sábado, 27 de abril de 2024

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Bon Jovi

Ano passado, eu escrevi um post sobre Aerosmith, que me deixou com vontade de escrever um sobre Guns N' Roses, que me deixou com vontade de escrever um sobre Bon Jovi - porque eram três bandas que eu ouvia direto na minha adolescência, embora nunca tenha comprado um álbum de nenhuma delas, nem costume colocá-las na minha lista de favoritos. Não me lembro bem por que eu não cheguei a escrever o post sobre Bon Jovi, mas, como sempre é tempo, hoje é dia de Bon Jovi no átomo!


Tudo começou em 2 de março de 1962, quando, em uma pequena cidade chamada Perth Amboy, no estado de Nova Jérsei, Estados Unidos, nasceu John Francis Bongiovi, Jr. Seu pai, obviamente chamado John Francis Bongiovi, descendente de eslovacos e italianos da Sicília, era um fuzileiro naval que, após pedir baixa, começou a trabalhar como barbeiro, e sua mãe, que antes de se casar se chamava Caroline Sharkey, descendente de alemães e russos, trabalhava como florista, e havia sido coelhinha da Playboy. Em 1975, quando Júnior tinha 13 anos, ele decidiu montar uma banda chamada Raze, para participar de um festival de talentos na escola onde estudava, a War Memorial High School, na cidade de Parlin, também em Nova Jérsei. O menino tinha talento e foi elogiado por seus professores e pelo público, o que o motivou em ingressar na carreira musical, montando uma banda chamada John Bongiovi and the Wild Ones, que conseguiria tocar em clubes e casas noturnas da cidade de Sayreville, a maior da região onde morava. Aos 16 anos, em 1978, ele formaria sua primeira banda profissional, a Atlantic City Expressway, com o tecladista David Bryan, e tentaria a sorte em clubes das cidades de Nova Jérsei e Atlantic City, mas sem sucesso. Em 1980, ele decidiria formar uma nova banda, chamada The Rest, e conseguiria um contrato para abrir os shows de outra banda de Nova Jérsei, chamada Southside Johnny and the Asbury Jukes. Até então, Bongiovi não era o vocalista, mas o guitarrista das bandas que montava, ocasionalmente tocando piano.

Mas John tinha um primo, chamado Tony Bongiovi, que era um dos donos de um estúdio de gravação em Nova Iorque (que, pra quem não sabe, é bem pertinho de Nova Jérsei), no qual ele costumava passar as tardes e ajudar aqui e ali. Ainda em 1980, John estava varrendo o chão do estúdio enquanto o produtor Meco estava gravando o álbum Christmas in the Stars: The Star Wars Christmas Album, que, sim, vocês leram direito, era um álbum de músicas de natal inspirado pelo filme Star Wars. Meco estava tendo muita dificuldade para encontrar a voz certa para a faixa R2-D2 We Wish You a Merry Christmas, e Tony pediria que ele desse uma chance a seu primo John, que, ora vejam só, tinha uma banda. Meco concordou, adorou os vocais, e a faixa acabaria sendo a primeira gravação profissional do rapaz, creditada a John Bongiovi. O bom desempenho faria com que Tony concordasse em gravar um single de uma das músicas do The Rest, Runaway, mas com John nos vocais e os músicos do estúdio em seus respectivos instrumentos, no início de 1981.

A carreira de Bongiovi não decolaria do dia para a noite, porém, e ele teria de se virar em vários empregos enquanto isso, um deles vendedor de sapatos femininos. Através de um contato adquirido em um desses empregos, ele seria contratado para escrever e cantar jingles para a rádio WAPP, da cidade de Lake Success, Nova Iorque. Após convesar com o DJ Chip Hobart, que já havia escutado Runaway, o diretor de promoção John Lassman faria uma oferta a Bongiovi, para que a música fosse incluída em um álbum de coletânea de talentos locais que seria lançado pela gravadora. John ficaria relutante a princípio, mas acabaria aceitando, desde que não fosse a gravação original de 1981 que Hobart conhecia, e sim uma nova versão que ele havia gravado em 1982 com uma banda de Nova Iorque chamada The All Star Review. A música faria um grande sucesso nas rádios da Grande Nova Iorque, e daria a Bongiovi a oportunidade que ele estava procurando.

