Time Killers, na verdade, não era muito bom. Os gráficos não eram lá essas coisas, derrotar os oponentes controlados pelo computador era praticamente impossível, e os personagens não eram muito carismáticos. Ainda assim, eu o achava um jogo muito divertido, e sempre tentava convencer um amigo a jogar contra mim no único local onde eu sabia que tinha uma máquina, uma locadora de games perto de onde eu estudava, que a importou dos EUA, tanto que, ao invés de fichas, tínhamos de usar moedas de 25 cents para jogar, fornecidas pela própria locadora. Depois que essa máquina saiu de lá, eu nunca mais joguei, primeiro porque não havia nenhuma versão caseira a meu alcance, segundo porque, como eu falei, o jogo não era lá muito bom - eu até cheguei a baixá-lo para tentar jogar em um emulador, mas acabei desistindo depois de relembrar na prática como era impossível derrotar os oponentes controlados pelo computador.
Por causa de uma certa memória afetiva, entretanto, de vez em quando eu penso em escrever sobre Time Killers aqui para o átomo. Na verdade, eu jurava que já tinha escrito, e qual não foi minha surpresa ao descobrir, essa semana, que ainda não o havia feito. Assim, decidi fazê-lo, para que, da próxima vez, eu não tenha novamente essa surpresa. Diante disso, é dia de Time Killers no átomo!
Lançado em novembro de 1992, Time Killers foi desenvolvido pela Incredible Technologies, e publicado pela Strata. Foi o primeiro jogo de luta no qual cada personagem portava uma arma, e, como já foi dito, o primeiro, depois de Mortal Kombat a trazer sangue, mutilações e golpes que matavam o oponente de forma violenta; apesar disso, esteticamente falando, Time Killers está mais próximo de Street Fighter II que de Mortal Kombat, já que utiliza sprites, e não gráficos digitalizados. A razão pela qual eu usei "está mais próximo de" ao invés de "se parece mais com" é que Time Killers não se parece em nada com Street Fighter II, usando gráficos caricatos, cenários simples, e sprites de certa forma datados, que lembram jogos produzidos para PC no comecinho dos anos 1990, como Commander Keen e Bio Menace.
Pelo menos Time Killers, diferentemente de muitos outros clones de Street Fighter II, faz um esforço para ter um enredo diferente de "todo mundo se enfrenta em um torneio e fim", mesmo que esse esforço tenha resultado em um torneio um tanto bizarro: oito guerreiros que morreram em batalha, oriundos de diferentes lugares e épocas, são selecionados pela Morte para se enfrentar em um torneio no além-vida, cujo prêmio, caso eles consigam derrotar todos os seus pares e a própria Morte em uma luta final, será a imortalidade. Esse enredo levanta uma série de perguntas: por que a Morte escolheu guerreiros que já estão mortos? Se eles já estão mortos, como vão matar uns aos outros? Se eles já estão mortos, como vão conseguir a imortalidade? E a mais importante de todas: se a Morte for morta na luta final, qual será a vantagem de conseguir a imortalidade, já que, sem a Morte, ninguém mais no mundo vai morrer de qualquer forma?
Enfim, os oito lutadores, e a época da qual cada um foi pinçado são: Thugg (20.000 a.C.), um homem das cavernas enorme que usa como arma um machado de pedra gigantesco, e originalmente morreu quando sua tribo se rebelou contra invasores alienígenas que vieram à Terra sequestrar humanos para levar a seu planeta, onde seriam usados como escravos e comida; Leif (829), viking que porta um machado de batalha e morreu em combate contra o Exército Negro, composto por mortos vivos e liderado por Black Thorn, sacerdote que queria dominar o mundo; Lord Wülf (1202), cavaleiro medieval de armadura completa, nascido em Camelot e portando a espada Excalibur, que desapareceu misteriosamente após matar Conde Morbid, vilão que tentou dominar a Inglaterra e foi responsável por matar toda a família de Wülf; Musashi (1455), samurai de armadura que luta com uma katana e uma wakizashi, morto em uma luta contra um dragão que matou todo o seu exército; Rancid (2024), punk da cidade de Nova Chicago que luta usando uma motosserra, e desapareceu misteriosamente após matar um homem que havia cometido uma série de assassinatos e o incriminado por eles, o que o levou a passar um bom tempo na prisão; Orion (2885), aventureiro espacial criado em laboratório que luta usando uma espada elétrica e desapareceu enquanto fugia da polícia por ter sido incriminado por um ataque alienígena; Matrix (3297), uma das duas personagens femininas do jogo, soldado que possui um braço biônico no lugar de um que perdeu em combate, usa uma espada de plasma como arma, e morreu durante um ataque de robôs que se rebelaram contra a humanidade; e Mantazz (4002), rainha de uma raça alienígena que lembra louva-a-deus gigantes, luta usando suas enormes garras, e morreu durante uma luta contra os humanos quando sua raça tentou invadir a Terra. O último chefe é Death, a Morte em pessoa, que é do sexo masculino e não se parece com um esqueleto de capa e capuz, e sim com um demônio roxo de cabelos louros e roupa azul e verde, mas ainda usa como arma sua famosa foice.
