segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Escrito por em 12.12.16 com 0 comentários

Escalada Esportiva

Logo agora que eu já estava terminando de falar sobre todos os esportes olímpicos, vai o COI e inclui mais quatro - bom, na verdade seis, mas sobre o beisebol e o softbol eu já tinha falado. De certa forma, não faz mal, é mais assunto. E eu já vinha pensando, antes mesmo da decisão do COI, em falar sobre um deles mesmo. E hoje será o dia. Dia de escalada esportiva no átomo.

O nome desse esporte, aliás, é motivo de uma certa confusão. Praticantes de montanhismo já usavam o termo "escalada esportiva" para se referir a uma versão de sua atividade mais, digamos, voltada à competição, diferente da "escalada tradicional", que era mais voltada ao lazer. E esse esporte que vai entrar nas Olimpíadas, quando foi inventado, recebeu o nome de "escalada indoor", justamente porque era disputado em recintos fechados. Para evitar confusão com os praticantes do montanhismo, e porque "escalada indoor" é um nome meio esquisito, muitos dos praticantes se referem ao esporte como "escalada de competição". Mas o nome do órgão que o regula é Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC, da sigla em inglês), então o nome mais usado oficialmente, inclusive pelo COI e pela IWGA, que organiza os World Games, é, realmente, escalada esportiva. E os montanhistas que nos desculpem.

A escalada esportiva é um esporte recente, tendo surgido no final da década de 1980 como uma alternativa para que os montanhistas pudessem treinar e se manter em forma em dias chuvosos ou durante os meses mais frios do ano, quando neva no hemisfério norte e o montanhismo se torna impossível. Não se tem registro de quem exatamente teria inventado esse esporte, mas o primeiro clube de escalada esportiva, chamado Vertical Club (hoje Vertical World), surgiu na cidade de Seattle, Estados Unidos, em 1987.

Realizada normalmente em recinto fechado (por isso o nome de "escalada indoor", criado pelo Vertical Club e hoje ainda bastante usado), a escalada esportiva utiliza uma área chamada parede, que busca imitar a superfície de uma montanha. Originalmente, essa área era feita de tijolos e cimento, mas, desde meados da década de 1990, é composta por uma estrutura metálica revestida com madeira de compensado, sobre o qual é aplicada um produto químico semelhante a uma tinta, que, além de lhe dar cor, a deixa com a textura semelhante à de uma rocha. Assim como a face de uma montanha, uma parede nem sempre é lisa, podendo ter formato irregular; evidentemente, quanto mais cheia de saliências e concavidades for a parede, mais difícil será a prova. Vale também registrar que a parede não possui altura máxima nem mínima, embora, em competições internacionais, ela costume ter entre 6 e 20 metros.

Na época das áreas de competição de tijolo e cimento, as reentrâncias necessárias para que a escalada fosse realizada eram parte da própria parede, mas, como era impossível fazê-las com madeira, foram introduzidos os apoios, que nada mais são que peças de resina presas à estrutura por grossos pinos de metal. Os apoios não possuem um formato padrão - não são todos retangulares, por exemplo - sendo sempre de formato irregular e cada um de um tamanho diferente, mas sempre permitindo que o competidor se agarre neles com as mãos ou pise com firmeza em um deles - escaladores mais experientes, inclusive, conseguem se firmar no apoio com apenas as mãos, ficando com os pés soltos no ar, ou se equilibrar em um deles apenas com os pés, ficando as mãos encostadas na parede. Os apoios costumam ser de cores vivas, para serem facilmente identificados tanto pelos competidores quanto pelo público.

As cores dos apoios servem também para marcar as rotas. Em competições internacionais oficiais, cada parede costuma ter apenas uma rota, mas em clubes, competições amadoras, e até mesmo em competições nacionais, para economizar em espaço (ou seja, para usar a mesma parede para várias provas), uma mesma parede pode ter diversas rotas, cada uma marcada por apoios de uma cor diferente, sendo preciso que o competidor use sempre os apoios da mesma cor.

