Na década de 1930, o estúdio de cinema Universal produziria vários filmes protagonizados por monstros como Drácula, o Monstro de Frankenstein e o Lobisomem, que se tornariam conhecidos como "os monstros clássicos da Universal", dentre eles A Múmia, de 1932, com Boris Karloff. Em meados dos anos 1980, os produtores James Jacks e Sean Daniel procurariam a Universal e ofereceriam a ideia de refilmar A Múmia, mas ambientado na época atual e seguindo as modas e tendências dos filmes de ação e aventura de então; a Universal deu a luz verde, desde que o orçamento não ultrapassasse os 10 milhões de dólares. Em 1987, George A. Romero, de A Noite dos Mortos Vivos, seria contratado como diretor, e Abbie Bernstein como roteirista, mas ambos logo se desentenderiam com os executivos do estúdio, que não paravam de dar sugestões para o filme; na sinopse original, cientistas inadvertidamente traziam uma múmia de volta à vida, e ela tentaria usar um artefato ancestral para destruir toda a vida no planeta, mas, segundo Bernstein, os executivos da Universal queriam que a Múmia fosse uma criatura focada em destruir os cientistas com as próprias mãos, impossível de ser impedida, no mesmo estilo do T-800 de O Exterminador do Futuro, e que quase não interagiria com os personagens. Esses desentendimentos acabariam fazendo com que Romero desistisse do projeto, que seria, então, engavetado.
Jacks e Daniel não se dariam por vencidos, contudo, e, em 1990, conseguiriam fazer a Universal desengavetar o projeto e contratar Clive Barker, de Hellraiser, para dirigi-lo. Em parceria com Mick Garris, Barker escreveria um roteiro no qual um museu de arte recriaria uma tumba egípcia em Beverly Hills, com a presença de uma múmia amaldiçoada alterando o comportamento dos visitantes. Segundo os produtores, essa versão era "sombria, violenta, sexual e cheia de misticismo", mas tratava a múmia apenas como o ponto de partida do filme, e não como um personagem central, o que desagradou aos executivos da Universal, que mais uma vez engavetariam o projeto.
Em 1992, Alan Ormsby, que jurou não saber que Jacks e Daniel estavam fazendo o mesmo, procuraria a Universal também com a ideia de um remake de A Múmia ambientado na época atual e com mais foco na aventura que no terror. Coincidentemente, a múmia desse filme era incansável como o T-800, justamente o que os executivos da Universal queriam, de forma que, mais uma vez, foi dada a luz verde. Joe Dante (de Gremlins) foi contratado para dirigir, John Sayles escreveria um roteiro que usava elementos de reencarnação e uma história de amor como motivação para a múmia, e Daniel Day-Lewis chegou a conversar com o produtor sobre a possibilidade de ele interpretar a múmia, mas, durante a pré-produção, a Universal cancelaria e engavetaria pela terceira vez o projeto, alegando que o orçamento estava muito acima do que ela estava disposta a pagar.
Em 1994, Romero retornaria ao projeto, co-escrevendo com Ormsby e Sayles um roteiro que aproveitava muito daquele de dois anos atrás, mas que resultava em um filme de terror ao estilo de A Noite dos Mortos Vivos, estrelado por uma arqueóloga que traz a múmia de volta à vida em uma cidade dos Estados Unidos após expô-la a uma ressonância magnética; a múmia se apaixona pela arqueóloga por ela ser a reencarnação de sua amada na época em que era viva, e decide se vingar dos profanadores de seu túmulo transformando-os em zumbis. Essa versão seria engavetada por ser considerada muito mais sombria e violenta do que o que o estúdio estava querendo, mas nesse ponto a Universal já parecia considerar um remake de A Múmia uma questão de honra, e chamaria Garris para, em 1995, escrever mais uma versão do roteiro, mantendo o que fosse possível do anterior. Garris ambientaria o filme na década de 1930 e combinaria elementos de A Múmia e O Sarcófago da Múmia, filme de 1942 estrelado por Lon Chaney, Jr.; a Universal adoraria o roteiro, mas seu orçamento seria caríssimo, e a pré-produção seria interrompida novamente.
