
Na categoria Música, ninguém supera Tori Amos no topo da minha lista, e eu acho que todos já sabem disso. Em segundo lugar, porém, é uma briga de foice no escuro, com ligeira vantagem para os Smiths. O pior é que são um monte de bandas que não têm nada a ver umas com as outras em termos de estilo musical. Eu já falei aqui dos Smiths (rock anos 80) e do Garbage (alternativo barulhento). Hoje vou falar de outra das minhas bandas preferidas, desta vez uma mais lo-fi: os suecos do Cardigans.
Assim como o Hatful of Hollow dos Smiths e o G do Garbage, meu Life dos Cardigans está abrindo buraco. E também foi comprado meio sem querer. Como metade da população do planeta, eu também conheci os Cardigans com a grudenta Lovefool, que foi trilha do horroroso filme Romeu + Julieta, aquele com o Leonardo di Caprio e a Claire Danes, e que fui praticamente obrigado a assistir por minha ex-namorada, e deve ter sido meu pior dia no cinema em toda a minha vida. Qualquer dia eu conto essa história, mas, para dar uma prévia, basta dizer que o ar-condicionado do cinema estava quebrado, e uma turma inteira de oitava série se sentou na fileira atrás da minha, aparentemente não muito interessados em ver o filme, que, aliás, não ajudava muito. Pelo menos tinha a Claire Danes. E tinha Garbage na trilha sonora.
Pois bem, voltando à vaca fria, um dia eu achei um CD da trilha do Romeu + Julieta em promoção por R$ 9,90. Como tinha uma música do Garbage inédita, e mais a Lovefool, que andava tocando nas rádios, resolvi comprar. Eu achava Lovefool meio chata, mas a voz da vocalista (que depois eu descobri chamar-se Nina Persson) era muito agradável. Dias depois, na mesma loja, estava vendendo o First Band on the Moon, que eu imaginava ser o primeiro CD dos Cardigans, também por R$ 9,90. Comprei também, para ver se as outras músicas eram mais legais. É um disco non-stop, meio dance, não gostei muito. Mais alguns dias depois, na mesma loja, estava vendendo outro CD dos Cardigans, o Life, novamente por R$ 9,90 (o que me fez refletir por quê eles não colocaram todos a R$ 9,90 ao mesmo tempo, mas deixa pra lá). Não tinha o dinheiro na hora (pois é), mas, como sou insistente, e minha irmã iria passar pela loja naquele dia, ao chegar em casa, dei o dinheiro para que ela comprasse pra mim. Aí sim eu descobri um CD muito agradável. E uma banda muito legal.
O Life é o segundo CD dos Cardigans, mas o primeiro não é o First Band on the Moon (que é o terceiro). O primeiro se chama Emmerdale, e, apesar de ser cantado em inglês, só havia sido lançado na Suécia. Os dois primeiros CDs, Emmerdale e Life, são totalmente lo-fi, com guitarra, baixo, piano e bateria acústicos, e a voz superafinada da Nina Persson dando um charme todo especial. No terceiro CD eles resolveram se aventurar pelo dance e pelos equipamentos digitais, e o estilo de música ficou um pouco diferente. O quarto CD, Gran Turismo, consegue outra proeza: é um disco de rock-pop eletrônico, totalmente diferente dos outros três. Este ano saiu o quinto CD, Long Gone Before Daylight, ao que tudo parece, eles cansaram de inventar e voltaram pro lo-fi. Melhor assim, eu gosto mais.
Desnecessário dizer, eu tenho todos (não, eu não importei um Emmerdale da Suécia, ele foi relançado depois que a banda alcançou a fama). O que eu gosto mais, sem dúvida, é a voz da Nina Persson, e esse é um dos motivos pelos quais eu gosto mais quando eles fazem lo-fi: a voz aparece mais.
Pois bem, como de costume, vamos a uma biografia:
Os Cardigans foram formados na pequena cidade de Jönköping, Suécia, no ano de 1992, pelos amigos Peter Svensson (guitarra), Magnus Sveningsson (baixo) e Mattias Alfheim (bateria), que, acreditem ou não, tocavam heavy metal antes de decidir criar o grupo. Mais tarde, Mattias deixou a banda, sendo substituído por Bengt Lagerberg. Ainda no mesmo ano, dois novos membros, Lars Olof Johansson (piano) e Nina Persson (vocais) passaram a inegrar a banda, que permanece com esta formação até hoje. A idéia era formar um grupo pop, influenciado por bandas britânicas da década de 80, como o Young Marble Giants e o Everything but the Girl. Através de seus contatos com o produtor Tore Johansson, Peter e Magnus conseguiram um contrato com a Stockholm Records, e, em 1994, os Cardigans lançaram seu primeiro CD, Emmerdale.
