Vamos começar pelo golbol, o primeiro esporte criado especialmente para deficientes - ou seja, que não foi adaptação de outro que já existia, como o basquete em cadeira de rodas. O golbol foi inventado em 1946, na Áustria, por dois médicos, o austríaco Hanz Lorenz e o alemão Sepp Reindle. Seu objetivo era não criar um esporte, e sim um exercício de reabilitação para os soldados que haviam perdido a visão durante a Segunda Guerra Mundial; rapidamente, porém, ele se espalharia pelo país, chamando a atenção de atletas com deficiência visual, que começariam a criar times e organizar campeonatos durante a década de 1950. As décadas de 1950 e 1960 veriam a maior evolução do golbol, com várias regras e formatos de jogo sendo criados e experimentados durante esse período, além da expansão do esporte para vários países da Europa. Na década de 1960 também começariam a acontecer as primeiras partidas internacionais entre clubes, principalmente entre Alemanha Ocidental e Áustria.
O primeiro torneio internacional entre seleções de golbol aconteceria durante as Paralimpíadas de 1976, realizadas em Toronto, Canadá. Na época, o golbol ainda não tinha uma federação internacional, de forma que as negociações para realizar este torneio foram feitas entre a federação nacional da Alemanha Ocidental e a IWAS, entidade dedicada à organização e promoção de esportes para atletas amputados e cadeirantes, reponsável pela organização das Paralimpíadas na época (já que o Comitê Paralímpico Internacional só seria fundado em 1989). Estas negociações começariam em 1970, e visavam incluir o golbol no programa das Paralimpíadas de 1972, que seriam realizadas na cidade de Heidelberg, Alemanha Ocidental, mas problemas logísticos e a relutância da IWAS em incluir um esporte para deficientes visuais em um torneio até então dedicado apenas aos cadeirantes acabaram adiando os planos da federação alemã.
O golbol estrearia nas Paralimpíadas em 1976 como "esporte de demonstração", somente com o torneio masculino e a participação de apenas três seleções - Áustria, Alemanha Ocidental e Dinamarca, que ficariam, nessa ordem, com o ouro, prata e bronze. O torneio despertaria um grande interesse do público, o que motivaria as federações nacionais desses três países a se unir e organizar, em 1978, na cidade de Volksmarket, Áustria, o primeiro Campeonato Mundial de Golbol, novamente com a participação apenas de Alemanha Ocidental, Áustria e Dinamarca - que ficaram com os três primeiros lugares nessa ordem, com Alemanha Ocidental e Áustria trocando de posição em relação a 1976. Depois do Mundial, um grande número de federações nacionais se mostraria interessada em montar seleções masculinas e femininas e participar dos torneios seguintes, o que levaria a IWAS à decisão de incluir o golbol no programa oficial das Paralimpíadas de 1980 e, retroativamente, considerar as medalhas de 1976 como oficiais.
O torneio de 1980 seria realizado pela própria IWAS, pois o golbol ainda não teria uma federação internacional então. Somente em 1981 é que ele passaria a ter seu próprio órgão regulador internacional, com a fundação da Associação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, da sigla em inglês), fundada pela união de federações nacionais e outras entidades dedicadas à promoção do esporte para deficientes visuais, visando facilitar o acesso de deficientes visuais à prática desportiva. Hoje, a IBSA regula 16 esportes voltados para os deficientes visuais (atletismo, boliche, boliche de nove pinos, ciclismo tandem, esqui alpino, esqui nórdico, futebol de cinco, golbol, judô, natação, powerlifting, showdown, tiro, tiro com arco, torbol e xadrez) e conta com 131 membros, dentre eles o Brasil.
O golbol possui três torneios internacionais de destaque. O primeiro é as Paralimpíadas, onde é disputado no masculino desde 1976 e no feminino desde 1984. No masculino, os maiores campeões são a Dinamarca e a Finlândia, enquanto no feminino são Estados Unidos e Canadá, todos com dois ouros cada. O Brasil possui uma prata no masculino, conquistada em Londres, em 2012. O segundo principal torneio é o Mundial, disputado a cada quatro anos, no masculino desde 1978 e no feminino desde 1980, ambos sempre compartilhando a mesma sede - o Rio de Janeiro, aliás, já sediou o Mundial, em 2002. No masculino, os maiores campeões são Alemanha e Lituânia, com dois ouros cada, enquanto no feminino os Estados Unidos têm quatro ouros. O Brasil tem um ouro, no masculino, conquistado em 2014, em Esboo, Finlândia, derrotando os donos da casa na final - curiosamente, mesmo adversário que o derrotou e ficou com o ouro nas Paralimpíadas de 2012. Finalmente, o golbol faz parte do programa dos IBSA World Championships and Games, torneio multiesportivo que abrange todos os esportes regulados pela IBSA, disputado pela primeira vez em 1998 (sendo que, nessa primeira edição, o torneio de golbol contou como o Mundial daquele ano), depois em 2003, e a cada quatro anos desde então - com a edição de 2007 tendo sido sediada pela cidade de São Paulo. O Brasil tem um bronze no masculino, conquistado em 2007, e uma prata no feminino, conquistada em 2003 - perdendo a final, mais uma vez, para a Finlândia.