Em março de 1983, Bongiovi chamaria Bryan e diria estar interessado em formar uma nova banda, que já teria contrato para tocar Runaway ao vivo em vários eventos da WAPP, além da chance de conseguir tocar outras músicas. Bryan, que após sair da Atlantic City Expressway havia decidido fazer faculdade de medicina, mas estava infeliz e em vias de se transferir para a Julliard, a mais famosa escola de música de Nova Iorque (e talvez dos Estados Unidos), embarcou no sonho e largou tudo para ajudar seu amigo a montar a banda, inclusive chamando o baixista Alec John Such e o baterista Hector Samuel Juan Torres, mais conhecido como Tico Torres, que estavam numa banda que havia acabado de se desmanchar, chamada Phantom's Opera - Torres, aliás, era um baterista bastante experiente, já tendo tocado em shows da banda The Marvelettes e da lenda do rock Chuck Berry, e acabado de gravar um álbum com a banda Frankie and the Knockouts. Com John nos vocais, faltava apenas um guitarrista, e ele chamaria seu amigo de infância e vizinho Dave Sabo, com quem havia feito um pacto de "quem chegar ao sucesso primeiro leva o outro". Sabo, entretanto, não aceitaria o convite, e acabaria sendo um dos fundadores, anos depois, da banda Skid Row.

Após a recusa de Sabo, Such recomendaria Richie Sambora, que havia tocado com ele na banda Message, que chegou a conseguir um contrato com a gravadora Swan Song, do Led Zeppelin, e gravar um álbum, chamado Lessons, que jamais foi lançado. Torres também conhecia Sambora e fez coro por sua contratação, mas a verdade é que nem precisava, por causa de uma grande coincidência: Sambora também nasceu em Perth Amboy (embora antes de Bongiovi, em 1959), o que fez com que John tenha ficado de olho nele ao longo de sua carreira, e muito satisfeito ao saber que ele estava disponível. Sambora era muito mais experiente que os demais membros da banda, tendo sido guitarrista durante uma turnê de Joe Cocker, feito shows com a banda Mercy e até um teste para ser membro do Kiss, mas aceitaria de pronto o convite, pela oportunidade de voltar a trabalhar com Such e Torres, e por poder tocar junto com um conterrâneo, o que devia ser bem raro já que a cidade era pequena.

Com a banda montada, John Bongiovi decidiria mudar a grafia de seu nome para Jon Bon Jovi (com a pronúncia, pelo menos em inglês, sendo exatamente a mesma), e o quinteto passaria a se apresentar com esse nome nas cidades de Nova Iorque, Nova Jérsei e Atlantic City, principalmente abrindo para outras bandas e em festivais de novos talentos. Em um desses festivais, eles conseguiriam um contrato com o empresário Don McGhee, que os apresentaria a Derek Shulman, executivo da gravadora Mercury Records, subsidiária da Polygram, que os contrataria para gravar seu primeiro álbum. Após a assinatura do contrato, Jon diria que se sentiria mais confortável se a banda tivesse um nome só dela ao invés de usar o seu; o mais votado seria Johnny Electric, mas Pamela Maher, que trabalhava com McGhee, sugeriria que eles imitassem o Van Halen e se chamassem Bon Jovi. Os membros da banda não ficariam muito empolgados com a ideia, mas McGhee a acharia fantástica e os convenceria - se provando certo quando a banda estourasse, menos de três anos depois.

