2016
Até 2004, os filmes japoneses de Godzilla foram divididos em três séries: a Série Showa, com os filmes lançados durante o reinado do Imperador Hirohito, foi a mais longa, com 15 filmes lançados entre 1954 e 1975. Após um hiato de quase dez anos, começaria a Série Heisei, com 7 filmes lançados entre 1984 e 1995 (mesmo com a Era Heisei, correspondente ao reinado do Imperador Akihito, só tendo começado em 1989). A terceira série, a Série Millenium, teve mais 6 filmes, lançados entre 1999 e 2004. Mais do que especificar em que época os filmes foram feitos, a divisão em séries - retroativamente criada em 1999, por isso a Série Heisei começa antes da Era Heisei - tinha o propósito de agrupar os filmes de acordo com sua continuidade, já que tanto o primeiro filme da Série Heisei quanto o primeiro da Série Millenium eram reboots.
Após o último filme da Série Millenium, Godzilla: Final Wars, entretanto, ocorreria um novo hiato longo, dessa vez de dez anos, que seria quebrado não por um novo filme japonês, mas pelo Godzilla da Legendary Pictures, produzido nos Estados Unidos e lançado em 2014, ano do aniversário de 60 anos do filme original. O Godzilla norte-americano seria um sucesso, o que animaria a Toho a produzir mais um filme para a série, com data de estreia prevista para 2016. Pelos termos do contrato com a Legendary, um novo filme da Toho não poderia ser nem continuação, nem usar nenhum dos elementos do filme norte-americano, e, como a história de Godzilla: Final Wars tinha uma espécie de fechamento, também não interessava ao estúdio japonês fazer uma continuação. A solução, portanto, foi fazer um terceiro reboot, e dar a ele o nome de Shin Godzilla - com shin, em japonês, significando "novo".
Em março de 2015, a Toho surpreenderia e revelaria que Shin Godzilla seria co-dirigido por Hideaki Anno e Shinji Higuchi, a dupla responsável pelo anime Neon Genesis Evangelion, com roteiro de Anno, e Higuchi ficando responsável pelos efetios especiais. Anno diria em entrevistas ter sido procurado pela Toho já em janeiro de 2013, mas, como ele estava em depressão após ter terminado de dirigir Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo, recusaria sem nem pensar; Higuchi, seu amigo de longa data, que já havia trabalhado para a Toho, o convenceria, com a dupla assinando contrato em março de 2013, mas sendo mantida em segredo pela Toho durante dois anos. Anno diria que, mesmo após assinar, ainda estava com falta de confiança, já que se tratava de um reboot, imaginando que jamais conseguiria fazer um filme de Godzilla à altura do primeiro, mas, após assistir ao filme norte-americano, se convenceria de que a única forma de igualar o primeiro seria fazendo um remake, algo que nem ele, nem a Toho queriam, e que o melhor seria contar sua própria história da melhor forma possível.
A Toho passaria boa parte da pré-produção planejando qual a melhor forma de trazer Godzilla de volta às telas, testando bonecos, animatronics e efeitos digitais, optando pela última que, apesar de mais cara, permitiria melhor controle sobre como Godzilla se portava em cena, economizando tempo e dinheiro na edição e permitindo que os diretores tivessem um maior controle criativo. Um estúdio foi forrado de chroma-key e maquetes para ser usado como referência nas cenas onde Godzilla aparecesse, com o ator Mansai Nomura servindo para a captura de movimentos.
Assim como o primeiro Godzilla foi uma alegoria para as bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, Anno e Higuchi decidiriam fazer de Shin Godzilla uma alegoria para o desastre nuclear de Fukushima, causado pelo terremoto e tsunami que atingiram Tohoku em 11 de março de 2011. Muitos críticos apontariam que cenas do filme, como as montanhas de escombros deixadas pela passagem do monstro e as equipes vestidas com macacões azuis tentando lidar com o desastre, pareciam saídas diretamente do noticiário da época, ao invés de gravadas para o filme. Alguns críticos também apontaram que o filme servia com uma crítica ao governo japonês, tão engessado pela burocracia que parece ser incapaz de lidar em tempo hábil com um desastre de grandes proporções.