O golbol é jogado em uma quadra de 18 metros de comprimento por 9 de largura, dividida em seis áreas iguais de 3 metros de comprimento cada. Todas as marcações, incluindo as linhas de lado e de fundo, são feitas não com tinta, e sim com barbante, preso à superfície da quadra com uma fita adesiva larga e fina; dessa forma, ela tanto poderá ser vista pelos árbitros e espectadores quanto sentida pelos atletas. As linhas de fundo também servem como linhas de gol, ou seja, para que um gol seja marcado, a bola tem de sair pela linha de fundo - em competições internacionais, após a linha de gol há um gol mesmo, com traves e rede, de 1,5 m de altura, mas ele não é obrigatório em outros tipos de competição. A primeira área a partir do gol se chama área de orientação, a segunda é a área de lançamento, e a terceira é a área neutra; esses nomes se repetem na outra metade do campo. A bola é feita de plástico, tem 24 cm de diâmetro e pesa 1,25 Kg. A bola é oca, e, em seu interior, estão espalhados oito guizos, que farão barulho conforme ela se movimenta; para que esse barulho não seja abafado, a superfície da bola possui oito pequenos furos para saída de som.
Uma partida de golbol dura dois tempos de 12 minutos cada, com as equipes mudando de lado após o intervalo. Cada equipe é composta de três jogadores em quadra, com mais três reservas, podendo as substituições serem feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo. A cada momento, uma das equipes estará atacando, enquanto a outra estará defendendo. Todos os jogadores se posicionam dentro de suas próprias áreas de orientação; na equipe que está defendendo, os jogadores se posicionam sentados ou deitados, dois deles próximos às linhas de lado e bem próximos da linha de gol, e o terceiro ao centro e um pouco mais para a frente; no time que está atacando, dois jogadores se posicionam sentados, enquanto o terceiro, que realizará o arremesso, fica de pé. Todos os jogadores devem usar máscaras, semelhantes àquelas usadas para dormir, para garantir que todos estejam em igualdade de condições, independentemente da severidade de sua deficiência.
Após decidir por sorteio qual equipe começará atacando, um dos jogadores dessa equipe pegará a bola e, após a autorização do árbitro, a lançará em direção à quadra adversária. Existem três técnicas válidas de arremesso: a frontal, na qual o jogador realiza uma curta corrida e rola a bola como se fosse uma bola de boliche; a com giro, na qual o jogador gira uma vez ou mais sobre seu próprio eixo, arremessando a bola a alguns centímetros do chão para que ela quique e depois corra; e o entre as pernas, na qual o jogador vira de costas para os adversários, abre as pernas e, dobrando o tronco para baixo, quica a bola por entre suas pernas, fazendo com que ela vá quicando para a quadra adversária. Seja qual for a técnica utilizada, para que um arremesso seja válido, a bola deve tocar na área de lançamento do time que está atacando e nas duas áreas neutras. Se o lançamento for válido, o objetivo do jogador será fazer com que a bola passe pelos três defensores e pela linha de gol, anotando, então, um ponto. Os defensores, após o lançamento, se moverão na direção da bola e esticarão seus braços e pernas, tentando impedir sua passagem. Seja qual for o resultado do arremesso - defesa, gol ou a bola sair pela lateral - as posições se inverterão, com a equipe que estava atacando agora defendendo e vice-versa.
Ao final do tempo de jogo, a equipe com mais gols será a vencedora. É possível haver empate, mas, no caso de uma partida que não possa terminar empatada - como um jogo eliminatório - é disputada uma prorrogação de dois tempos de três minutos cada. Persistindo o empate, o jogo é decidido em uma espécie de disputa de pênaltis, com cada equipe tendo direito a cinco arremessos; persistindo o empate, são realizados arremessos alternados até que uma das duas erre, sendo a outra declarada vencedora.
