Werewolf by Night
2022
Além das séries, a Fase 4 do MCU traria outra novidade: os especiais de TV. Muito comuns nas décadas de 1970 a 1990, e ainda presentes, mas mais raros desde então, especiais de TV são uma tradição da televisão norte-americana, sendo na maioria das vezes uma "série de um episódio só", um filme produzido para a TV mas com duração de cerca de uma hora, contando com os intervalos comerciais, e normalmente temáticos, sendo exibidos em épocas como o Dia de Ação de Graças ou o Natal. Quando a cúpula dos Marvel Studios decidiu que o MCU ganharia seus especiais de TV - que, na verdade, seriam "especiais de streaming", já que seriam exibidos no Disney+ - decidiria usar o mesmo formato, produzindo um especial de Halloween e um de final de ano. E, para protagonizar o especial de Halloween, seria escolhido o Lobisomem.
Astro da revista Werewolf by Night, lançada na década de 1970 junto a outros títulos de terror protagonizados por monstros clássicos como Drácula, o Monstro de Frankenstein e a Múmia, para aproveitar um relaxamento do Comics Code Authority, que era uma espécie de censura das revistas em quadrinhos da época, o Lobisomem era, na verdade, Jack Russell, descendente de uma longa linhagem de lobisomens que, em seu aniversário de 18 anos, se transformaria ele mesmo em um lobisomem durante a lua cheia, aterrorizando a cidade sem memória dos eventos que viveu enquanto estava transformado. Inicialmente uma revista de terror, logo a Werewolf by Night passaria a mostrar o Lobisomem como uma espécie de anti-herói, perseguido por organizações criminosas e caçadores de monstros, que tentava fazer o bem apesar de sua maldição, e tinha um certo controle sobre seus atos enquanto transformado, embora o perdesse caso ficasse muito irritado. A revista faria um relativo sucesso e teria 43 edições, sendo publicada até 1977, com o Lobisomem ainda fazendo participações especiais esporádicas em vários títulos da Marvel depois disso. Em 2020, a Marvel tentaria lançar uma segunda versão da revista no formato de uma minissérie em quatro edições, que trazia um novo Lobisomem, chamado Jake Gomez, que não faria muito sucesso.
Quando, na década de 1990, a Marvel licenciaria seus personagens para vários estúdios fazerem filmes, o Lobisomem estava em uma espécie de ostracismo, há anos sem dar as caras nas revistas da editora, e ninguém pensaria em licenciá-lo. O sucesso do filme dos X-Men, entretanto, mudaria essa história: talvez de olho em um personagem mais barato, a Dimension Films procuraria a Marvel em 2001, e se diria interessada em um filme do Lobisomem. Hans Rodinoff chegaria a escrever um roteiro em 2002, reescrito por Robert Nelson Jacobs em 2003, e as filmagens seriam marcadas para começar em novembro de 2004. Sem conseguir um diretor, entretanto, a Crystal Sky, que co-produziria o filme com a Dimension, adiaria a data para 2006, mas, após isso também não se concretizar, decidiria engavetar o projeto e devolver os direitos sobre o Lobisomem para a Marvel.
O personagem ficaria esquecido até o planejamento da Fase 4 do MCU, quando Kevin Feige começaria a desenvolver a ideia de que também fossem produzidos especiais de TV, com o Lobisomem sendo considerado o protagonista ideal para um especial de Halloween. Curiosamente, em fevereiro de 2019, Kevin Smith procuraria os Marvel Studios para conversar sobre a possibilidade de criar uma série de animação do personagem Howard, o Pato, que contaria com a presença, dentre outros personagens menos conhecidos da Marvel, do Lobisomem; segundo o planejamento de Smith, essa série seria ambientada no mesmo universo de M.O.D.O.K., Assassímio (ambas lançadas em 2021) e Tigra & Dazzler (assim como a do Howard, jamais lançada), e, parodiando o que aconteceu com as séries da Netflix, as quatro culminariam em uma minissérie chamada The Offenders ("os Ofensores", já que os da Netflix eram os Defensores), que teria como personagem que uniria o grupo o Homem-Coisa, que havia ganhado um filme da Lionsgate em 2005, mas cujos direitos também haviam sido revertidos para a Marvel. Feige não autorizaria o uso nem do Lobisomem, nem do Homem-Coisa, e o projeto da série de Howard, não somente por causa disso, mas em parte, acabaria engavetado.
