segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Escrito por em 31.1.11 com 0 comentários

Megaman (VI)

Para meu espanto, o átomo se aproxima dos 400 posts. Não que eu não esteja muito satisfeito com essa longevidade toda, mas me confesso impressionado de continuar arrumando assunto semana após semana. Na verdade, agora chegar aos 500 posts já me parece uma questão de honra, e acho que ficarei muito decepcionado se por acaso não conseguir.

Naturalmente, há cerca de dois anos, quando comecei a me aproximar dos 300 posts, fiquei igualmente impressionado. Naquela ocasião, entretanto, ao invés de me motivar para alcançar os 400, me lembro que fiquei achando que não tinha mais jeito, que, rompendo a barreira dos 300 posts, o dia fatal no qual eu me cansaria de escrever para o átomo chegaria a qualquer momento. Diante disso, decidi fazer mais um post sobre Megaman, para falar de alguns jogos que ainda não haviam sido abordados nos demais posts sobre o robozinho azul.

Pois bem, desta vez não é o caso. Agora, pelo contrário, eu realmente acredito que o átomo chegará aos 500 posts. Mesmo assim, me lembrando dessa história, fiquei com vontade de fazer mais um post no mesmo estilo daquele de número 299. Afinal, mesmo já tendo falado de todos os spin-offs de Megaman lançados pela Capcom até agora, ainda faltam alguns jogos que ficaram sem ser comentados.

Rockman StrategyVamos começar por um jogo que não é exatamente um jogo, mas uma coletânea, Megaman Zero Collection, lançado para o Nintendo DS no meio do ano passado. Como o nome sugere, o jogo é uma reunião dos quatro títulos da série Megaman Zero, originalmente lançados para o Game Boy Advance. Os quatro jogos permanecem totalmente inalterados, sem qualquer mudança nos gráficos, músicas ou enredos, mas mesmo assim a coletânea traz algumas novidades, como uma galeria de figuras dos personagens da série e um "Easy Mode", no qual as fases são modificadas para se tornarem mais fáceis - com blocos surgindo sobre espinhos e sem a obrigação de se alimentar os cyber-elfs, por exemplo - visando jogadores iniciantes. Megaman Zero Collection teve uma vendagem moderada, e foi criticado por algumas publicações por ser um lançamento meio sem sentido - afinal, os jogos da Série Zero são relativamente recentes, e o DS roda jogos de GBA. Eu concordo, e ainda lamento que a coletânea com os jogos da Série Clássica para o Game Boy tenha sido cancelada pela Capcom.

Megaman Zero Collection foi lançado internacionalmente, mas o segundo jogo do qual falaremos hoje, Rockman.EXE Operate Shooting Star, foi lançado exclusivamente no Japão, também para o Nintendo DS, em 2009. À primeira vista, Operate Shooting Star é um remake do primeiro Megaman Battle Network (conhecido como Rockman.EXE no Japão), com algumas alterações no sistema de batalha e o uso da touchscreen do DS para exibir mapas e itens. De fato, o jogo é praticamente idêntico a Megaman Battle Network, exceto por um novo trecho, no qual Megaman.EXE tem de enfrentar um novo Navi chamado Clockman.

O curioso sobre esse trecho é que Megaman só ganha acesso ao local da rede onde Clockman está graças a uma interferência de ondas eletromagnéticas. Que permitem que Geo Stellar, transformado em Megaman, também acesse o mesmo local, interagindo com Lan e Megaman.EXE, o que transforma Operate Shooting Star em um crossover entre Megaman Battle Network e Megaman Star Force. Depois que Clockman é derrotado, inclusive, o jogador pode alternar entre Megaman.EXE e Megaman/Geo Stellar, com cada um dos Megamen tendo habilidades diferentes em batalha. A não ser por isso, o restante do jogo também é idêntico a Megaman Battle Network, o que, na minha opinião, é bastante estranho.

Estranho também foi de onde surgiu a inspiração para se criar esse jogo: em 2001, após o lançamento de Megaman Battle Network, a Capcom decidiu que essa seria a Série principal de Megaman, a que receberia a maior parte dos investimentos e teria a maior divulgação, e não mais a Série Clássica, como era até então, tanto que, no logotipo do 15o aniversário de Megaman, é o rosto de Megaman.EXE que aparece, e não o do Megaman tradicional. O problema é que a Série Battle Network não foi lá muito longeva, sendo encerrada no Japão em 2005, e "substituída" no ano seguinte pela Série Star Force. Quando chegou a hora de criar o logotipo para o 20o aniversário de Megaman, portanto, o estúdio contratado pela Capcom não sabia bem se ainda deveria usar Megaman.EXE. Na dúvida, eles fizeram um poster no qual Megaman.EXE apertava a mão de Megaman/Geo Stellar. Takeshi Horinouchi, o produtor da Série Star Force, adorou a imagem, e decidiu criar um crossover entre ambas as séries.