O álbum de estreia da banda, chamado simplesmente Bon Jovi, seria lançado em 21 de janeiro de 1984, e teria como maior destaque uma nova regravação de Runaway, que entraria para o top 40 da Billboard, enquanto o álbum chegaria à 23a posição da lista dos mais vendidos - as outras duas músicas de trabalho seriam She Don't Know Me e Burning for Love. Apesar do sucesso modesto, a banda conseguiria contratos para abrir shows de uma turnê dos Scorpions pelos Estados Unidos e uma do Kiss pela Europa. O segundo álbum, 7800° Fahrenheit, seria lançado em 27 de março de 1985, e traria as músicas de trabalho Only Lonely, In and Out of Love e Silent Night. Seu desempenho seria pior que o do primeiro, alcançando apenas a posição 37, mas pelo menos dessa vez a Mercury decidiu financiar uma turnê apenas do Bon Jovi, com shows na Europa e Japão, ao fim da qual eles sairiam em turnê pelos Estados Unidos, mas abrindo para a banda Ratt.

A banda ficaria bem decepcionada com o desempenho dos dois primeiros álbuns, principalmente do segundo, para o qual tinha grandes expectativas, e decidiu fazer algumas mudanças para tentar alcançar o sucesso: primeiro, eles contratariam o compositor Desmond Child como colaborador, e o produtor Bruce Fairbairn para produzir o álbum; então, no início de 1986, se mudariam para Vancouver, no Canadá, talvez o lugar mais longe possível de Nova Jérsei que encontraram, para dividir uma casa e trabalharem dia e noite no terceiro álbum - que receberia o nome de Slippery When Wet, o mesmo de um clube de strip tease que eles visitaram enquanto estavam na cidade. A estratégia daria certo: lançado em 18 de agosto de 1986, Slippery When Wet ficaria oito semanas no topo da lista dos mais vendidos, renderia à banda nada menos que doze Discos de Platina, e suas duas primeiras músicas de trabalho, You Give Love a Bad Name e Livin' on a Prayer, chegariam à primeira posição da parada da Billboard - as outras duas seriam Wanted Dead or Alive e Never Say Goodbye. O álbum renderia uma turnê de 130 shows pelos Estados Unidos, sem contar alguns que eles fizeram abrindo para a banda 38 Special antes do lançamento do álbum, e que acabaram sendo emendados na turnê. Em meio à turnê, o Bon Jovi também se apresentaria no festival Monsters of Rock, na Inglaterra, onde tocaram a música We're an American Band, cover da banda Grand Funk Railroad, de 1973, com a participação de Dee Snider, Bruce Dickinson e Paul Stanley (respectivamente vocalistas do Twisted Sister, Iron Maiden e Kiss).

Curiosamente, uma pequena parcela da crítica daria a entender que o sucesso de Slippery When Wet foi uma questão de sorte, não de competência; para provar que eles estavam errados, a banda gravaria seu quarto álbum, também em Vancouver, nos intervalos dos shows da turnê. Lançado em setembro de 1988 com o nome de New Jersey, o álbum seria um sucesso ainda maior, chegando à primeira posição dos mais vendidos não somente nos Estados Unidos - onde renderia ao Bon Jovi mais sete Discos de Platina - mas também no Canadá, Reino Unido, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia. Todas as suas cinco músicas de trabalho - Bad Medicine, I'll Be There for You, Born to Be My Baby, Lay Your Hands on Me e Living in Sin - entrariam para o Top 10 da Billboard, com as duas primeiras chegando à primeira posição, o que faria com que o Bon Jovi fosse a primeira banda de rock pesado (pois é, no início da carreira, eles tocavam rock pesado, ou hard rock) a conseguir esse feito.