A essa altura, os executivos da Universal já estavam convencidos de que o filme deveria ser de época (ou seja, ambientado no passado, não na época atual), ter uma múmia que se apaixonasse por uma mulher moderna que ele considerasse reencarnação de sua amada, disposta a usar um artefato ancestral para destruir o mundo, impossível de ser detida a menos que fosse destruída e, principalmente, que não fosse um filme de terror. Com tudo isso em mente, o estúdio contrataria, em 1996, Kevin Jarre para escrever um roteiro, mas, um ano depois, ele ainda não tinha chegado a um resultado que agradasse aos executivos.
Enquanto Jarre estava brigando com o roteiro, o diretor Stephen Sommers ficaria sabendo do projeto, e entraria em contato com Jacks e Daniel. Sommers havia assistido A Múmia de 1932 quando tinha oito anos de idade (em uma reprise, evidentemente), e um de seus sonhos era fazer um remake do filme ao estilo Indiana Jones, no qual a múmia seria um oponente inteligente que faria com que o herói tivesse de usar toda a sua coragem e criatividade para derrotá-la. Para sorte de Sommers, após o fracasso de Babe: O Porquinho Atrapalhado na Cidade, a direção da Universal havia mudado, e a nova presidente, Stacey Snider, estava receptiva a novas ideias, não impondo restrições orçamentárias se achasse que o filme tivesse condições de ser um sucesso. Sommers teria acesso aos roteiros previamente engavetados, e utilizaria várias das ideias para sua versão, entregando a Snider um roteiro preliminar de 18 páginas. Considerando-o o melhor roteiro de A Múmia que haviam recebido nesses anos todos, Jacks e Daniel convenceriam Snider a reservar um orçamento de 80 milhões de dólares, e dar a Sommers um ano para entregar o roteiro final - que seria creditado a Sommers "a partir de uma história de" Sommers, Jarre e Lloyd Fonvielle.
Enquanto Sommers escrevia o roteiro, Jacks começaria a escolher o elenco, e ofereceria o papel de Rick O'Connell, o aventureiro que enfrenta a múmia, a Tom Cruise, que o recusaria. Brad Pitt, Matt Damon e Ben Affleck também seriam procurados, mas ou diriam não ter interesse, ou não conseguiriam encaixar o projeto em suas agendas. Sommers, então, prestaria atenção em Brendan Fraser, que era a estrela de um filme de enorme bilheteria da época: George, o Rei da Floresta. O diretor acreditaria que Fraser seria perfeito para o estilo bonachão e despreocupado que ele queria que o herói tivesse, e o ator ainda tinha a vantagem de ser mais barato que aqueles que Jacks estava abordando; os produtores embarcariam na ideia, e seu papel em A Múmia acabaria elevando Fraser ao primeiro time de atores de Hollywood. Após a contratação de Fraser, Sommers aproveitaria que ele era conhecido como um ator de comédia e aumentaria as doses de humor no roteiro, deixando o filme mais leve.
Sommers batizaria a protagonista feminina como Evelyn Carnahan, em homenagem a Evelyn Carnarvon, filha do famoso egiptólogo Lord Carnarvon, presente quando a tumba do Rei Tutancâmon foi aberta em 1922. Rachel Weisz era a preferida de Jacks para o papel, mas os executivos da Universal cismariam que queriam uma atriz norte-americana, com a inglesa Weisz só sendo aceita após fazer três testes, com os quais os produtores provaram que ela era a melhor das candidatas. O irmão de Evelyn, Jonathan Carnahan, originalmente seria o único papel cômico do filme; após a contratação de Weisz, Jacks o ofereceria ao escocês John Hannah, de Quatro Casamentos e um Funeral, que aceitaria, mas se diria perplexo com o convite, por jamais ter feito um papel cômico na vida - o próprio Sommers declararia em entrevistas jamais ter entendido por que Jacks convidaria Hannah. Também fariam parte do filme o veterano Erick Avari como o egiptólogo Terence Bey, e o ator israelense Oded Fehr como o beduíno Ardeth Bay, apenas seu segundo papel no cinema, mas que também serviria para alavancar sua carreira.