A história é a tradicional: Godzilla, uma criatura gerada pela energia nuclear, sai das águas da Baía de Tóquio e começa a destruir a cidade, levando um grupo de cientistas a pesquisar como detê-lo. O filme tem, porém, duas grandes diferenças em relação às histórias habituais de Godzilla: primeiro, os três protagonistas humanos são ligados ao governo - o Secretário de Governo Rando Yaguchi (Hiroki Hasegawa), o Primeiro-Ministro Hideki Akasaka (Yutaka Takenouchi) e a enviada especial do governo dos Estados Unidos Anne Patterson (Satomi Ishihara). Segundo, Godzilla é adaptável, passando por várias formas antes de atingir seu estágio final, e sendo capaz até mesmo de se modificar para se tornar imune a ataques usados contra ele. A Toho prometeria que esse seria "o maior Godzilla já visto em uma de suas produções", com mais de 100 metros de altura.
Shin Godzilla estrearia nos cinemas japoneses em 29 de julho de 2016. Em uma decisão considerada arriscada, a Toho financiaria sozinha o filme, sem buscar parceiros internacionais; inicialmente com orçamento de 900 milhões de ienes, o filme acabaria custando 1,3 bilhão, o que teria quebrado o estúdio se não fosse o desempenho internacional do filme. Aliás, ao invés de preparar uma versão internacional, a Toho venderia o filme sem nenhuma modificação, cabendo às distribuidoras interessadas em exibi-lo fora do Japão dublá-lo ou legendá-lo. Nesse sentido, Shin Godzilla seria um inesperado sucesso, sendo negociado para mais de 100 países e territórios da Ásia, África, Europa e Américas apenas 19 dias após sua estreia no Japão. Nos Estados Unidos, onde foi distribuído pela Funimation, o filme seria lançado com o nome de Godzilla: Resurgence, mas a Toho bateu o pé e ele acabou sendo lançado com seu título original. Shin Godzilla seria o primeiro filme de Godzilla exibido nos cinemas dos Estados Unidos desde Godzilla 2000, estreando em 6 de outubro de 2016.
Em 2023, por ocasião do lançamento do filme seguinte (que vamos ver em breve), a Toho lançaria nos cinemas uma versão especial de Shin Godzilla chamada Shin Godzilla: Orthochromatic. Partindo de uma ideia de Anno, que não teve envolvimento, com Higuchi e Katsuro Onoue supervisionando sua produção, a Orthochromatic não tem nenhuma diferença em termos de edição, mas é totalmente em preto e branco, assim como foi o Godzilla original. Ela seria exibida em apenas sete cinemas, durante apenas três dias, 27, 28 e 29 de outubro, mas, em março de 2024, seria lançada em DVD e Blu-ray.
Shin Godzilla seria um sucesso de público e crítica do tamanho de Godzilla, e logo Anno e Higuchi começariam a ser perguntados se uma sequência já estava em desenvolvimento. Acontece que, quando o contrato com a Legendary foi ser renovado, o estúdio norte-americano fez questão de uma cláusula segundo a qual a Toho não poderia produzir outro filme de Godzilla até 2020, quando já teriam sido lançados nos Estados Unidos os dois previstos na renovação, Godzilla: Rei dos Monstros e Godzilla vs.Kong. Inicialmente previsto para 2018, Godzilla: Rei dos Monstros acabaria atrasando e só sendo lançado em 2019, e, por conta desse atraso e da Pandemia, Godzilla vs.Kong, originalmente previsto para 2019, acabaria só sendo lançado em 2021, quando a Toho finalmente pôde começar a trabalhar em um novo filme japonês.
Inicialmente, a Toho alegaria não ter interesse em fazer uma sequência de Shin Godzilla - tanto que, apesar de ele ser um novo reboot, originalmente não inaugurou uma nova série, sendo colocado na Série Millenium - e os executivos do estúdio declarariam em 2018 estar pensando em criar algo como o Universo Cinematográfico Marvel, lançando filmes estrelados por vários monstros da Toho ambientados em um mesmo universo, com um filme final no qual todos se encontrassem. Em março de 2022, Anno diria em entrevistas ter escrito o roteiro de uma continuação para Shin Godzilla, chamada Sequel Shin Godzilla, que a Toho prometeria filmar, com Higuchi como diretor, e declararia ter ficado muito surpreso com a declaração dos executivos de que uma sequência não estava nos planos. Seja como for, nem a sequência nem o "Universo Cinematográfico Toho" saíram do papel, e parecem ter sido engavetados de vez; Anno, por outro lado, seria chamado para fazer reboots de duas outras grandes franquias japonesas: Shin Ultraman (2022, pela Tsuburaya) e Shin Kamen Rider (2023, pela Toei).
