Wolverine é, sem dúvida nenhuma, o mais popular dos X-Men, mas, originalmente, ele não foi criado para ser um X-Man - na verdade, sequer para ser um herói, mas sim um antagonista do Hulk. A época era a metade da década de 1970, e a revista The Incredible Hulk estava a cargo do roteirista Len Wein e do desenhista Herb Trimpe, que, no último quadrinho da edição 180, de outubro de 1974, introduziram um novo e enigmático personagem chamado Wolverine. Na edição seguinte, Hulk e Wolverine cairiam na porrada, e aquele sujeito baixinho e invocado, aparentemente sem nenhum superpoder, que tinha garras retráteis e um uniforme amarelo chamativo, de alguma forma evitaria ser transformado em purê pelo Golias Esmeralda, usando apenas uma impressionante agilidade e reflexos mais apurados que os de um ser humano comum.
Apesar de suas duas primeiras histórias terem sido desenhadas por Trimpe, oficialmente os co-criadores de Wolverine são Wein e o desenhista John Romita, que criou não somente o primeiro uniforme do personagem, mas também deu a ideia de suas garras retráteis - sob o argumento de que, após desenhar as garras, ficou imaginando como ele faria para coçar o nariz ou amarrar os sapatos. Trimpe sempre recusou crédito de criador, dizendo que "Wein e Romita costuraram a criatura, eu apenas dei o choque que a trouxe à vida". Por outro lado, Roy Thomas, que na época era editor da Marvel, desde a morte de Wein alega também ser um co-criador, por ter pedido especificamente a Wein e Romita para que criassem um personagem chamado Wolverine, que fosse canadense, baixinho, e tivesse a ferocidade de um carcaju - animal nativo do Canadá cujo nome em inglês é wolverine, conhecido por enfrentar animais muito maiores que ele, como ursos, sendo considerado um símbolo de ferocidade. Como Romita também já é falecido, ninguém tem como provar ou desmentir a alegação de Thomas.
Seja como for, Wolverine não era exatamente um vilão, e sim uma espécie de agente secreto do governo canadense, que só enfrentou o Hulk porque, durante uma luta contra o Wendigo, o Verdão cruzou a fronteira dos Estados Unidos com o Canadá, que não queria seres superpoderosos se estapeando e destruindo tudo por lá, então enviou Wolverine para acabar com a briga - aliás, quando vê que o Wendigo é vítima de uma maldição e o Hulk estava lutando apenas para evitar que ele causasse mais destruição, Wolverine revela que tem um bom coração, fingindo ser nocauteado pelo Hulk para que o Gigante Gama retorne aos Estados Unidos por sua própria vontade.
Segundo Trimpe, Wolverine seria mais um dos muitos personagens que, na época, a Marvel introduzia em uma edição com um propósito específico e jamais voltava a utilizar novamente no futuro. Eu poderia dizer que ele fez tanto sucesso com os leitores que cartas inundaram a redação pedindo seu retorno como protagonista, mas a verdade é que não aconteceu nada disso, e Wolverine só retornou em um papel maior graças à preguiça de Wein, que, recebendo a incumbência de criar uma nova equipe de X-Men, decidiria reaproveitar alguns personagens antigos, para não ter que inventar muitos novos.
Para quem não sabe, a equipe original dos X-Men, criada por Stan Lee e Jack Kirby em 1963, consistia de apenas cinco membros: Ciclope, Anjo, Fera, Homem de Gelo e Garota Marvel (Jean Grey), mentorados pelo Professor X - mais tarde, dois novos "recrutas" se uniriam à equipe, Destrutor e Polaris. Apesar de um pequeno sucesso inicial, a revista The X-Men jamais seria verdadeiramente popular e, após a edição 66, de março de 1970, seria oficialmente cancelada. Por decisão de Lee, entretanto, ao invés de retirar a revista do catálogo da Marvel, a editora a seguiria publicando, reimprimindo histórias antigas entre as edições 67 e 93. Essas edições teriam vendas muito acima do esperado, o que faria com que Lee decidisse lançar uma edição especial, para ver se valia a pena voltar a investir na publicação de histórias inéditas da equipe. Para essa empreitada, ele chamaria Wein e o desenhista Dave Cockrum, que deveriam produzir uma edição especial de 68 páginas - o normal, na época, era entre 28 e 32 - com uma história inédita.