As primeiras notícias do especial de Halloween seriam divulgadas em agosto de 2021, embora não estivesse claro se o Lobisomem seria Jack Russell ou Jake Gomez. Em dezembro de 2021, começariam a surgir rumores de que Michael Giacchino, responsável pela trilha sonora de vários filmes do MCU, e que já havia dirigido o curta Monster Challenge em 2018 e um episódio de Star Trek: Shot Treks em 2019, faria sua estreia como diretor de um filme ou série dos Marvel Studios em breve, com a contratação para ele dirigir Lobisomem na Noite ocorrendo em março de 2022 e sendo divulgada pelo próprio Giacchino em junho. Em setembro, Feige confirmaria que Lobisomem na Noite seria um "especial de uma hora" (na verdade, 53 minutos), e Giacchino o compararia a "um episódio de Além da Imaginação". Feige também confirmaria que o especial não teria uma história de origem, e já começaria com todos os personagens já estabelecidos, com Russell, confirmado como Lobisomem, já tendo cerca de 40 anos.
No início de 2021, enquanto escrevia para Gavião Arqueiro, Heather Quinn seria chamada para expor suas ideias para um possível especial do Lobisomem; ela acabaria sendo contratada como co-roteirista junto com Peter Cameron, que escreveu para WandaVision e Cavaleiro da Lua. Quinn trabalharia junto a Giacchino, que queria que o especial tivesse o cilma dos filmes clássicos de terror das décadas de 1930 e 1940, com um clima de tensão no ar ao invés de sustos esporádicos como os filmes de terror modernos. A cúpula dos Marvel Studios pediria para que, mesmo sendo um especial de terror, a atmosfera do filme fosse "macabra e lotada de suspense" ao invés de "sangue e tripas". Feige diria quie o resultado final seria "mais sombrio e assustador" que as demais produções do MCU - mesmo com fãs de filmes de terror discordando e dizendo que se tratava de mais um filme de ação, apenas com roupagem de terror. A inclusão do Homem-Coisa seria um pedido de Feige, mas Giacchino optaria por fazer com que ele fosse chamado apenas de Ted (o nome do cientista que se transformou no Homem-Coisa, Ted Sallis), para que ele fosse humanizado.
Uma das principais críticas ao especial seria que ele assume que os monstros e caçadores de monstros sempre existiram no MCU, mesmo sem jamais terem sido citados anteriormente, mais ou menos como foi feito com os Eternos em seu filme; Giacchino diria não estar preocupado com isso e não fazer questão de que Lobisomem na Noite tivesse ligação com as demais produções do MCU, estando "mais preocupado em contar uma boa história". Ele acabaria aceitando a inclusão dos Vingadores em uma das cenas da recapitulação da abertura, sugerida após as plateias de testes reclamarem que não ficava claro que Lobisomem na Noite realmente fazia parte do MCU, mas mesmo assim daria a isso pouca importância, dizendo que era apenas um momento "ok, esses personagens existem nesse mundo, apenas não vão aparecer nesse filme". Durante a pré-produção, haveria conversas sobre a inclusão de Blade, à qual Giacchino seria contrário, e muita discussão sobre em qual ponto da cronologia do MCU Lobisomem na Noite se encaixa, com Giacchino declarando que não pensou na história com um ponto específico em mente.
A história começa logo após a morte de Ulysses Bloodstone, patriarca do clã Bloodstone de caçadores de monstros, detentor da Pedra de Sangue (de onde o clã tira seu nome), relíquia que tem poder sobre os monstros e dá ao caçador que a porta uma grande vantagem. Como a filha de Ulysses, Elsa Bloodstone, foi deserdada pelo pai por não gostar de caçar monstros, em seu testamento ele deixou estabelecido que sua segunda esposa, Verussa, deveria organizar um torneio no qual os maiores caçadores de monstros competiriam, e o vencedor se tornaria o novo portador da Pedra de Sangue. Dentre os participantes, estão Elsa, que quer provar que merece a relíquia não só por herança, mas por direito, e Jack Russell, que na verdade é um lobisomem, mas finge ser um caçador de monstros porque o torneio consiste em navegar por um labirinto e destruir uma criatura horrenda - que é ninguém menos que Ted, amigo de Russell.