Como eu já disse, este álbum só foi lançado na Suécia, e foi eleito o melhor disco do ano da Suécia pela revista Slitz, respeitada revista de música local. Tal fama levou ao lançamento do segundo álbum, Life, apenas um ano depois, em 1995. Executivos da americana Mint Fresh Records ouviram o CD, e decidiram apostar no trabalho dos Cardigans, lançando-o também na América. Além disso, os Cardigans conseguiram um contrato para abrir shows do Blur no Reino Unido. O sucesso foi tanto que o álbum foi lançado mundialmente pela Mercury Records, vendeu 1,5 milhão de cópias no mundo todo, e transformou os Cardigans em uma das bandas mais populares do Japão.
Entusiasmados com sua popularidade mundial, os Cardigans decidiram incrementar um pouco sua música, com guitarras mais pesadas e um ritmo mais rápido. O resultado foi First Band on the Moon, o terceiro álbum, de 1996, lançado simultaneamente na Europa, América do Norte e Japão. Este álbum vendeu mais de um milhão de cópias só nos EUA, e quase 10 milhões no mundo todo, além de contribuir para que a música Lovefool fosse parar na trilha do Romeu + Julieta, o que ajudou ainda mais a alavancar a popularidade do grupo, levando-o até países onde não era conhecido (alguém aí falou Brasil?).
Lovefool, porém, foi uma faca de dois gumes. Apesar de elevar a popularidade da banda a níveis jamais sonhados lá em Jönköping, fez muitos "fãs" ficassem achando que Cardigans era só isso, já que os álbuns anteriores eram praticamente desconhecidos. Os Cardigans chegaram até mesmo a serem considerados os sucessores do ABBA, o que irritou a banda, que não queria ficar conhecida como "banda de uma música só". O relançamento mundial de Life, no final de 1996, fez parte de uma estratégia para que mais pessoas conhecessem o trabalho anterior e a versatilidade da banda.
Percebendo que a fama poderia ser perigosa, os Cardigans deram um tempo antes de lançar seu quarto CD, Gran Turismo, de 1998, que recebeu este nome em homenagem ao jogo de videogame preferido da banda. Neste CD eles tentaram fazer um rock-pop diferente do dance presente no álbum anterior. Durante as gravações, o estúdio onde gravavam foi assltado, e levaram todo o equipamento digital. O resultado é que parte das músicas possui bateria eletrônica e teclado digital, e parte possui bateria comum e piano. O álbum não foi tão bem sucedido quanto o anterior, mas mesmo assim a música My Favourite Game se tornou sucesso mundial, alcançando a posição 14 na parada britânica. Erase/Rewind também foi bem-sucedida, entrando parar o Top 10 britânico, na décima posição. Para aproveitar a fama, o álbum Emmerdale foi relançado mundialmente em 1999.
Depois disso, a banda decidiu dar um tempo. Nina Persson trabalhou em um projeto paralelo chamado A Camp, com vários amigos, incluindo Mark Linkous do Sparklehorse, e voltou com os cabelos pretos para gravar o quinto CD dos Cardigans, Long Gone Before Daylight, de 2003. Este disco possui as letras mais melancólicas que os Cardigans já escreveram, e retorna parcialmente ao estilo lo-fi dos dois primeiros álbuns, embora possua mais guitarras. Apesar da aparente tristeza do álbum (frquentemente perguntam a Nina Persson se ela está triste com alguma coisa) ele está vendendo bem no Reino Unido, Suécia e Japão, e bem cotado entre as revistas especializadas. Como sempre, temos alguns "fãs" insatisfeitos, que preferiam o estilo dos dois álbuns intermediários, e alguns críticos reclamando que a banda está se tornando muito comercial. De minha parte, achei o Long Gone Before Daylight muito bom, e espero que eles decidam fazer lo-fi pra sempre.
Na verdade, Tolkien nunca chegou a publicar este livro, composto de vários textos escritos durante sua vida, reunidos em um único volume, em uma ordem capaz de formar uma história, por seu filho, Christopher Tolkien. Apesar do que possa parecer, não é um monte de textos soltos, pois Tolkien (o pai) realmente tinha a intenção de escrever um livro, chamado "O Livro dos Contos Perdidos", que explicaria a origem do mundo dentro do qual O Hobbit e O Senhor dos Anéis iriam se encaixar. Infelizmente, ele faleceu antes de concluir seu trabalho.
Giger, além de ilustrador, é pintor, escultor e arquiteto. Seus trabalhos envolvem um tipo de "fantasia macabra", mesclando a já famosa arte de fantasia (como a da revista Heavy Metal, por exemplo) com elementos de terror, formas alienígenas, e seres híbridos de homem e máquina. Sua mais famosa criação são os Biomecanóides, seres compostos de biologia e tecnologia mescladas, e que serviram de inspiração não só para o "alien do Alien", mas também para a híbrida Syl, do filme "A Experiência". Biomecanóides ou não, as criaturas de sua arte costumam ter tons metálicos, características reptilianas, ossos expostos e feições humanas, o que só as torna mais perturbadoras.