Wein pensaria que faria muito mais sentido se os "novos X-Men" fossem uma equipe internacional e multirracial, ao invés de oito norte-americanos brancos como a equipe original, e que fossem todos adultos, pois a narrativa de adolescentes descobrindo seus poderes já era considerada ultrapassada. Assim, ele inventaria, de cara, quatro novos personagens: a africana Tempestade, o russo Colossus, o alemão de aparência demoníaca Noturno e o nativo norte-americano Pássaro Trovejante. Não querendo que a equipe tivesse somente esses quatro, e já sem inspiração para continuar inventando, ele incluiria também três personagens antigos: o japonês Solaris, criado por Thomas e Don Heck, que havia sido coadjuvante em algumas histórias da equipe original; o irlandês Banshee, criado por Thomas e Werner Roth, originalmente um vilão, reimaginado como um agente da Interpol; e Wolverine, que ganharia um "fator de cura", a habilidade de se recuperar rapidamente de qualquer tipo de ferimento e, assim, se tornaria também um mutante, apto a fazer parte da equipe dos X-Men. Lançada em maio de 1975 com o nome de Giant-Size X-Men, a revista seria um grande sucesso, e, a partir da edição 94, lançada em agosto, a revista X-Men passaria a trazer aventuras dessa equipe, mentorada pelo Professor X, liderada por Ciclope e acrescida de Jean Grey, com os outros X-Men originais dando as caras apenas ocasionalmente.
Quem desenharia a capa de Giant-Size X-Men seria Gil Kane, que, por alguma razão - talvez por tentar desenhar de cabeça - faria várias "mudanças acidentais" no uniforme de Wolverine, a principal delas na máscara, que, ao invés de apenas sombras pretas ao redor dos olhos, tinha prolongamentos laterais pontudos. Cockrum, que achava a máscara original muito parecida com a do Batman, gostaria da mudança, e desenharia Wolverine ao longo da edição com o uniforme acidentalmente criado por Kane, com a máscara se tornando um dos elementos mais característicos e populares do personagem nos anos seguintes. Cockrum também seria o primeiro a desenhar o personagem sem máscara, e acabaria criando outro de seus traços característicos, o cabelo quase que acompanhando o formato da máscara, complementado por fartas costeletas. Cockrum diria ter se inspirado no cabelo de outro dos X-Men, o Fera, para tentar passar a imagem de que Wolverine tinha um temperamento feroz; Wein, entretanto, não gostaria, alegando que, em sua mente, Wolverine tinha cerca de 18 anos, mas Cockrum o havia desenhado com mais de 40. Cockrum também seria o responsável por outros elementos característicos do traje civil de Wolverine, como o chapéu de caubói, a jaqueta de aviador e o charuto sempre na mão ou na boca.
Wein seria o roteirista apenas de Giant-Size X-Men; a partir da X-Men 94, os roteiros ficariam a cargo de Chris Claremont, que determinaria o nome de batismo de Wolverine: Logan. Segundo o roteirista, a escolha foi uma alusão ao Monte Logan, a montanha mais alta do Canadá, com a ideia sendo "dar o nome da montanha mais alta ao X-Men mais baixinho". Falando nisso, embora quem tenha conhecido os X-Men pelos filmes não repare, já que Hugh Jackman tem 1,80 m, Wolverine sempre foi o mais baixinho dos X-Men, com essa sendo outra de suas características distintivas - da equipe formada em X-Men 94 ele era o mais baixo, embora Noturno, que andava curvado, algumas vezes estivesse com os olhos na mesma altura dos dele, e, na equipe que ficaria famosa através do desenho dos anos 1990, ele só não era mais baixo que Jubileu.