O fato de ser realizada em clubes e a possibilidade de se criarem rotas com diferentes níveis de dificuldade em um mesmo local - algo que não acontecia no montanhismo, já que é impossível alterar livremente a dificuldade da face de uma montanha - levou a um aumento muito grande e muito rápido na popularidade e no número de praticantes da escalada esportiva, já que muitas pessoas que jamais haviam praticado o montanhismo decidiriam se arriscar em suas paredes. Com esse aumento de popularidade, evidentemente logo surgiram as primeiras competições, e a necessidade de se regular o esporte, para que todos seguissem as mesmas regras. A primeira entidade a assumir a escalada esportiva foi a União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA, da sigla em francês), que decidiu regulá-la já em 1988. Conforme as competições cresciam em número de participantes, a UIAA viu a necessidade de criar um órgão específico para a escalada esportiva, e, assim, em 1997, surgiu o Conselho Internacional para Escalada Competitiva (ICCC, da sigla em inglês), uma secretaria da UIAA devotada exclusivamente à escalada esportiva, para que a UIAA pudesse se concentrar no montanhismo.

Os praticantes da escalada esportiva não estavam satisfeitos, porém, pois achavam que, tendo uma federação em separado exclusiva para seu esporte, ele poderia se tornar ainda mais profissional e popular - além de aumentar suas chances de ser incluído nas Olimpíadas, o que deve ser o objetivo maior de todos os esportes do planeta. Em 2007, a UIAA atenderia a seus apelos, e o ICCC se transformaria na IFSC, a Federação Internacional de Escalada Esportiva, um órgão independente dedicado exclusivamente à regulação, promoção e difusão da escalada esportiva. Hoje, a IFSC conta com 81 membros de todos os cinco continentes, incluindo o Brasil, representando pela Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada.

A IFSC reconhece três modalidades da escalada esportiva, sendo a mais praticada a chamada escalada guiada (lead climbing), na qual cada competidor tem um tempo-limite para alcançar o topo. O trajeto na escalada guiada é sempre longo e difícil, não sendo incomum que o tempo se esgote antes de se chegar ao topo, caso no qual é considerado como máximo avanço do competidor o último apoio sobre o qual ele teve o domínio, ou seja, no qual ele estava posicionado com firmeza. O tempo-limite padrão é de 6 minutos, mas, dependendo da competição (e levando em conta fatores como a altura total do trajeto, a dificuldade do mesmo e o nível dos competidores), pode ser usado um tempo-limite de 7 ou 8 minutos. Um competidor que caia é automaticamente desclassificado.

Uma competição de escalada guiada ocorre em três etapas, chamadas Classificatórias, Semifinais e Finais. Todos os atletas classificados para um campeonato participam das Classificatórias, que são disputadas em um formato conhecido como flash, no qual os competidores que ainda não escalaram podem observar enquanto os demais escalam. A ordem na qual os competidores escalarão é determinada ou por sorteio, ou por sua posição no ranking apropriado (o ranking mundial para o Campeonato Mundial, por exemplo), com os mais bem colocados escalando primeiro. Cada competidor deve escalar duas rotas diferentes, sempre bastante semelhantes entre si, e seu resultado final é obtido através de uma fórmula que leva em conta não somente seu desempenho em cada uma das duas escaladas, mas também a posição na qual ele escalou - já que, como pode ver os demais escalando, quem escala por último obtém uma certa vantagem sobre quem escala primeiro. Ao final das Classificatórias, os competidores são ranqueados novamente, dessa vez de acordo com seu resultado final, e os 26 melhores se classificam para as Semifinais.

As Semifinais são disputadas em um sistema conhecido como on sight, no qual os competidores que ainda não escalaram ficam isolados em uma sala de espera, e não podem ver os demais escalando. A rota usada nas Semifinais é diferente - e mais difícil - que aquelas usadas nas Classificatórias. Antes do início das Semifinais, os competidores terão um período de 6 minutos para observarem a rota e visualizar os movimentos que precisarão fazer para alcançar o ponto mais alto possível, após o qual serão levados para a sala de espera; depois disso, eles escalarão na ordem inversa de seu ranqueamento, com aquele que foi ranqueado como 26 escalando primeiro, e o que foi ranqueado como 1 sendo o último. O resultado final, nesse caso, é simplesmente a distância percorrida por cada competidor se ele não alcançou o topo, ou o tempo que ele levou para fazê-lo se o alcançou. Depois que todos tiverem escalado, há um novo ranqueamento, considerando apenas os resultados das Semifinais, e os oito melhores se classificam para a Final, que segue as mesmas regras das Semifinais, mas usando uma quarta rota diferente - e, novamente, mais difícil. Após todos os oito terem competido, aquele com o melhor resultado final na Final será o campeão - com o segundo ganhando prata e o terceiro bronze, se tivermos medalhas em disputa.

