domingo, 5 de novembro de 2023

Escrito por em 5.11.23 com 0 comentários

The Orville

Eu sou fã de séries de ficção científica desde que minha mãe me apresentou a Jornada nas Estrelas, quando eu ainda era uma criança, lá na década de 1980. E uma das melhores séries - se não a melhor - de ficção científica que eu vi nos últimos anos foi The Orville, que, a bem da verdade, é quase uma série de Jornada nas Estrelas. Pouco depois de escrever sobre Babylon 5, me deu vontade de escrever também sobre ela; como eu tinha outros assuntos que queria abordar antes, acabei adiando, e somente hoje decidi colocar essa ideia em prática. Antes tarde do que nunca, hoje é dia de The Orville no átomo!


Assim como Jornada nas Estrelas, The Orville é ambientada em um futuro utópico: após a invenção dos sintetizadores - aquelas maquininhas nas quais a pessoa aperta um botão, fala "uma xícara de café" e uma xícara de café aparece "do nada" dentro da máquina - o dinheiro perdeu sua função, já que praticamente qualquer coisa pode ser sintetizada, e a sociedade entrou em um novo estágio, no qual a principal "moeda" é a reputação - ou seja, todo mundo ainda trabalha, mas porque quer ser bem visto, não porque precisa trabalhar para sobreviver. Livre das amarras do capitalismo, a humanidade pôde se dedicar a tarefas como a exploração espacial, travando contato com civilizações alienígenas e ajudando a fundar a União Planetária, uma entidade que congrega vários planetas com capacidade de viagem interplanetária, sediada na Terra e com a missão de explorar o espaço sideral. A série é ambientada a bordo de uma nave da União, a USS Orville, que, a cada episódio, ou recebe a missão de ir a algum canto da galáxia para explorar ou pesquisar, ou se envolve em alguma confusão causada por sua tripulação. No início, a série tem um tom que pesa bastante para a comédia, mas, conforme avança, ela vai ficando mais dramática, com os últimos episódios tendo enredos que tocam fundo em questões sociais e de relações humanas.

O comandante da Orville é o Capitão Edward Mercer, apelido Ed (Seth MacFarlane), que, tendo passado dos 40 anos e estando estagnado em sua carreira, se surpreende ao receber um convite do almirantado para comandar sua própria nave exploratória, algo que era seu sonho de infância, que ele já havia praticamente desistido de realizar. Ed é o legítimo capitão de uma série clássica de ficção científica, corajoso, de raciocínio rápido, bom coração, cumpridor à risca de todos os regulamentos da União, mas sempre disposto a fazer vista grossa ou burlar as regras quando acredita que uma injustiça será cometida ou quando sua tripulação está em perigo. A segunda em comando, primeiro-oficial da nave e imediata de Ed é a Comandante Kelly Grayson (Adrianne Palicki), que vem a ser sua ex-mulher - com o divórcio tendo sido causado por um infidelidade, que Ed descobriu ao chegar mais cedo do trabalho e encontrar Kelly na cama com um alienígena. Forte, determinada, decidida, mas um tanto cabeça-dura e com certa propensão para o alcoolismo, Kelly é uma oficial acima de qualquer reprimenda, com seu principal ponto de atrito com Ed sendo mesmo o relacionamento prévio dos dois; ao longo da série, entretanto, eles aprender a trabalhar juntos e se tornam bons amigos.

Ao ser convocado para comandar a Orville, Ed pediu pessoalmente pelo Tenente Gordon Malloy (Scott Grimes), seu melhor amigo, o qual conhece desde a infância, para ser o piloto da nave. Gordon já foi considerado o melhor piloto da frota, mas, por ser brincalhão e mulherengo, causou um acidente ao tentar impressionar uma garota e acabou relegado a trabalho burocrático, sendo salvo do escritório e recebendo uma segunda chance após Ed se comprometer a colocá-lo na linha. No início da série, o colega de Gordon no leme é o Tenente John Lamarr (J. Lee), navegador extremamente inteligente e sempre de bem com a vida, que ao final da primeira temporada é promovido a chefe do setor de engenharia, passando a trabalhar junto ao motor da nave - impulsionada por um mineral chamado dysônio - e sendo promovido a Tenente-Comandante. A outra integrante humana da tripulação é a Dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald, de 24 Horas), oficial médica-chefe, especialista em cirurgia molecular e engenharia de DNA, considerada capacitada além do necessário para uma pequena nave exploratória, mas que decidiu pedir esse cargo por ser mãe solteira de dois filhos, que moram com ela em seu alojamento da nave.

