sábado, 18 de maio de 2024

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Banks / The Bangles

Meu assunto preferido é esportes - inclusive, ando meio chateado por estar tendo dificuldade para encontrar novos esportes para abordar - mas os posts que eu mais gosto de escrever são os sobre música. Existem dois posts sobre música, porém, que eu sempre acabo desistindo de escrever porque acho que ficariam muito curtos - curiosamente, um sobre uma cantora que eu conheci recentemente, outro sobre uma banda da qual eu gostava quando criança. Por causa disso, decidi fazer pela primeira vez em um post de música algo que já é comum eu fazer com posts de esportes, e juntei os dois assuntos em um só. Hoje, portanto, é dia não de um post de música no átomo, mas de dois!

Vamos começar pela cantora que eu conheci recentemente, Banks, que nasceu Jillian Rose Banks, em 16 de junho de 1988, em Orange County, Califórnia, Estados Unidos. Quando tinha um ano de idade, seus pais se mudaram para a vizinha Los Angeles, e, quando ela tinha dois, para Tarzana, também na Califórnia, cidade onde morava o escritor Edgar Rice Burroughs, e que, após sua morte, recebeu esse nome em homenagem à sua mais famosa criação, Tarzan. Quando Banks tinha 15 anos, seus pais se divorciaram, e ela começou a desenvolver depressão. Um amigo a presenteou com um teclado, e disse que a música poderia ajudá-la a lidar com seus sentimentos; ela, então, decidiria aprender piano e começar a escrever suas próprias canções. Não seria ali, ainda, que ela decidiria ser cantora: após concluir a escola, ela se matricularia na Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde se formaria em psicologia, apresentando como trabalho de conclusão de curso um estudo sobre o comportamento de crianças filhas de pais divorciados.

Enquanto Banks estudava na USC, ela conheceria o DJ Yung Skeeter, que já havia trabalhado com Ke$ha, Azealia Banks e Katy Perry, para quem mostraria algumas de suas composições. Ele veria talento na moça, e a convenceria a assinar um contrato com a pequena gravadora inglesa Good Years Records, que estava procurando novos cantores nos Estados Unidos. Nos estúdios da gravadora em Los Angeles, Banks gravaria Before I Ever Met You, que ela decidiria disponibilizar no serviço de streaming SoundCloud, mas em uma página privada, que as pessoas só poderiam acessar com senha. Um amigo de Skeeter, o também DJ Zane Lowe, entretanto, tinha outros planos, e decidiu tocar a música na BBC Radio One. A música faria um enorme sucesso e começaria a ser pedida pelos ouvintes, o que levaria a Good Years a convencer Banks a gravar um EP, chamado Fall Over, lançado em março de 2013. Ao escolher seu nome artístico, ao invés de Jillian Banks ou Rose Banks, ela optaria por apenas BANKS, escrito todo em maiúsculas.

Fall Over seria elogiado pela Billboard, que publicaria que as canções de Banks eram do tipo que as pessoas ficariam obcecadas por elas. Seu sucesso faria com que a Good Years a convidasse a gravar em seus estúdios em Londres, mais modernos e bem equipados que os de Los Angeles, onde ela gravaria um segundo EP, chamado London, lançado em setembro de 2013 pela Harvest Records e aclamado pela crítica. Uma das músicas de London, Waiting Game, seria escolhida para um comercial da Victoria's Secret, o que ajudaria a popularizar Banks entre o público em geral. Waiting Game também estaria na trilha sonora do filme Divergente, e em um dos episódios da série Grey's Anatomy.