Ao longo da década de 1970, Claremont e John Byrne, que assumiria a arte na X-Men 111, de junho de 1978, mas em muitas edições também seria um co-roteirista não creditado, definiriam a personalidade de Wolverine, que o transformariam no mais popular dos X-Men: no final dos anos 1970, motivado em parte pelo fim da Guerra do Vietnã, começariam a se popularizar na cultura pop norte-americana os chamados anti-heróis, personagens que, apesar de seus atos heroicos, não tinham um rígido código de conduta nem eram avessos a cometer atos de violência gratuita, a maioria deles sendo também "lobos solitários", com dificuldade para agir em equipe. Claremont e Byrne incorporariam essas características a Wolverine, usando-o como contraponto aos demais X-Men, todos "bonzinhos e comportados", e explorando o fato de que, apesar de ele se sentir bem como membro de uma equipe, isso ia contra a sua natureza. Essas características, diferentes do lugar-comum nas equipes de super-heróis da época, retratadas como "famílias" nas quais os membros sempre estavam de acordo uns com os outros, fariam a popularidade de Wolverine explodir, e a Marvel a investir em outros anti-heróis, como o Justiceiro, criado originalmente para ser um vilão do Homem-Aranha, e o Motoqueiro Fantasma, originalmente protagonista de histórias de horror - até mesmo o Hulk ganharia uma "versão anti-heroica", na forma do Sr. Tira-Teima.
Apesar de tudo, a indústria dos quadrinhos tinha regras que precisavam ser seguidas, e até mesmo um lobo solitário como Wolverine tinha que ver os X-Men como sua família; para isso, Claremont começaria estabelecendo uma rivalidade entre ele e Ciclope, fazendo com que Wolverine se apaixonasse por Jean Grey; seguiria criando uma amizade genuína entre ele e Noturno, ambos vistos por si mesmos como párias da sociedade; e faria com que o principal parceiro de Wolverine em combate fosse o X-Men que menos tinha a ver com ele em termos de temperamento, Colossus - desenvolvendo para os dois o "arremesso especial", técnica com a qual Colossus arremessa Wolverine em direção aos inimigos como se fosse um projétil, que se tornaria uma das marcas registradas dos X-Men em batalha nos anos seguintes.
Claremont também seria o criador de outra característica fundamental de Wolverine: seu esqueleto de adamantium, o metal mais resistente do Universo Marvel. Existe uma lenda de que Wein, ao criar o personagem, teria imaginado que ele era um filhote de carcaju transformado em humano pelo vilão Alto Evolucionário, que era dado a esse tipo de coisa; Wein sempre negou essa versão, sempre se entristeceu quando a viu repetida como verdade e quando era perguntado sobre ela, e sempre defendeu que Wolverine era um mutante desde sua primeira aparição, embora seus poderes só tenham sido revelados quando ele passou a fazer parte dos X-Men. Wein, entretanto, havia imaginado que as garras de Wolverine faziam parte de suas luvas, e que tanto as garras quanto as luvas eram feitas de adamantium; na X-Men 98, de abril de 1976, Claremont revelaria que, na verdade, as garras fazem parte da anatomia de Wolverine, e que todo o esqueleto do personagem é revestido pelo material - originalmente, entretanto, as garras eram um "efeito colateral" da infusão de adamantium, com o fato de que Wolverine tinha garras de osso antes do experimento só tendo sido acrescentado nos anos 1990.
Por incrível que pareça, porém, Claremont, inicialmente, não gostava de Wolverine, achando que ele não combinava com a equipe, e que era muito difícil arrumar formas de integrá-lo às histórias. Assim como já haviam tirado Solaris e Pássaro Trovejante do título, Claremont e Cockrum planejavam tirar também Wolverine, passando algumas de suas características para Noturno. Seria Byrne, nascido na Inglaterra mas criado no Canadá, quem convenceria o roteirista não só a mantê-lo, mas também a dar cada vez mais destaque ao personagem, argumentando que "não aceitaria que um canadense fosse retirado da equipe". Byrne criaria todo um "passado canadense" para Wolverine, chegando a criar outra equipe da qual ele teria feito parte antes dos X-Men, a Tropa Alfa, para justificar como um lobo solitário como ele aceitava estar em uma equipe com diferenças tão óbvias de personalidade.