Finalmente, para o papel da múmia, que se chamava Imhotep, mesmo nome do personagem de Karloff no filme original, Jacks convidaria o ator sul-africano Arnold Vosloo, com quem ele já havia trabalhado em O Alvo, com Jean-Claude Van Damme. Desde o início do projeto, por achar que a múmia lenta e envolta em bandagens já havia se tornado uma paródia, Sommers queria um oponente de aparência humana, com agilidade e inteligência acima do normal, além de poderes mágicos; como passaria quase a totalidade do filme com o torso nu, devido ao figurino "egípcio" de Imhotep, Vosloo emagreceria cinco quilos antes de as filmagens começarem, o que ele declararia ter conseguido cortando o álcool e o açúcar. Apesar de o figurino ser meio estereotipado, Sommers queria que o idioma falado por Imhotep fosse o mais autêntico possível, e contratou um professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) para ajudá-lo a escrever as falas em egípcio antigo. Quando Vosloo foi contratado, o roteiro já estava em fase final, e ele pediu para ler, colocando como condição que interpretaria Imhotep da forma mais séria possível, sem nenhuma nuance de comédia - segundo o ator, do ponto de vista de Imhotep, o filme era Romeu e Julieta. Esse contraste entre o descontraído O'Connell e o sério Imhotep acabaria sendo um dos pontos altos do filme, com a química entre os dois atores sendo bastante elogiada.
O filme começa na antiguidade, em 1290 a.C., quando o Faraó descobre que Imhotep (Vosloo) tem um caso com sua esposa, Anck-su Namun (Patricia Velásquez), condenando-o a ser mumificado vivo. Anos depois, em 1926, Jonathan (Hannah) consegue um mapa que leva à cidade perdida de Hamunaptra, e convence sua irmã, Evelyn (Weisz), a entrar em contato com O'Connell (Fraser), único homem a pisar em Hamunaptra em mais de mil anos, a levá-los até lá, acreditando que a cidade guarda um tesouro. Durante a expedição, um grupo de caçadores de tesouros que segue O'Connell, guiados pelo picareta Beni (Kevin J. O'Connor), inadvertidamente encontra o Livro dos Mortos e traz Imhotep de volta à vida. Enquanto usa sua magia para conjurar as Dez Pragas do Egito, Imhotep planeja sacrificar Evelyn para trazer a múmia de Anck-su Namun também de volta à vida; cabe, então, a O'Connell, com a ajuda de Ardeth Bay, encontrar o Livro de Amun-Ra, que tiraria os poderes de Imhotep e o tornaria mortal, permitindo que ele seja derrotado.
Os produtores seriam impedidos de filmar no Egito devido à instabilidade política no país na época, então optariam por filmar no Marrocos, nas cercanias de Marrakech - o que agradaria Sommers, já que Marrakech não é uma metrópole tão moderna quanto o Cairo atual, então seria mais fácil fazê-la se passar pelo Cairo de 1926. As filmagens durariam 16 semanas e seriam bastante difíceis, principalmente porque a maior parte do filme ocorre no deserto - o set seria montado na Gara Medouar, uma formação geológica em formato de ferradura em pleno Saara - então frequentemente as gravações tinham de ser interrompidas para que os atores e a equipe se hidratassem. Vários membros da equipe tiveram de receber tratamento médico após serem picados ou mordidos por escorpiões e serpentes locais, Fraser quase morreu durante um acidente na gravação da cena na qual tentam enforcar O'Connell, e teve um dia em que uma tempestade de areia forçou a interrupção das gravações e destruiu todo o set - além disso, por exigência do governo marroquino, todos os envolvidos nas filmagens tiveram de fazer um seguro para caso de sequestro por insurgentes.