A escalada guiada tem esse nome porque o competidor que escala deve usar uma espécie de colete ao qual é presa uma corda, que passa por um equipamento chamado belay; a outra ponta da corda fica com um parceiro do competidor (que, por causa do dispositivo, é conhecido como belayer), que não escala, ficando de pé na base da área que será escalada. Conforme o competidor vai escalando, ele deve posicionar, em locais apropriados para isso, pequenos ganchos conhecidos como quickdraws, pelos quais deve passar a corda, e, conforme ele sobe, o belayer vai soltando a corda. Caso ele perca o equilíbrio e caia, o belayer deve puxar a corda, o que faz com que o belay atue como um freio e interrompa a queda. Esse sistema dá maior mobilidade ao competidor, permitindo que ele execute uma gama maior de movimentos e vença trajetos mais difíceis, mas também é considerado mais perigoso no caso de uma queda - e o fato de ele ter que posicionar os quickdraws faz com que o tempo da escalada fique longe do ideal.

Por causa disso, a segunda modalidade da escalada esportiva, a escalada de velocidade (speed climbing), usa um sistema diferente, no qual a corda fica presa no teto do local de competições, passando pelo belay e se prendendo a uma espécie de cinto com suspensórios (chamado harness), usado pelo competidor; nesse caso, caso ele caia, o freio se aciona automaticamente, sem a necessidade dos quickdraws ou do puxão na corda. Na escalada de velocidade ganha quem alcançar o topo em menos tempo, e, portanto, não há tempo-limite. O trajeto na escalada de velocidade também é sempre bem menos complicado e mais fácil que o usado na escalada guiada, e sempre tem um total de 15 metros de altura. O atual recorde mundial masculino é de 5,6 segundos, e o feminino é de 7,63 segundos. Prestem atenção, segundos, não minutos - para vocês verem como a escalada de velocidade realmente é bem mais veloz que a escalada guiada.

A escalada de velocidade usa duas rotas idênticas paralelas, para que dois competidores possam escalar simultaneamente. No topo de cada uma há um botão que para o cronômetro, que deve ser pressionado pelo competidor quando ele o alcançar. Competições de escalada de velocidade são eliminatórias, ou seja, a cada dupla, o competidor que alcançar o topo primeiro avança para a próxima fase, sendo o outro eliminado. Competições de escalada de velocidade usam o sistema on sight, com os competidores que ainda não escalaram ficando na sala de espera para que não vejam os demais escalando. Assim como na escalada guiada, competidores que caiam são eliminados automaticamente.

A maioria das competições de escalada de velocidade também possui uma fase Classificatória, na qual ninguém é eliminado, servindo apenas para ranqueamento, de acordo com o tempo que cada competidor levou para alcançar o topo. Depois dela, na primeira fase, o melhor ranqueado enfrentará o pior (por exemplo, se forem 64 competidores, o 1 enfrentará o 64, o 2 enfrentará o 63, o 3 enfrentará o 62 e assim por diante), com aí sim aquele que obtiver o melhor tempo em cada enfrentamento passando para a próxima fase e o de pior tempo sendo eliminado. São realizadas quantas fases forem necessárias até que só restem dois competidores, que se enfrentarão na final, sendo o vencedor da final consagrado campeão. No caso de torneio que confira medalha de bronze, os perdedores das semifinais se enfrentam por ela.

Como pode ocorrer variações de dificuldade entre as rotas, desde 2007 a IFSC estabeleceu uma "rota do recorde mundial", sendo que tempos estabelecidos em rotas diferentes dela, mesmo que sejam mais baixos que o recorde mundial vigente, não contam como novo recorde. Como a diversidade de rota é um dos atrativos das competições, e a rota costuma ser mudada de uma fase para outra, é bem raro que torneios oficiais usem essa rota; em compensação, os primeiros do ranking mundial podem pedir para que, paralelamente a um torneio organizado pela IFSC, seja realizada uma tentativa de quebra do recorde, um "torneio" no qual cada pretendente terá uma chance para escalar a rota do recorde em um tempo mais baixo que o do recorde vigente, se tornando o novo recordista mundial se conseguir.