A turnê de lançamento do álbum, chamada Jersey Syndicate Tour, seria ainda maior que a anterior, e só acabaria em 1990, contando com 232 shows em 22 países, incluindo os dois primeiros shows do Bon Jovi no Brasil, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, e na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, e um show em Moscou em agosto de 1989 - a banda receberia uma autorização especial do governo soviético para tocar lá, e New Jersey seria o primeiro álbum de uma banda norte-americana a ser oficialmente lançado na União Soviética. A segunda perna da turnê nos Estados Unidos, que começou após eles retornarem da Europa, seria aberta por um show no estádio de futebol americano Giants Stadium, em Nova Jérsei, com lotação esgotada.

Ao fim da turnê de New Jersey, cujo último show foi no México, a banda estava esgotada mental e fisicamente, não somente por ter gravado dois álbuns praticamente colados um no outro, mas por estar em turnê ininterruptamente durante 16 meses. Sem novos shows marcados, já tendo cumprido seu contrato de quatro álbuns com a Mercury, e sem planos claros para o futuro, os integrantes do Bon Jovi decidiriam simplesmente desfazer a banda e ir cada um para sua casa, sem se despedir, sem renovar o contrato, e sem começar a trabalhar em nenhuma nova música, apenas curtindo um merecido descanso que duraria cerca de um ano.

Durante esse hiato, o ator Emilio Estevez entraria em contato com Jon Bon Jovi para perguntar se ele autorizaria que a música Wanted Dead or Alive fizesse parte da trilha sonora de seu novo filme, Jovens Demais para Morrer, faroeste continuação de Jovens Pistoleiros, que conta a história de Billy the Kid. Jon daria um passo além e gravaria todo um álbum, chamado Blaze of Glory, do qual a faixa-título seria a da trilha sonora do filme. Lançado em 7 de agosto de 1990, o primeiro álbum solo de Jon Bon Jovi trazia participações especiais de Elton John, Little Richard e Jeff Beck, e tinha como músicas de trabalho a faixa-título, Miracle, Never Say Die e Dyin' Ain't Much of a Livin'. O álbum seria um grande sucesso, chegando à terceira posição na lista dos mais vendidos e rendendo dois Discos de Platina, e a faixa Blaze of Glory chegaria à primeira posição da Billboard, ganharia um Globo de Ouro de Melhor Canção Original, e seria indicada ao Oscar de Melhor Canção Original (perdendo para Sooner or Later, da Madonna) e a dois Grammy, de Melhor Performance Vocal de Rock Masculina e Melhor Canção Escrita para uma Mídia Visual.

Durante as gravações de Blaze of Glory, Jon ficaria extremamente desiludido com a indústria da música, demitiria toda a sua equipe, incluindo McGhee, e fundaria sua própria agência, a Bon Jovi Management. Em outubro de 1991, ele chamaria os demais membros do Bon Jovi para uma temporada na ilha caribenha de St. Thomas, durante a qual eles não somente planejariam seu próximo álbum, mas também resolveriam todos os problemas que tinham um com o outro, adotando uma tática na qual cada um tinha direito de expor seus sentimentos e falar sobre o que não gostava na banda sem ser interrompido nem direito a réplica. Após tudo estar resolvido, eles renovariam o contrato com a Mercury para mais quatro álbuns, retornariam a Vancouver, e começariam a gravar seu novo álbum em janeiro de 1992.