Uma partida de golbol é oficiada por nada menos que oito árbitros. Dois deles serão os principais, e caminharão ao longo das linhas de lado, um de cada lado da quadra, marcando faltas e validando gols; outros quatro serão os árbitros de gol, posicionados onde as linhas de lado se encontram com as de fundo (onde se cobram os escanteios do futebol), e tendo como função recuperar as bolas que entrem no gol ou saiam da quadra. Outros dois serão os árbitros de tempo, cada um localizado ao lado de uma das áreas de arremesso, tendo como função autorizar os arremessos e contar os dez segundos que o jogador tem para lançar a bola. Além desses árbitros todos, ainda há uma mesa, responsável por controlar o tempo de jogo e o placar.
É importante registrar que o golbol vem ganhando, especialmente nos Estados Unidos, popularidade dentre atletas sem qualquer deficiência visual, com algumas equipes já sendo formadas inteiramente por atletas sem deficiência. Nesses casos, são usadas exatamente as mesmas regras, com os atletas inclusive usando as máscaras, para que localizem a bola apenas pelo som. A IBSA, entretanto, ainda não permite a participação de atletas sem deficiência em seus torneios.
Vamos passar agora ao snowboarding, esporte de inverno cuja invenção é creditada ao norte-americano Sherman Poppen, que, em 1965, na cidade de Muskegon, Michigan, Estados Unidos, decidiu inventar um novo brinquedo para suas filhas, colando dois esquis um no outro, prendendo-os com correias e amarrando uma corda na ponta, para que pudesse controlar sua descida. O brinquedo se mostraria extremamente popular dentre os amigos das meninas, de forma que Poppen e sua esposa, Nancy, decidiriam patenteá-lo e comercializá-lo com o nome de snurfer, junção das palavras snow ("neve", em inglês) e surfer. Em 1966, eles venderiam os direitos de produção do snurfer para a Brunswick Corporation, uma das maiores fabricantes de produtos esportivos dos Estados Unidos (conhecida aqui no Brasil por suas bolas e pinos de boliche), e passariam a se dedicar à organização de campeonatos de "snurfing".
Pois bem, em 1970, Tom Sims, originalmente um praticante de skate, decidiria participar de um desses torneios, mas, ao invés de usar um snurfer, ele decidiria competir usando uma prancha que ele mesmo havia inventado alguns anos antes, pegando um skate, removendo as rodas, colando um pedaço de carpete na superfície e uma placa de alumínio à parte de baixo. A invenção de Sims, chamada por ele de snowboard em referência ao nome completo do skate em inglês, skateboard (board significa "prancha" em inglês), se mostraria mais eficiente para as competições do que o snurfer, de forma que vários atletas se interessariam em adquirir um igual. Dois deles, os galeses Jon Roberts e Pete Matthews, levariam snowboards para a Europa em 1976, ajudando a popularizar o esporte por lá.
No ano seguinte, outro norte-americano, Jake Burton Carpenter, adicionaria fivelas semelhantes às presentes nos esquis aquáticos, que prenderiam os pés dos atletas às pranchas, permitindo maior controle dos movimentos; Carpenter patentearia sua criação e fundaria a Burton Snowboards, que durante muito tempo seria a maior fabricante de snowboards do mundo. Carpenter, Sims (que fundaria a Sims Snowboards) e o também norte-americano Mike Olson (fundador da Gnu Snowboards) seriam os principais responsáveis pela evolução do snowboarding durante as décadas de 1970 e 1980, criando pranchas cada vez mais modernas, leves, seguras e fáceis de controlar - as quais eles mesmos usavam nos campeonatos, já que todos eram, também, praticantes do esporte.
Atualmente, as pranchas de snowboarding são feitas de um núcleo de madeira envolto em fibra de vidro; a parte de baixo, que ficará em contato com a neve, é feita de um composto de polietileno saturado com cera, conhecido como P-Tex, enquanto a parte de cima é feita de fibra de vidro ou fibra de carbono. A prancha se prende aos pés do atleta por duas botas de plástico duro, fixadas a ela por travas de alumínio, de forma que o atleta pode destravar as botas e caminhar com elas. A prancha costuma ser mais estreia no meio do que nas pontas, e não é reta, com as pontas sendo levemente inclinadas. Suas dimensões dependem do tipo de prova na qual o atleta vai competir.