O elenco conta com Gael García Bernal como Jack Russell, Laura Donnelly como Elsa Bloodstone, Harriet Sansom Harris como Verussa, e Al Hamacher como Billy Swan, servo da família Bloodstone. Os outros caçadores de monstros que participam do torneio são Jovan (Kirk R. Tatcher), Azarel (Eugenie Bondurant), Liorn (Leonardo Nam) e Barasso (Daniel J. Watts). Carey Jones forneceu a captura de movimentos para Ted (o Homem-Coisa), que foi criado por computação gráfica, e Richard Dixon fez a voz de Ulysses Bloodstone, cujo cadáver era um boneco animado por Erik Beck. Richard Wasserman foi o narrador da abertura. Bernal e Donnelly não fariam testes, sendo pessoalmente escolhidos por Giacchino. Russell, Elsa, Ulysses e o Homem-Coisa são os únicos personagens presentes nos quadrinhos da Marvel, com os demais sendo criados especificamente para o especial, embora o caçador de monstros Jovan tenha sido inspirado no personagem dos quadrinhos Joshua Kane.
A direção de arte ficaria a cargo de Maya Shimoguchi, que já havia trabalhado em Gavião Arqueiro e Thor; ela criaria o labirinto, a Pedra de Sangue e a Mansão Bloostone, que tinha um afresco com a história da caça aos monstros inspirado na Tapeçaria Bayeux, que retrata os eventos que levaram à conquista da Normandia pela Inglaterra. A aparência do Lobisomem seria diferente da dos lobisomens mostrados em filmes modernos, que se parecem com lobos antropomórficos, e lembrava a dos filmes antigos, sendo criada com uma combinação de maquiagem e computação gráfica, e inspirada na do monstro do famoso filme de Universal O Lobisomem, de 1941 - também mais parecida com a aparência do Lobisomem nas edições originais da Werewolf by Night do que em suas aparições mais recentes. O Homem-Coisa também seria uma combinação de roupa de borracha com computação gráfica, com Jones também vestindo a roupa e contracenando com os demais atores quando necessário.
Giacchino manteria a computação gráfica no mínimo possível, com quase todos os efeitos especiais sendo feitos à moda antiga, e todos os monstros sendo bonecos e animatronics; a luta entre os guardas da Mansão e o Lobisomem também seria feita à moda antiga, em uma tomada contínua, e precisaria de duas tentativas para ser realizada corretamente. Algumas cenas, como a do Lobisomem empurrando Verussa contra as grades de sua jaula, seriam filmadas com uma técnica praticamente não usada hoje em dia, na qual a cena é filmada de trás para a frente e então colocada em reverso durante a pós-produção - ou seja, Sansom começava contra as grades e Bernal a puxava para longe. Todas as filmagens ocorreriam nos Estúdios Trilith, em Atlanta, Geórgia, e levariam apenas 18 dias.
Por sugestão de Giacchino, Lobisomem na Noite seria exibido originalmente em preto e branco, para ficar mais parecido com as produções das décadas de 1930 e 1940 nas quais se inspirou. Segundo Giacchino, ao terminar a edição ele imaginava que o especial receberia uma classificação TV-MA (inadequado para menores de 16 anos), mas ele acabaria sendo classificado como TV-14 (menores de 14 anos podem assistir acompanhados dos pais); Giacchino imaginaria que o fato de ser preto e branco contribuiria para isso, já que a violência seria menos explícita. O especial seria originalmente filmado em cores, somente sendo convertido para preto e branco durante a pós-produção, o que foi considerado mais seguro pela Disney do que filmar originalmente em preto e branco. Giacchino aproveitaria e faria com que, no final do episódio, houvesse uma transição para cor, para mostrar que "o pesadelo acabou".
Lobisomem na Noite estrearia no Disney+ em 7 de outubro de 2022 - bem antes do Halloween - e seria a primeira produção do MCU a trazer o selo Marvel Studios Special Presentation, com uma abertura que parecia a de um especial para a TV dos anos 1970. Ele também seria exibido em cinemas selecionados como parte de festivais de Halloween, como o Fantastic Fest, em Dallas, Texas. A crítica seria extremamente positiva, elogiando principalmente o fato de ser uma história do MCU sem superpoderes ou uniformes; serviços de medição de audiência nos Estados Unidos divulgariam que Lobisomem na Noite seria a maior audiência em streaming em sua semana de estreia. Apesar do sucesso, ainda não há informações sobre uma possível continuação, ou se Russell, Elsa e Ted voltarão a dar as caras em outras produções do MCU.