A maior parte dos efeitos especiais ficariam a cargo da Industrial Light & Magic (ILM), que ficaria responsável pela múmia e por suas magias, com efeitos adicionais sendo criados pela Cinesite e pela Pacific Title / Mirage; estima-se que 15 milhões de dólares do orçamento tenham sido destinados apenas aos efeitos especiais, que, considerando as limitações da computação gráfica da época, foram de primeira qualidade. Sommers começaria a trabalhar em conjunto com a ILM desde antes de ter um roteiro pronto, com a empresa preparando uma apresentação já em 1997, para provar à Universal que era possível reproduzir na tela o que o diretor havia imaginado. Muitos efeitos, como a recriação da antiga cidade de Tebas e a tempestade de fogo, combinariam computação gráfica, miniaturas e pinturas em matte; as pragas que envolviam animais faziam uso de vários animais vivos, posteriormente duplicados por computação - na cena em que Evelyn é coberta por ratos e gafanhotos, todos os animais são vivos e foram colocados sobre Weisz sem nenhum truque - e o exército de mortos-vivos criado por Imhotep usaria figurantes maquiados, com algumas características acentuadas por computação gráfica.
Mas o foco principal da ILM era mesmo na aparência da múmia, buscando usar tecnologia de ponta para criar algo jamais visto, que não fosse obviamente nem uma pessoa vestida, nem um animatronic, mas que parecesse estar vivo. O trabalho na múmia começaria três meses antes do início das filmagens, e criaria quatro estágios para a criatura, sendo os dois primeiros (um esqueleto coberto de trapos e outro parcialmente coberto por pele e músculos) totalmente feitos por computação gráfica, e os dois últimos (versões de Imhotep cada vez mais completas) misturando efeitos de computação às filmagens de Vosloo na pós-produção. Vosloo dispensaria dublês e atuaria tanto como stand in quanto na captura de movimentos; para isso, durante as filmagens, ele teria de usar várias marcações com fita adesiva e LEDs, que, segundo ele, faziam com que ele andasse pelo set se parecendo com uma árvore de Natal.
Os críticos torceriam o nariz para A Múmia, dando notas baixas e considerando que era apenas mais um filme de ação, embora alguns tenham elogiado o ritmo, o humor e o elenco - segundo eles, sem os quais o filme seria completamente esquecível. Nem os efeitos especiais sairiam incólumes, sendo majoritariamente elogiados, mas com alguns críticos achando que eram muito similares aos de outros trabalhos da ILM, e alguns acreditando que, em breve, ficariam datados. O filme seria indicado a apenas um Oscar, de Melhor Som, mas não ganharia.
Em termos de público, por outro lado, o filme, que estrearia em 7 de maio de 1999, seria um gigantesco sucesso. Curiosamente, as plateias de teste não se mostrariam muito animadas, e a maioria dos pesquisados não gostaria do título, por dar a impressão de que se tratava de um filme de terror; o presidente de marketing da Universal, Mac Shmuger, entretanto, se recusaria a mudá-lo, declarando que era essencial deixar claro que o filme era uma redefinição do mito da múmia amaldiçoada. Para tentar reverter as expectativas sobre o filme, a Universal pagaria 1,6 milhão de dólares para a exibição de um comercial durante o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano da NFL; aparentemente, daria certo, com um hype sobre o filme surgindo pouco depois. Outra preocupação da Universal era que o filme iria estrear junto com Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma, o que poderia diminuir sua potencial bilheteria, o que faria com que o estúdio acabasse antecipando a estreia de A Múmia em duas semanas, para fugir da concorrência. No fim, a Universal declararia orçamento de 80 milhões de dólares - embora Sommers, em entrevistas, dissesse que eles acabaram usando apenas 62 milhões - e o filme renderia 155,4 milhões apenas nos Estados Unidos, sendo 43 milhões apenas no primeiro fim de semana, até então a nona melhor bilheteria de estreia da história. Somando a bilheteria internacional, o rendimento total de A Múmia seria de 416,4 milhões de dólares.
O grande sucesso de público do filme motivaria a Universal a procurar Sommers com uma proposta: na época, o estúdio havia feito um contrato com o ex-lutador da WWE Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock, para lançá-lo como ator de cinema. Basicamente, a Universal queria que Sommers escrevesse um roteiro para uma sequência de A Múmia, contendo todo o elenco principal do primeiro filme, incluindo Imhotep, mas que também tivesse um novo personagem, interpretado por Johnson, que ela pudesse lançar como herói de um spin off, aumentando as chances de esse spin off também ser um sucesso de bilheteria. Assim surgiria O Retorno da Múmia (The Mummy Returns), escrito e dirigido por Sommers, produzido por Jacks e Daniel, que estrearia em 4 de maio de 2001.
