Essa semana, eu discutia isso com uma amiga, que também gosta de séries antigas, e veio à baia uma famosa série da década de 1960, sobre a qual eu ainda não tinha escrito aqui: O Prisioneiro. Considerada por alguns como uma série de espionagem, mas amplamente reconhecida como uma série de ficção científica, a verdade é que O Prisioneiro tem uma classificação difícil, trazendo temas orwellianos, contra-cultura britânica dos anos 1960, alegorias para problemas sociais da época e drama psicológico. Apesar de não ser uma série de fácil compreensão - eu mesmo admito que alguns episódios são, digamos, esquisitos - ao longo dos anos ela foi se tornando cult, e alguns de seus episódios são hoje considerados verdadeiros clássicos da televisão, com enredos e técnicas narrativas que, na época, só eram vistos no cinema.
O protagonista de O Prisioneiro é um agente secreto sem nome, que, um dia, sem maiores explicações, decide pedir demissão. Enquanto está arrumando sua mala, ele é drogado e levado para um local secreto, conhecido apenas como A Vila, e aparentemente povoado apenas por dois tipos de pessoas: agentes que desertaram das organizações de seus próprios governos, e agentes que trabalham para alguma organização misteriosa, disposta a descobrir os segredos do primeiro grupo. Na Vila, ninguém tem nome, sendo todos identificados apenas por números, com o protagonista recebendo o Número 6. O líder da Vila é o Número 2, que tem como missão descobrir por que o Número 6 pediu demissão; a cada episódio, portanto, o Número 2 cria um estratagema para tentar ludibriar o Número 6 ou convencê-lo a revelar seus motivos, enquanto o Número 6 busca uma forma de escapar da Vila ou pedir ajuda. Vale citar que o Número 1, teoricamente o responsável por toda essa operação, jamais aparece, e que os agentes desertores e os que servem à organização não possuem nenhum tipo de identificação especial, com todo mundo agindo de forma paranoica sem saber quem é quem.
O Prisioneiro (cujo título original é The Prisoner) seria uma criação do ator norte-americano Patrick McGoohan, que começou sua carreira na televisão do Reino Unido. No início da década de 1960, ele estrearia uma série de enorme sucesso, Danger Man (exibida nos Estados Unidos com o nome de Secret Agent Man), que teria três temporadas exibidas pelo canal ITV entre 1960 e 1966, mais dois episódios especiais exibidos em 1968, para um total de 86, na qual ele interpretaria o agente secreto norte-americano John Drake, que trabalha para uma organização baseada em Washington, mas ligada não ao governo dos Estados Unidos, e sim à OTAN. Durante as filmagens da terceira temporada, McGoohan seria convidado para renovar para a quarta temporada, e, antes de assinar, confidenciaria a Lew Grade, diretor da ITC Entertainment, empresa que produzia Danger Man, que estava pensando em deixar de fazer a série após essa quarta temporada. Grade o pressionaria para saber se ele já tinha algum outro projeto em mente, e ele acabaria revelando a sinopse de O Prisioneiro, que Grade acharia fantástica, arrumando uma reunião entre McGoohan e os executivos da ITC, na qual ele explicaria do que se tratava a série. McGoohan, então, não tinha um roteiro de piloto pronto ou qualquer forma escrita de apresentação da série, mas, mesmo apenas com a explanação oral, a série cativaria os executivos da ITC, que pediriam para que ele a desenvolvesse - enterrando a quarta temporada da Danger Man, que jamais seria produzida.
É importante dizer que algumas fontes creditam George Markstein, um dos roteiristas de Danger Man, como co-criador, ou até mesmo criador, de O Prisioneiro. Segundo parentes e amigos próximos de Markstein, ele teria criado a série sozinho e contado a McGoohan, que então teria se aproveitado de sua influência junto a Grade para roubar a ideia e posar como único criador da série; amigos próximos de McGoohan, no entanto, rejeitam essa versão alegando que esse comportamento não combinava com a índole do ator - alguns deles, inclusive, dizem que McGoohan já falava de sua ideia para eles desde antes de Markstein ser contratado para escrever roteiros para Danger Man. Os amigos de Markstein, por outro lado, dizem que ele teria escrito um roteiro de Danger Man no qual Drake é drogado e levado para um lugar muito semelhante à Vila, baseado em reportagens que ele havia lido sobre locais desse tipo que realmente existiram durante a Segunda Guerra Mundial, inclusive na Escócia, criados para tentar obter segredos de agentes capturados ou desertores; Markstein teria mostrado o roteiro a McGoohan, que o rejeitou por achá-lo muito parecido com o de um episódio que já havia ido ao ar, no qual Drake se infiltra em uma escola de espiões atrás da Cortina de Ferro criada para imitar uma cidade inglesa, e na qual viviam tanto agentes secretos e em treinamento quanto prisioneiros, sem que se pudesse distinguir uns dos outros. O suposto roteiro que Markstein mostrou a McGoohan jamais foi encontrado.