Mesmo sem ainda ter lançado um álbum, Banks seria indicada aos prêmios de Melhor Artista Novo do Sound of..., da BBC, e do Mtv Music Awards, incluída na lista de "artistas nos quais devemos prestar atenção" do aplicativo Shazam, e na de "novos artistas de destaque" do iTunes, seria destaque no Spotify, e ganharia matérias nas revistas Vogue e Spin. Essa ascensão meteórica levaria a um convite do artista The Weeknd para que ela fizesse os shows de abertura de sua turnê nos Estados Unidos e Reino Unido; após o final da turnê de The Weeknd, em março de 2014, ela conseguiria um contrato para uma turnê solo no Reino Unido, onde já era uma artista de grande destaque. No mês seguinte, ela tocaria no Coachella, onde seria considerada uma das principais atrações, e, em julho, seria a principal atração do festival Open'er, que ocorre anualmente na cidade de Gdynia, na Polônia. Em agosto, ela cantaria duas músicas no programa de TV Jimmy Kimmel Live!.

O primeiro álbum de Banks, Goddess, seria lançado em 5 de setembro de 2014 pela Harvest Records, e entraria para o Top 20 da lista dos mais vendidos no Reino Unido, Alemanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Suécia. Nos Estados Unidos, ele venderia 25 mil cópias somente na primeira semana, e chegaria à 12a posição dos mais vendidos. Suas músicas de trabalho seriam Warm Water, Brain, Drowning e Beggin for Thread; nenhuma delas conseguiria grande destaque, apesar das boas vendas do álbum, que renderia um Disco de Ouro, e da positividade das críticas. A turnê de lançamento contaria com apenas oito shows, sendo seis nos Estados Unidos e dois no Canadá. A coisa mais curiosa sobre o álbum, porém, seria que, em sua primeira entrevista após seu lançamento, Banks divulgaria um número de celular, que depois adicionaria a todas as suas redes sociais; segundo ela, aquele era seu número pessoal, através do qual seus fãs poderiam se comunicar com ela através de aplicativos de mensagens.

Em janeiro de 2015, Banks seria uma das atrações do festival St. Jerome's Laneway, que teria shows em sete cidades da Austrália e em Cingapura. No fim do ano, ela sairia em mais uma turnê pelos Estados Unidos abrindo para The Weeknd; pouco antes, ela lançaria a canção inédita Better, acompanhada de um clipe que faria bastante sucesso na Mtv. Em junho de 2016, ela anunciaria que havia terminado de gravar seu segundo álbum, e, no mês seguinte, o DJ Zane Lowe tocaria na BBC Radio One a primeira faixa desse álbum, Fuck With Myself, segundo Banks, a última que ela escreveu e gravou, e que, também segundo ela, tinha vários significados, sendo o principal o de que ela se auto-sabota. Em uma entrevista para a revista Vice, ela diria que sua principal inspiração para o segundo álbum seria o conflito entre a autocrítica e o amor próprio, que era muito presente em sua vida desde que ela começou a compor. Fuck With Myself seria aclamada pela crítica, e chegaria à posição 29 na parada da Billboard.

Com o nome de The Altar, o segundo álbum seria lançado em 30 de setembro de 2016, chegando à posição 17 na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos, mas sem obter certificação; a crítica seria predominantemente positiva. Além de Fuck With Myself, as músicas de trabalho seriam Gemini Feed, Mind Games e To the Hilt; a faixa Trainwreck ganharia um clipe, mas não teria execução nas rádios. A turnê de lançamento teria sessenta shows a mais que a anterior, para um total de 68, e passaria por Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Holanda, França e Luxemburgo, se concluindo apenas em novembro de 2017; também estavam previstos shows no Japão, Coreia do Sul, Cingapura, China, Indonésia, Itália e Suíça que seriam cancelados por "circunstâncias imprevistas".

Enquanto estava em turnê, Banks lançaria mais dois singles: Crowded Places, que estaria na trilha sonora da série Girls, e Underdog, que estrearia no programa de Lowe na BBC Radio One. No final de 2017, ela anunciaria uma colaboração com o rapper 6lack, gravando três faixas junto com ele para uma edição especial de primeiro aniversário do primeiro álbum do cantor; duas dessas faixas fariam parte da trilha sonora do seriado Power.