Em setembro de 2023, começariam a surgir boatos de que a Disney lançaria também a versão original colorida do filme. Giacchino confirmaria que conversas para o lançamento estavam acontecendo, e que, durante as filmagens, as cores dos cenários e de outros elementos não foram pensadas para a conversão em preto e branco como costuma acontecer nesses casos, mas sim para a eventualidade de a versão colorida ser lançada, o que tornaria a pós-produção bem mais fácil; ele também comentaria que desejaria que a versão colorida imitasse os filmes dos Estúdios Hammer da década de 1960, com cores vibrantes e saturadas - a única preocupação do diretor seria o final perder seu impacto, mas, após assistir a uma versão preliminar, ele diria que os sentimentos eram os mesmos, apenas expressos de uma forma diferente. Com o nome pouco inspirado de Lobisomem na Noite em Cores, a versão colorida teria uma sessão no cinema em Hollywood em 15 de outubro de 2023, e entraria para o catálogo do Disney+ em 20 de outubro.
Black Panther: Wakanda Forever
2022
Logo após o lançamento de Pantera Negra, em fevereiro de 2018, Kevin Feige se reuniria com o diretor Ryan Coogler para conversar sobre a possibilidade de ele escrever e dirigir não uma, mas duas sequências do filme do herói, já que, segundo Feige, ainda havia muitas histórias suas para contar. Coogler se mostraria bastante empolgado com a ideia, principalmente porque, no MCU, T'Challa, o Pantera Negra, havia acabado de se tornar Rei de Wakanda, diferentemente dos quadrinhos, onde ele era rei desde a infância, e o diretor gostaria de explorar as mudanças na vida do personagem advindas de assumir o trono. Em março, o intérprete do Pantera Negra, Chadwick Boseman, também seria procurado pela Marvel e acertaria sua participação nos dois filmes seguintes, e, em outubro, Coogler assinaria o contrato e começaria a trabalhar no roteiro da primeira sequência, planejando começar a filmar no final de 2019 ou no início de 2020. Feige confirmaria durante a D23 de 2019 que a produção do filme estava em andamento, e anunciaria a data de estreia para maio de 2022.
Havia, porém, um detalhe do qual nem Feige, nem Coogler, nem os executivos da Marvel tinham conhecimento: Boseman sofria de câncer no cólon. O ator manteria sua condição em segredo de todos exceto de sua família, e continuaria trabalhando normalmente. Coogler escreveria o roteiro contando com sua presença, e, até mesmo quando começaram a comentar que Boseman estava perdendo muito peso, o ator prometeria recuperar a forma a tempo de começar as gravações. Infelizmente, em 28 de agosto de 2020, ele não resistiria e viria a falecer, deixando todos em choque. Como Coogler já tinha entregado um rascunho do roteiro e estava na metade da versão final, para os executivos da Disney a melhor opção seria escolher outro ator para interpretar o mesmo personagem; jornalistas e influencers que cobriam a história, entretanto, diriam que isso poderia causar uma revolta dos fãs, e opinariam que o melhor seria que Shuri, irmã de T'Challa, assumisse o manto do Pantera Negra, algo que de fato chegou a ocorrer nos quadrinhos. Também surgiriam boatos de que a Disney criaria uma versão em computação gráfica de Boseman, algo que a Marvel desmentiria com veemência.
Devido à pandemia, a produção do filme estava mesmo atrasada, e a nova data prevista para início das filmagens era junho ou julho de 2021, o que dava à equipe mais ou menos um ano para decidir como lidar com a ausência de Boseman. Em dezembro de 2020, Feige voltaria a declarar que Boseman não seria recriado digitalmente, e anunciaria que também não seria escolhido um ator novo para o papel, com Coogler optando por explorar Wakanda e os personagens do primeiro filme, com Shuri sendo a protagonista, mas sem se tornar a nova Pantera Negra. Em março de 2021, o diretor declararia que reescrever o roteiro sabendo que não poderia contar com Boseman seria o trabalho mais difícil de sua carreira, mas que ele acabaria conseguindo manter a maior parte do que havia planejado. Joe Robert Cole, co-roteirista do primeiro filme, ajudaria Coogler a ajustar algumas cenas, e seria novamente creditado.
