Sendo o meu favorito, era natural que Mortal Kombat ganhasse um post aqui no átomo primeiro. De fato, lá se vão quatro anos desde que eu falei da série, em uma época em que os posts talvez não fossem tão detalhados quanto os de hoje. Antes que alguém comece a se preocupar, vale dizer que não é minha intenção "atualizar" o post sobre Mortal Kombat, nem sobre qualquer outro assunto; o tempo continua passando, o átomo continua evolunido, novos lançamentos continuam aparecendo, e, se eu fosse atualizar todos os posts antigos, não teria tempo para fazer os novos - ou qualquer outra coisa, diga-se de passagem.
Ainda assim, desde que eu escrevi meu post sobre Mortal Kombat, três novos jogos da série foram lançados. E isto acabou fazendo com que eu me animasse a fazer um terceiro post, não para atualizar, mas para "completar" os outros dois, coisa que eu de vez em quando resolvo fazer por aqui. Portanto, preparem o luminol, que hoje é dia de Mortal Kombat no átomo!
Após MKD, a Midway decidiu levar a série de volta aos jogos de aventura. Quem se lembrava de Mortal Kombat Mythologies e Mortal Kombat Special Forces sentiu um frio na espinha, mas, desta vez, até que eles fizeram um bom trabalho. Lançado em 2005 para Playstation2 e Xbox, Mortal Kombat: Shaolin Monks era ambientado entre o Mortal Kombat original e Mortal Kombat II, e colocava o jogador no papel dos dois monges shaolin do jogo, Liu Kang e Kung Lao, enquanto eles viajavam entre a Terra e o Outworld, buscando impedir que Shao Khan leve adiante seu plano de dominar o mundo. O jogo conta com a participação de todos os personagens de MK e MK2 (e de Ermac, de Ultimate Mortal Kombat 3), alguns servindo como parceiros dos jogadores, outros como chefes de fase, sendo que Scorpion e Sub-Zero podem ser liberados para serem escolhidos pelos jogadores.
MKSM tem três modos de jogo, um para um jogador, um para dois jogadores onde um controla Liu Kang e o outro Kung Lao, cooperando apara terminar o jogo, e um "modo versus", exclusivo para dois jogadores, onde oito personagens (Liu Kang, Kung Lao, Scorpion, Sub-Zero, Johnny Cage, Kitana, Baraka e Reptile) se enfrentam como em qualquer outro Mortal Kombat. Curiosamente, todos os modos permitem Fatalities, sendo que nos modos de aventura eles podem ser aplicados nos chefes normalmente, ou durante as fases através de uma "barra de Fatality", que vai enchendo conforme o jogador usa combos. O jogo também traz os novos Multalities, Fatalities que podem ser aplicados em mais de um oponente ao mesmo tempo, e traz de volta os Brutalities, combos devastadores de UMK3.
Usando vários cenários que os jogadores poderiam reconhecer de MK e MK2, e várias músicas remixadas destes dois jogos, MKSM foi um grande sucesso, vendendo mais de um milhão de cópias só nos Estados Unidos, e sendo elogiado por críticos e jogadores. Animada com o desempenho, a Midway prometeu um jogo novo de Mortal Kombat por ano, fosse de luta, fosse de aventura.
Mas, curiosamente, o que viria a seguir parecia contradizer esta promessa: lançado em 2006 para Playstation2 e Xbox, Mortal Kombat:Armageddon foi concebido para ser o último jogo da série. Segundo sua história, ao longo dos torneios os guerreiros se tornaram muito poderosos, e suas lutas ameaçavam danificar a essência do universo, condenando a Terra, Edenia e todas as outras dimensões à destruição. Para evitar que isso aconteça, Blaze, o elemental do fogo que era um personagem secreto em MKDA, foi enviado para destruir o maior número possível de guerreiros, naquele que será o torneio final, onde só os que provarem seu valor serão considerados dignos de sobreviver.
Assim como MKD e MKDA, MKA tem uma Krypt, agora com 288 extras, e um modo Konquest, onde o jogador controlará Taven tentando impedir seu irmão Daegon de levar adiante um plano maligno. Além disso, há o modo Kreate a Fighter, onde o jogador pode criar seu próprio personagem e depois utilizá-lo no jogo normal, acessando-o no quadro de escolha através de um personagem azul e outro vermelho, que perecem ser formados por peças de quebra-cabeças; o modo Kreate a Fatality, onde o jogador poderá pressionar seqüências de botões para criar combos que destroem o oponente, resultando em um Fatality personalizado; e o Motor Kombat, um jogo de corrida onde os personagens, no estilo Super Deformed, correm em karts. Participam do Motor Kombat Scorpion, Sub-Zero, Bo Rai Cho, Jax, Baraka, Raiden, Kitana, Mileena, Cyrax e Johnny Cage. A versão Wii ainda traz um conceito interessante, no qual os golpes especiais - inclusive os Fatalities - são feitos movendo o Wiimote em diferentes direções, ao invés de apertando seus botões.