Embora a Toho não pudesse fazer um novo filme de Godzilla tão cedo, o contrato com a Legendary não falava nada sobre animações, de forma que o estúdio japonês decidiu seguir por esse caminho, lançando Godzilla: Kaiju Wakusei ("planeta dos monstros", 2017), Godzilla: Essen Kido Zoshoku Toshi ("a batalha decisiva da cidade ambulante que se prolifera", lançado internacionalmente como "cidade no limiar da batalha", 2018) e Godzilla: Hoshi o Kuu Mono ("o devorador de planetas", 2019). Todos esses três filmes de animação foram lançados nos cinemas e entram na contagem oficial da Toho, sendo oficialmente os filmes de Godzilla de número 30, 31 e 32. Em 2021, a Toei também lançaria o primeiro anime de Godzilla, Godzilla: Singular Point, com 13 episódios lançados entre 1 de abril e 24 de junho. Esse anime e os três filmes de animação atualmente fazem parte do catálogo da Netflix.
Assim como Shin Godzilla, os três filmes de animação (mas não o anime) oficialmente faziam parte da Série Millenium, mas, em 2020, quando começou a produção do filme seguinte de Godzilla, aproveitando que o Japão tinha um novo Imperador, Naruhito, e vivia uma nova era, a Era Reiwa (que havia começado em 2019, ano do lançamento da última animação), a Toho decidiria, retroativamente, colocá-los em uma nova série, a Série Reiwa, que já conta com cinco filmes - Shin Godzilla, os três de animação, e o que vamos ver agora.
2023
Em 2019, quando se aproximava a data na qual, contratualmente, a Toho poderia fazer um novo filme de Godzilla, os executivos do estúdio decidiriam criar uma "Sala do Godzilla", para roteiristas, produtores e diretores discutirem ideias para o novo filme. Um dos que participariam dessas discussões seria o produtor Minami Ichikawa, que, naquele mesmo ano, havia lançado o filme The Great War of Archimedes, e indicaria seu diretor, Takashi Yamazaki, para o novo filme de Godzilla. Yamazaki seria convidado para expor suas ideias, e decidiria fazer um filme ambientado não na época atual, mas imediatamente após o término da Segunda Guerra Mundial, o que deixaria a Toho encantada. Yamazaki seria contratado como diretor, roteirista e responsável pelos efeitos especiais ainda em 2019, e chegaria a escrever uma versão preliminar do roteiro antes do fim do ano; a Pandemia, entretanto, atrasaria a produção, e faria com que o roteiro fosse reescrito pelo menos três vezes.
A produção do novo fime, ainda sem título oficial, só seria retomada em fevereiro 2022, quando seria anunciada pela parceira da Toho na produção, a Robot Communications. Seria a Robot quem também anunciaria que o novo filme seria um remake do original de 1954, mas ambientado entre 1945 e 1947. Yamazaki declararia que o filme seria inspirado em Godzilla (1954), Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack (2001) e Shin Godzilla (2016), "com um toque dos filmes de Steven Spielberg e Hayao Miyazaki". Em 3 de novembro, dia conhecido como Godzilla Day, por ter sido o da estreia do primeiro filme, a Toho faria uma grande festa, na qual revelaria que as filmagens já estavam terminadas, e o filme se encontrava em pós-produção, com data de estreia prevista para dali a exatamente um ano, em 3 de novembro de 2023.
Seria durante essa festa que o título do filme seria finalmente revelado: Godzilla Minus One (em inglês mesmo, significando "Godzilla -1", no sentido de que viria antes do zero), título escolhido para passar a ideia de que o Japão regrediria da "situação zero", termo usado para determinar o estado em que um país se encontra logo após sair de uma guerra, para uma espécie de "situação menos um", causada pelo ataque de Godzilla. O título seria criado pelo produtor Shuji Abe, inspirado no romance de ficção científica Minus Zero, de Tadashi Hirose, e, segundo ele, seria escolhido porque ele imaginou que o filme seria ambientado antes do original, e não um remake, com o significado oficial sendo criado depois.
Godzilla Minus One começa em 1945, próximo ao final da Segunda Guerra Mundial, e tem como protagnista humano o piloto kamikaze Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki), que pousa seu avião em uma base na Ilha Odo pouco antes do ataque de Godzilla. Os pilotos são chamados para atacar o monstro, mas Shikishima congela e não consegue, e acaba sendo culpado por não conseguir evitar que o monstro siga em direção à ilha principal do Japão. Ao voltar a Tóquio, o piloto encontra a cidade destruída pelos bombardeiros norte-americanos, e desenvolve Culpa do Sobrevivente. O filme, então, passa a intercalar o drama pessoal de Shikishima com os ataques de Godzilla e as tentativas do governo de impedi-lo. De forma interessante, o filme acompanha ambos, Shikishima e Godzilla, durante três anos, e envolve não somente o Japão no ataque do monstro, mas também os Estados Unidos e a União Soviética, que têm navios e bases destruídas, mas mesmo assim optam por não se envolver para que as tensões entre os dois países não aumentem.