O principal personagem alienígena é o Tenente-Comandante Bortus (Peter Macon), do planeta Moclus, um deserto coberto por cidades de metal cuja principal indústria é a bélica, sendo, por isso, o principal fornecedor de armas da União. Os moclanos são conhecidos por serem excelentes militares e engenheiros, mas parecem estar sempre de mau humor, tendo dificuldade para compreender brincadeiras simples e para relaxar quando não estão em serviço, mas sua principal característica é que todos os moclanos são machos - ou pelo menos é isso que eles querem que os demais planetas da União acreditem; ainda assim, eles são capazes de procriar, com os nascimentos ocorrendo através de ovos postos pelo membro fecundado do casal, que precisa chocá-los. Outras características interessantes dos moclanos são que seus estômagos podem digerir qualquer material, e eles só precisam urinar uma vez por ano.

Outra alienígena de destaque é a Tenente Alara Kitan (Halston Sage), do planeta Xelaya, que tem gravidade muitas vezes superior à da Terra - artefatos construídos na Terra são esmagados assim que colocados na superfície do planeta, e humanos morrem comprimidos contra o solo se não estiverem usando um traje especial. Um efeito colateral curioso dessa gravidade toda é que, fora de seu planeta natal, os xelayanos são super fortes, capazes de grandes proezas de força física por seus músculos estarem acostumados à gravidade superior. Uma característica social dos xelayanos é que eles não veem com bons olhos as forças armadas, sendo poucos os nativos desse planeta que entram para a frota espacial, com a maioria dos que trabalham para a União se tornando políticos, diplomatas, pesquisadores ou cientistas. Essa raridade de pessoal, somada à grande força física, faz com que xelayanos subam de posto e função muito rápido dentro da frota, o que fez com que Alara, aos 23 anos e praticamente sem experiência, fosse apontada como chefe de segurança da nave. Bem humorada, romântica e amiga de todos, Alara é um tanto insegura quanto às responsabilidades de sua função, mas jamais demonstra, estando sempre confiante e alerta.

Finalmente, temos Isaac (Mark Jackson), do planeta Kaylon-1. Os kaylons não são membros da União, sendo Isaac um embaixador da espécie, que tem como missão observar o dia a dia da nave e gerar relatórios que serão analisados pelo governo central do planeta, para que eles possam decidir qual atitude tomar em relação à União no futuro. Curiosamente, os kaylons são formas de vida artificiais, construídos por máquinas com componentes metálicos e plásticos, e veem "os biológicos", como eles chamam as formas de vida orgânicas, com desconfiança e arrogância. Isaac, que escolheu seu nome em homenagem ao cientista Isaac Newton, é incapaz de mentir, não sente emoções e não entende sutilezas como sarcasmo, com essas três características sendo seus principais pontos de atrito com o restante da tripulação; ainda assim, ele acaba se afeiçoando a seus colegas, se tornando um dos tripulantes mais preciosos da nave, na qual ele ocupa o cargo de oficial de ciências.

The Orville foi uma criação de MacFarlane, também criador das séries de animação Uma Família da Pesada, American Dad! e The Cleveland Show, além de diretor, roteirista e estrela dos filmes Ted, Ted 2 e Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola. MacFarlane escreveria o piloto de The Orville, sua primeira série de TV com atores de carne e osso, como um spec script, o que, no universo da televisão norte-americana, é um roteiro que ninguém pediu, e que provavelmente jamais será filmado - alguns roteiristas escrevem spec scripts na esperança de oferecê-los a um canal de TV, mas a maioria faz isso apenas por hobby. Segundo MacFarlane, The Orville era uma série que ele tinha vontade de fazer desde criança; além da inspiração óbvia em Jornada nas Estrelas (Star Trek, para os mais jovens), ele usaria elementos de Além da Imaginação, Star Wars, e até mesmo do jogo de videogame Mas Effect. Em 2016, encorajado por amigos que acreditavam que o momento era propício para a estreia de uma nova série de ficção científica, MacFarlane ofereceria o roteiro à Fox, que daria luz verde para a produção da série imediatamente, encomendando 13 episódios.