Ao invés de um jogo novo, porém, Horinouchi optaria pelo já citado remake. Por mais bizarra que a ideia tenha sido, ela aparentemente foi acertada, já que Operate Shooting Star teve excelente vendagem - embora, ainda assim, seja o jogo de pior vendagem se forem considerados todos os das Séries Battle Network e Star Force. Diferentemente da Capcom japonesa, a norte-americana não achou que o remake fosse uma ideia tão boa assim - principalmente pelo fato de que Geo Stellar só aparece no jogo depois da metade - e até agora não se interessou em lançar o jogo nos Estados Unidos.

Mas, pior do que ter um jogo lançado exclusivamente no Japão é ter um jogo lançado exclusivamente em Taiwan. O que é o caso do próximo jogo de hoje, Rockman Strategy (cujo título original em chinês, segundo fontes, seria "a guerra de Rockman", mas traz o nome Rockman Strategy, em inglês, no manual). Lançado para PC em 2001 pela softhouse Dreams Come True sob licença da Capcom - o que faz com que ele seja um jogo oficial - Rockman Strategy é, como o nome sugere, um jogo de estratégia, no mesmo estilo de Megaman X: Command Mission. Infelizmente, ele só foi lançado em Taiwan, o que significa que todos os diálogos e menus do jogo estão em chinês, o que, por sua vez, fez com que o jogo ficasse totalmente desconhecido até uns cinco anos depois de seu lançamento, e com que muita gente até hoje o considere um jogo pirata.

No enredo do jogo, um novo grupo de vilões, os Constellation Droids, robôs criados à semelhança dos signos do zodíaco, chega à Terra e se alia ao Dr. Wily em um plano maligno: destruir toda a vida vegetal do planeta, o que fará com que todos morram por falta de oxigênio. Ao saber que o Dr. Wily está por trás de tão tenebroso plano, Megaman parte com seus amigos para impedi-lo, viajando por diversos lugares da Ásia em busca de uma forma de deter o vilão. Além dos doze Constellation Droids, de seus líderes, Apollo e Luna, e dos evidentes Dr. Wily e Bass, Megaman terá de enfrentar vários robôs dos demais jogos da Série Clássica, a maioria deles em sidequests, missões que não são essenciais para se concluir o jogo, mas que rendem itens e aliados valiosos.

Falando nisso, o jogo tem três modos de dificuldade. No mais fácil, o jogo não tem dinheiro, e só estão disponíveis os itens mais simples. No intermediário, o jogador pode combinar itens e chips para criar novos e exclusivos itens, que aumentam as habilidades de seus personagens. No mais difícil, além disso, o jogador pode usar chips para ligar ataques, criando combos. Os dois modos mais difíceis possuem dinheiro, e neles cada personagem conta com um Superb Attack, uma habilidade especial de uso limitado, mas que pode ser essencial para a vitória no jogo. Em todos os níveis de dificuldade o jogador também terá acesso ao laboratório do Dr. Light, onde poderá equipar cada personagem com diversos itens, além de explorar objetos encontrados durante o jogo.

Além de Megaman, evidentemente, o jogador tem à sua disposição os seis chefes do Megaman original - Cutman, Gutsman, Fireman, Iceman, Bombman e Elecman - mais Protoman, Duo e Fan, um personagem criado especialmente para esse jogo, que se veste como um guerreiro chinês medieval. Curiosamente, embora Fan seja mostrado na caixa e no material promocional do jogo com destaque, no jogo em si sua participação é mínima, e ele nem tem nenhuma fala. Vai entender. Personagens secundários, como Rush, Auto e Beat, também participam do jogo, conferindo poderes e habilidades especiais aos demais.

Acreditem ou não, Rockman Strategy não foi o único jogo de Megaman lançado exclusivamente em Taiwan. Dois anos antes, em 1999, a Capcom já havia concedido uma licença, daquela vez para a Strawberry Software, que produziu o jogo Rockman Gold Empire, também para PC. Rockman Gold Empire é um jogo de tabuleiro, bastante semelhante ao Monopoly: rolando os dados, os personagens caem em casas que podem comprar, sendo que outros personagens, ao cair nelas, têm de pagar um "aluguel". Ao final do jogo, quem tiver mais dinheiro ganha.