Existem fortes argumentos contra a teoria de que Markstein teria criado a série sozinho e tido sua ideia roubada por McGoohan: para começar, Markstein era o editor de roteiros de O Prisioneiro, com todos os roteiros, antes de serem filmados, passando por seu crivo, e, além disso, foi co-autor do roteiro do piloto, junto com o diretor David Tomblin; além disso, ele "atua" como o diretor da agência de espionagem na abertura, e, enquanto a série estava no ar e por algum tempo após seu final, daria várias entrevistas como sendo um dos principais nomes da equipe. Fosse a versão de roubo de ideia verdadeira, ele provavelmente ficaria ressentido, e não aceitaria ter toda essa participação. Seja qual for a verdade, McGoohan seria amplamente creditado como único criador da série até o final da década de 1980, quando a família de Markstein, após sua morte, entraria com uma ação na justiça pedindo o reconhecimento de sua participação na criação, que seria encerrada após um acordo com a ITC; desde então, o normal é que ambos sejam creditados como co-criadores.
O Prisioneiro não seria produzido pela ITC, e sim pela Everyman Films, empresa que havia acabado de ser fundada por McGoohan e Tomblin; a ITC, porém, forneceria pessoal e materiais de cena, ficaria com uma parte dos lucros, e teria direito a exibir sua marca na sequência de encerramento da série. McGoohan, além de estrelar a série e ser dono da empresa que a produziria, ainda atuaria como diretor em cinco episódios e roteirista em três, incluindo os dois últimos, nos quais acumularia ambas as funções.
Um dos fatos mais interessantes sobre a série é que, após receber a luz verde, McGoohan escreveu "a bíblia do Prisioneiro", um livro de 40 páginas descrevendo a Vila e seus principais habitantes em extremo detalhe, incluindo que tipo de comida estava disponível, como seus telefones funcionavam, e até mesmo uma descrição do sistema de esgotos local. Esse guia era frequentemente consultado pela produção durante os episódios, e usado pelos roteiristas como inspiração na hora de criar novos episódios. Ciumento, McGoohan raramente autorizava um roteirista a incluir algo novo na Vila, a menos que fosse de vital importância para o episódio - sendo a mais famosa exceção a relojoaria criada para o episódio É o Seu Funeral.
Até hoje há uma ampla discussão entre fãs e críticos sobre se o Número 6 e John Drake eram a mesma pessoa - ou seja, se Drake pediu demissão e foi mandado para a Vila - baseada não somente no fato de que ambos têm o mesmo intérprete, mas também em uma serie de elementos em comum entre as duas séries. McGoohan sempre negou, dizendo que eram dois personagens "totalmente diferentes", e que, inclusive, teve de ser convencido a protagonizar O Prisioneiro, pois sua ideia original era ficar apenas como produtor, com outro ator interpretando o Número 6, justamente para não causar esse tipo de controvérsia. Amigos do ator, porém, dizem que ele planejou protagonizar a série desde o início, e que queria que o Número 6 fosse realmente Drake, mas desistiu da ideia após descobrir que, se fosse esse o caso, teria de pagar royalties a Ralph Smart, criador de Danger Man. A adaptação para livro de O Prisioneiro, lançada em 1969, parece não se preocupar com isso, pois sua primeira frase é logo "Drake acorda".