O filme começa com T'Challa morrendo de uma doença que nunca é especificada, e Shuri tentando recriar a erva-coração, destruída no primeiro filme por Killmonger, por acreditar que ela poderá salvá-lo. Infelizmente, T'Challa morre antes que Shuri conclua sua pesquisa, e ela fica se sentindo culpada por não ter sido mais veloz. Paralelamente a isso, os Estados Unidos encontram um grande depósito de vibrânio no fundo do mar, e tenta extraí-lo para que Wakanda não seja mais a única nação do mundo com o minério, mas acaba incorrendo na ira do reino submarino de Talokan. Namor, governante de Talokan, vai até Wakanda, que considera responsável pelo ocorrido, e faz um ultimato: se não lhe entregarem o inventor do aparelho que permitiu que os americanos encontrassem o vibrânio, Talokan entrará em guerra contra Wakanda. Shuri e Okoye, então, partem para encontrar a inventora, a aluna do MIT Riri Williams, e tentam negociar uma aliança com Namor, já que Wakanda está sem rei e em momento impróprio para se envolver em uma guerra.
O elenco de Wakanda conta com Letitia Wright como Shuri, Lupita Nyong'o como Nakia, Danai Gurira como Okoye, Winston Duke como M'Baku, Florence Kasumba como Ayo, Michaela Coel como Aneka, e Angela Bassett como Ramonda. O elenco de Talokan tem Tenoch Huerta Mejía como Namor, Mabel Cadena como Namora, e Alex Livinalli como Attuma. Os norte-americanos são Dominique Thorne como Riri Williams, Martin Freeman como o agente da CIA Everett K. Ross, e Julia Louis-Dreyfuss como Valentina Allegra de Fontaine, nova diretora da CIA e ex-mulher de Ross. Participações especiais incluem Michael B. Jordan como Killmonger; Isaach de Bankolé, Danny Sapani, Dorothy Steel e Connie Chiume como os anciões de Wakanda; Trevor Noah como a voz da inteligência artificial do computador de Shuri, Griot; María Mercedes Coroy como Fen, mãe de Namor; Lake Bell e Robert John Burke como os cientistas responsáveis pela operação de extração de vibrânio do mar, Dra. Graham e Dr. Smith; o repórter da CNN Anderson Cooper como ele mesmo, e Divine Love Konasu-Sun como Toussaint.
O antagonista do filme é Namor, que, no MCU, governa não Atlântida, mas o reino submarino de Talokan, com forte inspiração na cultura da civilização maia; especialistas trabalhariam junto à equipe de produção para que Talokan se parecesse com uma parte da civilização maia que conseguiu resistir ao teste do tempo e se modernizou. Coogler diria que Talokan e Wakanda seriam semelhantes por serem civilizações avançadas que existem sem o conhecimento da maior parte da população, e que um dos principais pontos de conflito no filme era que Namor desejava que seu reino seguisse oculto, enquanto era do desejo de T'Challa revelar Wakanda para o mundo. Vale dizer que, em suas primeiras aparições no Universo Marvel dos quadrinhos, Namor também agia como um vilão, principalmente devido a seu preconceito em relação ao "povo da superfície" e a seu desejo de que Atlântida permanecesse intocada.
Quando a presença de Namor no filme foi revelada, surgiram boatos de que ele teria sido incluído após a morte de Boseman, mas, na verdade, tanto ele quanto a Condessa Valentina estavam no filme desde a primeira versão do roteiro, com a Condessa inclusive tendo uma participação maior na primeira versão do que teve na versão final. Outro personagem cujos boatos diriam ter sido incluído após a morte de Boseman foi Toussaint, filho de T'Challa com Nakia, que aparece na cena intercréditos; Coogler, entretanto, diria que Toussaint era um dos personagens principais do filme na versão original do roteiro, que mostrava T'Challa tendo que lidar com o fato de não ter visto os primeiros cinco anos de vida do filho por causa do blip.