Além de criador, protagonista e produtor da série, MacFarlane seria seu principal roteirista, levando para a equipe dois nomes que já haviam trabalhado com ele em Uma Família da Pesada, Cherry Chevapravatdumrong e Wellesley Wild, além de Brannon Braga e Andre Bormanis, dois nomes com longa ligação com o universo de Jornada nas Estrelas; David A. Goodman, de Futurama; e Liz Heldens, de Friday Night Lights e criadora de Deception. O piloto seria dirigido por Jon Favreau, com episódios da primeira temporada sendo dirigidos por Jonathan Frakes, o Comandante Riker de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, e Robert Duncan McNeil, o Tom Paris de Jornada nas Estrelas: Voyager, além de quatro dirigidos por Braga. As filmagens ocorreriam na Califórnia, e seriam compostas, principalmente, por cenas gravadas em estúdio, ao estilo das séries de ficção científica da década de 1960, mas usando muita computação gráfica.

Falando nisso, The Orville seria uma das séries mais caras da TV aberta norte-americana, porque MacFarlane fez questão de que toda a produção fosse a nível de cinema. Os efeitos especiais, onipresentes nos episódios e todos de última geração, seriam divididos entre as empresas Tippett Studio, CoSA VFX, Pixomondo, Crafty Apes, FuseFX, Eight VFX e Zoic Studios, e a trilha sonora, composta por John Debney, Joel McNeely e Bruce Broughton, usaria uma orquestra de 75 integrantes. Ao todo, 13 episódios seriam gravados entre março e agosto de 2017, mas somente 12 iriam ao ar, devido a um problema com a grade de fim de ano da Fox, abarrotada de especiais de Natal e ano novo; o episódio que sobrou seria transferido para a segunda temporada, encomendada enquanto a primeira ainda estava no ar. Os 12 episódios da primeira temporada seriam exibidos pela Fox entre 10 de setembro e 17 de dezembro de 2017, estreando no serviço de streaming Hulu sempre no dia seguinte.

The Orville é uma série episódica; apesar de os eventos de um episódio se refletirem nos seguintes, cada um deles tem uma história completa, com início, meio e fim. As tramas da primeira temporada envolvem Ed se acostumando a ser capitão de uma nave exploratória e tentando reatar seu relacionamento com Kelly, Bortus entrando em conflito com a rígida cultura moclana após se acostumar com o modo de vida de outras sociedades alienígenas, Alara desejando provar a si mesma que pode ser uma oficial da União, e Isaac recolhendo dados para os kaylons. Os principais antagonistas são os krill, povo que, desafiando o que normalmente ocorre quando uma sociedade chega ao ponto tecnológico que a possibilita viajar pelo espaço, são apegados ao comércio, militaristas, imperialistas e fanáticos religiosos: segundo a crença krill, todo o universo foi criado por um ser chamado Avis, que criou os krill à sua imagem e semelhança; por causa disso, apenas os krill têm alma, tendo o direito de conquistar e subjugar todos os demais povos da galáxia, que seriam pouco mais que meros animais - o fanatismo krill é tão grande que cada nave conta com um sacerdote e uma capela a bordo, sacerdotes acompanham os diplomatas em todas as negociações, e têm papel fundamental na escolha do chanceler que comanda o planeta. O planeta Krill está eternamente envolto em uma névoa, o que faz com que os krill tenham hipersensibilidade à luz; evidentemente, os krill não têm interesse em fazer parte da União, e fazem o possível para destruir suas colônias e expandir seus domínios.