Sete anos após os eventos do primeiro filme, em 1933, O'Connell (Fraser) e Evelyn (Weisz) estão casados e têm um filho, Alex (Freddie Boath). Os três se tornaram uma família de caçadores de tesouros, sempre acompanhados de Jonathan (Hannah), e acabam encontrando o Bracelete de Anúbis, que se prende ao braço de Alex, mostrando-o visões da antiga cidade de Ahm Shere. Séculos atrás, no ano 3067 a.C., o guerreiro Mathayus de Acádia, conhecido como Escorpião Rei (Dwayne Johnson), tentou conquistar o Egito e fez um pacto com Anúbis, através do qual recebeu um exército imortal capaz de subjugar seus inimigos, mas perdeu sua alma, aprisionada em Ahm Shere para toda a eternidade. Quando ficam sabendo que os O'Connell encontraram o bracelete, um grupo de cultistas, liderado pelo curador do museu para o qual a família trabalha, Baltus Hafez (Alun Armstrong), e que também conta com o fortão Lock-Nah (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e com Meela Nais (Velásquez), a reencarnação de Anck-su Namun, sequestra Evelyn para atrair O'Connell e o bracelete até o Egito, com a intenção de ressuscitar Imhotep (Vosloo) e dar a ele o exército do Escorpião Rei, para que ele conquiste o mundo. O'Connell, Alex e Jonathan então partem ao resgate, auxiliados por Ardeth Bay (Fehr) e pelo piloto Izzy Buttons (Shaun Parkes).
O segundo filme mais uma vez torceria o nariz dos críticos, que o considerariam "uma desculpa forçada" para um novo embate entre O'Connell e Imhotep, e diriam que os personagens humanos eram apenas "secundários diante de um desfile de efeitos especiais". Um dos efeitos mais criticados, até porque era ruim mesmo, foi o da criatura que era uma mescla entre The Rock e um escorpião gigante, que é tão claramente feito de computação gráfica que o rosto do ator até se parece um pouco com o de Buzz Lightyear, de Toy Story. O público, por outro lado, fez do filme novamente um grande sucesso, com bilheteria de 23,4 milhões de dólares no primeiro dia, 26,8 milhões no segundo e 68,1 milhões no primeiro fim de semana; os dois primeiros números foram recordes absolutos, enquanto o terceiro foi o segundo maior de todos os tempos, atrás apenas de O Mundo Perdido: Jurassic Park. Com orçamento estimado em 98 milhões de dólares, O Retorno da Múmia renderia 202 milhões nos Estados Unidos e 435 milhões no mundo inteiro.
Ao invés de investir imediatamente em uma terceira sequência, e notando que grande parte do público era composto por crianças e pré-adolescentes, a Universal decidiria investir em uma série animada, que estrearia em 29 de setembro de 2001 no canal The WB (mais tarde renomeado para Kids WB). Assim como no segundo filme, na série Alex está ligado contra a sua vontade a um artefato antigo, no caso a Manopla de Osíris, que serve como uma espécie de radar para encontrar os Pergaminhos de Tebas, única coisa que pode destruir Imhotep de uma vez por todas. Os protagonistas são os O'Connell - Rick, Evelyn, Alex e o Tio Jonathan, auxiliados por Ardeth Bay - que correm o mundo atrás dos pergaminhos, com os vilões sendo Imhotep, Anck-su Namun e Colin Weasler, um caçador de tesouros inglês que aceita servir Imhotep em troca de tesouros - e de sua vida. A série teria duas temporadas de 13 episódios cada, a primeira se encerrando em 16 de fevereiro de 2002 e a segunda sendo exibida entre 15 de fevereiro e 7 de junho de 2003. A segunda temporada traz uma subtrama na qual Alex é treinado por Ardeth Bay para combater as múmias, e tem vários personagens novos, como Fadil e Yanit, outras crianças que também estão sendo treinadas; um Minotauro que é aliado dos heróis; o pai de Rick, Jack O'Connell; o beduíno renegado Ninam Toth; um escaravelho monstruso e inteligente (chamado apenas de Escaravelho); um homem-tigre vilão chamado Rakshasa (como a criatura da mitologia indiana); e o Imperador da China, o menino Jin-Wu. Os atores do filme não retornaram para dublar seus personagens, sendo todos dublados por dubladores profissionais - os mais famosos são Jim Cummings, que faz a voz de Imhotep, e Grey DeLisle, que faz a voz de Evelyn; também merece ser citado René Auberjonois, o Odo de Deep Space Nine, que faz a voz do Escaravelho.