A história envolve o Dr. Wily bolando um plano para transformar ouro em energia, e partindo para a especulação imobiliária para conseguir quanto ouro puder, que servirá de combustível para uma máquina de guerra invencível. Ao descobrir o plano, o Dr. Light manda Megaman também para conseguir ouro, não somente para não sobrar nenhum para o Dr. Wily, mas também para construir fortificações que resistam ao ataque da tal máquina de guerra. Os jogadores podem escolher controlar Megaman, Bass, Protoman, Duo ou um novo personagem chamado apenas Mayor ("prefeito"), um humano de terno, gravata e óculos escuros; o Dr. Wily é controlado automaticamente pelo computador, e, se tiver mais ouro que os outros personagens ao final do jogo, todo mundo perde. Rockman Gold Empire é um jogo bizarro, e, se Rockman Strategy não tivesse sido descoberto, talvez permanecesse desconhecido no mundo ocidental até hoje.

Para fechar a série de jogos exclusivos para o mercado asiático, vale a pena falar de Rockman Online, um MMORPG - jogo de RPG que pode ser jogado online por milhões de pessoas simultaneamente - que está sendo produzido pela Neowiz Games, sob licença da Capcom, para ser lançado para PC ainda esse ano, exclusivamente na Coreia do Sul. Ambientado durante os eventos da Série X, o jogo conta com a participação de vários personagens da Série Clássica e da Série X, e permite que os jogadores controlem reploids de quatro tipos, os X-type, baseados em Megaman, com várias armas à disposição e adaptáveis a diferentes situações; os Zero-type, baseados em Zero, voltados para o combate corpo a corpo e a estratégia militar; os Duo-Type, baseados em Duo, mais fortes e resistentes, mas com menos opções de customização; e os Cinnamon-type, baseados em Cinnamon (de Megaman X: Command Mission), com habilidades voltadas para a cura dos demais personagens. Esses personagens interagirão entre si e combaterão Mavericks, buscando ajudar Megaman, Zero e Axl em sua luta contra Sigma.

Semelhante a esse jogo é Megaman Universe, que está sendo produzido para ser lançado para Playstation 3 e Xbox 360 em um futuro próximo. Baseado na Série Clássica, mas com gráficos poligonais de última geração, Megaman Universe permitirá que os jogadores criem seus próprios robôs, inimigos e fases, que então poderão ser disponibilizadas para se jogar online. O jogo também traz seis personagens disponíveis para os jogadores, que também podem ser customizados em relação à altura do salto, armas disponíveis e outros dados: Megaman (com um novo visual exclusivo para esse jogo), Rockman (o Megaman da Série Clássica, com gráficos de 8 bits), Bad Box Art Megaman (o Megaman que aparece na caixa dos jogos norte-americanos originais do NES), Arthur (de Ghosts n' Goblins), Ryu (de Street Fighter) e Megapin (um cruza de Megaman com o mascote da TV Fuji, Gachapin). Megaman Universe é um jogo inovador, então ninguém sabe muito o que esperar dele.

Também em um futuro próximo será lançado Megaman Legends 3, para o Nintendo 3DS, versão com tela 3D do DS que será lançada em breve. Bem que a Capcom podia ter anunciado esse jogo antes de eu escrever o post sobre a Série Legends, mas enfim. Megaman Legends 3 é um antigo sonho de Inafune, que com ele poderia fechar de vez a história da Série Legends, mas só agora recebeu a luz verde da Capcom. Detalhes sobre o jogo ainda são escassos, mas já se sabe que os fãs poderão contribuir com ideias.

Depois de todas essas curiosidades, é hora de falar sobre o verdadeiro motivo que me levou a escrever esse post. Sim, porque eu acredito que muitos de vocês, desde que leram que hoje teríamos um novo post sobre Megaman, já devem ter deduzido que eu só o escrevi por causa de Megaman 10.

Megaman 10Lançado em 2010, Megaman 10 é o mais novo título da Série Clássica. Assim como seu antecessor, Megaman 9, ele está disponível para Wii, Playstaion 3 e Xbox 360. Também como seu antecessor, ele não é vendido em DVDs, mas obtido por download, através dos serviços próprios desses consoles. E, assim como MM9, MM10 tenta ser um jogo da Série Clássica ao pé da letra, com gráficos e sons de 8 bits, como se ele tivesse sido lançado para o NES - embora alguns efeitos gráficos claramente não fossem possíveis de se criar com o hardware de um videogame de 8 bits.

Em MM10, uma epidemia de uma estranha doença, chamada roboenza, está vitimando vários robôs. Alguns ficam acamados à beira da morte, outros ficam loucos e tentando destruir o mundo - mais ou menos como os Mavericks da Série X. Infelizmente, Roll contrai a doença, e, ao invés de tentar dominar o mundo - o que seria bem mais legal - fica às portas da morte, o que faz com que o Dr. Light comece a trabalhar em uma cura, mas sem sucesso. Para a surpresa do cientista barbudo, porém, um dia o Dr. Wily bate à sua porta, alegando que já havia conseguido sintetizar uma cura - que, segundo ele, foi roubada por oito robôs enlouquecidos que querem dominar o mundo. O Dr. Light então manda Megaman e Protoman para enfrentar os robôs e recuperar a cura, antes que seja tarde. E, sem que o Dr. Wily saiba, Bass também parte para conseguir a cura, para mostrar a todos que é um robô mais forte que Megaman e Protoman.