O Prisioneiro teve apenas 17 episódios, exibidos na ITV entre 29 de setembro de 1967 e 1 de fevereiro de 1968. Curiosamente, a série estreou no Canadá, no canal CTV, antes de no Reino Unido, dia 6 de setembro de 1967; nos Estados Unidos, ela estrearia na CBS apenas em 1 de junho de 1968. A série possui um último episódio, devido ao fato de que McGoohan já a idealizou como fechada, ou seja, com apenas uma única temporada. Originalmente, ele planejava filmar apenas 7 episódios, mas Grade pediria para que fossem pelo menos 26, para que eles pudessem vender a série para a CBS - que, na verdade, exigiu 36, número que McGoohan considerou inaceitável. Segundo McGoohan, ele teria convencido Grade e a CBS a fechar em 17, mas pessoas que trabalharam na série mais tarde revelariam que eles receberam o aviso de que O Prisioneiro seria cancelado por baixa audiência quando estavam filmando o episódio 15, o que levaria McGoohan a escrever o 16 e o 17 rapidamente, para que a série não ficasse sem um final. Corrobora essa versão o fato de que ao menos quatro roteiros já estavam escritos quando ocorreu o suposto cancelamento e foram descartados; esses roteiros seriam publicados na forma de romances em 2005 e 2006, e incluídos como extra, em versão apenas texto, quando do lançamento da série em DVD.
Os episódios não seriam exibidos na ordem em que foram filmados, nem mesmo no Reino Unido; embora haja um consenso sobre quais são de fato o primeiro e os dois últimos (por motivos óbvios), até hoje há muita discussão sobre a melhor ordem para se assistir aos 14 episódios "do meio". Além da ordem de produção e da ordem de exibição, existem hoje quatro ordens consideradas como as que fazem mais sentido: a ordem na qual a ITC planejava que os episódios fossem exibidos pela ITV, segundo eles, criada pelo próprio McGoohan; a ordem na qual o canal KTEH, da cidade de São José, Califórnia, os exibiu na década de 1970, criada pelo autor de ficção científica D. Scott Apel após uma rigorosa análise de elementos da história de todos os episódios; uma ordem criada por Zack Handlen baseada na da KTEH, publicada na década de 1990 no site The A.V. Club; e uma ordem criada pelo 6 of 1, considerado o maior fã clube e maior autoridade em O Prisioneiro no planeta. A maioria dos lançamentos em DVD e Blu-ray traz os episódios na ordem de exibição, mas, nos Estados Unidos, foi lançada uma edição especial pela A&E que usa a ordem do 6 of 1.
O último episódio, Caindo Fora - que é uma continuação direta do penúltimo, Era Uma Vez - foi extremamente controverso. Com sequências consideradas de difícil compreensão, e um final que muitos acharam aberto, ele seria responsável pela ITV receber milhares de cartas raivosas, o que levaria o canal a pedir que McGoohan "se escondesse por um tempo", não querendo envolver o ator em novos projetos pelos cinco anos seguintes. Apesar disso, ele foi considerado pela crítica como um dos melhores episódios da série, e seria indicado ao Hugo Awards, o mais importante prêmio da ficção científica.
A Vila seria construída para as filmagens no terreno do Hotel Portmeirion, na cidade de Penrhyndeudraeth, no País de Gales, com muitos dos moradores da cidade e dos funcionários do hotel sendo contratados como figurantes. O hotel queria fazer propaganda, tipo "aqui está sendo filmado O Prisioneiro", mas, a pedido do arquiteto responsável pela criação da Vila, a informação sobre o local das filmagens seria mantido em segredo até o último episódio - que a traria durante os créditos - para evitar uma invasão de curiosos; essa alternativa aparentemente agradou a todo mundo, pois, como a Vila não foi desmontada logo após as filmagens, o hotel recebeu durante o ano de 1968 um grande fluxo de turistas dispostos a conhecer o local onde a série foi filmada. Outros locais de filmagens incluíram o centro de Londres, com o prédio do número 1 da Buckingham Place servindo como fachada da casa do Número 6 antes de ele ser sequestrado, e a Escócia, que serviu para filmagens de estradas e florestas. Um dos episódios, A Garota que Era a Morte, seria filmado na pequena cidade de Eltisley, e Vivendo em Harmonia, no qual usam drogas alucinógenas para fazer o Número 6 acreditar que está no Velho Oeste, seria filmado numa cidade cenográfica em Cambridgeshire, mesmo local usado para fingir que era a Áustria no episódio Não Esqueça de Mim, Querida. As cenas internas seriam gravadas nos estúdios da MGM em Borehamwood. Todos esses locais, hoje, fazem parte do "Tour do Prisioneiro", uma famosa rota turística do Reino Unido.