Banks tiraria um ano sabático em 2018, retornando aos holofotes apenas em dezembro, quando anunciaria que lançaria um novo álbum no ano seguinte. Em abril de 2019, ela lançaria o single Gimme, que estrearia mais uma vez no programa de Lowe, que agora já não era transmitido pela BBC, e sim pela Apple Music. Em junho, ela lançaria mais um single, Look What You're Doing To Me, com a participação da banda Francis and the Lights.

Ambas as faixas, junto com Contaminated, seriam músicas de trabalho de seu terceiro álbum, chamado simplesmente III, lançado em 12 de julho de 2019. Mais uma vez, as críticas seriam bastante positivas e o álbum não faria feio, chegando à posição 21 na lista dos mais vendidos, mas falharia em obter certificação, nenhuma das faixas teria especial destaque nas rádios, e o único país no qual o álbum entraria para o top 20 seria o Canadá. A turnê de lançamento teria 66 shows nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Suécia, Bélgica, França e Austrália, se encerrando em janeiro de 2020.

Durante a pandemia, Banks ficaria bem quietinha, afastada até mesmo de suas redes sociais. Ela retornaria apenas em junho de 2021, com o single The Devil. Na ocasião, ela anunciaria que havia se tornado uma artista totalmente independente, e que passaria ela mesma a produzir suas próprias canções e álbuns, que seriam lançados de forma independente ao invés de por uma gravadora. Banks também seria co-diretora do clipe de The Devil e daquele do single seguinte, Skinnydipped, lançado em agosto.

The Devil e Skinnydipped, junto com Holding Back, I Still Love You, Meteorite e Deadend, seriam as músicas de trabalho do quarto álbum de Banks, Serpentina, lançado em 8 de abril de 2022. Talvez por ter sido lançado de forma independente, ele seria o de pior vendagem dos quatro, sequer entrando para a lista do mais vendidos, embora tenha sido bastante elogiado pela crítica. A turnê de lançamento ainda está rolando, e conta com shows nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa.

Vamos passar agora para a banda que eu gostava quando criança, The Bangles, cuja história começa em dezembro de 1980, na cidade de Los Angeles. Alguns meses antes, Susanna Hoffs, de 21 anos, que tocava guitarra e tinha o sonho de montar uma banda de rock, havia colocado um anúncio na revista independente The Recycler, pedindo por outras mulheres que soubessem tocar instrumentos. O anúncio de Hoffs seria respondido por apenas uma única pessoa, Annette Zilinskas, na época com 18 anos, que também tocava guitarra. Zilinskas mostraria a Hoffs que, na mesma edição, havia um segundo anúncio também pedindo por mulheres músicas, colocado por Lynn Elkind, guitarrista da banda Those Girls, que estava pensando em sair e formar uma banda nova.

Hoffs decidiria ligar para Elkind, mas quem atenderia seria sua colega de quarto, Vicki Peterson, de 22 anos, que também tocava guitarra. Hoffs e Vicki conversariam durante horas, e descobririam ter vários interesses em comum. Quando Elkind ligasse para Hoffs, após receber a mensagem de Vicki, a conversa já não fluiria tão bem, e Hoffs, ao invés de se candidatar à banda de Elkind, decidiria convidar Vicki e sua irmã, Debbi, de 19 anos, que estava aprendendo bateria, para formar uma nova banda. Inicialmente, essa banda contaria com Hoffs, as irmãs Peterson e Amanda Hills, ex-baixista da Those Girls, mas, quando Hills diria não ter interesse em seguir com a banda, pois preferiria se dedicar aos estudos, Hoffs ligaria para Zilinskas, e perguntaria se ela estaria disposta a tocar baixo ao invés de uma terceira guitarra. Zilinskas aceitaria, e a nova banda, chamada Colours, começaria a fazer suas primeiras apresentações em casas noturnas de Los Angeles em janeiro de 1981.

