Spartacus foi um personagem verídico. Pouco se sabe sobre sua vida antes dos eventos que o fizeram ficar famoso, mas, em relatos de Plutarco e de Lúcio Floro, é dito que ele nasceu na Trácia, região que hoje pertence à Bulgária, por volta do ano 111 a.C. Não se sabe por que motivo, Spartacus entraria para o exército romano e atuaria como soldado, até que desertaria e retornaria para sua terra natal. Caçado, ele e sua esposa seriam escravizados; ela teria destino incerto, ele seria vendido para lutar como gladiador. Segundo registros históricos, ele seria treinado na cidade de Cápua, no ludus pertencente a Lentulus Batiatus. No ano de 73 a.C., Spartacus lideraria um grupo de 70 escravos pertencentes a Batiatus, dentre eles um pequeno número de gladiadores, incluindo os campeões Crixus e Oenomaus, e fugiria da propriedade; arregimentando mais escravos durante a fuga, ele conseguiria derrotar os soldados romanos lotados na cidade, e partiria na direção do Monte Vesúvio, onde montaria um acampamento fortemente defendido.
O Senado romano chamaria Marco Licínio Crasso, então o homem mais rico de Roma, e o incumbiria da missão de derrotar Spartacus. Durante dois anos ele atacaria o acampamento, mas sem conseguir derrotar o ex-escravo; ele conseguiria, porém, empurrar o grupo liderado por Spartacus cada vez mais para o sul. No ano de 71 a.C., já ficando encurralado, Spartacus tentaria um acordo com piratas para levar seu grupo até a ilha da Sicília, mas, antes que isso pudesse ser feito, um ataque conjunto das legiões de Crasso e de Pompeu, maior general romano da época, que ainda não havia se envolvido com a questão por estar ocupado com uma outra guerra na Hispânia, seria bem sucedido em separar o grupo de Spartacus em três partes. Segundo Plutarco e Floro, Spartacus teria morrido nessa batalha, embora seu corpo jamais tenha sido encontrado. Não se sabe, aliás, quantos dos escravos liderados por Spartacus teriam morrido, mas estima-se que tenham sido por volta de quatro mil; seis mil sobreviventes seriam capturados, mas sequer teriam direito a um julgamento, sendo crucificados ao longo da estrada entre Cápua e Roma, enquanto Crasso e Pompeu retornavam para casa.
Curiosamente, não há nenhum registro histórico de que Spartacus queria acabar com a escravidão em Roma; aparentemente, tudo o que ele queria era fugir e deixar de ser escravo, levando outros que tivessem esse desejo junto com ele. A imagem do Spartacus libertador, que tinha um profundo senso de honra e justiça, e decidiu lutar para extinguir a escravidão, é bastante recente, e se popularizaria devido a um livro, chamado simplesmente Spartacus, escrito pelo norte-americano Howard Fast, que o publicaria por conta própria em 1951. Fast começaria a escrever o livro como reação por sua prisão por envolvimento com o Partido Comunista dos EUA, durante a época do macarthismo, na qual qualquer um remotamente acusado de associação com o comunismo podia ser preso, e várias personalidades do cinema, da música e da literatura tiveram de ir a audiências conduzidas pelo Senado negar publicamente sua associação com o comunismo, sob pena de prisão ou ostracismo. Em 1950, Fast seria convocado para delatar pessoas que contribuíram com um fundo para ajudar os veteranos da Guerra Civil Espanhola, acusados de associação com o comunismo, e, ao se negar, receberia a pena de três meses de prisão.
Segundo Fast, o tema central da história é o de que os valores universais mais básicos da vida são o amor, a liberdade e a esperança, e, quando a opressão acaba com esses valores, o oprimido sente que não tem nada a perder ao se rebelar e decidir enfrentá-la. Dentro dessa lógica, Spartacus seria um símbolo do homem que foi sendo alijado de todos os seus valores mais básicos, até decidir se voltar contra o sistema político para tentar impedir que outros tivessem seu mesmo destino. O livro é narrado por figuras histórias importantes de Roma, como Crasso, Graco, Caio e Cícero, que, usando verbos no passado, se recordam da vida de Spartacus, de sua rebelião e da guerra entre as legiões romanas e seu grupo de escravos; paralelamente a essas narrativas, há um narrador impessoal que usa verbos no presente, e completa a narrativa com informações que os romanos não teriam como saber. Embora todos os personagens do romance sejam reais, ele é uma ficção histórica, com muitos fatos fictícios sendo adicionados aos verídicos - Graco, por exemplo, na realidade morreu dez anos antes do nascimento de Spartacus, mas, no livro, é seu contemporâneo e o conheceu. O livro já começa com Spartacus escravizado, sem citar seu passado na Trácia ou como soldado romano, e foca principalmente em seu grande senso de honra e justiça, que o leva a tentar acabar com a escravidão no Império.
