domingo, 16 de janeiro de 2022

Escrito por em 16.1.22 com 3 comentários

A Ameaça

Em 2019 e 2020, eu publiquei uma série de contos no site Crônicas de Categoria. O Crônicas ainda existe, e meus contos continuarão lá até que alguém se canse de mim, mas, mês passado, eu decidi que, nesse ano de 2022, faria uma coisa diferente: selecionei 12 deles, e vou postar um por mês aqui no átomo. Se você, leitor do átomo, gostar deles, e se gostar de crônicas sobre variados assuntos, dê uma passadinha no Crônicas e prestigie.

Tentei escolher 12 contos dos mais variados; vai ter ficção científica, costumes, terror e aventura. Vai ter meu Top 5 pessoal, vai ter dois que eu escrevi muito antes de me juntar à equipe do Crônicas, vai ter aqueles que todo mundo pra quem eu mostrei gostou, e aqueles dos quais às vezes eu acho que só eu gostei. Lá no Crônicas tem muitos mais, e, minha disposição e imaginação permitindo, esse ano virão outros. Por enquanto, vamos começar com um que eu gosto muito, e que normalmente é o primeiro que eu mostro quando digo que escrevo contos.





A Ameaça

Parecia que seria mais uma noite normal na plataforma de petróleo, até que eles chegaram. Vindos num feixe de luz, numa cápsula em forma de ovo. Falavam uma língua que não compreendíamos, mas pareciam amistosos: deixaram que interagíssemos com eles, que tirássemos fotos, que tocássemos em seus itens pessoais. Tão repentinamente quanto chegaram, partiram.

Poucos dias depois, os primeiros de nós começaram a adoecer. Nosso primeiro pensamento foi o de que tínhamos contraído uma bactéria alienígena, contra a qual nosso corpo não tinha defesas. Assustados, os que ainda não haviam sucumbido pediram ajuda. Quando o primeiro helicóptero chegou, já estávamos quase todos infectados. Para a equipe do helicóptero, estava claro, era tudo parte de um plano: vieram para nos enfraquecer, voltariam para nos dominar.

Após relatar a situação, o grupo do primeiro helicóptero recebeu a missão de deter a infecção a qualquer custo, mas já era tarde: também tendo sido vitimados, não tiveram como cumprir suas ordens. Não querendo arriscar perder mais homens, optou-se por um plano drástico: na calada da noite, um segundo helicóptero chegou, trazendo um único ocupante que, enquanto todos dormiam, providenciou para que um incêndio destruísse totalmente a plataforma, matando a todos nós. Tudo para que a epidemia não se espalhasse.

Sem conseguir dormir, presenciei enquanto ele arranjava nossas mortes, mas, já contaminado, nada pude fazer além de escrever essas linhas, que agora jogo ao mar na esperança de que alguém as encontre. Talvez meu esforço seja em vão, mas é preciso que todos saibam quais foram os efeitos da infecção alienígena, e por que era tão importante para eles detê-la: todos os infectados se mostraram incapazes de fazer mal a quem quer que fosse. Em nossos corações só havia amor.

3 comentários:

  1. Parabéns mestre Guil, tanto pelo conto quanto pelo átomo! Talvez você não tenha a dimensão do quanto este blog é querido e importante, pelo menos para mim. VIDA LONGA AO ÁTOMO E AOS SEUS CONTOS. Caso meu nome não apareça (já comentei uma vez e não apareceu, provavelmente por falha minha), sou Rafic Nassin, orgulhoso átomonauta!

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  2. Eu que agradeço :)

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