sábado, 28 de junho de 2025

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Wolverine (II)

E hoje finalmente veremos os três filmes de Wolverine aqui no átomo!

X-Men Origens: Wolverine
X-Men Origins: Wolverine
2009

Em 2001, enquanto X-Men 2 ainda estava em pré-produção, o escritor David Benioff procuraria a Fox e diria ter interesse em escrever, produzir, e até mesmo dirigir um filme solo de Wolverine. Benioff, que anos mais tarde ficaria famoso por ter sido um dos responsáveis pela série Game of Thrones, na época estava na crista da onda por ter publicado seu primeiro romance, The 25th Hour, mas ainda não havia emplacado um roteiro para o cinema sequer, com o primeiro sendo A Última Noite, de 2002, dirigido por Spike Lee, justamente a adaptação de The 25th Hour. Por causa disso, a Fox mandou um "vamos pensar", mas jamais voltou a entrar em contato. Em 2004, entretanto, após o gigantesco sucesso de X-Men 2, a Fox decidiria trabalhar em spin offs protagonizados cada um por um único personagem, selecionando Wolverine, Magneto e Tempestade para serem os três primeiros, e criando o nome X-Men Origins, com a qual todos esses filmes seriam lançados. Alguém deve ter se lembrado de Benioff, que então já tinha publicado um segundo livro, When the Nines Roll Over, e escrito o roteiro de Tróia, com Brad Pitt, e ele foi chamado para conversar.

Benioff apresentaria uma sinopse que usava como inspiração três das maiores histórias de Wolverine nos quadrinhos: Arma X (1991), de Barry Windsor-Smith; Eu, Wolverine (1982), de Chris Claremont e Frank Miller; e Origem (2001), de Bill Jemas, Paul Jenkins, Joe Quesada, Andy Kubert e Richard Isanove. Hugh Jackman, o intérprete de Wolverine, ficaria maravilhado ao ler a primeira versão do roteiro, principalmente por ser um filme de um único protagonista, ao invés de um filme de equipe como os dos X-Men; ele inclusive daria várias sugestões para que o filme se encaixasse melhor com os dois já lançados, baseadas em sua própria experiência ao viver o personagem.

A Fox, contudo, não ficaria tão empolgada quanto Jackman, por uma razão, digamos, econômica: pensando que a história de Wolverine deveria ser "mais sombria e brutal" que as dos X-Men, Benioff escreveria um roteiro para um filme de classificação R, aqueles que menores de idade não podem assistir no cinema, o que faria com que a Fox temesse um fracasso comercial, contratando Skip Woods, o roteirista de Hitman, para reescrever o roteiro de Benioff, transformando o filme em um PG-13 - apropriado para maiores de 13 anos, mas que menores podem assistir acompanhados dos pais. O roteiro seria aprovado pela Fox em outubro de 2006, quando Jackman estava filmando Austrália, com o ator declarando que as filmagens começariam no final de 2007; David Ayer, de Velozes e Furiosos, diria também ter contribuído para o roteiro, mas que não seria creditado. No final de 2007, James Vanderbilt e Scott Silver, igualmente não creditados, seriam chamados às pressas para "revisões de última hora" no roteiro.

A Fox pediria especificamente por dois personagens no filme: Deadpool, na intenção de fazer um teste para um filme solo do personagem, e Gambit, que o estúdio queria colocar nos filmes dos X-Men mas não sabia como. Por alguma razão que só ele sabe responder, Benioff criaria um Deadpool totalmente diferente daquele dos quadrinhos, com as duas versões somente compartilhando serem mercenários e serem tagarelas; mesmo com o roteiro sendo reescrito tantas vezes, seria essa versão que chegaria ao produto final, causando a ira dos fãs. Já a inclusão de Gambit, apesar de fidedigna, acabaria colocando o personagem num beco sem saída, já que o filme é ambientado muitos anos antes do primeiro dos X-Men, o que impediria que o mutante cajun entrasse para a equipe num filme próximo, a menos que estivesse bem mais velho. Jackman ficaria empolgado com a inclusão de Gambit, achando que sua personalidade seria perfeita para que ele e Wolverine formassem uma dupla, mesmo que apenas por poucas cenas.

Bryan Singer, Brett Ratner, Alexandre Aja e Len Wiseman se mostraram interessados em dirigir, mas a Fox convidaria Zack Snyder, que recusaria por já estar comprometido com Watchmen. Em julho de 2007, a Fox anunciaria Gavin Hood, de Infância Roubada, com Jackman declarando ver paralelos entre o protagonista desse filme e Wolverine; Hood confessaria não ser fã de quadrinhos, mas ter se interessado pelo filme pelo fato de Wolverine "estar sempre em guerra contra sua própria natureza". O diretor também contribuiria para o roteiro, sugerindo que Wolverine e Dentes de Sabre fossem literalmente meio-irmãos, o que, segundo ele, contribuiria para o aspecto emocional do filme. Falando em Dentes de Sabre, em nenhum momento o personagem é chamado dessa forma no filme, apenas de Victor, assim como ele jamais é chamado de Victor em X-Men, o que, aliado às diferenças físicas entre eles, deu origem a uma teoria dos fãs de que seriam dois personagens diferentes.