O livro faria um sucesso moderado, mas, na década de 1960, seria alavancado pelo sucesso de um filme baseado nele, seria republicado pela editora Blue Heron Press, e passaria mais de um ano na lista dos mais vendidos. A parte curiosa é que tudo isso surgiria de uma questão ligada ao ego: em 1959, o diretor William Wyler decidiria fazer uma refilmagem de Ben Hur, cujo filme original, mudo e em preto e branco, havia sido lançado em 1925. Todos davam como certa a escalação de Kirk Douglas (inclusive o próprio Douglas), que já havia trabalhado com Wyler em Chaga de Fogo, de 1951, para o papel principal, mas Wyler surpreenderia a todos ao escalar Charlton Heston, de Os Dez Mandamentos, para o papel de Judah Ben Hur. Douglas ficaria irritadíssimo ao ser preterido, e passaria vários dias de mau humor.
Ao perceber o descontentamento do chefe, Eddie Lewis, vice-presidente da Bryna Productions, companhia que Douglas havia fundado para produzir seus próprios filmes e nomeado em homenagem à sua mãe, compraria uma cópia de Spartacus e a daria para que Douglas lesse. O ator gostaria muito da história, e imaginaria que um filme sobre ela poderia ser um sucesso ainda maior que Ben Hur. Douglas compraria os direitos de Fast com seu próprio dinheiro, mas a Bryna não tinha capital ou pessoal para produzir um épico de tamanhas proporções; Douglas, então, conversaria com Peter Ustinov (o Nero de Quo Vadis), Charles Laughton (o Dr. Moreau de A Ilha das Almas Perdidas) e Laurence Olivier (que eu acho que dispensa apresentações, mas, mesmo assim, vá lá, de Ricardo III) e os ofereceria papéis no filme. Com esses três pesos-pesados no elenco, ele conseguiria convencer a Universal a financiar e distribuir o filme, ficando a Bryna apenas creditada como produtora.
Faltava, ainda, um roteirista e um diretor. A princípio, o próprio Fast escreveria o roteiro, mas acabaria desistindo após sentir muita dificuldade ao escrever nesse formato. Douglas, então, escolheria Dalton Trumbo, mas havia um problema: assim como Fast, Trumbo era filiado ao Partido Comunista, e, após sair da prisão, havia sido colocado em uma Lista Negra de Hollywood, cujo efeito prático era o de que qualquer filme escrito por ele teria uma turba furiosa na porta do cinema para impedir que ele fosse assistido. Trumbo, entretanto, não havia parado de escrever, trabalhando para estúdios pequenos usando pseudônimos, e tendo armado um grande esquema envolvendo sua mulher e suas duas filhas para que ninguém soubesse que ele era o verdadeiro roteirista. Ao ser procurado por Douglas, Trumbo achou arriscado trabalhar para um estúdio grande como a Universal, mas, por gostar do projeto, aceitaria, e decidiria escrever o roteiro usando o pseudônimo de Sam Jackson.
Douglas, entretanto, se recusou a aceitar que Trumbo escrevesse sob um pseudônimo, e convenceu a Universal a creditá-lo como roteirista; essa seria a primeira vez em dez anos na qual Trumbo receberia um crédito, e a primeira após ser preso na qual ele entraria em um estúdio pela porta da frente. Mais que isso, o sucesso do filme ajudaria a acabar com a própria Lista Negra: quando ninguém menos que John F. Kennedy, recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, decidiu ignorar os que protestavam e não somente ir a um cinema assistir ao filme, mas também dar uma entrevista dizendo que todos deveriam fazer o mesmo, os grandes estúdios passaram a voltar a contratar os roteiristas renegados, e, com o tempo, os protestos cessariam - o próprio Trumbo ainda seria creditado por mais um grande sucesso também lançado em 1960, Exodus, da United Artists, para o qual foi contratado pelo diretor Otto Preminger, que decidiu fazê-lo quando descobriu que Douglas o havia contratado para escrever Spartacus.