As filmagens começariam am Atlanta, na Geórgia, em 29 de junho de 2021; houve uma grande pressão para que Coogler preferisse outro local para as filmagens, devido a um ato do congresso estadual da Geórgia que mudou as regras para as eleições no estado, e foi vista pela comunidade negra como uma forma de diminuir a importância dos votos dos negros - nos Estados Unidos, o voto é distrital, e, com as novas regras, os distritos cuja maioria da população é negra teriam menos peso no resultado final da eleição. Coogler declararia que, apesar de obviamente ser contra as novas regras, achava que mudar o local das gravações prejudicaria os profissionais, em sua maioria negros, que trabalhariam na produção do filme, preferindo usar a produção para chamar a atenção da população local e mobilizá-los para que eles cobrassem a derrubada das novas regras.
Além de Boseman, Coogler não poderia contar com Daniel Kaluuya, que já estava envolvido com as filmagens de Não! Não Olhe!. Dorothy Steel, intérprete da Anciã da Tribo dos Mercadores, faleceria durante as filmagens, e não chegaria a gravar todas as suas cenas. As filmagens também teriam de ser interrompidas duas vezes por causa de Wright, a primeira quando ela quebrou o ombro e sofreu uma concussão durante uma cena de ação gravada em Boston, a segunda porque ela decidiria se tratar em Londres (Wright nasceu na Guiana, mas vive em Londres desde os oito anos), e, para retornar aos Estados Unidos, devido a novas regras estabelecidas durante sua ausência, deveria se vacinar contra covid, o que ela se recusou a fazer, precisando de uma autorização especial do governo norte-americano para entrar no país - houve até uma campanha online para que ela fosse demitida e outra atriz chamada para o papel de Shuri. As cenas em Talokan, incluindo as subaquáticas, seriam gravadas em Brunswick, Geórgia, e as primeiras cenas envolvendo Riri seriam gravadas no Massachusets Institute of Technology (MIT), em Cambrige, Massachusetts, e na cidade vizinha, Worcester.
O título do filme seria originalmente o do terceiro, mas Coogler decidiria mudar para o segundo como uma homenagem a Boseman. Pantera Negra: Wakanda para Sempre, antes de estrear internacionalmente em 9 de novembro de 2022, teria uma pré-estreia em Los Angeles em 26 de outubro e uma em Lagos, Nigéria em 6 de novembro, na primeira vez em que um filme da Disney teve uma pré-estreia na África. O filme também estrearia na China, em 7 de fevereiro de 2023, se tornando o primeiro do MCU desde Homem-Aranha: Sem Volta para Casa a fazê-lo; a Disney, entretanto, pela primeira vez cederia à pressão e removeria uma cena de romance entre Ayo e Aneka para que o filme não fosse mais um do MCU a ser boicotado nos países árabes. Sua bilheteria seria de aproximadamente 454 milhões nos Estados Unidos e 405 milhões no resto do mundo, para um total de 859,2 milhões, se tornando o sexto filme mais rentável de 2022.
A crítica elogiaria bastante o filme, principalmente sua sensibilidade em lidar com a ausência de Boseman e as atuações de Bassett e Huerta; o roteiro também seria elogiado por fugir da "fórmula Marvel", mas criticado por ser longo demais. Pantera Negra: Wakanda para Sempre renderia a Bassett um Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante em Filme, o primeiro dos grandes prêmios (Oscar, Globo de Ouro ou Emmy) conquistado por um ator ou atriz por um filme da Marvel; também seria indicado ao de Melhor Canção Original por Lift Me Up, de Rihanna, mas perderia para Naatu Naatu, do filme indiano RRR. Seria indicado também a cinco Oscars - Melhor Atriz Coadjuvante (Bassett), Melhor Canção Original (Lift Me Up), Melhor Maquiagem e Cabeleireiro, Melhores Efeitos Especiais, e Melhor Figurino (ganhando esse último) - e a três Grammys - Melhor Compilação de Trilha Sonora para uma Mídia Visual, Melhor Álbum de Trilha Sonora para uma Mídia Visual, e Melhor Canção Escrita para uma Mídia Visual (Lift Me Up).