O principal personagem recorrente da primeira temporada é Klyden (Chad L. Coleman), o marido de Bortus, que não é ligado à União mas viaja na nave com ele; logo no segundo episódio, Klyden fecunda Bortus e os dois têm um filho, Topa. Outros personagens de destaque são o Tenente Yaphit (Norm Macdonald), alienígena amorfo que trabalha na engenharia; Steve Newton (Larry Joe Campbell), o chefe da engenharia antes de ser substituído por Lamarr; os filhos de Claire, Marcus (BJ Tanner) e Ty (Kai Wener); Dann (Mike Henry), alienígena que trabalha na engenharia e está sempre querendo fazer amizade com todos os demais tripulantes; a Alferes Jenny Turco (Kyra Santoro), que também trabalha na engenharia e chega a ter um breve romance com Lamarr; o enfermeiro Henry Park (Gavin Lee); Heveena (Rena Owen), uma moclana fêmea que vive isolada e é tratada como renegada pelo governo moclano; Teleya (Michaela McManus), krill que Ed conhece durante uma missão e que se torna sua arqui-inimiga; Lysella (Giorgia Whigham), que vive em um planeta de democracia plena e total, onde tudo é decidido através de votações pela internet; o Dr. Aronov (Brian George), que cria um dispositivo que permite viagens no tempo; e os Almirantes Halsey (Victor Garber), Ozawa (Kelly Hu) e Tucker (Ron Canada), responsáveis por enviar a Orville às missões, com Halsey também tendo sido quem escolheu Ed para o comando. A primeira temporada também contaria com participações especiais de Liam Neeson e Charlize Theron, cada um em um episódio, como capitães de naves que a Orville encontra por acaso; Brian Thompson como um alienígena que vive em um mundo devastado pela guerra nuclear, onde Claire e Isaac vão parar acidentalmente; Jeffrey Tambor e Holland Taylor como os pais de Ed; Robert Picardo (de Jornada nas Estrelas: Voyager) e Molly Hagan como Ildis e Drenala Kitan, os pais de Alara; e Rob Lowe como Darulio, o arqueólogo alienígena com quem Kelly cometeu adultério. Vale citar também que a voz do computador da Orville, em todas as temporadas, é de Rachel MacFarlane, irmã de Seth e dubladora profissional, que não é creditada.

A segunda temporada teria 14 episódios - os 13 produzidos especificamente para ela e mais o adiado da primeira - que seriam exibidos pela Fox entre 30 de dezembro de 2018 e 25 de abril de 2019, mais uma vez estreando no Hulu sempre no dia seguinte. Alara só participaria dos três primeiros episódios (como um deles foi adiado da primeira temporada, ela só gravaria dois); na série, a explicação foi que Alara é um dos raros xelayanos cujos músculos vão se atrofiando após ficarem muito tempo longe da gravidade de seu planeta natal, e ela precisava voltar para Xelaya antes que seu corpo se acostumasse de vez com a gravidade mais baixa e ela jamais pudesse voltar para casa, mas, na vida real, nenhuma explicação foi dada para a saída da atriz, com Sage simplesmente declarando que "era o melhor a ser feito naquele momento". Como substituta de Alara como chefe de segurança da Orville, Ed requisita outra xelayana, Talla Keyali (Jessica Szohr), mais velha, mais cascuda, mais segura de si, e que logo se torna uma das melhores amigas de Kelly e Claire.

O principal arco da segunda temporada é uma guerra contra os kaylons, que, baseados no relatório de Isaac, decidem que os biológicos representam um risco à sua existência e decidem exterminar toda a vida orgânica da galáxia. Devido à interferência da Orville no que os moclanos consideram questões culturais, as relações entre a União e Moclus ficam estremecidas, mas, por causa dos kaylons, um inimigo em comum, os krill decidem se aproximar da União para negociar uma aliança. Outra história de destaque é o início de um relacionamento romântico entre Claire e Isaac, mesmo com o kaylon sendo incapaz de amar. Joe Menosky, roteirista de várias séries de Jornada nas Estrelas, se uniria à equipe; e o principal diretor da segunda temporada seria Jon Cassar, de 24 Horas. A segunda temporada seria a única indicada a um Emmy, de Melhores Efeitos Visuais.

A troca de Sage por Szohr seria a única alteração no elenco principal para a segunda temporada. Dos personagens recorrentes, retornariam Klyden, Yaphit, Marcus, Ty, Topa, Dann, Turco, Park, Heveena, Teleya, Ildis, Drenala e os Almirantes Halsey e Ozawa; os novos incluiriam Brosk (Jim Mahoney), alienígena que trabalha na engenharia e só fala seu próprio idioma; Olix (Jason Alexander), barman do restaurante da nave; Cassius (Chris Johnson), professor na escola à bordo da nave e namorado de Kelly; Laura Huggins (Leighton Meester), mulher que viveu no século XXI, por quem Gordon se apaixona; o Tenente Tharl (Patrick Warburton), que brevemente atua como chefe de segurança antes da chegada de Talla; a irmã de Alara, Solana (Candice King); o Kaylon Primário (Graham Hamilton), governante do planeta Kaylon-1; o embaixador krill (John Fleck); e o almirante Perry (Ted Danson). A segunda temporada conta com participações especiais de Bruce Willis como a voz do alienígena Groogen; Tony Todd como um embaixador moclano; F. Murray Abraham como um xelayano presidente da União; Marina Sirtis (de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração) como uma professora; Tim Russ (de Jornada nas Estrelas: Voyager) como um cientista; John Billingsley (de Jornada nas Estrelas: Enterprise) como um vizinho dos Kitan; Robin Atkin Downes (de Babylon 5) como um capitão krill; e Carlos Bernard (de 24 Horas) como o capitão de uma nave da União. Na segunda temporada, Topa é interpretado por Blesson Yates.