1 - Este tradicional, que todos nós conhecemos e usamos para jogar uma biribinha, é o Baralho Francês. Os quatro naipes são Espadas, Paus, Ouros e Copas, e tem treze cartas: Ás (A), 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, Valete (J), Dama (Q) e Rei (K), além de eventuais curingas (normalmente dois ou três). Alguns países substituem o Ás pelo 1, e usam letras em seu próprio idioma para representar as figuras (por exemplo, na Alemanha, o Valete é 'B', a Dama 'D' e o Rei 'K').
2 - Outro bastante difundido é o Baralho Latino, que eu conhecia como italiano. Os naipes aqui são Espadas, Bastões, Taças e Moedas. Podem tem 40, 48 ou 52 cartas, normalmente do 1 ao 7, 9 ou 10, e mais as figuras, o Valete ou Aia, o Cavaleiro (montado em um cavalo e tudo) e o Rei. No padrão espanhol, os bastões são porretes de madeira, as espadas são sempre desembainhadas, e as figuras são numeradas 10, 11 e 12, respectivamente. Além disso, as figuras são impressas em um único sentido da carta, ou seja, podem ficar "de cabeça para baixo". Este padrão também é utilizado no sul da Itália, e em alguns países da América Latina. No padrão italiano, utilizado no norte da Itália, as espadas podem estar dentro de bainhas, os bastões são bastões cerimoniais, as figuras não são numeradas, e são impressas nos dois sentidos, como no baralho francês, para nunca ficarem de cabeça para baixo.
3 - Menos conhecido por aqui é o Baralho Alemão. Os quatro naipes são, acreditem ou não, Castanhas, Sinos, Folhas e Corações, e são apenas 32 cartas: 7, 8, 9, e 10, mais quatro figuras: o Obermann e o Untermann, espécies de valetes, conhecidos internacionalmente como Over e Under, o Rei, e o Ás ou Deuce, dependendo do padrão. Em qualquer caso, só o 7, 8, 9 e 10 são numerados. Os dois padrões mais famosos são o "de Salzburgo", que, por incrível que pareça, não foi inventado em Salzburgo nem é utilizado por lá, no qual as figuras são impressas num único sentido, e a carta mais alta é o Deuce, representado por duas figuras do naipe; e o "Padrão Guilherme Tell", assim chamado porque todas as figuras são personagens da lenda de Guilherme Tell, com figuras impressas nos dois sentidos da carta, os quatro Reis montados a cavalo, e onde a carta mais alta é o Ás, representado por um personagem, e não por uma figura do naipe, como era de se esperar. Em nenhuma das versões as figuras possuem letras de identificação (tipo O, U e K), mas o naipe do Under é na parte de baixo da carta para diferenciá-lo do Over. Curiosidade: No Padrão Guilherme Tell, os ases de Sinos e de Corações são mulheres - as únicas de todo o baralho. O Padrão de Salzburgo não tem uma mulherzinha sequer.
4 - Mais estranho ainda é o Baralho Suíço, provavelmente uma adaptação do alemão, utilizado apenas am algumas cidades da Suíça, e para jogar um único jogo, chamado Jass. São 36 cartas. As numeradas vão do 6 ao 9. As demais são o Over, o Under, o Rei, o Sau, representado por duas figuras do naipe, e o Banner, representado por uma bandeira com o naipe. Os naipes são Castanhas, Sinos, Flores e Escudos. Algumas lojas suíças vendem uma versão de 48 cartas, que inclui o 3, 4 e 5 que talvez fosse utilizada para outros jogos além do Jass.
5 - Finalmente, temos o Baralho de Tarô, que, ao contrário do que muitos pensam, foi inventado para jogar baralho, e depois os ocultistas começaram a utilizá-lo para ler o futuro, e não o contrário. Os dois tipos mais difundidos são o Tarô Italiano, mais conhecido como "Tarô de Marselha" (Marselha fica na França, mas foi lá que este Tarô se popularizou, daí o nome), o mais utilizado para ler o futuro; e o Tarô Francês, o mais utilizado para jogar, pois tem as cartas menores. Baralhos de Tarô normalmente têm 78 cartas, do 1 ao 10, mais o Valete, Cavaleiro, Dama e Rei de cada naipe, mais 21 trunfos fixos, numerados de 1 a 21, que não pertencem a naipe nenhum, e mais o Louco (na verdade um problema de tradução; o original era "o Bobo", no sentido de bobo-da-côrte), que não tem naipe nem número, e em cada jogo tem uma função. Alguns subtipos regionais podem ser encontrados em vários países da Europa, com mais ou menos cartas que o tradicional. Um exemplo é o Tarô Minchiate, que tem nada menos que 40 trunfos fixos, totalizando 97 cartas!