A IFSC reconhece tanto a escalada de velocidade individual quanto a por equipes. Uma competição de escalada de velocidade por equipes usa quatro rotas paralelas idênticas entre si, duas para cada equipe. Cada equipe é composta por três membros, todos do mesmo sexo - até 2012, todas as equipes eram mistas, mas, desde então, todas as competições oficiais por equipes passaram a ter torneios separados para equipes masculinas e para equipes femininas. Os enfrentamentos ocorrem da seguinte forma: o primeiro atleta de cada equipe sobe pela rota A, e, assim que alcança o topo e aperta o botão, o segundo atleta começa a subir a rota B; enquanto o segundo atleta sobe, o primeiro desce usando a corda, e o terceiro se posiciona; assim que o segundo atleta apertar o botão, o terceiro subirá pela rota A. A equipe vencedora será aquela cujo terceiro atleta apertar o botão primeiro. Exceto por isso, a competição ocorre de forma idêntica à individual.

A terceira modalidade da escalada esportiva é conhecida como bouldering (palavra que vem de boulder, "pedregulho" em inglês). No bouldering, o trajeto é bem mais curto que na escalada guiada ou na escalada de velocidade, tendo por volta de 6 metros de altura, o que dispensa o uso de cordas - caso o competidor caia, ele o fará sobre uma espécie de colchão inflável, que amortecerá sua queda e evitará que ele se machuque com gravidade. Diferentemente do que ocorre nas outras duas modalidades, um competidor que caia em uma competição de bouldering não é automaticamente eliminado, podendo voltar e tentar escalar de novo se ainda tiver tempo para isso - porque, assim como na escalada guiada, o bouldering usa um tempo-limite, normalmente por volta de quatro minutos, determinado pela organização do evento. Rotas de bouldering costumam ser absurdamente difíceis - inclusive com partes onde o competidor deve se pendurar somente com as mãos, sem apoio para os pés.

Uma competição de bouldering se parece com uma competição de escalada guiada, com uma Classificatória da qual todos participam, os 20 melhores se classificando para a Semifinal, e os 6 melhores da Semifinal se classificando para a Final. O desempenho de cada atleta, porém, não é medido pelo tempo gasto ou pela distância percorrida, e sim por uma pontuação, com uma tabela criada pela organização do evento estipulando pontos para quantos e sobre quais apoios o competidor teve domínio, quantas vezes ele caiu, e quanto tempo restava quando ele chegou ao topo, se ele conseguir fazê-lo. Uma parede de bouldering costuma ter várias rotas diferentes simultâneas, marcadas por apoios de cores diferentes, sendo que, quanto mais difícil a rota, mais pontos seus apoios valem. Existe, também, um "apoio bônus", normalmente na metade do caminho e difícil de ser dominado, que vale pontos extras. Finalmente, é possível que "chegar ao topo" não signifique alcançar o topo da parede como na escalada guiada ou na escalada de velocidade, e sim dominar um apoio específico no final da rota. Competições de bouldering usam o sistema on sight, com os demais competidores ficando na sala de espera enquanto um deles está escalando.

Existe ainda uma quarta modalidade, chamada duel ("duelo"), ainda não reconhecida pela IFSC, mas que vem ganhando espaço em torneios - a própria IFSC já a incluiu no torneio Rock Master, de forma que muitos apostam que ela será reconhecida em breve, talvez até para as Olimpíadas. À primeira vista, uma competição de duel se parece com uma de escalada de velocidade - são duas rotas idênticas paralelas, nas quais os competidores se enfrentam dois a dois, e quem alcançar o topo e apertar um botão se classifica para a fase seguinte, sendo o outro eliminado - mas as rotas são complexas como as da escalada guiada, levam por volta de cinco minutos para serem completadas, e os competidores usam belayers e quickdraws - em outras palavras, o duel é uma mistura da escalada guiada com a escalada de velocidade.