Em termos de federação internacional, o snowboarding é um esporte meio confuso. A primeira tentativa de se criar uma federação internacional para o esporte aconteceria em 1990, com a criação da Federação Internacional de Snowboard (ISF, da sigla em inglês), que surgiu não da união de várias federações nacionais como é o normal, sendo, na verdade, uma continuidade da Associação Nacional de Snowboarders Profissionais dos Estados Unidos, que passou a aceitar, também, atletas de outras nacionalidades, principalmente canadenses, já que muitos dos países de origem desses atletas não tinham nem federações nacionais, nem associações nacionais de atletas profissionais. Durante anos, a ISF lutou pelo desenvolvimento e promoção do esporte, e conversou com o Comitê Olímpico Internacional sobre a inclusão do snowboarding nas Olimpíadas de Inverno; quando isso finalmente aconteceu, em 1998, porém, ela se viu traída: naquele mesmo ano, a Federação Internacional de Esqui (FIS, da sigla em francês) decidiria que ela também iria organizar competições internacionais de snowboarding. Em uma declaração surpreendente, o COI reconheceria a FIS como único órgão responsável pela regulação internacional do snowboarding, e usaria os torneios da FIS, e não os da ISF, como classificatórios para a Olimpíada de Inverno. Em protesto, vários dos principais atletas do snowboarding da época se recusaram a participar desses torneios, boicotando, também, as Olimpíadas.
Depois da traição do COI, a ISF se viu a cada ano com menos afiliados - já que a maioria dos atletas preferia competir nos torneios da FIS e tentar a vaga olímpica - e com mais dificuldades de obter patrocínio - já que, além de seus torneios terem cada vez menos participantes, os da FIS tinham mais fama. Sem conseguir se sustentar, ela encerraria suas atividades em 2002. Naquele mesmo ano, porém, as federações nacionais de Japão e Noruega decidiriam fundar uma nova federação internacional dedicada ao snowboarding, e convenceriam outras 12 federações nacionais a se unir a elas na criação da Federação Mundial de Snowboarding (WSF, da sigla em inglês), que assumiu os torneios da extinta ISF.
Hoje, portanto, o snowboarding é regulado por duas federações internacionais. A principal é a FIS, que conta com 109 membros, reconhece seis modalidades do snowboarding e organiza os principais torneios, sendo inclusive parceira do COI nas Olimpíadas. A outra é a WSF, que conta com 43 membros, não é reconhecida pelo COI, reconhece apenas duas modalidades do snowboarding e é responsável pela regulação, também, do snowboarding paralímpico - sobre o qual eu já falei aqui em meu post sobre os esportes paralímpicos de inverno. Vale citar que o Brasil é membro tanto da FIS quanto da WSF.
As seis modalidades reconhecidas pela FIS são divididas por ela em três grupos. O primeiro grupo é o chamado snowboarding alpino, que inclui o Slalom Paralelo e o Slalom Gigante Paralelo. Em ambos, o objetivo do atleta é descer uma montanha enquanto passa por dentro de portais, alternadamente azuis e vermelhos, marcados por bandeirolas, que, em cada portal, são espaçadas dois metros uma da outra. No Slalom Paralelo a distância entre um portal e outro é de 10 a 14 metros, enquanto no Slalom Gigante Paralelo é de 20 a 25 metros; em ambas as provas, cada descida consiste de 25 portais. O "paralelo" do nome vem do fato de que os atletas competem dois a dois: após uma primeira fase usada apenas para classificação, aquele que obteve o melhor tempo compete contra o que obteve o pior, e assim sucessivamente; a cada embate, o vencedor se classifica para a fase seguinte, independentemente de seu tempo final em relação aos demais competidores, até que só restem dois, que farão a final - com os perdedores das semifinais se enfrentando na disputa do bronze. Até o ano 2000, o snowboarding alpino incluía também o Slalom e o Slalom Gigante "tradicionais", nos quais os atletas descem um por um e o vencedor é aquele que obtiver o menor tempo, mas essas duas modalidades foram descontinuadas pela FIS naquele ano, e não são mais disputadas em seus torneios. As pranchas usadas no snowboarding alpino são bem compridas, chegando a 2,15 m de comprimento, e têm entre 18 e 21 cm de largura.