Lançado em novembro de 1992, Keep the Faith trazia um som mais pop e canções mais autorais, todas compostas por Jon, metade delas em parceria com Sambora - com Child também sendo co-autor de duas, e Bryan de mais uma. O visual da banda também mudaria, com os músicos passando a usar cabelos curtos e roupas mais sóbrias - o corte de cabelo de Jon virou até matéria de um telejornal da CNN. Embora não tenha feito tanto sucesso quanto os dois anteriores, o álbum garantiria à banda mais dois Discos de Platina, sua faixa-título chegaria ao primeiro lugar da parada da Billboard, e outras duas músicas de trabalho, Bed of Roses e In These Arms, chegariam ao Top 10 e pareciam que tocavam o dia inteiro nas rádios. O sucesso do álbum foi tanto que ele teve seis músicas de trabalho, com as outras três sendo I'll Sleep When I'm Dead, I Believe e Dry County, essa última lançada já em 1994. Ao invés de uma enorme turnê, para promover o álbum a banda decidiria fazer apenas alguns pequenos shows em clubes de Nova Jérsei, muitos deles os mesmos nos quais tocaram no início da carreira; um desses shows seria gravado e exibido como uma das edições do programa MTV Unplugged (aqui conhecido como Acústico), e mais tarde lançado em home video com o nome Keep the Faith: An Evening with Bon Jovi. O enorme sucesso do álbum, porém, faria a Mercury insistir para que eles fizessem uma turnê internacional, algo com o que a banda só concordou se pudesse escolher as datas e destinos; com o nome de I'll Sleep When I'm Dead Tour, a turnê teria 177 shows em 37 países.

Depois de Keep the Faith, o Bon Jovi decidiria lançar sua primeira coletânea, Cross Road, de outubro de 1994, que contava com duas faixas inéditas, Always e Someday I'll Be Saturday Night. Always seria o maior sucesso da carreira da banda, ficando no Top 10 da parada da Billboard durante nada menos que seis meses e vendendo mais de um milhão de singles. Após o lançamento, Such deixaria a banda, alegando já estar cansado da rotina de shows e gravações há um tempo, e se sentindo prejudicado por um acidente de moto que sofreu em 1991, quando perderia parcialmente os movimentos da mão direita; ele seria substituído por Hugh McDonald.

Em abril de 1995, o Bon Jovi sairia em uma nova turnê, a These Days Tour; enquanto eles estavam na Europa, seria lançado mundialmente, em 27 de junho, seu sexto álbum, também chamado These Days, que trazia as músicas de trabalho a faixa-título, This Ain't a Love Song, Something for the Pain, Lie to Me e Hey God. Embora tenha sido um grande sucesso fora dos Estados Unidos - chegou ao topo da lista dos mais vendidos no Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Austrália e Japão, e somente Hey God não entrou para o Top 10 do Reino Unido - na terra natal da banda o álbum foi um sucesso moderado, chegando apenas à nona posição da lista dos mais vendidos e rendendo mais um Disco de Platina. Ao todo, sua turnê teria 126 shows em 46 países, incluindo três no Brasil, dois em São Paulo e um em Curitiba.

Ao final da turnê de These Days, a banda entraria novamente em hiato; diferentemente do que ocorreu após a turnê de New Jersey, entretanto, eles não estavam esgotados, e a pausa já estava prevista quando a banda se reuniu e decidiu gravar Keep the Faith - tendo, inclusive, a duração pré-determinada de três anos, durante os quais os membros da banda se dedicariam a projetos pessoais. O de Jon Bon Jovi seria um segundo álbum solo, Destination Anywhere, lançado em 16 de junho de 1997, que trazia como músicas de trabalho Midnight in Chelsea, Queen of New Orleans, Ugly e Janie, Don't Take Your Love to Town. Um filme para a TV, com Jon Bon Jovi, Demi Moore, Kevin Bacon e Whoopi Goldberg, cuja história seria inspirada pelas canções do álbum, seria exibido nos canais Mtv e VH1. Destination Anywhere infelizmente não faria muito sucesso, e acabaria sendo o último álbum solo do cantor.