Time Killers usa cinco botões para os golpes; no gabinete do arcade, esses botões estão dispostos sobre uma figura humana, posicionados de acordo com a função que cada um deles possui: um deles é usado para golpes com o braço direito, um é usado para golpes com o braço esquerdo, um para golpes com a perna direita, um para a perna esquerda, e o quinto é usado para atacar o oponente com cabeçadas; pressionar os dois botões dos braços ao mesmo tempo resulta em um golpe forte com o braço armado do personagem, e pressionar os dois botões das pernas resulta em um chute forte. Assim como em Street Fighter II, para bloquear, basta colocar o direcional para trás quando o personagem estiver sendo atacado. Cada personagem também possui por volta de dez especiais, embora a maioria deles seja bastante simples (como um especial de Rancid que é simplesmente um pulo curto seguido de joelhada ao estilo de Double Dragon); o grande número de especiais é para compensar o fato de que Time Killers não tem combos: toda vez que é atingido, um personagem chega um pouquinho para trás, o que torna impossível emendar um golpe no outro.
Um botão para cabeçadas pode parecer uma coisa muito específica, mas não está ali à toa: em Time Killers, atingir repetidamente os braços do oponente com sua arma pode fazer com que um deles seja arrancado, tornando o botão correspondente àquele braço inútil, e fazendo com que o oponente só possa atacar com o outro. Se mais golpes forem desferidos, o outro braço também é arrancado, o que fará com que o personagem só possa atacar com chutes e cabeçadas. Um personagem que perca o braço que carrega sua arma não pode mais usar golpes comuns e especiais que usem a arma, e um personagem que perca ambos os braços não pode mais bloquear, ficando à mercê do oponente. Felizmente (ou infelizmente, depende do ponto de vista), não é possível arrancar as pernas dos personagens, por mais que você as acerte, então todo personagem possui pelo menos três golpes comuns diferentes até o final de cada round - sim, porque, no início do round seguinte, braços decepados retornam sem qualquer explicação.
Por incrível que pareça, entretanto, é possível arrancar a cabeça do oponente - e não, ele não continua lutando sem cabeça. Caso um personagem seja decapitado, o round termina imediatamente com a vitória do outro, independentemente de quanta energia restante cada um dos dois tinha. Para tentar decapitar um oponente, o jogador deve usar um Death Move, um ataque giratório com a arma obtido ao se pressionar simultaneamente todos os cinco botões - e que só pode ser usado se o personagem ainda tiver os dois braços. É extremamente difícil usar um Death Move, primeiro porque, devido à posição dos botões, é complicado apertar todos os cinco sem soltar o direcional, o que não é uma boa ideia no meio de uma luta; segundo porque o Death Move, como qualquer ataque do jogo, pode ser bloqueado normalmente caso o oponente ainda tenha pelo menos um dos braços; terceiro porque o ataque tem de acertar exatamente a cabeça do oponente, causando bastante dano mas não o decapitando caso o acerte no tronco ou nos braços - e também não decepando um braço automaticamente caso o acerte. Como se isso tudo já não fosse o bastante, se você tentar o Death Move e for bloqueado, ou se não acertar o oponente com ele, seu personagem ficará incapaz de se mover ou defender durante um segundo, o suficiente para que o oponente contra-ataque. O lado bom é que não existe limite de vezes para você tentar acertar um oponente com um Death Move por round, nem tempo mínimo de luta para usá-lo - é possível acertar um oponente com um Death Move no primeiro segundo de luta, encerrando-a em tempo recorde.