O segundo grupo se chama estilo livre, e inclui as modalidades Halfpipe, Big Air e Slopestyle. O Halfpipe (uma das duas modalidades reconhecidas pela WSF) é disputado em uma pista em formato de U, cortada diretamente na neve, cujo ponto mais alto está a sete metros da base. Os atletas começam em uma das pontas mais altas da pista, e descem a toda velocidade, sendo impulsionados para o ar quando chegam ao outro lado. Após essa impulsão, antes de tocar a pista novamente, eles devem realizar manobras, que contarão pontos. Cada competidor tem direito a um determinado número de manobras, normalmente entre 4 e 6, antes de sair da pista e receber sua nota. Dependendo da prova, cada competidor pode também ter direito a duas descidas, após as quais as notas são somadas. Já o Big Air é semelhante à prova de saltos com esqui: cada atleta desce uma rampa, construída especificamente para o evento, e que pode ter até 20 metros de altura, e, enquanto está no ar, deve realizar manobras, enquanto tenta alcançar a maior distância possível e realizar um pouso sem quedas; a nota final de cada atleta levará em conta não somente as manobras realizadas, mas a altura e distância alcançadas e a graciosidade do pouso. Dependendo da competição, cada atleta pode ter direito a duas descidas, com as notas sendo somadas para se determinar o vencedor. Finalmente, o Slopestyle é uma prova disputada em uma pista inclinada, que conta com obstáculos como elevações, portais, rampas, corrimãos e barreiras temáticas - bonecos, castelinhos, caixas etc. Usando apenas a força da gravidade, o atleta deve percorrer essa pista, usando os obstáculos para fazer manobras. Normalmente, cada pista de Slopestyle possui dois ou três caminhos diferentes, cada um com uma dificuldade diferente em relação aos obstáculos. A nota de cada atleta é obtida levando em conta não somente a dificuldade dos obstáculos e o tempo no qual ele concluiu a prova, mas também a execução das manobras realizadas durante o percurso. Em todas as três modalidades, o atleta com a maior nota ao final da prova será o vencedor. As pranchas usadas no estilo livre são mais curtas, tendo entre 1,4 e 1,65 m de comprimento, e mais largas, com entre 24 e 25 cm de largura.
O terceiro grupo se chama boardercross, e por enquanto conta com apenas uma modalidade, o Snowboard Cross (a segunda modalidade reconhecida pela WSF). No Snowboard Cross, dentre quatro e seis atletas descem uma pista simultaneamente, sendo vencedor aquele que cruzar a linha de chegada primeiro. Como normalmente mais de seis atletas disputam a prova, são realizadas baterias eliminatórias, com os dois primeiros de cada bateria se classificando para a seguinte, até que só restem os que vão disputar a final. Inspiradas nas pistas de motocross e BMX, as pistas de Snowboard Cross possuem curvas fechadas e rampas de diferentes alturas, mas aqui o objetivo não é realizar manobras, e sim adquirir velocidade, e, como vários atletas competem ao mesmo tempo em cada prova, o vencedor será sempre aquele que cruzar a linha de chegada primeiro, independentemente de seu tempo em relação aos que participaram das outras baterias. Pranchas de boardercross têm tamanho intermediário, entre 1,6 e 2 m de comprimento e entre 20 e 24 cm de largura.
O snowboarding faria sua estreia nas Olimpíadas de Inverno em 1998, com as provas masculina e feminina do Slalom Gigante e do Halfpipe. Na edição seguinte, em 2002, o Slalom Gigante seria substituído pelo Slalom Gigante Paralelo, em 2006 estrearia o Snowboard Cross, e, em 2014, o Slopestyle e o Slalom Paralelo - atualmente, a única modalidade que não é disputada nas Olimpíadas de Inverno é o Big Air.
A FIS organiza dois torneios internacionais de renome, a Copa do Mundo, disputada anualmente desde 1994, e o Campeonato Mundial, disputado pela primeira vez em 1996, e então a cada dois anos desde 1997; a diferença entre ambos é que o Mundial é disputado em uma única etapa em uma única sede, enquanto a Copa do Mundo é disputada em várias sedes ao longo do ano (atualmente cinco), com os atletas obtendo pontos por sua participação em cada etapa, e aquele com mais pontos em cada modalidade sendo declarado campeão daquela modalidade ao final da última etapa - até 2010, existia também o "campeão geral" (Overall), obtido somando os pontos de cada atleta em todas as modalidades que ele disputou, mas, como os atletas foram ficando mais especializados, passando a se dedicar a apenas uma modalidade cada um, esse evento foi descontinuado. Todas as seis modalidades reconhecidas pela FIS fazem parte tanto do programa do Mundial quanto do da Copa do Mundo. A WSF também realiza seu próprio Mundial, que conta apenas com provas masculinas e femininas de Halfpipe e Snowboard Cross, a cada quatro anos desde 2004.
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