Quando assumiu a X-Men, Byrne criou um novo uniforme para Wolverine, de cor marrom e com menos detalhes, e um rosto para o personagem, sem saber que já havia uma versão oficial criada por Cockrum; ao ser avisado, ele usaria esse rosto para Dentes de Sabre, que originalmente era um vilão do Punho de Ferro, cuja revista na época também era escrita por Claremont e desenhada por Byrne. Byrne perguntaria a Claremont se ele achava uma boa ideia Wolverine ser filho de Dentes de Sabre, e os dois acabariam criando uma história na qual era revelado que Wolverine tinha 60 anos e havia lutado na Segunda Guerra Mundial para escapar dos abusos cometidos por seu pai Dentes de Sabre, que tinha 120 anos. Essa história jamais seria publicada, mas serviria de base para outra característica de Wolverine, a de que ele é mais velho do que aparenta, pois seu fator de cura retarda seu envelhecimento. Dentes de Sabre, apesar de jamais ter sido oficialmente seu pai, ganharia um passado em comum com Wolverine, se tornando seu maior rival e um dos principais vilões dos X-Men.
Após a saída de Byrne, Wolverine continuaria sendo um dos protagonistas da revista X-Men, que, na edição 142, de fevereiro de 1981, seria renomeada para The Uncanny X-Men - mesmo com o adjetivo "The Uncanny" já aparecendo na capa desde a edição 114, de outubro de 1978. Wolverine, contudo, só passaria a ser um dos protagonistas do Universo Marvel cerca de um ano depois, com o lançamento da minissérie Wolverine, em quatro edições lançadas entre setembro e dezembro de 1982, com roteiros de Claremont e arte de Frank Miller. Embora a história dessa minissérie (chamada Eu, Wolverine) tenha sido a primeira aventura solo de Wolverine nos Estados Unidos, sua primeira história solo havia sido publicada em 1979, no Reino Unido, pela Marvel UK, na revista Marvel Comics 335, com roteiro de Mary Jo Duffy, desenhos de Ken Landgraf e arte-final de George Pérez, em sua estreia na Marvel: numa história curta, Wolverine e Hércules se envolvem em uma briga de bar após o semideus provocar o mutante.
Eu, Wolverine era muito mais profunda que isso - mais profunda, aliás, do que quase tudo o que vinha sendo feito em quadrinhos na época, e definitivamente profunda demais para um personagem do tipo que Wolverine era visto até então. Claremont e Miller criariam um Wolverine inspirando em Clint Eastwood, principalmente em suas interpretações do Homem sem Nome dos faroestes de Sergio Leone e do detetive Harry Callahan de Perseguidor Implacável, que decide viajar até o Japão ao descobrir que um grande amor de seu passado, Mariko Yashida, terá de se casar contra a própria vontade. A minissérie seria um gigantesco sucesso, e estabeleceria mais pontos fundamentais da personalidade de Wolverine, mostrando que ele tem dificuldade para manter seu instinto assassino sob controle, sendo essa a principal razão pela qual tem dificuldade em trabalhar em equipe, e que não era em nada animalesco, sendo poliglota, um estrategista brilhante e um artista marcial notável - segundo um crítico da época, a minissérie ajudaria a estabelecer Wolverine como "o Batman da Marvel". Também seria nessa minissérie que Claremont e Miller criariam a frase de efeito do personagem: "eu sou o melhor no que faço, mas o que eu faço não é nada bonito".
Wolverine voltaria ao Japão em outra minissérie, Kitty Pryde and Wolverine, em seis edições publicadas entre novembro de 1984 e abril de 1985, com roteiro de Claremont e arte de Al Milgrom, na qual Kitty vai à Terra do Sol Nascente investigar uma trama suspeita envolvendo seu pai e acaba sendo possuída pelo demônio Ogun, com Wolverine tendo de ajudá-la a sobrepujá-lo. A minissérie seria mais um grande sucesso, e levaria a Marvel a considerar seriamente lançar uma revista solo de Wolverine; para testar as águas, a editora o colocaria como o astro principal da revista quinzenal Marvel Comics Presents, lançada em setembro de 1988. Ao invés de apenas uma história de um único personagem, a Marvel Comics Presents trazia três ou quatro histórias curtas de heróis diferentes, com a primeira edição trazendo uma de Wolverine, por Claremont e Milgrom, uma do Homem-Coisa e uma de Shang-Chi.