Na época, a maioria das produções da TV britânica ainda era filmada em preto e branco - Danger Man inclusive - mas, graças ao contrato com a CBS, a ITC decidiria filmar O Prisioneiro em cores, mesmo com pouquíssimos lares no Reino Unido tendo TVs a cores; isso contribuiria para que todos os cenários e figurinos da série fossem absurdamente coloridos - os habitantes da Vila costumam usar roupas listradas de cores que não combinam, e, mesmo quando são lisas, são sempre em cores berrantes como laranja e roxo, como se a produção tivesse pensado "já que é colorido, vamos aproveitar". A série também se tornaria famosa por não fazer uso de nenhum efeito especial mais complexo do que equipamentos controlados por controle remoto; um de seus elementos mais característicos, o Rover, uma espécie de robô que persegue quem tenta fugir da vila e traz de volta, originalmente seria um robô mesmo, mas, para cortar custos, os produtores decidiriam usar um balão meteorológico - e, por incrível que pareça, uma bola branca que persegue pessoas e as captura daria super certo, se tornando uma das marcas registradas da série.
Outra marca registrada da série era sua abertura, considerada a primeira "abertura cinematográfica" da história da televisão. Até então, a grande maioria das séries trazia apenas uma curta sequência com os nomes dos atores do elenco principal, e, quando fugia disso, trazia apenas poucos elementos. Com mais de três minutos de duração, a abertura de O Prisioneiro era quase um episódio por si só, mostrando em detalhes como o agente que se tornaria o Número 6 foi parar na Vila. Ela começa com o agente dirigindo seu Lotus Super Seven verde e amarelo, placa KAR-120C, que se tornaria outra das marcas registradas da série (e que, na abertura, na verdade era dirigido pelo piloto profissional Jack Cooper), pelas ruas de Londres, estacionando próximo ao Parlamento e indo até a sede de sua organização, onde entrega sua carta de demissão. Ao retornar para casa, sem perceber, ele é seguido por dois homens num rabecão, enquanto uma máquina rasura sua ficha na agência de espionagem e a arquiva junto aos "demitidos". Enquanto o agente arruma sua mala, um dos homens do rabecão instala um cilindro de gás no buraco da fechadura, gás que faz com que o agente adormeça, acordando na Vila. Após olhar pela janela e ver onde está (momento no qual aparecem o nome do episódio, o elenco convidado para aquele episódio, e os nomes do roteirista e diretor; o nome de McGoohan aparece quando ele estaciona o Lotus em frente à sua casa, e o nome do seriado quando ele está arrumando a mala), ele corre pela Vila enquanto tem uma discussão com o Número 2, que o informa de que eles estão atrás de informações, e que ele agora é apenas um número.
Apenas dois episódios não contam com essa abertura: o último, que, no lugar, tem uma recapitulação do penúltimo, e Vivendo em Harmonia, que tem uma espécie de abertura alternativa ambientada no Velho Oeste, na qual Número 6 está a cavalo, entrega sua estrela de xerife para um U.S. Marshall, e, ao voltar para casa, é capturado por dois foras da lei que o amarram e o levam para a cidade de Harmonia, não ocorrendo a discussão com o Número 2. Além desses, o episódio Não Esqueça de Mim, Querida é o único que conta com um trecho de episódio antes da abertura, que é mais curta, sem a discussão com o Número 2. A abertura do primeiro episódio, A Chegada, possui cenas adicionais na sede da agência, e também não conta com a discussão com o Número 2, que ocorre ao longo do episódio.
O encerramento de cada episódio também se tornaria famoso, começando com uma imagem da Vila, então o rosto do Número 6, e grades se fechando, para mostrar que ele continuava prisioneiro - sequência que, evidentemente, não está presente no último episódio. Enquanto os créditos eram exibidos na tela, a imagem de uma bicicleta antiga, daquelas que têm a roda da frente muito maior que a de trás, ia se formando; essa bicicleta é uma espécie de símbolo da organização que controla a Vila, estando presente nas placas locais, em buttons que os moradores usam no peito com seus números, e havendo até mesmo um espécime verdadeiro na sala de controle do Número 2. A última coisa do encerramento é Rover sendo enviado atrás de algum fugitivo. A música da abertura e do encerramento é a mesma, e hoje é uma das mais famosas da TV britânica; ela seria composta por Ron Grainer, e escolhida pessoalmente por McGoohan, que pediria para que ele aumentasse a velocidade para que ela ficasse mais emocionante.