Yamazaki declararia que, diferentemente dos demais filmes de Godzilla, onde o foco está em cientistas, militares ou oficiais do governo que tentam deter o monstro, ele gostaria que Godzilla Minus One focasse nas pessoas comuns cujas vidas foram alteradas pelo ataque. Ele escolheria Kamiki para o papel principal e a atriz Minami Hamabe para interpretar a namorada do piloto, Noriko Oishi, devido às suas participações na novela de época Ranman, do canal NHK; curiosamente, a crítica japonesa reclamaria muito da escolha do casal, argumentando que seus papéis eram muito semelhantes aos da novela, mas o diretor responderia dizendo que queria atores que ele tivesse certeza de que conseguiriam interpretar um casal japonês do pós-guerra de forma realista.
Mais uma vez, Godzilla seria inteiramente feito por computação gráfica, apenas na segunda vez em que isso ocorria em um filme da Toho. Também responsável pelos efeitos especiais, Yamazaki pediria que a equipe se inspirasse no visual de Godzilla em Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack, seu filme preferido da série, mas, segundo ele, o nível de realismo conseguido pela equipe surpreenderia até ele mesmo, que ficaria impressionado principalmente com o nível de detalhes das escamas do monstro. Para contribuir com o clima do filme, Yamazaki pediria para que essa fosse "a versão mais horrível já feita de Godzilla", e que ele fosse não apenas amedrontador, mas mais violento e feroz que nos filmes anteriores. Assim como em Shin Godzilla, o Godzilla desse filme tem o poder de alterar sua forma, mas apenas quando absorve energia nuclear.
Todos os efeitos especiais seriam feitos por uma única empresa, a Shirogumi, que empregou apenas 35 programadores - um imenso contraste com os filmes de Hollywood, que usam uma dezena de empresas e mais de uma centena de programadores. Segundo um levantamento feito pelo jornal Los Angeles Times, entre um quarto e um terço do orçamento total do filme, de cerca de 12 milhões de dólares - também baixíssimo se comparado a um filme de Hollywood da mesma magnitude - seria usado exclusivamente para os efeitos especiais. Uma curiosidade seria que o filme teria poucas cenas sob a água, até o compositor Tatsuji Nojima, responsável pela trilha sonora do filme, que tem como hobby criar água em computação gráfica, mostrar a Yamazaki alguns de seus trabalhos; o diretor pediria então que ele trabalhasse junto com a equipe de efeitos especiais e inseriria mais cenas subaquáticas, incluindo o clímax do filme.
Um dos maiores desafios para recriar o Japão Pós-Guerra seria da equipe de figurinos, já que não somente as roupas, mas os cabelos e maquiagens mudaram radicalmente de lá para cá, talvez mais ainda que no ocidente - todos os homens, atores e figurantes, tiveram de deixar o cabelo crescer e fazer permanentes, e as mulheres que tingiam os cabelos tiveram de tingi-los novamente, mas de preto. O orçamento não permitia o uso de aviões originais da época, hoje raríssimos e que exigem um polpudo seguro para serem usados, então a equipe de produção teve de construir réplicas em tamanho real, que obviamente não voavam, com a impressão de voo sendo criada por computação gráfica durante a pós-produção. A réplica do Kysuhu J7W Shinden usado por Shikishima ficaria tão perfeita que seria doada para exposição no Tachiarai Peace Memorial Museum da cidade de Fukuoka.
Em 24 de agosto, a Toho anunciaria que, em uma espécie de contagem regressiva para a estreia de Godzilla Minus One, quatro filmes de Godzilla estreariam em cinemas selecionados do Japão nos meses de setembro e outubro, cada um ficando em cartaz por apenas um fim de semana; antes de cada um desses filmes, seria exibido uma espécie de talk show onde o convidado falaria de sua relação com o filme e de sua importância para o cinema japonês. Os quatro filmes seriam Godzilla (1954), que teve como convidado do talk show o co-diretor de Shin Godzilla, Shinji Higuchi; Godzilla vs. Ghidrah (1964), com Keizo Murase, o responsável por confeccionar a roupa de Godzilla em muitos dos filmes da Série Showa, como convidado; Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack (2001), que teve como convidado seu diretor, Shusuke Kaneko; e Shin Godzilla: Orthochromatic, na única vez em que essa versão foi exibida nos cinemas, tendo como convidado o co-diretor de Shin Godzilla (2016), Hideaki Anno, que também foi quem teve a ideia de preparar a versão Orthochromatic especialmente para esse evento.