Como o segundo filme também foi um sucesso de público, Sommers era frequentemente questionado sobre se faria um terceiro, para fechar uma trilogia, e sempre responderia que só o faria se o filme pudesse ser ainda maior e melhor que os dois anteriores. Durante quatro anos, um terceiro filme de A Múmia não foi prioridade para a Universal, até que, em dezembro de 2005, Sommers receberia um roteiro escrito por Alfred Gough e Miles Millar sobre uma múmia chinesa que tentava dominar o mundo usando o Exército de Terracota, conjunto de estátuas de guerreiros, cavalos e carruagens enterrados junto com o corpo de Qin Shi Huang, primeiro Imperador da China, por volta do ano 210 a.C., descoberto em 1974, mas que na época estava na moda por causa de uma catalogação feita pela UNESCO (concluída em 2007), que fez com que o Exército fosse notícia em vários programas de televisão.
Sommers perguntaria se Gough e Millar poderiam transformar o roteiro em um terceiro filme de A Múmia, e eles o fizeram, incluindo várias referências aos dois primeiros filmes, incluindo uma viagem a Hamunaptra, uma cópia de terracota do Livro dos Mortos, e uma ressurreição do Imperador da China em quatro estágios, imitando a de Imhotep. O roteiro, porém, era muito mais adulto, pesado e cheio de elementos de horror que os dois primeiros filmes - por exemplo, ele era ambientado em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, fazendo várias referências à guerra travada entre Japão e China nesse período, e o Imperador cometeria vários atos de brutalidade que seriam mostrados com detalhes na tela - de forma que a Universal exigiu que Sommers fizesse uma revisão. Já trabalhando na pré-produção de G.I. Joe: A Origem de Cobra, Sommers decidiria, entretanto, abrir mão de qualquer envolvimento com a direção ou roteiro de um terceiro filme da múmia, ficando apenas como produtor, junto com Jacks, Daniel e Bob Ducsay. Os próprios Gough e Millar fariam a revisão, tornando o filme mais "apropriado para toda a família" e, a pedido dos executivos da Universal, removendo as referências aos dois primeiros filmes - segundo eles, para que não fosse necessário que as pessoas vissem os dois primeiros filmes para entender o terceiro. Joe Johnston seria convidado para dirigir, mas, envolvido com Jurassic World, recusaria; a direção, então, ficaria a cargo de Rob Cohen.
A princípio, apenas Rick, Evelyn e Alex estariam no filme, com Alex já adulto; após ler o roteiro, porém, Rachel Weisz decidiria não assinar contrato, alegando que tinha acabado de dar à luz um filho e não se sentia pronta para retornar - mas, extra-oficialmente, diria que o roteiro tinha "problemas". Após a recusa de Weisz, os produtores conversaram com John Hannah, que aceitou retornar, e colocaram Jonathan também no filme; ele e Brendan Fraser acabariam sendo os dois únicos atores dos filmes originais presentes também no terceiro. Para substituir Weisz, Cohen chamaria a atriz Maria Bello, que só aceitaria se sua personagem não fosse "a mesma Evelyn"; a pedido do diretor, os roteiristas fariam a personagem menos meiga e mais durona, mais proficiente em artes marciais e armas de fogo. Para o papel de Alex, os produtores até cogitariam chamar Freddie Boath novamente, mas, querendo um ator mais velho, prefeririam fazer testes e escalar Luke Ford. Querendo um outro astro de grande renome no filme, a Universal escalaria Jet Li para o papel do Imperador; Michelle Yeoh completaria o elenco principal como Zi Yuan, uma feiticeira imortal rival do Imperador.