Pouco tempo após sua primeira apresentação, as Petersons descobririam que já existia uma banda chamada The Colors, e, para evitar confusão, sugeririam que o nome da banda fosse mudado para The Bangs. Com esse nome, a banda faria parte da cena chamada Paisley Underground, que reunia bandas cujo som era influenciado pelo rock dos anos 1960, com guitarras melódicas e letras psicodélicas. Em junho de 1981, com o dinheiro que ganhariam dos shows, as Bangs gravariam um single de forma independente, atribuído à gravadora DownKiddie Records, que contava com duas músicas, Getting Out of Hand e Call On Me. Esse single chamaria a atenção de Miles Copeland, dono da gravadora Faulty Products, que convidaria as moças para assinar um contrato.

As Bangs gravariam, então, um EP, com cinco canções, três delas com vocais de Hoffs, uma com vocais de Debbi e uma com vocais de Vicki - o que, aliás, se tornaria uma marca registrada da banda, com as três sempre se revezando nos vocais. Com o nome de The Bangs, o EP seria lançado em em junho de 1982, e teria inclusive uma música de trabalho, The Real World, que faria sucesso nas rádios alternativas de Los Angeles. Esse sucesso renderia um convite para que elas tocassem no famoso Lhasa Club; poucos minutos antes desse show, elas receberiam uma notificação judicial de uma outra banda chamada The Bangs, que diria que elas não poderiam se apresentar com esse nome sem pagar parte do que receberiam a eles. Em cima da hora, então, elas decidiriam mudar para The Bangles - palavra que dá nome a um tipo de pulseira ou bracelete, mas que também é usada como gíria para franja de cabelo.

O ano de 1983, infelizmente, não começaria bem para as Bangles: primeiro, Zilinskas decidiria deixar a banda, para montar uma outra, chamada Blood on the Saddle. Depois, a Faulty Products iria à falência, deixando as moças sem gravadora. A salvação viria de outra gravadora pequena, a I.R.S., que não somente se comprometeria a relançar o EP, trazendo o nome novo da banda na capa, como também indicaria uma nova baixista, Michael Steele (que é mulher e originalmente se chamava Susan Thomas), de 28 anos, fundadora da banda The Runaways, e que também já havia tocado com Toni & The Movers, Slow Children e Elton Duck. Steele começaria a tocar nos shows da banda já em 1983, e, em parte, seria sua presença que chamaria a atenção de uma gravadora grande, a Columbia, com quem as Bangles assinariam já no final daquele ano.

O primeiro álbum das Bangles, All Over The Place, com Hoffs nos vocais e guitarra, Vicki nos vocais e guitarra, Debbi nos vocais e bateria, e Steele no baixo, seria lançado pela Columbia em maio de 1984; a pedido da gravadora, elas abandonariam o estilo Paisley Underground e passariam a tocar o pop rock característico dos anos 1980. Suas músicas de trabalho seriam Hero Takes a Fall e Going Down to Liverpool, essa última um cover da banda inglesa Katrina and the Waves, cujo clipe contaria com a participação de Leonard Nimoy, o Sr. Spock de Jornada nas Estrelas, faria um grande sucesso e ajudaria a chamar publicidade para a banda. Após o lançamento do álbum, elas sairiam em turnê - mas não uma turnê própria, e sim abrindo para Cyndi Lauper em sua Fun Tour.

As apresentações da banda na turnê de Lauper chamariam a atenção do artista na época ainda conhecido como Prince, que, após uma de suas apresentações, iria até seu camarim e as ofereceria a canção Manic Monday, que ele havia escrito para a banda Apollonia 6, mas ainda não havia sido gravada. A canção faria um enorme sucesso, chegaria ao segundo lugar na parada da Billboard - ficando atrás apenas de outra canção de Prince, Kiss - e, creditada a "Christopher", seria incluída no segundo álbum das Bangles, Different Light, lançado em janeiro de 1986. Junto com Manic Monday, o álbum teria como músicas de trabalho If She Knew What She Wants (cover de Jules Shear), Walk Like an Egyptian, Walking Down Your Street e Following.