Por causa disso, além de jogar com Megaman, o jogador também pode optar por jogar com Protoman ou Bass, sendo que Protoman também está disponível desde o início, mas Bass deve ser "comprado" separadamente. Todos os três robôs têm a capacidade de ganhar as armas dos adversários, mas cada um possui habilidades próprias. Megaman, por incrível que pareça, é o que tem menos habilidades, já que, assim como em MM9, não pode concentrar tiros nem escorregar, embora possa contar com a ajuda de Rush, que inicialmente serve como mola para permitir pulos mais altos, e, após quatro robôs serem derrotados, passa a também poder assumir sua forma de Rush Jet. Já Protoman pode escorregar, concentrar tiros e tem um escudo que o protege contra alguns ataques, mas recebe o dobro do dano de Megaman, além de ser jogado duas vezes mais longe quando recebe dano, e de só poder ter dois tiros na tela de cada vez, enquanto Megaman pode ter três. Protoman não conta com a ajuda de Rush, mas começa o jogo com dois itens que servem para as mesmas funções de Rush Coil e Rush Jet. Finalmente, Bass, que faz sua primeira aparição oficial em um jogo com gráficos de 8 bits, pode atirar em sete direções - exceto diretamente para baixo - e seus tiros conseguem penetrar algumas defesas dos inimigos que os de Megaman e Protoman não conseguem; em compensação, Bass não pode andar enquanto está atirando, não pode concentrar tiros, seus tiros não atravessam paredes, e são mais fracos que os de Megaman e Protoman, o que significa que ele precisa atirar mais vezes para produzir o mesmo resultado. Bass pode dar dashes, que o ajudam a dar pulos mais longos, e conta com a ajuda de Treble, com quem pode se combinar para voar por um curto período de tempo.

Os oito robôs do jogo atendem pelos nomes de Sheepman, Commandoman, Blademan, Strikeman, Solarman, Chillman, Nitroman e Pumpman. Depois que todos são destruídos, Megaman descobre, nada surpreendentemente, que o Dr. Wily é quem está por trás de tudo, criando a doença e usando um estratagema para tentar fazer com que Megaman fosse infectado. O lado bom é que ele realmente tem uma cura, que produziu para chantagear os robôs doentes, então Megaman ainda tem a chance de invadir seu laboratório, derrotá-lo e obtê-la.

Megaman 10 conta com dois modos de dificuldade, sendo que, no mais fácil, os personagens do jogador recebem menos dano, alguns abismos e espinhos têm plataformas extras que os ajudam a ultrapassá-los, e as fases possuem menos inimigos. O jogo conta, ainda, com 88 desafios - como concluir uma fase sem receber dano - para tentar manter o interesse dos jogadores por jogá-lo depois de terminá-lo da primeira vez. O jogador também pode comprar uma "fase infinita", no mesmo estilo de MM9, e três novas fases, que imitam as fases de Enker, Punk e Ballade, de seus respectivos jogos do Gameboy, e nas quais esses três robôs são os chefes. O interessante, nesse caso, é que Megaman, ao derrotar esses três robôs, passa a poder usar suas armas no jogo normal - mas só Megaman possui essa habilidade, Protoman e Bass, não.

Antes de terminarmos de vez, eu gostaria de falar de mais um jogo, este não-oficial. Quem leu o post de número 299 provavelmente se lembra que, na ocasião, eu falei de uma versão de Megaman 7 para PC, com gráficos de 8 bits, ao estilo de Megaman 9 e Megaman 10. Pois bem, o mesmo grupo está trabalhando em uma versão semelhante de Megaman 8, o que provavelmente está dando muito trabalho, já que Megaman 8 é cheio de coisas que parecem só terem sido colocadas lá porque o jogo era o primeiro para o Playstation. A versão PC de 8 bits de Megaman 8 ainda está incompleta, mas até que está bem legalzinha, e quem quiser dar uma conferida pode ir até esta página e clicar no primeiro link com "DL" dentro do quadrado rosa.

Pois bem, acho que agora eu falei de todos os jogos de Megaman que existem, e até de alguns que ainda vão ser inventados. Como eu espero que Megaman não caia no ostracismo a partir de hoje, quem sabe no post de número 499 eu não volto ao assunto?

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