domingo, 26 de maio de 2019

Escrito por em 26.5.19 com 0 comentários

Juntos e Shallow Now

Hoje, infelizmente, termina o Mês dos Convidados, durante o qual quatro amigos meus escreveram e eu fiquei de boinha só publicando. Como o blog é meu, creio que não seria uma boa continuar com isso indefinidamente, até porque eu nem conheço tanta gente assim, então semana que vem o átomo retorna à sua programação normal. Mas, antes disso, ainda dá tempo para mais um.

A convidada de hoje é a que, dos quatro, há menos tempo é minha amiga – nos conhecemos a quê, uns cinco, seis anos? - mas mesmo assim ela foi uma das primeiras pessoas nas quais eu pensei quando tive essa ideia – e, se você conhece o Crônicas de Categoria, sabe o porquê. Senhoras e senhores, hoje é dia de Mayara Godoy no átomo!




Por que odiamos Juntos e Shallow Now

Como se 2019 já não estivesse desgraçado o suficiente, a Paula Fernandes e um sertanejo universitário cujo nome não me lembro - e não me importo o suficiente para pesquisar - lançaram uma versão brasileira da música Shallow, composta por Lady Gaga e interpretada em parceria com Bradley Cooper no filme Nasce uma Estrela.

A canção original foi, inclusive, agraciada com um Oscar, e rapidamente passou a tocar incansavelmente mundo afora. É claro que, aqui no Brasil, não ia demorar para surgir uma versão, afinal, estragar músicas alheias que fazem sucesso é quase uma tradição do meio artístico de nosso país - tradição, esta, "cuja qual" sou contra, salvo raríssimas exceções.

Eis que, então, a dupla citada lá em cima, Paula Fernandes e Sei Lá Quem, divulgam um trecho da música, tipo um spoiler, só para dar aquele gostinho, sabe? E o gostinho foi amargo. Não amargo como uma boa IPA. Mas amargo como um limão estragado mesmo.

Eu nem preciso entrar em detalhes porque, provavelmente, você também já teve a infelicidade de ouvir essa aberração, mas vim aqui dizer por que achei a "composição" tão odiosa.

Não é só porque eu não gosto de versões. Também não é só porque eu não gosto da Paula Fernandes e dos sertanejos universitários em geral. Também não é só porque a frase simplesmente não faz nenhum sentido e teria inúmeras outras opções melhores.

É porque, acima de tudo, é de uma arrogância tremenda. A bonita chegou a dizer, numa entrevista, que não se importou com as críticas porque não se importa em agradar.

Espera aí, como assim uma artista, que vive de audiência, diz que não se importa em agradar? Será que ela entende, de verdade, do mercado em que está inserida? Ou ela acha que o público tem mais é que engolir qualquer merda mesmo?

Esse tipo de postura me faz pegar (mais) ranço de um artista. Eu acho, acima de tudo, inadmissível que essa gente se considere tão acima do bem e do mal que se ache no direito de socar qualquer porcaria goela abaixo e dane-se. A meu ver, isso é desrespeitoso com o público.

Aí alguém vai dizer "ué, mas quem não gosta é só não ouvir". Realmente, tem muita coisa no mercado e eu posso escolher não ouvir. Mas não muda o que eu penso e acabei de dizer sobre a postura da artista. Principalmente de alguém que não criou nada, apenas meteu uma letra porca em cima da música de outra pessoa.

Ah, mas será que, para me contradizer, essa maldita música vai fazer sucesso? Com certeza vai. Mas popularidade nem sempre é sinônimo de qualidade, e no Brasil nós sabemos muito bem disso.

A única coisa boa que saiu dessa história foram os memes. Por mim, podiam cancelar a música e deixar só os memes. E tenho dito.




Bom, gente, foi isso. Teve de tudo: lista de tópicos, nota de rodapé, gif animado, legendas nas figuras, post ao estilo dos primeiros e post ao estilo dos primeiros mesmo. Espero que vocês - e os autores convidados - tenham se divertido tanto quanto eu. E até o próximo mês temático!

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