Para a direção, a Universal havia escolhido David Lean (de A Ponte do Rio Kwai e, posteriormente, Lawrence da Arábia), que recusou sem dar maiores explicações. Anthony Mann, conhecido por seus filmes de faroeste (e que, posteriormente, filmaria El Cid) acabaria contratado, mas, após a filmagem da cena de abertura, Douglas, insatisfeito com o comportamento do diretor no set, decidiria dispensá-lo e chamar Stanley Kubrick, na época um jovem diretor com apenas quatro filmes no currículo, mas com quem Douglas já havia trabalhado em Glória Feita de Sangue. Spartacus seria o filme de maior orçamento da carreira de Kubrick, mas também o único no qual ele não teria total controle criativo sobre a obra, tendo de seguir as instruções de Douglas e Trumbo, o que fez com que ele tivesse um estilo bem diferente do restante de sua filmografia - durante as filmagens, inclusive, Kubrick frequentemente reclamaria com Trumbo que o personagem Spartacus era "perfeito demais", e insistiria para que o roteirista lhe desse algum defeito ou peculiaridade, não sendo atendido. Kubrick acabaria "deserdando" o filme, jamais o incluindo em sua filmografia quando a listava.
O filme começa como o livro, com Spartacus (Douglas) já como escravo, trabalhando em uma mina, quando Lentulus Batiatus (Ustinov) lá chega para comprar escravos e transformá-los em gladiadores. No ludus, ele se apaixona por Varínia (Jean Simmons), uma escrava de Batiatus, e sofre nas mãos de Marcellus (Charles McGraw), o abusivo treinador de gladiadores, que não perde uma oportunidade de humilhá-lo. Um dia, o ludus recebe a visita do senador Marco Licínio Crasso (Olivier), o homem mais rico de Roma, que está viajando na companhia de sua namorada, Cláudia Mário (Joanna Barnes), do também senador Marco Glabro (John Dall), de sua esposa Helena (Nina Foch). Crasso compra Varinia, e pede para que Batiatus arranje uma luta até a morte para entretê-los, com Cláudia e Helena selecionando Spartacus e o africano Draba (Woody Strode) para lutar. Inexperiente, Spartacus é derrotado, mas, ao invés de matá-lo, Draba ataca Crasso, sendo morto no processo. Impressionado com a valentia e a honra do colega, e revoltado por Varínia ter sido vendida, no dia seguinte, aproveitando a ausência de Batiatus, Spartacus ataca Marcellus, se une aos campeões Crixus (John Ireland) e Gannicus (Paul Lambert), e lidera os escravos em uma rebelião.
O grupo de Spartacus consegue derrotar vários centuriões romanos e escapar rumo ao sul, onde faz um acordo com o pirata Tigranes (Herbert Lom) para que ele os leve à ilha da Sicília. Crasso, porém, não está disposto a permitir a fuga, e reúne um grande exército para atacá-los, do qual Spartacus é avisado por Antoninus (Tony Curtis), um escravo de Crasso que decide desertar e se unir ao grupo de Spartacus. Paralelemente a isso, o senador Tibério Graco (Laughton), que imagina que Crasso tentará dar um golpe em Roma e se tornar ditador caso derrote Spartacus, decide financiar um jovem senador de nome Júlio César (John Gavin), para que este derrote Spartacus e impeça a vitória de Crasso.
Kubrick queria filmar em Roma, mas o presidente da Universal, Edward Muhl, andava insatisfeito com o fato de que todos os diretores de épicos sempre queriam filmar na Europa, e queria provar que era possível filmar um épico em Hollywood; no fim, os dois chegaram a um meio-termo, com a maior parte do filme sendo filmada nos estúdios da Universal, a sequência inicial no Vale da Morte, em Nevada, e as cenas externas de batalha na Espanha, em uma vasta planície próxima a Madrid, com soldados do exército espanhol atuando como centuriões romanos. Para das a ilusão de grandes plateias nas cenas de arena, filmadas em estúdio, Kubrick iria até um jogo de futebol americano universitário da Michigan State contra a Notre Dame e gravaria os gritos e apupos da torcida - pedindo, inclusive, para que eles gritassem, durante o intervalo, para que ele gravasse, "salve, Crasso" e "eu sou Spartacus".
