberry abrisse mão do projeto e permitisse que a Filmation incluísse personagens infantis relacionados aos personagens da série, e que viveriam aventuras a seu lado, incluindo uma criança vulcana para acompanhar Spock; muito felizmente, Roddenberry se indignou e não aceitou.
O sucesso do desenho animado e das reprises da série original motivou a Paramount a produzir uma continuação da série para a TV, que estrearia em 1978 com 12 episódios de 50 minutos cada, com o nome de Star Trek: Phase II. Este projeto acabou não indo para a frente, mas pelo menos serviu a um propósito maior: um de seus episódios acabaria se transformando no que seria o primeiro filme de Jornada nas Estrelas para o cinema.
Tentativas de se fazer um filme de Jornada nas Estrelas já vinham sendo feitas desde 1974, mas apenas ao olhar os roteiros separados para a nova série a Paramount encontrou a história que considerava ideal. Após algumas modificações, surgiu Star Trek: The Motion Picture (Jornada nas Estrelas: O Filme, em português), lançado em 1979 e dirigido por Robert Wise (de Cidadão Kane). O momento parecia propício tanto para o lançamento de um filme de Jornada nas Estrelas quanto para um filme de ficção científica - aproveitando a onda de popularidade do gênero levantada pela estréia de Star Wars dois anos antes - e realmente o filme, que custou 35 milhões de dólares, arrecadou quase 140 milhões ao redor do mundo, além de ser indicado aos Oscars de melhor direção de arte, melhores efeitos especiais e melhor música. Ainda assim, a Paramount não ficou muito satisfeita, já que o filme recebeu muitas críticas desfavoráveis - principalmente por ser considerado "lento" - e havia feito uma projeção de arrecadação bem maior antes do lançamento. O filme ganhou uma Versão do Diretor lançada em 2001, mais bem acabada e considerada superior à original.
Na história do filme, Kirk, agora Almirante, recebe uma missão de emergência, voltando ao comando da Enterprise para interceptar e tentar deter uma força alienígena parecida com uma nuvem de energia, que já destruiu três naves klingon e uma estação espacial, e agora ruma para a Terra. Além de todos os perigos iminentes a esta tarefa, ele ainda terá de lidar com a revolta do Capitão Willard Decker (Stephen Collins), que assumira a Enterprise após a promoção de Kirk, e não gostou nada de ter de ceder o posto para seu retorno. O filme conta com toda a tripulação original da série, e ainda marca a primeira ocasião na qual os Klingons apareceram com sua característica testa enrugada - até então eles apenas se pareciam com humanos orientais e feiosos.
Talvez imaginando que o filme pudesse ter sido melhor recebido se fosse mais ligado à série, para sua continuação a Paramount decidiu seguir um caminho de menos efeitos especiais, orçamento menor e mais ação, como se estivesse produzindo um episódio comum, mas de duas horas. O resultado foi aquele que a maioria dos fãs considera o melhor filme da série: Star Trek II: The Wrath of Khan (A Ira de Khan), lançado em 1982 e dirigido por Nicholas Meyer. Khan (Ricardo Montalban) era um vilão que já havia aparecido em um dos episódios da série, um humano geneticamente alterado para ter força física e capacidade analítica superiores às dos humanos comuns. No filme, revoltado com a morte de alguns colegas e desejoso de vingança contra Kirk, ele captura uma nave da Federação, da qual um dos tripulantes era Chekov, e a usa para atacar a Enterprise. Além de Montalban, o elenco ainda conta com a atriz Kirstie Alley, em seu primeiro papel no cinema, interpretando a vulcana Saavik. A Ira de Khan foi bem recebido pela crítica, e em seu primeiro fim de semana em cartaz bateu o recorde de arrecadação de todos os tempos. Para muitos, o filme ressuscitou a franquia.
A Ira de Khan possui um final, talvez acidentalmente, aberto: após receber uma dose letal de radiação, Spock morre, e seu caixão é jogado em um planeta que está sob o efeito do "Dispositivo Gênese", criado para transformar um planeta inóspito e sem vida em um planeta habitável novamente. Inicialmente, o plano era que Spock morresse de vez, já que Nimoy manifestara um desejo de não participar mais da série. Durante as filmagens, porém, ele mudou de idéia, o que levou à realização de um novo filme, Star Trek III: The Search for Spock (À Procura de Spock), lançado em 1984 e dirigido pelo próprio Leonard Nimoy. Neste novo filme, a tripulação da Enterprise decide retornar ao planeta onde o corpo de Spock foi deixado, e ao lá chegar descobrem que não somente Spock foi trazido de volta à vida pelo Dispositivo como também os Klingons desejam roubar o Dispositivo para utilizá-lo como arma. No final do filme temos uma apoteótica cena onde a Enterprise se auto-destrói. O elenco conta com um nome bastante curioso: Christopher Lloyd, o cientista maluco de De Volta para o Futuro, como o Comandante Klingon Kruge.
