Parece que até mesmo a Midway estava cansada de MK, tanto que seu próximo título, Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero, não foi um jogo de porrada. Lançado exclusivamente para Playstation e N64, era um jogo de "porrada com fase" (tipo Double Dragon ou Final Fight). A história era anterior a MK1, onde ficamos sabendo que tudo começou quando o deus louco Shinnok tentou dominar a Terra, criando um amuleto poderoso, e foi impedido e banido por Raiden, que escondeu este amuleto no himalaia. Esta amuleto, por acaso, era o mesmo que impedia Shao Kahn de invadir a Terra. Neste jogo, Sub-Zero é enviado por seu clã para encontrar este amuleto.
No mesmo ano de 1997, porém, a Midway surpreendeu, e lançou Mortal Kombat 4, o primeiro título em 3D, acompanhando a tendência dos demais jogos de porrada do mercado. Novidades incluíam uma arma para cada personagem, que poderia ser sacada ou guardada durante a luta através de um botão, e objetos de cenário que poderiam ser arremessados contra o oponente, como pedras e crânios. Como uma volta às origens, a única forma de terminar a luta era com Fatalities. Os combos foram mantidos, mas agora menos poderosos, e foram adicionados os "breakers", movimentos para "cancelar" combos e arremessos do adversário. Muitos dos personagens originais (incluido Goro!) estavam presentes, agora com gráficos poligonais no lugar dos atores digitalizados, e o personagem secreto, Meat, nada mais era do que uma versão "sem pele" de um outro personagem qualquer. Complementando a história vista em MK Mythologies, e começando de onde MK Trilogy parou, em MK4 o deus louco Shinnok invade Edenia, que voltou a ser um local de paz e tranquilidade após a morte de Shao Kahn. Com a ajuda do feiticeiro Quan Chi, ele planeja transformar Edenia novamente no Outworld, e então utilizar os portais de Shao Kahn para invadir a Terra. Raiden decide reunir novamente os valorosos guerreiros, e ir com eles até Edenia, para evitar o sucesso de Shinnok.
Primeiro MK para arcades desde UMK3, MK4 tem uma história engraçada: Antes de seu lançamento, a Midway pegou um caminhão lotado de arcades, rodando um protótipo de MK4, e caiu na estrada, parando em cidades de 35 estados norte-americanos, não só para divulgar o lançamento, mas também para reacender o interesse pela série. A tática foi um sucesso e, no lançamento, milhares de jovens correram para os arcades. A "versão final", porém, era pior do que o protótipo. Cada lutador só tinha um Fatality, somente um dos cenários tinha Fatality próprio, e não estavam presentes os objetos de cenário arremessáveis. Além disso, Noob Saibot, presente no protótipo, tinha ficado de fora, e nenhum lutador tinha final, apenas uma tela preta dizendo "Good Job". Para tentar conter a revolta dos jogadores, rapidamente a Midway providenciou uma "versão 2.0", com novos personagens (e o retorno de Johnny Cage e Noob Saibot), mais golpes, mais Fatalities, mais armas, mais cenários e finais feitos em computação gráfica para todos os lutadores. O interesse inicial, porém já havia passado, e pouca gente voltou para jogar. A Midway ainda tentou uma última cartada, lançando uma "versão 3.0", dois meses e meio depois do lançamento da versão 2.0, com gráficos melhorados, um modo de luta 2 contra 2, e um novo lutador, Reiko, no lugar de Noob Saibot. Pouca gente sequer soube do lançamento desta versão, já que o jogo já tinha ganhado má-fama pela sua versão original. As versões para Playstation e N64 são baseadas na versão 3.0, e ainda trazem códigos secretos para jogar com Goro e Noob Saibot. Após a versão 3.0, a lista completa de personagens de MK4 ficou a seguinte: Liu Kang, Johnny Cage, Jax, Sonya, Raiden, Reptile, Scorpion, Sub-Zero, Fujin, Jarek, Kai, Quan Chi, Reiko, Tanya e Shinnok como selecionáveis; Meat como secreto selecionável; Goro e Noob Saibot como secretos. Shinnok também é o último chefe, a menos que você esteja jogando como o próprio Shinnok, quando o último chefe será Quan Chi.
Em 1999, a Midway decidiu lançar uma nova versão de MK4, Mortal Kombat Gold, com gráficos melhorados, o retorno de mais lutadores antigos (Kitana, Mileena, Cyrax, Kung Lao e Baraka), um novo lutador secreto selecionável (Sektor), novos cenários e novos finais para todos os lutadores. Por alguma razão, porém, esta versão foi lançada apenas para o Dreamcast, o videogame de última geração (na época) da Sega.
Decidindo se aventurar novamente pelo campo dos jogos de ação, em 2000 a Midway lançou Mortal Kombat Special Forces, exclusivamente para Playstation. Neste jogo, era possível escolher entre Jax ou Sonya, lutando ao lado do exército americano contra a organização Black Dragon, liderada por Kano. Aparentemente, a história se passa antes de MK1 (assim como a de MK Mythologies). É um jogo em 3D de ação, tipo Syphon Filter ou Splinter Cell. Em 1999, porém, vários membros da equipe Mortal Kombat, incluindo um de seus co-criadores, John Tobias, saíram da Midway, o que fez com que MKSF não saísse como o esperado, sendo considerado um dos piores jogos do gênero, e um dos piores da franquia Mortal Kombat.