Spartacus estrearia nos cinemas dos Estados Unidos em 6 de outubro de 1960; com orçamento de 12 milhões de dólares, uma quantia gigantesca para a época, renderia cinco vezes mais, se tornando o maior sucesso da Universal até então, se mantendo como o filme mais rentável da história do estúdio durante dez anos, até ser ultrapassado, em 1970, por Aeroporto, que, com orçamento de dez milhões, renderia cem. No início, a crítica não seria favorável ao filme, considerando-o irregular, e apontando, principalmente, o fato de que ele havia sido "escrito por um comunista, baseado em um livro de um comunista"; após o aval de Kennedy, porém, a crítica passaria a ver o filme com melhores olhos, e ele receberia até mesmo seis indicações ao Oscar, ganhando as de Melhor Edição de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Ator Coadjuvante (Ustinov), mas perdendo Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora.
A perda do Oscar de Melhor Trilha Sonora (para a de Exodus), aliás, é considerada uma das maiores injustiças da história do prêmio, já que a trilha composta por Alex North, que, ao longo de sua carreira, ganhou um total de seis Oscars, é considerada uma das melhores da história do cinema. North faria uso de vários instrumentos pouco convencionais, como um oboé chinês e um sarrusofone, para que a música soasse legitimamente romana, e arriscaria compondo músicas sem centro tonal ou que mudavam de estilo ao se modificar apenas os valores tonais - como o tema usado para representar tanto a escravidão quanto a liberdade, que é a mesma música, mas executada de duas formas diferentes. Em 2010, em comemoração aos 50 anos do filme, a trilha sonora completa seria lançada em uma caixa limitada a cinco mil unidades, que continha seis CDs, um DVD e um livreto de 168 páginas.
O filme teria quatro versões lançadas, com a original, de 1960, tendo 184 minutos de duração. Em 1967, ele seria relançado nos cinemas, mas com apenas 161 minutos, para que pudesse ser exibido sem intervalo - era comum na época que filmes longos contassem com um intervalo durante a projeção, durante o qual o filme era interrompido para que os espectadores pudessem esticar as pernas, fumar, ir ao banheiro, fazer um lanchinho etc. Em 1991, o filme sofreria uma restauração, e seria lançada uma nova versão de 196 minutos, que teria de volta os 23 removidos em 1967, e ainda incluiria 14 minutos de cenas removidas antes do lançamento original por serem consideradas violentas ou amorais, inclusive uma cena na qual Crasso tenta seduzir Antoninus - essa cena, aliás, teve restauração difícil, já que seu áudio original não foi encontrado e ela precisou ser redublada; Curtis, então com 66 anos, dublou ele mesmo Antoninus, mas Olivier havia falecido em 1989, de forma que Crasso foi dublado por Anthony Hopkins imitando a voz de Olivier, uma sugestão da viúva de Olivier, Joan Plowright. Por opção própria, Kubrick não participaria da restauração, conduzida por Robert A. Harris e Steven Spielberg, mas a aprovaria após assisti-la.
Essa versão de 1991 é a presente hoje na maior parte dos lançamentos em home video, como as versões à venda aqui no Brasil em DVD e Blu-ray; existe ainda, entretanto, uma quarta versão, de 2015, restaurada em 4K e com 208 minutos de duração, incluindo mais 12 minutos de cenas que eram consideradas perdidas mas foram encontradas em negativos de colecionadores no início da década de 2010. Essa versão seria lançada exclusivamente em Blu-ray nos Estados Unidos (aqui no Brasil, a versão vendida como "Edição de 55o Aniversário" é a mesma já lançada antes em DVD, apenas com uma capa diferente), após ser exibida em uma sessão especial no Film Forum, um cinema de Nova Iorque dedicado a exibir grandes produções gratuitamente para o público que normalmente não tem acesso ao cinema. Por incrível que pareça, essa última versão ainda não é a "mais completa", pois, segundo os registros da Universal, ainda está desaparecida uma cena de quatro minutos na qual Graco recebe a notícia de que Crasso derrotou Spartacus, e que não consta de nenhuma versão dos negativos encontrada até hoje.