Wolverine daria nome à revista (com a capa dizendo Marvel Comics Presents: Wolverine) até a edição 10, de janeiro de 1989, com, a partir da edição 11, a história principal sendo de Colossus, a partir da 17 de Ciclope, a partir da 24 de Destrutor e a partir da 32 da equipe Excalibur, mas com Wolverine eventualmente protagonizando uma das histórias secundárias. As vendas da revista cairiam nesse período, mas voltariam a subir quando o nome de Wolverine voltasse à capa, na edição 39, ficando lá até a 142, de novembro de 1993 - exceto entre a 72 e a 84, por razões que veremos a seguir, e nas 105 e 127, protagonizadas pelo Motoqueiro Fantasma, que assumiria o título de vez na 143. A revista ainda seria publicada até a edição 175, de março de 1995, a maioria das últimas edições servindo de laboratório para personagens novos ou pouco conhecidos, como Lunatik ou a Força-Tarefa.
Entre as edições 72 e 84, de março a setembro de 1991, a Marvel Comics Presents publicaria uma das histórias mais famosas e aclamadas de Wolverine, a saga da Arma X (com seu título mudando nesse período para Marvel Comics Presents: Weapon X). Escrita e desenhada por Barry Windsor-Smith, a história mostrava como Logan ganhou seu esqueleto de adamantium e perdeu parte de sua memória ao ser recrutado para o Projeto Arma X, criado pelo governo canadense para recrutar indivíduos super-humanos para trabalhar para uma agência governamental. Mostrado pela primeira vez nessa saga após ser inúmeras vezes citado em outras histórias de Wolverine, o Projeto Arma X imediatamente se tornaria uma das principais engrenagens do universo dos X-Men, sendo usado em diversas outras histórias dos quadrinhos e aparecendo em praticamente todas as outras mídias que contam com a presença de Wolverine.
Enquanto protagonizava a Marvel Comics Presents, Wolverine se tornaria o primeiro dos X-Men a ganhar sua própria revista solo, com a Wolverine número 1 sendo lançada em novembro de 1988. Para pegar carona nas duas minisséries, a princípio a revista mostraria Wolverine vivendo aventuras no Japão antes de se unir aos X-Men, mas, ao longo dos anos seguintes, passaria a mostrar aventuras suas em paralelo às da equipe. Essa revista mostraria uma nova faceta de Wolverine, a de espião, com Logan assumindo vários disfarces para se infiltrar em organizações criminosas e conseguir o que quer sem ter de recorrer a um ataque frontal; o mais famoso disfarce era o de Caolho, um vigarista da cidade de Madripoor que contava com a ajuda de duas detetives particulares, Jessica Drew (a ex-Mulher-Aranha) e Carol Danvers (a futura Capitã Marvel). A revista teria nada menos que 192 edições publicadas, a última de janeiro de 2003, sendo cancelada não por baixas vendas, mas por decisão editorial.
A revista estrearia com roteiros de Claremont e arte de John Buscema, mas mudaria várias vezes de mãos ao longo dos anos. Após a saída de Claremont, assumiria Larry Hama, que escreveria os roteiros por nada menos que sete anos, criando uma cópia-robô de Wolverine chamada Albert, revisitando várias vezes o Programa Arma X e escrevendo muitas histórias nas quais Wolverine e Jubileu eram uma dupla no estilo Batman e Robin; sendo descendente de japoneses, Hama se inspiraria nos filmes da série Yakuza para ambientar várias de suas histórias no Japão, considerando Wolverine um "japonês mais autêntico" que outros personagens japoneses retratados nas histórias em quadrinhos da época. Além de Hama, se destacariam nos roteiros Peter David, Archie Goodwin, Erik Larsen, Frank Tieri, Greg Rucka, Mark Millar e Gregg Hurwitz, e, na arte, Marc Silvestri, Mark Texeira, Dwayne Turner, Adam Kubert, Leinil Francis Yu, Rob Liefeld, Sean Chen, Darick Robertson, Joe Madureira e Humberto Ramos.