Devido à morte de Boseman, não se sabe se o planejamento de fazer um terceiro filme ainda está de pé. Em janeiro de 2023, Wright declararia que sim, mas que o diretor e o elenco precisavam de um tempo para si antes de retomar o projeto. Oficialmente, entretanto, não há ainda filme do Pantera Negra previsto para as Fases 5 ou 6, embora estejam mantidas duas séries relacionadas ao universo do personagem, ambas com estreia no Disney+ prevista ainda para 2024: Eyes of Wakanda, série de animação na qual cada episódio será centrado em um guerreiro que viajou o mundo com a missão de recobrar um artefato feito de vibrânio, e Coração de Ferro, estrelado por Thorne e que mostraria Riri vivendo aventuras como a heroína de mesmo nome, usando uma armadura construída por ela mesma baseada na do Homem de Ferro. Segundo Coogler, que não tem envolvimento com a série, Coração de Ferro será ambientada imediatamente após os eventos de Pantera Negra: Wakanda para Sempre, servindo como continuação do filme.
The Guardians of the Galaxy Holiday Special
2022
Em 2017, enquanto filmava Guardiões da Galáxia Vol. 2, o diretor James Gunn teria a ideia de um especial de Natal estrelado pelos Guardiões da Galáxia. Em 2020, quando Feige anunciou que os Marvel Studios produziriam especiais de TV, Gunn o procuraria e faria uma apresentação de sua ideia, que seria aprovada, sendo oficialmente anunciada em dezembro de 2020, para estreia em dezembro de 2022 - isso faria com que o especial dos Guardiões na verdade fosse o primeiro a entrar em produção, apesar de ser o segundo a estrear. Gunn, que diria ter se inspirado em produções clássicas de Natal que assistiu quando criança, como A Rena do Nariz Vermelho (1964), Como o Grinch roubou o Natal (1966), e no apócrifo especial de Natal de Star Wars (1978), seria anunciado como diretor e roteirista, e revelaria que chegou a oferecer sua ideia para o canal de TV ABC, de propriedade da Disney, que o rejeitaria.
Outro detalhe interessante é que, por decisão da Disney, o especial não seria um "especial de Natal", e sim um "especial de Festas" (Holiday Special). Isso ocorreria porque, já há alguns anos, nos Estados Unidos, é reconhecido que, no fim do ano, além do Natal, que é uma festa cristã, também são comemorados o festival judaico do Hannukah (que é uma data móvel, e nesse ano de 2024 ocorrerá entre 25 de dezembro e 2 de janeiro) e o Kwanzaa, comemoração da comunidade afro-americana inspirada nos Festivais da Colheita da África Ocidental, realizada entre 26 de dezembro e 2 de janeiro. Conforme esse reconhecimento ganhava força, passou a ser malvisto em algumas comunidades o uso da expressão "de Natal", principalmente no comércio (como em "liquidação de Natal"), passando a ser mais aceito o termo "de Festas", que serve para todos os três - em algumas cidades, até mesmo a expressão Merry Christmas ("Feliz Natal") é evitada ao se dirigir à comunidade em geral, sendo preferido o Happy Holidays ("Boas Festas").
Gunn finalizaria o roteiro em abril de 2021, mas diria que o havia escrito em "poucas horas", lá em 2017, e que "encheu o saco" de Feige "durante anos" para que ele autorizasse sua produção, gostando de pensar que a própria ideia dos especiais de TV do MCU só teria surgido por causa disso. Um dos pontos mais bizarros da história seria a presença do ator Kevin Bacon como uma versão ficcional dele mesmo (o "Kevin Bacon do MCU"), uma exigência de Gunn, que diria ter tentado fazer a história "o mais louca e divertida que conseguisse", e que essa seria uma das histórias preferidas dentre as quais escreveu. Bacon ficaria muito empolgado com o convite, que aceitaria sem pensar duas vezes; sua esposa, a também atriz Kyra Sedgwick, também participaria do filme, mas apenas gravando falas para cenas nas quais os dois conversam por telefone.
O especial é ambientado entre Thor: Amor e Trovão e Guardiões da Galáxia Vol. 3, e protagonizado por Drax e Mantis, que, segundo Gunn, foram os personagens que tiveram menor destaque fora dos filmes dos Guardiões. Também segundo Gunn, por pertencerem a culturas alienígenas extremamente exóticas e não terem muitas das amarras que os personagens humanos têm, os dois seriam os mais adequados para as situações cômicas do filme. Gunn também aproveitaria para incluir no especial vários conceitos que depois desenvolveria em Guardiões da Galáxia Vol. 3, como estabelecer a base dos Guardiões em Luganhenhum, Cosmo como um membro oficial da equipe, e introduzir a nova nave da equipe, a Bowie, dentre outros detalhes.