A banda voltaria a se reunir em 1999, quando gravariam a canção Real Life, para a trilha sonora do filme EDtv, mesmo com Bryan se recuperando de um acidente no qual quase perdeu os dedos da mão esquerda. Pouco depois, eles começariam a trabalhar em seu sétimo álbum, Crush, lançado em 13 de junho de 2000, que tinha como músicas de trabalho It's My Life, Say It Isn't So e Thank You for Loving Me. Considerado um retorno triunfal e responsável por apresentar a banda ao público jovem, Crush entraria para o Top 10 da lista dos mais vendidos e renderia mais dois Discos de Platina, além de receber duas indicações ao Grammy, de Melhor Álbum de Rock e Melhor Performance de Rock para uma Dupla ou Grupo para It's My Life - que, apesar da boa exposição nas rádios, não entrou nem para o Top 30 da Billboard. A turnê de lançamento se chamaria One Wild Night Tour, e teria 54 shows em 16 países, incluindo o último show no antigo Estádio de Wembley antes de ele ser demolido e mais dois shows lotados no Giants Stadium, um deles transmitido ao vivo pela VH1, quebrando todos os recordes de audiência da emissora.

Enquanto estavam em turnê, o Bon Jovi lançaria seu primeiro álbum ao vivo, One Wild Night Live 1985–2001, de 22 de maio de 2001, que, ao invés de ser o registro de uma única apresentação, contava com canções gravadas em vários shows da turnê. Após os ataques do 11 de Setembro, a banda gravaria uma peça publicitária para a Cruz Vermelha, a canção America the Beautiful para ser exibida no telão do Giants Stadium durante jogos da NFL, e participaria da campanha televisiva America: A Tribute to Heroes, para arrecadar fundos para as famílias dos bombeiros e demais profissionais de resgate que perderam a vida no desabamento das Torres Gêmeas, além de participar de shows beneficentes em Nova Jérsei e Nova Iorque, cuja renda seria revertida para as famílias das vítimas dos ataques.

O álbum seguinte da banda, Bounce (termo usado em inglês quando alguém se recupera de uma tragédia, literalmente significando "quicar"), lançado em 8 de outubro de 2002, seria profundamente influenciado pelo 11 de Setembro, trazendo letras sérias e introspectivas. O álbum estrearia na segunda posição da lista dos mais vendidos, mas renderia apenas um Disco de Ouro. Suas músicas de trabalho seriam a faixa-título, Everyday, Misunderstood e All About Lovin' You. Sua turnê de lançamento teria 83 shows em 13 países, incluindo o último no Veterans Stadium, na Filadélfia, antes de o estádio ser demolido.

A banda planejava lançar mais um álbum ao vivo com gravações feitas durante a turnê, mas mudaria de ideia e decidiria gravar um álbum diferente: lançado em 4 de novembro de 2003, This Left Feels Right trazia novas versões para 12 grandes sucessos do Bon Jovi, incluindo Born to Be My Baby em versão balada e Livin' on a Prayer com a participação de Olivia d'Abo. O álbum entraria para o Top 20 da lista dos mais vendidos, mas não conseguiria certificação.

O nono álbum do Bon Jovi, Have a Nice Day, seria lançado em 20 de setembro de 2005, e mais uma vez estrearia na segunda posição da lista dos mais vendidos, embora novamente não tenha chegado à primeira, mas renderia mais um Disco de Platina. Suas músicas de trabalho seriam a faixa-título, Welcome to Wherever You Are, Who Says You Can't Go Home e I Want to Be Loved; o álbum traria, como faixa-bônus, uma versão country de Who Says You Can't Go Home, com a participação da cantora Jennifer Nettles, que ganharia um Grammy de Melhor Colaboração Country com Vocais, e chegaria ao topo da parada country da Billboard, fazendo com que o Bon Jovi se tornasse a primeira banda de rock a alcançar a primeira posição nessa parada. A turnê de lançamento do álbum teria 89 shows em 10 países, mas, apesar do baixo número de apresentações, seria a terceira mais rentável de 2006, atrás apenas da A Bigger Band World Tour, dos Rolling Stones, e da Confessions Tour, da Madonna.