O lado espião de Wolverine também seria explorado em uma das mais famosas graphic novels da Marvel, Wolverine & Nick Fury: The Scorpio Connection, de dezembro de 1989, com roteiros de Archie Goodwin e arte de Howard Chalkin, na qual os dois heróis, cada um por seus próprios motivos, se envolvem em uma trama aparentemente engendrada pelo vilão Scorpio, que Fury quer capturar vivo, mas Logan quer ver morto. Essa seria a primeira de três graphic novels de muito sucesso de Wolverine, com as outras duas sendo Wolverine: Bloodlust, de dezembro de 1990, com roteiro e arte de Alan Davis, na qual o herói se perde durante uma nevasca no Canadá e tem de controlar seus instintos animalescos a qualquer custo, e Wolverine: Bloody Choices, de junho de 1991, com roteiro de Tom DeFalco e arte de John Buscema, na qual Logan e Fury se veem novamente em lados opostos, com Wolverine jurando vingar um menino molestado por um criminoso internacional e Fury jurando proteger esse mesmo criminoso até o dia em que ele dará um importante testemunho no tribunal.
Wolverine, Motoqueiro Fantasma, Homem-Aranha e o Hulk cinza formariam uma improvável equipe criada por Mike Wieringo e conhecida como "o Novo Quarteto Fantástico", que faria sua estreia na Fantastic Four 347, de dezembro de 1990, numa história na qual um skrull fingindo ser Sue Storm nocauteia os membros originais do Quarteto e recruta os quatro para ajudá-lo a recuperar um artefato. Essa "saga" duraria apenas três edições (347, 348 e 349), mas a equipe faria sucesso entre os leitores e retornaria em uma nova história nas edições 374 e 375, de março e abril de 1993, voltando a fazer aparições ocasionais em outros títulos da editora nos anos seguintes.
Em 1993, após um ataque de fúria, Magneto arrancaria o adamantium do esqueleto de Wolverine, revelando que ele possuía garras de osso. Parte da saga Atrações Fatais, esse evento seria publicado na revista X-Men (relançada em 1991 com a numeração recomeçando do 1, para que os mutantes tivessem duas, a outra sendo The Uncanny X-Men) número 25, com roteiro de Fabian Nicieza e arte de Andy Kubert, com Nicieza creditando a ideia a Peter David. Com o fator de cura sobrecarregado devido ao trauma, Wolverine passa a ter de reaprender como lutar agora que tem um esqueleto normal e não regenera tão rapidamente, e, por isso, decide deixar os X-Men, durante muito tempo vivendo aventuras apenas em sua revista solo. Wolverine acabaria ganhando seu adamantium de volta em 1999, através de um experimento do vilão Apocalipse, que também resultaria em Wolverine revertendo a um estado animalesco e bestial, no qual ele ficaria por cerca de um ano, até ser curado graças a uma rotina de treinos implementada por Elektra. Depois disso, ele se uniria novamente aos X-Men.
Em 2001, seria publicada mais uma minissérie importantíssima para a história de Wolverine, Origin, em seis edições publicadas entre novembro de 2001 e julho de 2002, com roteiro de Joe Quesada, Paul Jenkins e Bill Jemas e arte de Andy Kubert. Centrada na infância e adolescência de Wolverine, a minissérie mostrava em detalhes vários eventos apenas citados ou abordados por alto, e ainda revelava que o nome verdadeiro do personagem não era Logan, mas James Howlett. DeSanto diria que a minissérie seria encomendada pela Marvel devido ao sucesso de Wolverine nos filmes, com a editora temendo que, se ele não tivesse uma "história de origem" definitiva e oficial nos quadrinhos, a Fox poderia criar uma para os filmes. Em 2004, Jenkins escreveria outra minissérie, Wolverine: The End, com arte de Claudio Castellini, em seis edições bimestrais publicadas entre janeiro e dezembro, que mostrava um futuro possível para o mutante, lidando com as implicações de vários eventos de Origin. Dez anos depois, Origin II, com roteiros de Kieron Gillen e arte de Adam Kubert, em cinco edições publicadas entre março e junho de 2014, abordaria a juventude de Wolverine e seu primeiro encontro com Dentes de Sabre.