McGoohan é o único ator que participa de todos os 17 episódios, e o único cujo nome aparece na abertura como sendo do elenco principal - os demais aparecem como "elenco convidado" ou "estrela especialmente convidada". Depois dele, o ator que apareceria no maior número de episódios seria Angelo Muscat, que interpreta o mordomo anão do Número 2, estaria em 13 dos 17, e seria considerado o único outro ator do elenco fixo - mesmo sem seu nome na abertura. Peter Swanwick interpreta o número 28, responsável pela vigilância da Vila, em oito episódios; Fenella Fielding seria a voz do sistema de som da Vila em sete; Alexis Kanner seria o degenerado Número 48 em dois; Dennis Shaw interpretaria o dono da lojinha de souvenires da Vila em outros dois; Colin Gordon seria o número 2 em outros dois; e Leo McKern interpretaria o Número 2 em três episódios; sendo esses os únicos atores que interpretariam o mesmo personagem em mais de um episódio - embora alguns, como Christopher Benjamin, Georgina Cookson, Kenneth Griffith e Patrick Cargill, participem de mais de um episódio, mas interpretando personagens diferentes. Também vale citar Frank Maher, o dublê oficial de McGoohan nas cenas de ação, que aparece em 15 episódios, mas não é creditado em nenhum; e Hilary Dwyer, que tinha uma bem sucedida carreira como atriz de filmes de terror nos Estados Unidos, em três deles atuando ao lado de Vincent Price, e que faz uma participação minúscula no início de um dos episódios da série.
Falando nisso, o Número 2, a cada episódio, era interpretado por um ator diferente, sendo Colin Gordon e Leo McKern os únicos a "repetir a função"; além deles dois, seriam intérpretes do Número 2 os atores Guy Doleman, George Baker, Eric Portman, Rachel Herbert, Anton Rodgers, Georgina Cookson, Mary Morris, Peter Wyngarde, Patrick Cargill, Derren Nesbitt, Andre Van Gyseghem, John Sharp, Clifford Evans, David Bauer e Kenneth Griffith. A explicação na série é que, quando o Número 2 falha, ele é substituído por outro, sendo o personagem de McKern o único a conseguir uma nova chance - o de Gordon também recebe uma sobrevida, mas os dois episódios nos quais ele atua, que deveriam ter ido ao ar seguidos, acabaram sendo o terceiro e o sexto, ainda por cima com o que foi filmado depois sendo exibido antes (na ordem de filmagem, são o 11 e o 10), o que deu a impressão de que ele também pôde voltar. Embora a abertura tenha uma discussão do Número 6 com o Número 2, somente Gordon, McKern, Morris e Wyngarde gravaram suas vozes para a abertura, com a voz do Número 2 nos sete episódios restantes sendo feita por Robert Rietti - inclusive em um episódio no qual o Número 2 era mulher, já que isso estragaria a história se fosse revelado na abertura. Da mesma forma, o Número 2 "da vez" aparece em uma breve cena no final da abertura, exceto em dois episódios (um deles o que o Número 2 era uma mulher), nos quais, nessa hora, aparece Rover, para que o público não saiba quem será o Número 2 naquele episódio.
McGoohan faleceria em 2009. Naquele mesmo ano, o canal norte-americano AMC negociaria com a ITC os direitos para refilmar O Prisioneiro, na forma de uma minissérie em seis episódios, exibidos dois por dia entre 15 e 17 de novembro, com Jim Caviezel como o Número 6 e Ian McKellen como o Número 2. Filmada na Namíbia e na África do Sul, a minissérie foi um fracasso de público e crítica, e é considerada muito inferior à série original. Também em 2009, o diretor Christopher Nolan declararia em uma entrevista estar interessado em gravar uma versão de O Prisioneiro para o cinema, mas, após o fracasso da minissérie, esse projeto seria engavetado. De vez em quando surgem rumores de que ele finalmente sairia do papel, os últimos tendo circulado em 2016 e citando Ridley Scott como diretor.
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