Godzilla Minus One teria uma pré-estreia em 18 de outubro de 2023 em um cinema localizado dentro do prédio da Toho, em Tóquio, participaria do Festival Internacional de Cinema de Tóquio em 1 de novembro, e estrearia oficialmente em todo o Japão em 3 de novembro, o Godzilla Day, sendo aclamado pela crítica, que o considerou "uma obra-prima" e o melhor de todos os filmes de Godzilla, contando com os norte-americanos. A própria Toho prepararia uma versão legendada em inglês, que seria lançada nos Estados Unidos em 1 de dezembro; originalmente, o filme estrearia em 2308 salas de todo o país e ficaria em cartaz por apenas uma semana, mas faria tanto sucesso que na semana seguinte a contagem de salas aumentaria para 2600, e o filme acabaria ficando em cartaz até 1 de fevereiro de 2024 - segundo boatos, os donos dos cinemas queriam que ele ficasse ainda mais tempo em cartaz, mas a Legendary estabeleceria 1 de fevereiro como a data-limite para a exibição de Godzilla Minus One nos cinemas dos Estados Unidos, pois oito semanas depois estrearia seu quarto filme de Godzilla, Godzilla e Kong: O Novo Império, e ela não queria que os dois competissem por bilheteria. Além de no Japão e Estados Unidos, Godzilla Minus One estrearia em outros 21 países, dentre eles o Brasil, onde foi distribuído pela Sato Company.
Em 12 de janeiro de 2024, a Toho lançaria nos cinemas do Japão uma versão em preto e branco de Godzilla Minus One, chamada Godzilla Minus One / Minus Color; ao invés de simplesmente converter o filme para preto e branco, Yamazaki faria uma edição sutil, que deixaria o filme ao mesmo tempo com cara de documentário e com um ritmo bastante parecido com o do Godzilla original de 1954. A produção dessa versão seria supervisionada pelo famoso produtor Shuji Abe, que faleceria em 11 de dezembro de 2023, o que a tornaria seu último trabalho. Godzilla Minus One / Minus Color também estrearia em cinemas selecionados dos Estados Unidos em 26 de janeiro, ficando em cartaz por apenas uma semana.
Godzilla Minus One ganharia o Oscar de Melhores Efeitos Especiais, derrotando Guardiões da Galáxia Vol. 3, Napoleão, o filme de ficção científica Resistência e Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1. Seria o primeiro filme de Godzilla, japonês ou norte-americano, a ser indicado a qualquer Oscar, o primeiro filme japonês e primeiro filme asiático a concorrer ao Oscar de Melhores Efeitos Especiais, e o primeiro filme não-falado em língua inglesa a vencer nessa categoria, além de fazer com que Yamazaki se tornasse o primeiro diretor a vencer um Oscar nessa categoria desde Stanley Kubrick, em 1969 (por 2001: Uma Odisseia no Espaço), e com que Kiyoko Shibuya, supervisora dos efeitos do filme, se tornasse a primeira mulher não-branca a ganhar um Oscar de Melhores Efeitos Especiais. A Toho consideraria o filme um "fenômeno global", responsável por tornar Godzilla mais popular que nunca, e críticos dos Estados Unidos creditariam a Godzilla Minus One a responsabilidade por uma nova onda de interesse no ocidente pela cultura japonesa, que transformaria também em sucessos o filme O Menino e a Garça e as séries de One Piece e Shogun.
Em janeiro de 2024, Yamazaki expressaria seu interesse em dirigir uma continuação direta, usando os mesmos personagens, mas a Toho declararia que "ainda vai demorar algum tempo" para que um novo filme de Godzilla seja produzido, seja ele uma continuação de Godzilla Minus One ou não; segundo o produtor Minami Ichikawa, a Toho não quer fazer nada com pressa, buscando boas ideias e um roteiro de qualidade antes de anunciar que um novo Godzilla está em produção - mas o que mais se comenta é que, mais uma vez, a Legendary estaria impedindo uma sequência tão cedo por razões contratuais, restando saber qual seria o prazo dessa vez para que Godzilla pudesse retomar sua série japonesa.
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