Além do Death Move, existe o Super Death Move, que é exatamente a mesma coisa, mas deve ser usado quando o oponente está atordoado. Caso um Super Death Move acerte qualquer lugar do corpo do oponente, o personagem cortará seus dois braços e sua cabeça, encerrando o round imediatamente. O fato de que o oponente está atordoado, incapaz de se mover ou bloquear, faz com que o Super Death Move seja um golpe meio desleal - principalmente se você levar em conta que os atordoamentos em Time Killers ocorrem de forma aleatória, independentemente da quantidade de dano que o personagem recebeu, sendo até possível atordoar um oponente com apenas um soco comum no início do jogo. Assim como ocorre com os braços decepados, cabeças decepadas pelo Death Move e pelo Super Death Move retornam no início do round seguinte como se nada tivesse acontecido.
O esquema de jogo de Time Killers é bastante simples: cada luta dura três rounds, sendo vencedor o personagem que ganhar dois deles primeiro. Na primeira parte do jogo, você enfrentará, em ordem aleatória, todos os oito personagens do jogo, incluindo o seu próprio (com um esquema de cores diferente), embora o jogo não dê qualquer explicação para esse acontecimento (eu vou arriscar dizer que é a Morte os testando para saber se eles seriam capazes de derrotar a si mesmos); derrotando todos os oito, vem a luta contra Death, que é disputada em um único round, mas com uma pegadinha: Death não tem energia, e só pode ser derrotado com um Death Move bem sucedido - como ele nunca fica atordoado, não é possível derrotá-lo com um Super Death Move. Para tornar o embate ainda mais difícil para o seu lado, mesmo sem Death ter energia, a luta possui um limite de tempo, com você sendo sempre o perdedor caso o tempo chegue a zero. E caso isso ainda não o tenha convencido, Death não tem energia, mas o seu personagem tem, e Death é tão forte que consegue acabar com toda ela com uns três ou quatro golpes - além de ser o único personagem do jogo com um especial que causa a mesma quantidade de dano se for bloqueado que causaria se não tivesse sido, um salto com mergulho flamejante quase impossível de ser esquivado.
Como eu já disse, aliás, jogar Time Killers contra o computador é enervante: personagens controlados pelo computador (incluindo Death) são extremamente agressivos, emendando um golpe atrás do outro com uma destreza que torna quase impossível atingi-los entre um golpe e outro; além disso, caso você seja atordoado, pode ter certeza absoluta de que será morto por um Super Death Move. A boa notícia é que é possível decepar os braços dos personagens controlados pelo computador normalmente (inclusive os de Death!), com a luta ficando um pouco mais fácil depois que eles perdem um braço ou dois.
Time Killers só teve uma única versão caseira, lançada para o Mega Drive. A Strata planejava lançar essa versão em 1994, juntamente com uma para o Super Nintendo, mas as críticas extremamente negativas recebidas pelo jogo dos arcades fariam com que a Nintendo desistisse de sua versão, e com que a própria Strata desistisse de lançar a versão Mega Drive, que já estava quase pronta. Somente em julho de 1996, quase quatro anos após o lançamento da versão arcade, é que a Black Pearl, que compraria o catálogo da Strata após sua falência no início daquele ano, decidiria lançar a versão Mega Drive, que foi considerada ainda pior que a versão arcade, por ter sprites menores, cenários mais simples, e por não contar com o Death Move e o Super Death Move.
Time Killers jamais teve uma sequência, mas acabou tendo um "sucessor espiritual". Lançado em maio de 1994, também desenvolvido pela Incredible Technologies e publicado pela Strata, BloodStorm tinha jogabilidade extremamente semelhante, mas personagens e enredo completamente diferentes. Ambientado em um futuro pós-apocalíptico no qual a Terra é governada por um Imperador, o jogo começa quando esse Imperador é brutalmente assassinado pelo déspota Nekron, que assume o poder e começa um reinado de terror. Oito guerreiros, então, partem para derrotá-lo, com o prêmio sendo tornar-se o novo Imperador.
BloodStorm também usa cinco botões, sendo um para cada braço e um para cada perna do personagem, mas, nele, o quinto botão é usado para bloquear, como em Mortal Kombat. Não existem golpes fortes e cada personagem só tem cinco especiais, mas esses costumam ser mais úteis que os de Time Killers, e é possível realizar alguns combos rudimentares. Ao invés de armas personalizadas, cada personagem possui uma luva tecnológica chamada Gauntlet, necessária para executar alguns dos especiais. Ao estilo de Megaman, quando você derrota um oponente, sua Gauntlet absorve os poderes da dele, e você ganha um dos especiais do oponente derrotado (um especial específico, não um deles sorteado aleatoriamente), que é representado no painel por uma insígnia abaixo de sua energia. Infelizmente, se você tiver de dar continue, perderá todos os especiais que ganhou, mas o jogo possui um sistema de passwords, com o qual é possível retornar para a última luta que você venceu.