Apesar do grande sucesso do filme, ele e o livro seriam as únicas obras de destaque sobre Spartacus durante mais de quarenta anos (na década de 1960, para aproveitar o sucesso do filme, ainda seriam lançadas produções de baixo orçamento como O Filho de Spartacus e A Vingança de Spartacus, mas essas nem contam); somente em 2004 o canal a cabo USA Network decidiria lançar uma minissérie em dois episódios estrelada por Goran Visnic, Alan Bates, Angus Macfadyen, Rhona Mitra e Ben Cross, posteriormente condensada e lançada em DVD como se fosse um filme de 171 minutos. A minissérie é mais fiel ao livro que o filme, mas é narrada por uma mulher que está contando a história de Spartacus a seu filho, os quais, no fim, descobrimos que são Varínia e o filho que ela teve com Spartacus.
Em 2009, outro canal a cabo, o Starz, anunciaria estar produzindo uma série protagonizada por Spartacus, sem associação com o livro ou o filme, e que focaria em aspectos como a vida de Spartacus antes de ele ser escravizado e as vidas pessoas dos gladiadores com os quais ele dividia o ludus. Com o nome de Spartacus: Sangue e Areia (Spartacus: Blood and Sand, no original), a primeira temporada dessa série teria 13 episódios, exibidos entre 22 de janeiro e 23 de abril de 2010. Vale dizer que é uma série "para adultos", com violência exagerada, mortes nojentas, cenas de sexo quase explícitas e nu frontal masculino e feminino.
Filmada na Nova Zelândia e produzida por Steven S. DeKnight e Robert Tapert, a série começa com Spartacus (Andy Whitfield) ainda na Trácia, sendo recrutado por Gaio Cláudio Glaber (Craig Parker) para lutar pelo Império Romano, com a promessa de que, em troca, os romanos os ajudariam a proteger suas terras de seus inimigos, os Getae. Cláudio, porém, está insatisfeito com a posição, muito distante de Roma e longe das principais batalhas, e decide, por conta própria, mudar os planos de ataque, para tentar chamar a atenção do senado sobre sua perícia como estrategista militar. Spartacus não concorda, pois isso deixará sua vila aberta a um ataque dos Getae, desafia Cláudio, e volta para casa. Cláudio, então, passa a considerá-lo um desertor, captura a ele e a sua esposa, Sura (Erin Cummings), e leva a ambos como escravos para Roma. Lá, Sura tem um destino incerto, enquanto Spartacus é vendido a Quintus Lentulus Batiatus (John Hannah, do filme A Múmia com Brandon Fraser) e levado a Cápua para ser treinado como gladiador.
No ludus, Spartacus é recebido com antipatia por Crixus (Manu Bennett, de O Hobbit), o atual campeão, que não vê nele um gladiador. De fato, Spartacus não tem nenhuma intenção de lutar para fazer a fama de Batiatus, obedecendo com relutância às ordens de Oenomaus (Peter Mensah), um ex-gladiador que agora atua como treinador. Batiatus, porém, acredita que Spartacus pode ser a chave para ele finalmente se tornar um lanista (tipo um empresário dos gladiadores) de sucesso e sair de Cápua, e faz com ele um trato: se Spartacus aceitar lutar em seu nome, ele encontrará Sura, a comprará, e Spartacus poderá viver com ela no ludus. Spartacus aceita, mas tem seus próprios planos: fugir com Sura assim que o casal for reunido. Infelizmente, esse plano não dá muito certo, e, revoltado, Spartacus decide liderar os escravos do ludus em uma revolta contra Batiatus, fugindo para sua liberdade.