Em 2001 também seria lançada a nova versão da X-Force, que mais tarde seria renomeada para X-Táticos; Wolverine seria um convidado de luxo na série, por supostamente compartilhar um passado em comum com um dos membros do grupo, o enigmático Dup, que se parece com o Geleia dos Caça-Fantasmas e fala usando seu próprio alfabeto. Wolverine e Dup seriam os astros da minissérie Wolverine & Doop, com roteiro de Peter Milligan, criador dos X-Táticos, e arte de Darwyn Cooke. Em duas edições quiinzenais, lançadas em julho de 2003, Wolverine e Doop teriam a missão de recuperar um artefato conhecido como Mink Pink, que tem o poder de causar alucinações em mutantes, que imaginam que estão vendo uma mulher lindíssima chamada Lady Pink e se tornam incapazes de não obedecer a todas as ordens dela, que sempre levam ao caos.
A revista Wolverine seria relançada, com numeração recomeçando do 1, também em julho de 2003. Essa nova série traria arcos de sucesso como Inimigo do Estado, de Millar e John Romita Jr., no qual Wolverine sofre lavagem cerebral e se torna um assassino do Tentáculo, sendo ajudado a retornar a seu estado normal mais uma vez por Elektra, e O Velho Logan, com roteiro de Millar e arte de Steve McNiven, que mostrava Logan e o Gavião Arqueiro vivendo aventuras em um futuro pós-apocalíptico no qual a maior ameaça é o Hulk. Publicada entre as edições 66 e 72, de agosto de 2008 a junho de 2009, a história faria tanto sucesso que seria revisitada em uma minissérie (Old Man Logan), em cinco edições lançadas entre julho e dezembro de 2015, que se tornaria uma série regular, com 50 edições publicadas entre março de 2016 e dezembro de 2018.
A nova Wolverine também lidaria com as consequências das sagas anuais da Marvel, como Guerra Civil e Dinastia M, na qual Logan recupera todas as memórias que havia perdido ou suprimido. Isso levaria ao lançamento de uma segunda série mensal estrelada pelo personagem, Wolverine: Origins, que, em 50 edições publicadas entre junho de 2006 e setembro de 2010, abordava várias dessas "novas memórias" e suas consequências. Seria nessa série que estrearia o personagem Daken, filho de Wolverine com a japonesa Itsu, criado pelo roteirista Daniel Way e pelo desenhista Steve Dillon. Logan ganharia ainda uma terceira série regular, Wolverine: Weapon X, com roteiros de Jason Aaron, que teve 16 edições publicadas entre junho de 2009 e outubro de 2010, e seria o astro da minissérie Wolverine: Manifest Destiny, também de Aaron, com quatro edições publicadas entre dezembro de 2008 e março de 2009. A segunda Wolverine seria cancelada pouco depois, em agosto de 2009, na edição 74, mais uma vez por decisão editorial.
Naquele mesmo mês, Daken assumiria o uniforme e o codinome de Wolverine e seria protagonista da revista Dark Wolverine, cuja primeira edição foi a 75, para que a numeração continuasse a da Wolverine anterior. Essa série teria 16 edições, com a última sendo a 90, de outubro de 2010. No mês seguinte, seria lançada uma terceira Wolverine, com numeração recomeçando do 1 e Logan voltando a ser o protagonista; após a edição 20, entretanto, viria a 300, com os números de todas as Wolverine e Dark Wolverine sendo somados para se obter a nova numeração. Essa série seria encerrada em fevereiro de 2013, na edição 317, para um total de 40. Em maio de 2013, como parte da iniciativa Marvel NOW!, uma quarta Wolverine seria lançada, mais uma vez com numeração recomeçando do 1, mas essa teria apenas 13 edições, a última de março de 2014.