Animados com o sucesso da versão country de Who Says You Can't Go Home, em 8 de junho de 2007 o Bon Jovi lançaria Lost Highway, seu décimo álbum, que ainda era um álbum de pop-rock, mas com uma forte influência country, contando com a participação da dupla Big & Rich e da cantora LeAnn Rimes. Toda a promoção do álbum seria voltada para o universo country, incluindo uma apresentação no CMT Music Awards em Nashville, mais importante premiação da música country; uma segunda edição do MTV Unplugged, na qual canções famosas da banda seriam revisitadas com influência country; e uma apresentação no concerto Live Earth, no Giants Stadium; além de dez pocket shows nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão. A turnê teria 99 shows em 17 países, incluindo a primeira vez que o Bon Jovi tocaria em Abu Dhabi, e seria acompanhada pelo cineasta Phil Griffin, que faria um documentário sobre os 25 anos de carreira da banda, chamado When We Were Beautiful. Lost Highway seria um grande sucesso, chegando ao primeiro lugar na lista dos mais vendidos, e teria como músicas de trabalho a faixa-título, (You Want to) Make a Memory, Whole Lot of Leavin' e Till We Ain't Strangers Anymore, essa última a que contava com a participação de Rimes, que ganhou o CMT Music Award de Colaboração do Ano e foi indicada ao prêmio de Gravação do Ano da Academia de Música Country.

Em 10 de novembro de 2009, o Bon Jovi lançaria seu álbum seguinte, The Circle, que marcava uma volta ao hard rock do início da carreira. The Circle estrearia no topo da lista dos mais vendidos, na primeira vez em que um álbum do Bon Jovi conseguia esse feito, mas venderia apenas o suficiente para um Disco de Ouro. Suas músicas de trabalho seriam We Weren't Born to Follow, Superman Tonight e When We Were Beautiful. A turnê teria 85 shows em 16 países, incluindo um retorno ao Brasil, com shows em São Paulo e no Rio de Janeiro; a banda também seria a primeira a tocar no novíssimo MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jérsei, que substituiria o Giants Stadium - esse show seria filmado e exibido nos cinemas dos Estados Unidos com o título The Circle Tour Live from Jersey.

Enquanto eles estavam em turnê, seria lançada, em 29 de outubro de 2010, a segunda coletânea do Bon Jovi, chamada simplesmente Greatest Hits, que vinha em duas versões, a original, com duas faixas novas, e a The Ultimate Collection, com quatro - ambas contando com 14 grandes sucessos da história da banda. O lançamento da coletânea seria acompanhado de uma nova turnê, chamada simplesmente Bon Jovi Live, com 59 shows em 18 países.

Em 12 de março de 2013, eles lançariam um novo álbum, What About Now, que chegaria ao topo da lista de mais vendidos, mas não conseguiria certificação; as músicas de trabalho seriam Because We Can e What About Now, e a turnê, também chamada Because We Can, teria 102 shows em 24 países, incluindo dois no Brasil, um no Rio de Janeiro, parte do Rock in Rio, e um em São Paulo, e os dois primeiros shows do Bon Jovi na África do Sul. Três shows desse turnê, no MetLife Stadium, na O2 Arena, em Londres, e no Madison Square Garden, em Nova Iorque, seriam filmados e lançados nos cinemas e em home video com o nome de Inside Out.

Em abril de 2013, Sambora decidiria deixar a turnê, sendo substituído em todos os shows até o final por Phil X, que já o havia substituído quando ele teve problemas de saúde em 2011; Torres também teria que se ausentar de alguns shows, sendo substituído por Rich Scannella, para poder fazer uma cirurgia na bexiga. Como nenhuma razão foi dada para a saída de Sambora, logo começariam a aparecer na imprensa boatos de que ele havia sido demitido, logo desmentidos por Jon Bon Jovi e pelo próprio Sambora, que alegaria apenas estar cansado. Em novembro de 2014, entretanto, Jon anunciaria que Sambora havia, de fato, deixado a banda, e que seria substituído no novo álbum por Phil X; ambos declarariam ter sido uma decisão consensual causada por esgotamento, que não havia rancor entre os dois, e que as portas estavam abertas para um eventual retorno.