Assim como em Time Killers, é possível arrancar os braços dos oponentes acertando-os repetidas vezes, e, se um oponente perder o braço da Gauntlet, perderá o acesso a boa parte de seus especiais - é possível, porém, largar a Gauntlet a qualquer momento, o que deixa o personagem incapaz de executar os especiais que precisam dela, mas também evita que ele a perca no caso de perder um braço, podendo pegá-la de volta com o outro se for o caso. Perdendo os dois braços, assim como em Time Killers, o personagem fica incapaz de bloquear. Os golpes de decapitação, agora propriamente chamados de Decapitation, também estão presentes; eles ainda podem ser usados a qualquer momento, e ainda são difíceis de acertar e deixam o personagem aberto ao contra-ataque se falharem, mas, agora, cada personagem tem seu próprio golpe Decapitation, com comando e animação diferentes.
Agora também é possível arrancar as pernas do oponente, com um golpe especial chamado Sunder; cada personagem tem seu próprio comando para o Sunder, que só pode ser usado caso o oponente esteja atordoado. O Sunder remove ambas as pernas do oponente simultaneamente, mas ele poderá continuar lutando com os braços normalmente, e até mesmo se movendo para a frente e para trás, usando os botões de chute ao invés do direcional. Um personagem sem os dois braços e as duas pernas, por outro lado, fica completamente indefeso, e pouco pode fazer além de assistir ao oponente acabar com a energia que ainda lhe resta. Um oponente atordoado também está suscetível a uma espécie de Fatality - mais uma vez, cada personagem tem o seu - que encerra a luta automaticamente, independentemente da energia restante. Felizmente, em BloodStorm os atordoamentos não são aleatórios, e sim causados por receber muito dano em pouco tempo - o jogo até mesmo avisa quando um personagem está prestes a ser atordoado, e, se ele conseguir passar um certo tempo sem receber novo dano, a contagem do atordoamento zera.
Os oito personagens são Hellhound, chefe do povo do fogo da província do sul; Freon, chefe do povo do gelo da província do norte (desnecessário dizer, os povos do fogo e do gelo são inimigos mortais, e Hellhound e Freon e odeiam mutuamente); Tempest, a filha do Imperador assassinado, que tem o poder de controlar os ventos; Razor, homem condenado por um crime que não cometeu, que sofreu experimentos na prisão que o transformaram em um ciborgue, e agora, após ter cumprido sua pena, deseja se tornar o novo Imperador; Tremor, homem enorme e extremamente forte, chefe de uma raça conhecida como Earthians, que vive nos subterrâneos; Mirage, chefe de uma tribo de amazonas canibais que vive no deserto e odeia os homens; Talon, cientista que fez experimentos em si mesmo até se tornar pouco mais que um robô com cérebro humano (e bastante parecido com Lex Luthor em sua armadura verde); e Fallout, um guerreiro misterioso vindo de uma parte do planeta onde todos considerável ser impossível haver vida devido à radiação, com motivação e objetivos desconhecidos.
Mais uma vez, após escolher seu personagem, o jogador terá de enfrentar todos os oito disponíveis, incluindo o seu próprio. Depois de derrotar os oito, e antes de enfrentar Nekron, o jogador terá de enfrentar dois sub-chefes: Sin, uma mulher musculosa vestida de couro, e Chainsaw, uma espécie de pterodáctilo que tem a Gauntlet presa à sua cauda, e é difícil de ser atingido porque passa a luta inteira voando. Nekron, o último chefe, é um homem gigantesco, com quase o dobro do tamanho dos demais personagens, que se assemelha a um samurai demoníaco e possui a Gauntlet mais poderosa de todas.
O modo para um jogador, aliás, é bem menos enervante que o de Time Killers, com os oponentes não sendo tão agressivos - de fato, eles defendem pouco, até mesmo Nekron, que pode te matar rapidamente com seus golpes, mas também não é tão difícil de ser atingido, e, diferentemente de Death, possui energia, podendo ser derrotado da forma normal. Uma das maiores novidades do modo para um jogador de BloodStorm são os personagens secretos: existem sete ao todo, cada um possuindo um pré-requisito para que o jogador o enfrente na luta seguinte, e que não contam para o limite de oito lutas antes de enfrentar Sin.
