domingo, 5 de junho de 2022

Escrito por em 5.6.22 com 0 comentários

Vento na Janela

Início de mês, dia de mais um post da série na qual estou republicando contos que escrevi para o Crônicas de Categoria. Ou quase. Assim como O Chamado, esse eu não escrevi originalmente para o Crônicas; o escrevi há muito tempo, pra falar a verdade nem me lembro quando, ainda num papel. Quando comecei a escrever o Omby's Weblog, decidi publicá-lo lá. Esse, aliás, é um de quatro textos que foram publicados no Omby's Weblog e depois foram parar no Crônicas, embora os outros dois não tenham sido selecionados para republicação nessa série - nem vou dizer quais são; se quiserem, podem brincar de adivinhar. Aliás, já falei demais. Vamos a ele.





Vento na Janela


Venta na janela, mas a casa está vazia. Ninguém vê o vento brincar com as cortinas.

Venta lá fora, balançando a grama, sacudindo as árvores, levantando as folhas, curvando as flores.

Venta na varanda, num pequeno turbilhão, as folhas sobem, as flores as acompanham.

Flores e folhas dançam, entram pela janela, meia janela bate. O sol entra pelas frestas da janela, as cortinas dançam, flores e folhas dançam. A casa não está mais vazia, a sala é um palco, o vento canta, flores e folhas dançam, cortinas voam, grama balança, árvores sacodem, sol ilumina.

O Vento para. Flores e folhas interrompem seu balé. Cortinas descansam. Grama e árvores se aquietam.

Quando os moradores chegam, reclamam da sujeira. Ninguém viu a poesia.

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