Em 2001, na época do lançamento do Game Boy Advance, saiu um título de MK para este console, Mortal Kombat Advance. Este era nada mais que uma versão de UMK3, mas sem Sheeva, com os lutadores secretos selecionáveis desde o início, e com menos golpes (cada lutador só tinha um Fatality e um Friendship).
No final do ano 2000, a Midway havia decidido se retirar do mercado dos arcades, sepultando o lançamento de MK5, que já estava em desenvolvimento. Em 2002, porém, a empresa decidiu reinvestir na série, e lançou Mortal Kombat: Deadly Alliance para Playstation 2, X-Box e GameCube. Este seria originalmente MK5, mas algumas coisas foram mudadas para aproveitar a potência e comodidade dos consoles caseiros. Para começar, o jogo tem muitos segredos (na verdade, 676 deles), entre vídeos e imagens exclusivas, um making of, novos uniformes para os lutadores, e até cenários e lutadores secretos. Os gráficos são poligonais de última geração, e existe até mesmo um modo de treinamento (chamado Konquest), onde o lutador escolhido passará por diversas fases para aprimorar seus golpes. Como em MK4, a única forma de terminar a luta é com Fatalities. Caso alguém esteja interessado, a história traz novamente Shang Tsung como o vilão principal, desta vez utilizando a ajuda de Quan Chi para tentar conseguir a imortalidade e o controle do Outworld e da Terra. O monstro da vez é Moloch, um gigante azul que usa como arma uma enorme pedra. A lista de personagens traz doze selecionáveis desde o início (Johnny Cage, Sonya, Scorpion, Sub-Zero, Kung Lao, Kano, Shang Tsung, Quan Chi, Bo Rai Cho, Kenshi, Li Mei e Mavado), nove que podem ser liberados ao longo do jogo (Jax, Kitana, Raiden, Reptile, Cyrax, Nitara, Drahmin, Hsu Hao e Frost) e dois secretos selecionáveis (Blaze e Mokap). Após derrotar Moloch, para terminar o jogo ainda é necessário derrotar Shang Tsung e Quan Chi, em ordem aleatória.
Curiosamente, MKDA possui duas versões para Game Boy Advance. A primeira, lançada em 2002, é uma versão quase idêntica, apenas com gráficos (muito) piores, bem menos lutadores, e menos segredos (apenas 80), além de ser em 2D. Em 2003 foi lançada uma nova versão, Mortal Kobat Tournament Edition, praticamente idêntica à anterior, mas com novos cenários e lutadores (incluindo uma lutadora exclusiva, Sareena) e os modos 4 contra 4 e Tag (batalhas entre duplas, onde o jogador pode trocar de personagem no meio da luta), além de um modo competitivo onde quem vencer as lutas mais rápido ganha. O número de segredos subiu para 99. MKTE é bem melhor que MKDA, razão pela qual vendeu bem mais.
E assim chegamos a Mortal Kombat: Deception, lançado agora em 2004, mais uma vez para Playstation 2, Xbox e GameCube. Continuação direta de MKDA, MKD traz novamente os segredos que fizeram o sucesso de seu antecessor (mas agora são "apenas" 400 segredos), 24 lutadores (a metade deles secretos) e novos modos de jogo: além do tradicional 1 contra 1 e do Konquest, temos um jogo de Tetris e um de xadrez. Cada lutador tem três estilos diferentes de luta, e pode alternar entre eles durante as batalhas. Scorpion, Sub-Zero, Ermac e Noob Saibot finalmente têm uniformes diferentes uns dos outros, ao invés de serem o mesmo ninja pintado com várias cores. Todos os cenários possuem armadilhas, que podem encerrar a luta imediatamente caso um lutador incauto acione uma delas. MKD ainda traz uma novidade estranha: ao perder a luta e ouvir o Finish Him, um lutador pode aplicar um Fatality em si mesmo, se suicidando e evitando que o oponente ganhe muitos pontos! MKD também pode ser jogado online, uma tendência dos jogos destes videogames modernos. O enredo é o usual: no final de MKDA, Shang Tsung e Quan Chi acabaram por ressucitar o Rei Dragão Onaga, que agora ameaça o mundo, cabendo aos valorosos guerreiros a tarefa de destrui-lo. No geral, parece ser um excelente jogo, feito para levar a série de volta ao local de destaque alcançado em seu início. A lista de personagens tem doze disponíveis desde o início (Scorpion, Sub-Zero, Mileena, Baraka, Kabal, Ermac, Nightwolf, Bo Rai Cho, Ashrah, Dairou, Kobra e Darrius), doze que podem ser liberados ao longo do jogo (Jade, Kenshi, Sindel, Raiden, Li Mei, Tanya, Havik, Shujinko, Hotaru, Kira, um Liu Kang zumbi e uma curiosa dupla de Noob Saibot e Smoke, conhecida como Noob Smoke), e Onaga como último chefe.
O único problema é que parece que ninguém liga mais para estes jogos de luta. Assim como os jogos em primeira pessoa (tipo Doom), são uma moda que talvez esteja passando. Vai chegar uma hora que, por mais segredos e novidades que os jogos tragam, será praticamente impossível atrair novos fãs, e os antigos estão envelhecendo.
De qualquer forma, Mortal Kombat é uma série que entrou para a história dos games. E definitivamente para a minha lista de favoritos.
Mortal Kombat |
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Parte 2 |
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