Segundo a Midway, MKA foi criado para encerrar a saga iniciada no primeiro Mortal Kombat, mas não para encerrar a franquia. Futuros jogos ambientados no universo da série ainda seriam lançados, mas com personagens e histórias novas. Mas, por incrível que pareça, após esta declaração, eles conseguiram quebrar duas promessas de uma só vez: em 2007 não houve jogo novo da série, ao contrário do que fora anunciado após MKSM, e o mais recente jogo da franquia traz novamente os mesmos personagens de sempre. Mas com uma novidade interessante.
Lançado mês passado para Playstation3 e Xbox360, o mais recente título da franquia Mortal Kombat se chama Mortal Kombat vs. DC Universe. Pois é, é isso mesmo. Em uma espécie de resposta uns dez anos atrasada ao Marvel Superheroes vs. Street Fighter, a Midway decidiu colocar os heróis DC para cair na porrada com os guerreiros de Mortal Kombat. A história do jogo envolve um evento cósmico que mescla os universos MK e DC, criando o vilão Dark Khan, um amálgama de Shao Kahn e Darkseid, o que levará a "alianças improváveis" entre os personagens, segundo as palavras da própria Midway.
Pelo lado de MK você pode escolher entre Scorpion, Sub-Zero, Liu Kang, Raiden, Sonya, Kitana, Jax, Kano, Baraka, Shang Tsung e Shao Khan; pelo lado da DC estão disponíveis Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Capitão Marvel (que no jogo se chama Shazam, para evitar problemas com a Marvel), Mulher Gato, Coringa, Lex Luthor, Exterminador e Darkseid. As lutas acontecem no esquema um-contra-um, e, antes que alguém pergunte, todos os personagens de MK e os vilões da DC possuem Fatalities, enquanto os heróis da DC possuem Brutalities. O jogo traz ainda algumas novidades, como o Free Fall Kombat, onde a luta acontece em queda livre, com o vencedor atirando o perdedor contra o chão, e a "barra de fúria", que, quando está cheia, faz com que os golpes do personagem causem mais dano, e com que ele não sofra dano com os ataques do oponente.
De certa forma, o lançamento de MKvsDC foi o que me motivou a escrever este post, porque, desde que eu fiquei sabendo que o jogo iria ser lançado, eu não podia me furtar a fazer dois comentários. O primeiro eu já fiz, de que o jogo é uma reposta uns dez anos atrasada aos jogos semelhantes da Capcom. O segundo é que a Midway parece querer queimar a minha língua: sempre que eu me envolvia em conversas com os amigos cogitando possíveis jogos "vs. DC" (ou até o DC vs. Marvel, que um grupo independente está há séculos desenvolvendo para Mugen), eu argumentava no sentido de que eu achava que não ia ter graça, porque os heróis e vilões da DC são desproporcionais demais, tanto no sentido de superpoderosos demais, quanto no de menos. Se aceitar o Hulk dando um soco na cara da Chun Li e ela vivendo para ganhar a luta já era difícil, imaginem o lerdo Shao Khan derrotando o Flash no braço, o Coringa ganhando de Jax na porrada, ou alguém aplicando um Fatality no Super-Homem. Já pensando nisso, a Midway inventou "desculpas oficiais" para equilibrar os personagens, como, por exemplo, a de que o Super-Homem é vulnerável a magia, e os ataques dos personagens de MK são de natureza mágica, ou a de que a mescla dos dois mundos reduziu os poderes de alguns personagens enquanto aumentou os de outros. Eu espero que a Midway realmente queime a minha língua e que o jogo seja legal pra caramba, mas, que eu estou achando esquisito, isso estou.
Pessoalmente, eu preferiria que a Midway seguisse por um outro caminho, e realizasse um dos maiores sonhos dos fãs: um Mortal Kombat vs. Street Fighter. Se a Capcom aceitou colocar seus personagens para brigar contra os da SNK, por que não contra os de MK? Assim, quem gosta mais de SF poderia usar o jogo como argumento para dizer que SF é melhor do que MK, quem gosta mais de MK poderia usá-lo para dizer que MK é melhor do que SF, a Capcom e a Midway ganhariam rios de dinheiro, e todo mundo ficaria feliz. Bem, pelo menos eu ficaria.
Mortal Kombat |
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Parte 3 |
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