Escrita por Liam Sternberg, Walk Like an Egyptian seria oferecida às Bangles durante as gravações do álbum e dividiria a banda, que não conseguia se decidir se a gravava ou não, com algumas das integrantes achando que a música tinha potencial para ser um sucesso, outras temendo que fosse um fracasso. A música acabaria se tornando o maior sucesso da carreira das Bangles, chegando ao primeiro lugar do Hot 100 da Billboard e ao topo das paradas de sucessos de outros sete países, além de trazer para a banda um novo público que era composto, em sua maioria, por mulheres jovens, algo que Steele declararia em entrevistas a ter surpreendido. Graças principalmente a Walk Like an Egyptian, Different Light também seria um grande sucesso, chegando ao segundo lugar da lista dos mais vendidos nos Estados Unidos, e rendendo um Disco de Platina triplo.

Em 1987, as Bangles regravariam A Hazy Shade of Winter, da dupla Simon & Garfunkel, para a trilha sonora do filme Abaixo de Zero; a música seria mais um grande sucesso, e segunda da banda a chegar à segunda posição da parada da Billboard. Pouco depois, elas demitiriam seu produtor, David Kahne, com quem estavam tendo muitas diferenças criativas - basicamente porque ele, levando em conta seus sucessos anteriores, queria que elas investissem em covers e em composições de outros artistas, enquanto elas queriam investir em suas próprias composições - e contratariam Davitt Sigerson, para começar a trabalhar em seu terceiro álbum. Com o nome de Everything, o álbum seria lançado em outubro de 1988, e renderia à banda mais um Disco de Platina. Suas músicas de trabalho seriam In Your Room, Eternal Flame, Be with You e I'll Set You Free.

Escrita por Hoffs, Tom Kelly e Billy Steinberg, Eternal Flame seria não só o maior sucesso da carreira das Bangles, mas também é até hoje a canção de maior sucesso gravada por uma banda composta apenas por mulheres em toda a história, ficando sete semanas no topo da parada da Billboard e chegando ao topo das paradas de sucessos de nada menos que outros 17 países, dentre eles o Brasil, onde fez parte da trilha sonora da novela Que Rei Sou Eu?. O nome da canção seria escolhido por Steinberg após Hoffs contar pra ele que a banda havia visitado Graceland, a mansão de Elvis Presley, onde fica acesa a Chama Eterna em homenagem ao cantor - mas que, justamente naquele dia, estava apagada por causa de fortes chuvas, com um guia informando que a chama estava na verdade protegida em um recipiente para que pudesse ser acesa novamente mais tarde. Segundo relatos, Hoffs gravaria a canção totalmente nua, após Sigerson convencê-la de que Olivia Newton-John fez isso em seus maiores sucessos.

Ao invés de alavancar a carreira da banda, entretanto, o enorme sucesso de Eternal Flame serviria para acabar com ela: segundo as Petersons, a Columbia começaria a divulgar a banda como se Hoffs fosse a atração principal e as outras três meramente sua banda de apoio. Para tentar mostrar que não era o caso, a Columbia incluiria em seus releases sobre a banda que Walk Like an Egyptian tinha vocais de Vicki, e concordaria em lançar como música de trabalho seguinte Be With You, que tinha vocais de Debbi. Be With You, entretanto, seria um fracasso, e, à época de seu lançamento, toda a imprensa já estava tratando Hoffs como vocalista principal, líder da banda e até mesmo símbolo sexual, quando a história de que ela "gravava pelada" vazou. Hoffs, talvez inebriada pelo sucesso, não fez nada para reverter a situação, o que levou a um irreversível atrito entre ela e as Petersons.