Entre abril de 2008 e fevereiro de 2013, além de viver aventuras em sua própria revista e como parte dos X-Men, Wolverine também seria líder da nova equipe da X-Force, em duas revistas, X-Force, que teria 28 edições, e Uncanny X-Force, com mais 35. Uma das integrantes da equipe seria Laura Kinney, a "filha" de Wolverine - na verdade um clone de Logan do sexo feminino e adolescente. Criada pelo roteirista Craig Kyle para a série animada X-Men: Evolution, com o codinome X-23, Laura logo se tornaria uma das personagens mais populares do Universo dos X-Men, fazendo a transição para os quadrinhos e sendo parte importante da mitologia de Wolverine. Como líder da X-Force, Wolverine teria um relacionamento amoroso com a mercenária mutante Dominó, que culminaria na minissérie X-Force: Sex and Violence, em três edições publicadas entre setembro e novembro de 2010.
Em 2011, Wolverine assumiria a direção da Escola Jean Grey no título Wolverine and the X-Men, também de criação de Aaron, com arte de Chris Bachalo. A série original teria 42 edições, publicadas entre dezembro de 2011 e abril de 2014, sendo reformulada e relançada com numeração começando do 1 para mais 12 edições, entre maio de 2014 e janeiro de 2015. Nesse período, Wolverine também faria parte dos Vingadores, figurando tanto na revista Avengers quanto na New Avengers. Durante a saga Vingadores vs. X-Men, Wolverine decidiria lutar ao lado dos Vingadores contra sua antiga equipe; o roteirista Brian Michael Bendis descreveria sua presença na equipe como "o único assassino em um time de heróis".
Em 2013, Wolverine ganharia uma nova revista, Savage Wolverine, na qual ele vivia aventuras na Terra Selvagem ao lado de Shanna, a Mulher-Demônio; ao retornar da Antártida, Wolverine volta ao Japão, onde vive aventuras ao lado de Elektra. A revista teria 23 edições, publicadas entre março de 2013 e dezembro de 2014; o arco da Terra Selvagem teria roteiros de Frank Cho, e o do Japão de Zeb Wells. Em abril de 2014, seria lançada uma quinta Wolverine, na qual a história principal era que Logan contrai um vírus que cancela seu fator de cura, permitindo a seus inimigos matá-lo; após 12 edições quinzenais, a última de outubro de 2014, a história se concluiria na minissérie em quatro edições quinzenais, lançadas em novembro de dezembro, Death of Wolverine, escrita por Charles Soule. Essa minissérie teria duas "continuações" que exploravam a história mais a fundo: Death of Wolverine: The Logan Legacy, em sete edições quinzenais lançadas entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, e Death of Wolverine: The Weapon X Program, em cinco edições quinzenais publicadas entre janeiro e março de 2015. Uma série semanal chamada Wolverines acompanharia vários personagens tentando preencher o vácuo causado pela morte de Logan, entre março e agosto de 2015.
Mas quem assumiria seu uniforme e o nome Wolverine seria Laura, na revista All-New Wolverine, publicada entre novembro de 2015 e maio de 2018. Depois disso, Logan voltaria à vida (por que não?), resolveria suas diferenças com Ciclope e concordaria em liderar uma nova X-Force, em uma nova revista com roteiros de Benjamin Percy, com 50 edições publicadas entre janeiro de 2020 e maio de 2024. Nesse período, ele também faria parte da equipe dos Vingadores Selvagens, aparecendo regularmente na Savage Avengers, e se tornaria membro dos Filhos da Meia-Noite, figurando na revista Midnight Sons. Entre março e maio de 2022, Wolverine também seria o astro de duas minisséries de cinco edições quinzenais cada, X Lives of Wolverine e X Deaths of Wolverine, ambas com roteiros de Percy, a primeira com arte de Joshua Cassara, a segunda de Federico Vicentini, e histórias que se entrelaçam e se completam. Essas minisséries seriam lançadas paralelamente à sexta Wolverine, que teria roteiros de Percy e arte de Adam Kubert e 50 edições, lançadas entre abril de 2020 julho de 2024.
A mais recente série solo de Wolverine (a sétima com o nome Wolverine) estrearia em novembro de 2024, com numeração recomeçando do 1, segundo a Marvel, em comemoração aos 50 anos do personagem. Com roteiros de Saladin Ahmed e arte de Martin Coccolo, essa é a série atual, que conta no momento com 9 edições.
0 Comentários:
Postar um comentário