Em maio de 2019, a Disney, que havia comprado a Fox em março daquele ano, renovaria a série para uma terceira temporada, mas anunciaria que ela estrearia exclusivamente no Hulu (que também pertence à Disney), em meados de 2020. As filmagens começariam em outubro de 2019, mas teriam de ser interrompidas em março de 2020, quando aproximadamente metade dos episódios já estava gravada, por causa da pandemia. As filmagens retornaram em dezembro de 2020, mas tiveram de ser paralisadas durante um mês quando um surto de covid atingiu a equipe, somente se concluindo em agosto de 2021, com a estreia da temporada sendo adiada para 2022. Norm Macdonald faleceria de câncer em setembro de 2021; todas as falas de Yaphit já estavam gravadas, com esse sendo seu último papel - em sua homenagem, o primeiro episódio da terceira temporada é aberto com uma dedicatória.

Com o nome de The Orville: New Horizons, a terceira temporada teria 10 episódios, que estreariam no Hulu um por semana, entre 2 de junho e 4 de agosto de 2022. A terceira temporada teria uma nova abertura e várias mudanças cosméticas, com as naves sendo mais aerodinâmicas, os kaylons se parecendo mais com robôs, e os uniformes da tripulação sendo redesenhados; além disso, como no streaming não há preocupação com grade de horários, os episódios seriam mais longos: enquanto na primeira e segunda temporadas cada episódio tinha por volta de 43 minutos, na terceira o mais curto tem 1 hora e 1 minuto, e o mais longo tem 1 hora e 27 minutos. MacFarlane e Cassar seriam os dois únicos diretores da terceira temporada; os episódios revisitam histórias e temas das duas temporadas anteriores, com os principais arcos envolvendo o final da guerra contra os kaylons e o surgimento de uma nova ameaça: uma aliança de Moclus, que deixa a União, com Krill, que abandona seus planos de filiação. Um dos episódios não seria filmado, e acabaria lançado como um romance, escrito por MacFarlane, em julho de 2022, com a versão audiobook sendo narrada por Bruce Boxleitner, de Babylon 5.

O elenco principal é o mesmo da segunda temporada com uma importante adição, a Alferes Charlie Burke (Anne Winters), que tem o raro talento de conseguir pensar quadridimensionalmente, se tornando um dos membros mais valiosos da tripulação, mesmo com seu baixo posto, e que odeia Isaac porque sua melhor amiga morreu na guerra contra os kaylons. Dos personagens recorrentes, retornam Klyden, Yaphit, Marcus, Ty, Topa, Dann, Turco, Heveena, Teleya, Lysella, Brosk, Laura, o Kaylon Primário e os Almirantes Halsey, Ozawa e Perry; os novos incluem a enfermeira Hopkins (Sarah Jane McKay); o Presidente Alcuzan (Bruce Boxleitner), alienígena presidente da União; a secretária da União, Speria Balask (Lisa Banes, que seria atropelada próximo à sua casa e faleceria enquanto a série ainda estava sendo filmada, também recebendo uma homenagem no último episódio em que aparece); e os almirantes Howland (Andi Chapman) e Christie (James Read). A terceira temporada conta com participações especiais de Dolly Parton, Johnny Knoxville e Jack McBrayer como eles mesmos; e de Scott Speiser (de The Tick) e Elyse Lavesque (de Stargate Universe) como um casal alienígena; Sage também faz uma pequena participação no último episódio como Alara. Na terceira temporada, Topa é interpretado por Imani Pullum.

Oficialmente, The Orville não foi cancelada. Embora a Disney ainda não tenha encomendado uma nova temporada, a série segue sendo considerada "em aberto", e MacFarlane segue negociando uma quarta temporada, inclusive já tendo ideias para novos episódios. Quanto mais o tempo passa, entretanto, menos provável parece que uma quarta temporada saia do papel - porém, no mundo do streaming, onde séries antigas são resgatadas todo o tempo, nunca se sabe.

0 Comentários:

Postar um comentário