Assim, em outubro de 1989, as Bangles se separariam. Vicki aceitaria sair em turnê com as bandas Continental Drifters e Go-Go's, enquanto Steele entraria para a Crash Wisdom, Debbi se uniria a Siobhan Maher, da banda River City People, e formaria uma dupla chamada Kindred Spirit, e Hoffs começaria uma carreira solo, lançando dois álbuns, When You're a Boy, de 1991, e Susanna Hoffs, de 1996, nenhum dos dois chegando nem perto do sucesso que ela obteve com as Bangles. Segundo Vicki, nem ela, nem Debbi sequer falariam com Hoffs durante os nove anos seguintes.

O retorno da banda se daria em circunstâncias curiosas: em 1993, Hoffs se casaria com o diretor de cinema Jay Roach, que, em 1999, dirigiria Austin Powers: O Agente Bond Cama. Quando o filme estava em pré-produção, ele diria a Hoffs que gostaria que houvesse uma canção das Bangles na trilha sonora do filme, e ligaria para Vicki para negociar. Surpreendentemente, as Petersons aceitariam reformar a banda, e entrariam em contato com Steele, que também aceitaria. Assim, quase dez anos após o rompimento, elas estavam entrando em estúdio para gravar Get the Girl, que estaria na trilha do filme de Austin Powers e seria lançada como single em 1999. Para aproveitar o momento, elas sairiam em turnê pelos Estados Unidos no início de 2000, e, em 2001, entrariam em estúdio para gravar um novo álbum.

Lançado em setembro de 2003 pela gravadora independente MNRK, Doll Revolution, o quarto álbum das Bangles, tiraria seu nome de uma cover de Elvis Costello, Tear Off Your Own Head (It's a Doll Revolution), que abria o álbum. Sua única música de trabalho seria Something That You Said. Por alguma razão, o álbum seria um grande sucesso na Alemanha, onde as Bangles seriam convidadas para se apresentar no programa de maior audiência da Europa, Wetten dass, mas passaria praticamente despercebido no resto do mundo, inclusive nos Estados Unidos. Isso faria com que sua turnê de lançamento tivesse shows apenas na Europa, exceto um na Times Square, em Nova Iorque, parte do festival Dick Clark's New Year's Rockin' Eve 2006, que começou em 31 de dezembro de 2005 e terminou no primeiro dia de 2006.

No início de 2005, alegando não estar sendo paga o que queria para fazer turnê com a banda, Steele decidiria sair, e seria substituída por Abby Travis, que seria demitida no final de 2008 sem maiores explicações. No início de 2009, as Bangles voltariam ao estúdio para gravar um quinto álbum, e decidiriam se tornar um trio, contratando o baixista Derrick Anderson para as gravações, e vários outros baixistas para a turnê. Com o nome de Sweetheart of the Sun, o quinto álbum seria lançado pela Model Music Group em setembro de 2011, com uma turnê pelos Estados Unidos começando logo após. O álbum teria como única música de trabalho I'll Never Be Through with You, e, mais uma vez, não faria muito sucesso.

Em 2014, Zilinskas começaria a participar como convidada em alguns shows das Bangles, e, em 2018, seria anunciada oficialmente como membro da banda, que retornaria à sua formação lá do EP - que não pode ser chamada de "original", já que Zilinskas só entraria após a saída de Hills. Também falta a Zilinskas gravar um álbum com a banda, já que ela não esteve em nenhum dos cinco, mas ela já participou de três novas canções, as três últimas das Bangles lançadas até hoje, incluídas na coletânea 3 x 4 , de novembro de 2018, que contava também com canções das bandas The Dream Syndicate, The Three O'Clock e Rain Parade, todas parte da cena Paisley Underground.

O último show das Bangles ocorreria em maio de 2019; depois disso, Hoffs lançaria mais dois álbuns solo, Bright Lights, de 2021, e The Deep End, de 2023. Tanto ela quanto as Petersons, porém, dizem que as Bangles seguem em atividade, apenas esperando o momento certo para retornar ao estúdio para trabalhar em seu sexto álbum.

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