Outros personagens da primeira temporada incluem Lucrécia (Lucy Lawless, conhecida por minha mãe como "a Xena"), a esposa de Batiatus, dondoca que sonha ter um filho e ascender de vida indo morar em Roma, mas parece estar cada vez mais longe de ambos os objetivos; Illithyia (Viva Bianca), a esposa de Cláudio, de família riquíssima, que acaba desenvolvendo uma atração sexual por Spartacus; Solonius (Craig Walsh Wrightson), lanista rival de Batiatus; Varro (Jai Courtney), romano que aceitou se tornar gladiador para saudar dívidas e garantir o futuro de sua esposa, Aurélia (Brooke Williams), e que acaba se tornando o melhor amigo e confidente de Spartacus no ludus; Barca (Antonio Te Maioha), gladiador fortíssimo que também atua como guarda-costas de Batiatus; Pietros (Eka Darville), rapaz que é escravo do ludus e amante de Barca; Naevia (Lesley-Ann Brandt), escrava de Lucrécia por quem Crixus é apaixonado; Mira (Katrina Law), escrava do ludus que se apaixona por Spartacus; Agron (Dan Feuerriegel), gladiador de origem germânica que chega ao ludus depois de Spartacus e o ajuda a planejar a rebelião; e o perigoso Ashur (Nick E. Tarabay), ex-gladiador mau caráter de origem síria, que se feriu em uma luta e ficou impossibilitado de prosseguir em sua função, sendo, então, aproveitado por Batiatus como capanga, fazendo o trabalho sujo sempre que necessário e espionando os demais gladiadores para seu patrão.
A primeira temporada faria um grande sucesso, e a série seria renovada para uma segunda. Whitfield, porém, seria diagnosticado com um linfoma não-Hodgkin, e não poderia começar a gravar a segunda temporada enquanto não concluísse o tratamento. Para que a série não ficasse um ano inteiro fora do ar, a Starz decidiria gravar uma minissérie que atuasse como "prequência", contando eventos ocorridos em Cápua antes da chegada de Spartacus. Com o nome de Spartacus: Deuses da Arena (Spartacus: Gods of the Arena), essa minissérie teria 6 episódios, exibidos entre 21 de janeiro e 25 de fevereiro de 2011.
Na minissérie, Batiatus é apenas um jovem lanista, no início de sua carreira, assim como seu melhor amigo, Solonius. Apesar de Batiatus morar no ludus com sua esposa Lucrécia, e de ser o responsável pelo treinamento e promoção das lutas dos gladiadores, o verdadeiro dono do ludus e dos gladiadores é seu pai, Titus Lentulus Batiatus (Jeffrey Thomas), com quem Batiatus não se dá bem, principalmente por não concordar com suas decisões a respeito da condução dos negócios. Os dois principais gladiadores de Batiatus são Gannicus (Dustin Clare), que tem imenso talento, mas nenhuma disciplina, e Oenomaus, o mais disciplinado de todos, mas que não é tão talentoso; Oenomaus é casado com uma das escravas de Lucrécia, Melitta (Marisa Ramirez), que acaba se apaixonando por Gannicus, formando um triângulo amoroso.
Os demais personagens da primeira temporada presentes na minissérie são Barca, que já é um gladiador de considerável fama; Crixus, que é um escravo recém-comprado, que aparentemente não leva jeito para ser gladiador, mas que planeja treinar até se tornar o melhor de todos; Ashur, também recém-comprado, mas que pretende conseguir vitórias na arena com trapaças ao invés de com esforço; e Naevia, recém-comprada para ser escrava de Lucrécia. Novos personagens da minissérie incluem Ulpius (Temuera Morrison), o treinador dos gladiadores, posto que, na primeira temporada, pertence a Onoemaus; Gaia (Jaime Murray), amiga rica e extravagante de Lucrécia que decide passar uma temporada morando com ela no ludus; Túlio (Stephen Lovatt), agiota para quem Batiatus deve dinheiro; Vettius (Gareth Williams), principal rival de Batiatus; Cossutius (Jason Hood), homem mais rico de Cápua, a quem Batiatus quer agradar a todo custo; Diona (Jessica Grace Smith), comprada junto com Naevia, mas de personalidade totalmente diferente; e Dagan (Shane Rangi), gladiador sírio que não fala latim e é frequentemente enganado por Ashur.
Infelizmente, Whitfield não conseguiria se curar do câncer, e, em uma reunião com a Starz, ficaria decidido, com sua autorização, que um novo ator seria escolhido para interpretar Spartacus na segunda temporada. Após meses de testes, o escolhido seria Liam McIntyre, que inclusive regravaria algumas cenas da primeira temporada para que, quando Spartacus aparecesse em flashbacks, não tivesse uma aparência diferente. Whitfield acabaria falecendo em setembro de 2011, aos 40 anos, e receberia uma homenagem ao final do primeiro episódio da segunda temporada.