A escalada esportiva também possui uma versão paralímpica, chamada paraescalada. As modalidades são as mesmas, mas, como de costume, os atletas são classificados de acordo com sua deficiência, sendo realizada uma competição em separado para cada classe: a classe B é destinada a deficientes visuais; a classe AU é destinada a amputados dos membros superiores; a classe AL é destinada a amputados dos membros inferiores e pessoas que não tenham os movimentos dos mesmos, como os cadeirantes; e a classe RP é destinada a pessoas com dificuldades motoras, como os paralisados cerebrais. Cada classe também é subdividida em duas ou mais subclasses, representadas por números, sendo que, quanto mais baixo o número, mais severa a deficiência. Assim, na classe B1 competem os deficientes visuais totais, enquanto na B2 e B3 competem os deficientes visuais parciais, sendo que os da B2 devem utilizar vendas nos olhos, para que todos estejam em igualdade de condições; na AU1 competem os amputados de um dos braços completo, enquanto na AU2 competem os amputados de um dos antebraços; na AL1 competem os cadeirantes e amputados de ambas as pernas, sem próteses, sendo a AL2 destinada a amputados de ambas as pernas com próteses, ou amputados de apenas uma das pernas, com ou sem próteses, de acordo com a preferência do paratleta; finalmente, os paratletas com dificuldades motoras são classificados da RP1 à RP3, dependendo do grau de sua dificuldade. Nas competições de escalada guiada, não é necessário que os belayers sejam pessoas com deficiência.

O principal torneio internacional da escalada esportiva é o Campeonato Mundial, disputado a cada dois anos desde 1991 - em 2011 e 2012 ele foi disputado dois anos seguidos, para que passasse a ser disputado sempre nos anos pares e deixasse de coincidir com os World Games. Entre 1991 e 1999 o Mundial contou com apenas as provas de escalada guiada e escalada de velocidade individual, masculinas e femininas, com o bouldering masculino e feminino sendo adicionado em 2001. Em 2009, o Mundial passou a incluir também a paraescalada de velocidade individual, masculina e feminina.

Além do Campeonato Mundial, é disputada anualmente desde 1989 a Copa do Mundo, composta por uma série de etapas (atualmente cinco) em diferentes países ao longo do ano, com cada etapa valendo pontos para se determinar o campeão ao final da última. A Copa do Mundo começou apenas com a prova de escalada guiada, masculina e feminina; a escalada de velocidade individual, também nas versões masculina e feminina, foi incluída apenas em 1998, e o bouldering masculino e feminino no ano seguinte, em 1999. Desde 1999 também são coroados o campeão e a campeã do overall, com o desempenho dos atletas nas três modalidades sendo somados - nem todos os atletas competem nas três modalidades, então nem todos participam do overall, o que faz com que o campeão do overall quase nunca tenha sido campeão também em uma das três outras provas.

O terceiro torneio internacional mais importante da escalada esportiva é o Rock Master, realizado anualmente na cidade de Arco, na Itália. O Rock Master tem esse nome porque, quando foi criado, em 1985, ele não usava uma parede artificial, e sim a face de uma montanha, a Colodri, com a parede somente passando a ser usada a partir de 1988; ainda assim, a parede é montada na base da Colodri, o que faz com que o Rock Master seja o único torneio internacional oficial de escalada esportiva realizado ao ar livre - e sendo esse, aliás, seu maior charme. Originalmente, o Rock Master era organizado por uma entidade particular, mas, em 1999, passou a ser realizado pela Federação Italiana de Escalada Esportiva, e, desde 2010, é realizado em conjunto com a IFSC. No início, as únicas provas disputadas eram a escalada guiada masculina e feminina, com a escalada de velocidade individual masculina e o bouldering masculino e feminino sendo adicionados em 1999, a escalada de velocidade individual feminina em 2008, e o duel masculino e feminino em 2011. O Rock Master é mais que um torneio, sendo considerado uma celebração da escalada esportiva - tanto que seu nome completo é Festival Rock Master - e conta com diversos outros eventos além das competições, incluindo, desde 2006, dois prêmios para os escaladores de maior destaque da temporada, conhecidos como Arco Rock Legends.

Finalmente, a escalada esportiva faz parte do programa dos World Games - embora seja provável que, se ela ficar de vez nas Olimpíadas, saia de lá, conforme determina o regulamento da competição. A escalada esportiva estreou nos World Games em 2005, e desde então o programa conta com as provas de escalada guiada e escalada de velocidade individual, ambas no masculino e feminino. O bouldering masculino e feminino está previsto para estrear na próxima edição, em 2017.

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