O especial seria filmado em fevereiro de 2022, durante as filmagens de Guardiões da Galáxia Vol. 3, usando os mesmos estúdios e cenários do filme, em Atlanta, Geórgia. Gunn declararia que a mudança de tom durante a gravação do especial seria bem vinda, pois Guardiões da Galáxia Vol. 3 era um filme muito emotivo, o que estava sobrecarregando a equipe, com a gravação do especial servindo como uma pausa. As cenas nas ruas da Terra deveriam ter sido gravadas em Los Angeles, mas a equipe não obteve autorização, e acabariam sendo feitas também em estúdio, com muitas decorações de Natal sendo espalhadas pelas casas da rua cenográfica. Outro elemento interessante da cenografia seriam pôsteres dos filmes do personagem Kingo, de Eternos. Apesar de mais curto que o especial do Lobisomem, o dos Guardiões seria mais complexo, e suas filmagens levariam dois meses. Os efeitos especiais seriam gerados pelas empresas Framestore, Rodeo FX, Crafty Apes, Sony Pictures Imageworks, Industrial Light & Magic, Weta FX, Gradient, Secret Lab e Perception.
O início do especial conta com uma sequência de animação criada com a técnica da rotoscopia, na qual a arte é desenhada sobre cenas filmadas com atores - no caso, Michael Rooker e Luke Klein. A sequência seria dirigida por Marc Whiting e animada pelos Stoopid Buddy Stoodios, que, a pedido de Gunn, tentariam imitar o estilo dos estúdios Rankin/Bass, também famosos por seus especiais de Natal. Todo o processo da animação, incluindo as filmagens com Rooker e Klein, que não usariam maquiagem, também levaria dois meses, com o Studio Moshi acrescentando animações adicionais durante a pós-produção.
Com 44 minutos de duração, Guardiões da Galáxia: Especial de Festas estrearia no Disney+ em 25 de novembro de 2022 (um mês antes do Natal), após uma sessão de cinema especial em Hollywood em 18 de novembro. Segundo órgãos de medição de audiência, seria o programa mais assistido em streaming em seu fim de semana de estreia, e ficaria na segunda posição até 11 de dezembro. A crítica seria extremamente positiva, elogiando principalmente Bautista, Klementieff e Bacon, e dizendo que o especial conseguia resgatar o clima dos especiais de Natal clássicos da TV norte-americana, com diversão para toda a família sem precisar ser levado a sério. O especial seria a segunda, e por enquanto última, produção dos Marvel Studios a receber o selo de Marvel Studios Special Presentation, e oficialmente encerraria a Fase 4.
Ah, sim, faltou a história do especial: Peter Quill está deprimido por ter perdido Gamora, e, como a época do Natal se aproxima, Drax e Mantis decidem ir até a Terra e trazer para ele um presente inesquecível: o ator Kevin Bacon. O elenco conta com Chris Pratt como Peter Quill / Senhor das Estrelas, Dave Bautista como Drax, Pom Klementieff como Mantis, Karen Gillan como Nebulosa, Vin Diesel como Groot, Bradley Cooper como Rocket, Sean Gunn como Kraglin Obfonteri, Michael Rooker como Yondu Udonta, e Kevin Bacon como ele mesmo. Maria Bakalova faz a voz do cachorro Cosmo, "interpretado" por um cachorro de verdade, chamado Slate, que substituiu Fred, que havia feito o papel nos dois filmes dos Guardiões. Stephen Blackehart faz uma participação especial como um morador de Luganenhum, Flula Borg faz outra como um barman num bar visitado por Drax e Mantis na Terra, e Kyra Sedgwick interpreta ela mesma em conversas telefônicas com Bacon. E a banda The Old 97's participa da abertura interpretando a banda alienígena Bzermikitokolok and the Knowheremen - com o vocalista Rhett Miller sendo Bzermikitokolok, e os músicos Murry Hammond, Ken Bethea e Philip Peeples interpretando, respectivamente, Kortolbookalia, Sliyavastojoo e Phloko - apesar de só aparecerem em uma única cena, os membros da banda levaram três horas para serem devidamente maquiados.
Série Universo Cinematográfico Marvel |
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•Lobisomem na Noite |
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