O lançamento do filme seguinte, Star Trek IV: The Voyage Home (A Volta para Casa), de 1986 e também dirigido por Nimoy, fecharia uma espécie de trilogia: após retornar à Terra a bordo de uma nave Klingon, Kirk e a tripulação da Enterprise estão para ser julgados por violar vários regulamentos da Federação quando uma sonda alienígena começa a evaporar os oceanos e ionizar a atmosfera do planeta, o que poderá levar à extinção de toda a vida. Spock descobre que o sinal emitido pela nave é idêntico ao canto de ume espécie de baleia extinta desde o século XXI. A única saída, portanto, é fazer uma viagem no tempo para conseguir algumas baleias para se comunicar com a sonda. Assim, a tripulação da Enterprise acaba indo parar no ano de 1986, onde vive uma série de situações cômicas devidas à sua falta de conhecimento sobre a cultura da época. Pode parecer que a franquia estava rolando ladeira abaixo, mas o filme é um dos melhores da série, foi um sucesso de crítica e público, e o mais rentável de toda a série até hoje.
Infelizmente, o lançamento seguinte, Star Trek V: The Final Frontier (A Última Fronteira), de 1989 e dirigido por William Shatner, não seria tão bem sucedido, principalmente devido a decisões controversas dos executivos da Paramount - devido ao sucesso de A Volta para Casa, por exemplo, eles decidiram incluir várias seqüências humorísticas, e acabaram errando a mão. Os efeitos especiais também costumam ser considerados malfeitos, e muitos pontos do roteiro foram criticados até pelo próprio Roddenberry, principalmente a inclusão de um meio-irmão de Spock, Sybok (Laurence Luckinbill). Sybok é o principal responsável pelo enredo do filme, pois seqüestra a Enterprise (reconstruída após o último filme, e rebatizada Enterprise-A) para poder viajar além da Grande Barreira, uma misteriosa região do espaço jamais explorada, e chegar ao planeta Sha Ka Ree, onde uma entidade com poderes divinos lhe passará todo o seu poder e sabedoria. O filme é considerado o mais fraco de todos os da Série Clássica, e foi o que obteve a menor arrecadação.
Mas a série ainda renderia mais um filme, Star Trek VI: The Undiscovered Country (A Terra Desconhecida), lançado em 1991 e novamente dirigido por Nicholas Meyer. Roddenberry, que faleceu naquele mesmo ano, não chegou a ver a estréia, mas assistiu e aprovou uma versão do filme exibida a ele dois dias antes de sua morte. O sucesso deste filme, aliado à boa arrecadação, às críticas positivas, e à conquista de dois Oscars, por melhor maquiagem e melhores efeitos sonoros, acabou dando origem à curiosa "Maldição Star Trek", que diz que os filmes de número ímpar sempre serão ruins, e os de número par sempre serão bons. Quem viu Nêmesis tem todo o direito de discordar, mas isto já é outra história.
A Terra Desconhecida é um filme cheio de referências históricas, principalmente ao fim da Guerra Fria, que estava acontecendo exatamente enquanto ele estava sendo filmado. Após um acidente que destrói a principal fonte de energia do planeta natal dos Klingons, estes se vêem forçados a encerrar suas hostilidades e negociar a paz com a Federação. A Enterprise é enviada para escoltar a nave de um embaixador klingon até a Terra para as negociações, e durante a viagem são expostas várias preocupações de ambos os lados, principalmente no tocante à possível extinção da cultura klingon. Um incidente misterioso envolvendo a Enterprise e a nave klingon, porém, pode pôr em risco todo o processo de paz; cabe a Kirk e sua tripulação resolver esta confusão para que tudo transcorra bem. O filme conta com duas participações especiais mencionáveis: Kim Cattrall como a vulcana Valeris, e Christopher Plummer como general klingon Chang.
A Terra Desconhecida foi o último filme da Série Clássica. Seu imaginário, porém, continuou vivo, e gerou mais de uma centena de livros com histórias oficiais e não-oficiais; muito merchandising, incluindo jogos de videogame, um RPG e um Card Game; e quatro spin-offs: A Nova Geração, de 1987; Deep Space Nine, de 1993; Voyager, de 1995; e Enterprise, de 2001. Para diferenciá-la destas outras séries, a Clássica é hoje conhecida em inglês como Star Trek: The Original Series.
A partir de 2006, a CBS começou a televisionar novamente os 79 episódios originais, mas em Alta Definição e com efeitos especiais atualizados (mais ou menos como o que George Lucas fez com Star Wars). O mais recente projeto da série é mais um filme para o cinema, batizado simplesmente de Star Trek, e que, ambiciosamente, usará os mesmos personagens da Série Clássica, mas um novo elenco; dirigido por J.J. Abrahams, o filme contará aventuras vividas por Kirk e Spock antes do início da Série Clássica. A data de lançamento prevista nos Estados Unidos é 8 de maio de 2009, e ninguém sabe como será a aceitação por parte dos fãs - que, até agora, pelo menos, parecem bastante animados - principalmente porque o próprio Roddenberry era contra uma "preqüência".
Mesmo passado tantos anos após sua estréia, Jornada nas Estrelas parece destinada a realmente ir até onde nenhum homem jamais esteve. E aparentemente ninguém tão cedo será capaz de dizer até onde esta série será capaz de chegar.
Jornada nas Estrelas |
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Série Clássica |
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