Mais 13 anos se passaram desde o filme anterior, e, em 1946, Alex O'Connell é um estudante de arqueologia que, acompanhado pelo professor Roger Wilson (David Calder), descobre acidentalmente a Tumba do Imperador Dragão, onde, séculos antes, o primeiro Imperador da China foi enterrado e seu exército transformado em estátuas por Zi Yuan, que estava tentando se defender, já que o Imperador queria obrigá-la a lhe dar o segredo da vida eterna. Alex e Wilson levam o sarcófago do Imperador para Xangai, onde um grupo de mercenários liderado pelo General Yang (Anthony Wong) usa um antigo artefato para ressuscitar o Imperador. Rick e Evelyn tomam conhecimento do fato e, junto com uma mulher misteriosa chamada Lin (Isabella Leong), tentam deter o Imperador sem sucesso; cabe mais uma vez aos O'Connell, portanto, salvar o mundo - com a ajuda de Jonathan, de Lin, por quem Alex se apaixona, e de Zi Yuan - o que dessa vez poderá ser feito viajando até a mística terra de Shangri-La, para onde o Imperador pretende ir para se curar e recuperar todos os seus poderes, e matá-lo com uma adaga mística antes que ele consiga.
As filmagens ocorreriam no Canadá, onde seriam gravadas as cenas de Shangri-La, na Inglaterra, onde seriam gravadas as cenas de estúdio, e na China, nos arredores de Xangai, na Grande Muralha e no Deserto de Góbi, com o local que foi usado no deserto sendo próximo a uma base militar, o que fez com que as filmagens tivessem de ser interrompidas quando o exército chinês estivesse treinando. Uma estátua de terracota de soldado e uma de cavalo foram trazidas da China para servir de modelo; algumas das estátuas que aparecem no filme, incluindo a de Jet Li, foram esculpidas pela equipe de produção, mas a maioria foi criada por computação gráfica. Ao invés de contratar a ILM, Cohen preferiria usar empresas de efeitos especiais de Los Angeles, com a maior parte dos efeitos ficando com a Rhythm and Hues Studios, e as cenas envolvendo as estátuas de terracota sendo produzidas pela Digital Domain.
A Múmia: A Tumba do Imperador Dragão (The Mummy: Tomb of the Dragon Emperor) estrearia em 1 de agosto de 2008, e seria mais uma vez um fracasso retumbante de crítica, que acusaria o filme de ser mais do mesmo, de não ter o mesmo charme dos anteriores, e criticaria as atuações e o enredo. O público seria bom no dia da estreia, mas não seria o suficiente para que o filme terminasse em primeiro lugar nas bilheterias no primeiro fim de semana (seria segundo, atrás de Batman: O Cavaleiro das Trevas), e cairia conforme o tempo fosse passando. Com orçamento estimado em 145 milhões de dólares, o filme renderia 102,5 milhões nos Estados Unidos, sendo considerado um fracasso, e 403 milhões somando a bilheteria do mundo inteiro, o menor rendimento internacional considerando os três filmes.
Maria Bello e Luke Ford haviam assinado contrato para três filmes cada, e a atriz daria entrevistas dizendo que o quarto filme era uma certeza. De fato, logo após a estreia do terceiro filme, a Universal começaria a procurar um diretor e um roteiro, mas, desanimado com a performance de A Tumba do Imperador Dragão, Sommers, Jacks e Daniel desistiriam da série, preferindo se concentrar em outros projetos. A Universal ainda manteria a ideia de um quarto filme até 2012, quando, sem conseguir encontrar um roteiro adequado, cancelaria definitivamente a série. O estúdio ainda faria um novo remake de A Múmia em 2017, estrelado por Tom Cruise, mas sem nada a ver com os três filmes com Fraser, e com a intenção de criar um universo compartilhado chamado Dark Universe, no mesmo estilo do Universo Cinematográfico Marvel, mas composto por filmes estrelados por seus monstros clássicos; A Múmia de 2017 seria um fracasso tão grande, porém, que esses planos seriam enterrados.
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