Com o nome de Spartacus: Vingança (Spartacus: Vengeance), a segunda temporada teria 10 episódios, exibidos entre 27 de janeiro e 30 de março de 2012. Após fugir do ludus, Spartacus (McIntyre), Agron, Crixus, Oenomaus e Mira tentam fugir dom Império Romano e viver suas vidas em liberdade; no caminho, eles arregimentam vários outros escravos que libertam, como Nasir (Pana Hema Taylor), jovem camareiro que deseja se tornar guerreiro e acaba se tornando amante de Agron; e três germânicos libertados antes que fossem vendidos como escravos, o ambicioso Donar (Heath Jones), o forte Lugo (Barry Duffield) e a bela e mortal Saxa (Ellen Hollman). Aurélia e Gannicus, de forma relutante, também acabam se unindo ao grupo de Spartacus, e, enquanto o grupo ruma para o Monte Vesúvio, Crixus pede para que Spartacus o ajude a encontrar Naevia (cuja atriz também mudou, sendo agora interpretada por Cynthia Addai-Robinson), a quem Batiatus vendeu ainda na primeira temporada, quando descobriu seu romance com o Gladiador.
Enquanto isso, em Cápua, Cláudio, para seu desespero, é escolhido pelo senado para ir morar no ludus e de lá liderar as legiões que perseguirão Spartacus. Ele leva consigo Illithyia, que está grávida, e seu tribuno Marcus (Luke Pegler), e aproveita Ashur como capanga; Lucrécia também continua morando na casa, graças a uma confusão que faz com que todos acreditem que ela tem poderes mediúnicos e será indispensável à captura de Spartacus - sua relação com Illithyia, porém, azeda de vez, já que o maior sonho de Lucrécia é engravidar, e a esposa de Cláudio é um lembrete de seu fracasso. Outros personagens de destaque da segunda temporada são Públio Varínio (Brett Tucker), rival político de Cláudio, que quer usar seus fracassos na captura de Spartacus para desacreditá-lo junto ao senado; e os ricos irmãos Seppius (Tom Hobbs) e Seppia (Hanna Mangan-Lawrence), que posam de amigos de Cláudio mas, na verdade, agem conforme seus próprios interesses.
A segunda temporada faria bem menos sucesso que a primeira e a minissérie, e, por pouco, a Starz não cancelaria a série ali mesmo, o que só não foi feito porque DeKnight convenceu os executivos do canal a permitir que ele fizesse uma terceira temporada de mais dez episódios, que introduzisse Crasso e Júlio César, e culminasse com a morte de Spartacus. Com o nome de Spartacus: A Guerra dos Condenados (Spartacus: War of the Damned), a terceira temporada seria exibida entre 25 de janeiro e 12 de abril de 2013.
Nela, o grupo liderado por Spartacus, e que conta, dentre outros, com Crixus, Gannicus, Agron, Naevia, Saxa, Nasir, Lugo e Donar, um ano depois de a rebelião começar, consegue tomar uma cidade próxima ao litoral, e de lá começa a fazer planos para contratar piratas que os levem para longe do alcance do Império. Para impedi-los, o senado nomeia Marco Licínio Crasso (Simon Merrells), que parte acompanhado de seu filho, Tibério (Christian Antidormi), e de seu principal general, Júlio César (Todd Lasance), além, é claro, de milhares de soldados. Encurralado, Spartacus não tem escolha a não ser dividir suas tropas e tentar um último ataque contra Roma. Novos personagens da terceira temporada incluem Kore (Jenna Lind), escrava e amante de Crasso; Casto (Blessing Mokgohloa), pirata que decide se unir ao grupo de Spartacus; Nemetes (Ditch Davey) escravo membro do grupo de Spartacus que começa a achar que a rebelião não foi uma ideia tão boa assim; Sibyl (Gwendoline Taylor), escrava que se apaixona por Gannicus após ter a vida salva por ele; e Laeta (Anna Hutchison, de Power Rangers Fúria da Selva), esposa do prefeito da cidade tomada por Spartacus, que acaba se unindo a seu grupo e se tornando sua amante.
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