Venta na janela, mas a casa está vazia. Ninguém vê o vento brincar com as cortinas.
Venta lá fora, balançando a grama, sacudindo as árvores, levantando as folhas, curvando as flores.
Venta na varanda, num pequeno turbilhão, as folhas sobem, as flores as acompanham.
Flores e folhas dançam, entram pela janela, meia janela bate. O sol entra pelas frestas da janela, as cortinas dançam, flores e folhas dançam. A casa não está mais vazia, a sala é um palco, o vento canta, flores e folhas dançam, cortinas voam, grama balança, árvores sacodem, sol ilumina.
O Vento para. Flores e folhas interrompem seu balé. Cortinas descansam. Grama e árvores se aquietam.
Quando os moradores chegam, reclamam da sujeira. Ninguém viu a poesia.
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