Os sete personagens secretos são Shadow, um demônio invisível (só é possível ver sua sombra no chão); Golem, uma espécie de Monstro de Frankenstein criado por Nekron a partir de partes de corpos de diferentes oponentes que tentaram derrotá-lo; Dimentia, uma mulher careca com três olhos e fortes poderes psíquicos, aliada de Nekron; Crainiac, um robô controlado por um cérebro humano (e exposto em sua cabeça); o demônio ciborgue Wraith; Ratchet, um esqueleto robô parecido com os de O Exterminador do Futuro; e Blood, uma criatura artificial feita inteiramente de sangue, criada por Nekron e cujo único propósito é matar. Assim como ocorre com os oito personagens à escolha do jogador, derrotar um secreto confere ao personagem um de seus golpes - o que também acontece com Sin, mas não com Chainsaw ou com Nekron.
Os personagens de BloodStorm também são feitos com sprites, exceto as Gauntlets, que são feitas por computação gráfica - assim como Chainsaw e Nekron, totalmente feitos por CG. Os cenários também são inteiramente feitos por CG, e alguns deles contêm armadilhas, como espinhos, ácido ou abismos; executando o golpe correto, é possível jogar o oponente contra essas armadilhas, encerrando o round imediatamente - exceto no cenário de Sin, que tem paredes com espinhos que vão se fechando na direção dos personagens, mas somente o personagem do jogador pode ser morto por eles, com Sin não recebendo nenhum dano se os tocar. Alguns outros cenários também possuem bizarrices como a possibilidade de se pular para lutar na parte de trás do cenário, algumas delas usadas para se encontrar as lutas contra os secretos. Também vale citar que o sistema de passwords também pode ser usado para se inserir códigos que modificam alguns aspectos do jogo, mais ou menos como em Mortal Kombat 3 - como tornar os personagens cabeçudos, aumentar o dano dos especiais etc. Oito desses códigos permitem que o jogador controle os sete secretos e mais Sin, com cada um dos oito tendo, inclusive, seu próprio final.
BloodStorm ficou apenas nos arcades, nunca recebendo uma versão caseira; versões para o Saturn e o Playstation chegaram a ser anunciadas no início de 1995, mas acabaram canceladas sem que o motivo fosse divulgado. A Strata também planejava lançar uma sequência, chamada simplesmente BloodStorm 2, mas, com problemas financeiros, a empresa fecharia as portas no início de 1996, e esse projeto seria abandonado.
Para finalizar, vale contar uma história extremamente interessante associada a BloodStorm: o intuito da Strata, logicamente, era fazer com que BloodStorm fosse um concorrente direto para Mortal Kombat, talvez até desbancando o jogo da Midway; para isso, ela não pouparia esforços, contratando até mesmo Daniel Pesina, o intérprete de Johnny Cage, Scorpion, Sub-Zero e Reptile nos dois primeiros Mortal Kombat para estrelar o cartaz promocional de seu jogo. No tal cartaz, Pesina aparecia vestido uma calça preta, munhequeiras, tênis e óculos idênticos aos de Cage, com o cabelo penteado da mesma forma, em frente ao gabinete do arcade de BloodStorm, agindo como se estivesse extremamente empolgado em jogá-lo. O intuito da Strata era dizer que BloodStorm era tão bom que até mesmo Johnny Cage, astro de seu maior rival, o aprovava.
Após posar para o cartaz, não somente Pesina seria demitido pela Midway, como também Johnny Cage, Scorpion e Reptile ficariam de fora de Mortal Kombat 3 - com Sub-Zero aparecendo sem máscara e interpretado por outro ator diferente. Mais do que isso, o texto apresentado na abertura de Mortal Kombat 3 dizia que Cage não estava presente porque havia morrido antes dos eventos do jogo. Ed Boon e John Tobias, criadores e produtores dos três primeiros Mortal Kombat, sempre negaram que a demissão de Pesina e a morte de Cage foram uma retaliação pelo ator ter aceitado posar vestido como o personagem para o cartaz de BloodStorm, mas, mesmo assim, seria essa versão que entraria para a história. Afinal, não é todo dia que um dos personagens principais e mais populares de uma franquia é morto por seus criadores porque seu intérprete resolveu ganhar um dinheirinho trabalhando para a empresa rival.
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