O décimo-terceiro álbum do Bon Jovi, Burning Bridges, lançado em 21 de agosto de 2015, seria composto de músicas antigas, mas jamais lançadas, ou anteriormente inacabadas, concluídas durante suas gravações. O álbum seria lançado apenas para terminar de cumprir o contrato da banda com a Mercury, que, depois de Bounce, seria renovado para mais cinco; na época, Jon Bon Jovi, que, após 32 anos de contrato, era o artista há mais tempo no catálogo da Mercury, já estava saturado com a gravadora, e decidiria ter o menor trabalho possível para finalizar seu acordo e se ver livre - o próprio nome do álbum, "queimando pontes", é uma expressão em inglês usada quando uma pessoa não quer ter mais nada a ver com outra, nunca mais. O álbum não seria bem sucedido, não chegando ao Top 10 da lista dos mais vendidos nem conseguindo certificação, e teria como músicas de trabalho We Don't Run e Saturday Night Gave Me Sunday Morning. Também para cumprir contrato, pouco após o lançamento do álbum, a banda sairia em uma nova turnê, chamada Bon Jovi Live!, com apenas 9 shows em 8 países da Ásia.

Em 4 de novembro de 2016, o Bon Jovi lançaria seu primeiro álbum pela gravadora Island, subsidiária da Universal, This House Is Not For Sale, mais um título com significado bem explícito - segundo Jon Bon Jovi, o de que a banda tinha uma integridade que não estava à venda para gravadora nenhuma. O álbum estrearia já na primeira posição da lista dos mais vendidos, mas não conseguiria certificação; suas músicas de trabalho seriam a faixa-título, Knockout, Labor of Love, Born Again Tomorrow, When We Were Us e Walls. Sua turnê de lançamento teria 91 shows em 23 países, incluindo nada menos que sete shows no Brasil - em Porto Alegre, Curitiba, Recife, 2 em São Paulo e 2 no Rio de Janeiro, parte dos Rock in Rio de 2017 e 2019. Um dos shows dessa turnê, em Londres, seria gravado e lançado em home video com o nome This House Is Not for Sale - Live from the London Palladium.

O Bon Jovi seria indicado ao Hall da Fama do Rock em 2018, e, na cerimônia, contaria mais uma vez com Sambora e Such durante sua apresentação. Pouco depois, a banda voltaria ao estúdio para gravar mais um álbum, chamado 2020, com lançamento previsto para 15 de março de 2020; por causa da pandemia, tanto o lançamento do álbum quanto sua turnê acabariam adiados, com o álbum sendo lançado em 2 de outubro de 2020, mas a turnê só começaria em abril de 2022, e teria apenas 15 shows, todos nos Estados Unidos. Essa seria a última turnê do Bon Jovi até hoje, e, durante os shows, críticos comentariam que a voz de Jon Bon Jovi já não parecia a mesma, e que ele talvez não conseguisse seguir se apresentando. O álbum teria como músicas de trabalho Unbroken, Limitless, American Reckoning, Do What You Can e Story of Love.

Alec John Such, que não participaria da turnê de 2020, teria um ataque cardíaco e faleceria em 5 de junho de 2022. Em fevereiro de 2023, Sambora diria em suas redes sociais que estava negociando seu retorno à banda. Em outubro, Phil X anunciaria que a banda estava indo para Nashville para começar a gravar seu décimo-sexto álbum; pouco depois, eles lançariam uma música natalina, Christmas Isn't Christmas. Em janeiro de 2024, o Bon Jovi seria anunciado como uma das atrações do Rock in Rio desse ano, mas, em março, essa informação seria desmentida. Também em março, a banda lançaria mais uma música inédita, Legendary, e anunciaria seu novo álbum, Forever, para junho.

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