Após uma breve recapitulação da infância do herói e da descoberta de seus poderes mutantes, o filme começa com Wolverine usando o codinome Logan e fazendo parte de uma equipe de mercenários mutantes chamada Team X, comandada pelo Major William Stryker. Após se desentender com o resto da equipe, Logan decide sair e ir morar no interior do Canadá com sua noiva, Kayla, até um dia em que é procurado por Stryker, que diz que o meio-irmão de Logan, Victor, está caçando e matando os integrantes do Team X, mas ele tem um projeto secreto que dará a Logan condições de derrotar o irmão de uma vez por todas. Logan não se mostra interessado, mas, após Kayla ser morta, decide aceitar a oferta de Stryker, que, sem que ele saiba, fará com que sua memória seja apagada e ele se torne uma máquina de matar a serviço do governo. Logan consegue escapar antes que o processo esteja inteiramente concluído, e, após descobrir que Stryker e Victor são parceiros nessa empreitada, decide usar seus novos poderes para caçá-los.

O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine; Liev Schreiber como Victor Creed; Danny Huston como William Stryker; will.i.am como John Wraith, mutante do Team X com o poder de se teletransportar; Lynn Collins como Kayla Silverfox, namorada nativo-americana de Logan; Kevin Durand como Fred J. Dukes / Blob, mutante do Team X com o poder de controlar sua densidade corporal; Dominic Monaghan como Chris Bradley, mutante do Team X com o poder de controlar a eletricidade; Taylor Kitsch como Remy LeBeau / Gambit; Daniel Henney como Agente Zero, mutante do Team X com agilidade e reflexos ampliados; e Ryan Reynolds como Wade Wilson / Deadpool. Participações especiais incluem Tim Pocock como um jovem Scott Summers; Max Cullen e Julia Blake como Travis e Heather Hudson, casal que acolhe Logan quando ele foge do projeto Arma X; Patrick Stewart como uma versão rejuvenescida digitalmente do Professor X; e Tahyna Tozzi como Emma, irmã de Kayla que coincidentemente tem o mesmo poder de transformar sua pele em diamante de Emma Frost - originalmente, ela seria Emma Frost, mas Singer, que desejava usar a personagem no futuro, pediria após o lançamento do filme para que não fosse.

As filmagens começariam na Austrália no final de 2007 e na Nova Zelândia no início de 2008, mas acabariam atrasando devido à greve dos roteiristas de 2007. Hood diria que o roteiro ainda estava sendo reescrito enquanto eles filmavam, e que a equipe recebia, na Austrália, páginas de roteiro escritas em Los Angeles na noite anterior àquela na qual deveriam filmá-las. Atrasos também ocorreriam devido a um inverno especialmente rigoroso, a compromissos assumidos por Jackman para a divulgação de Austrália, e quando a produção decidiu estocar explosivos em um rinque de patinação na cidade neozelandesa de Queenstown, o que a prefeitura achou perigoso, obrigando a equipe a mover todos os explosivos antes que as filmagens pudessem ser retomadas. Parte das filmagens ocorreria em um complexo abandonado em Cockatoo Island, Austrália, para poupar dinheiro e tempo que seriam usados na construção de um prédio cenográfico e cenários de computação na pós-produção. Cenas complementares seriam filmadas em Nova Orleans, Estados Unidos, e em Vancouver, Canadá, para onde e equipe iria durante a pós-produção gravar as cenas com Reynolds, envolvido com dois outros filmes durante a produção.

Hood e o executivo da Fox Thomas Rothman se desentenderiam várias vezes durante a filmagens, principalmente porque o diretor queria que Wolverine fosse um veterano de guerra sofrendo de stress pós-traumático, enquanto o estúdio achava que "ninguém estava interessado" em um filme de super-heróis com esse tema. A Fox chegaria a pensar em demitir Hood, e começaria até a fazer uma lista de substitutos, quando a produtora Lauren Shuler Donner pediria que seu marido, o diretor Richard Donner, voasse até a Austrália para conversar com Hood e Rothman e conseguir dos dois um um consenso. Hood acabaria abrindo mão da história do estresse pós-traumático em favor da possibilidade de filmar várias cenas pós-créditos diferentes, com cada cópia do filme contando com uma delas, e a plateia só descobrindo qual era quando ela fosse exibida. O diretor chamaria essas cenas de "finais secretos".

Acreditem ou não, o filme teria muito mais efeitos especiais que os três primeiros dos X-Men, o que exigiria que nada menos que 17 empresas de efeitos visuais trabalhassem nele, subordinadas a três diretores de efeitos especiais diferentes. A que ficou responsável pela maior parte das cenas foi a Hydralux, que criou, dentre outras coisas, os poderes de Gambit. Muitas cenas foram filmadas com os atores em frente a um chroma key e criadas totalmente por computação gráfica, como a de Wolverine e Gambit num avião, a máquina que injetou o adamantium no esqueleto de Wolverine, e Wolverine cortando através de uma porta após descobrir suas garras de adamantium. As garras de Wolverine, aliás, eram totalmente feitas por computação gráfica, tanto as de adamantium quanto as de osso, pois as próteses ficaram estranhas e pareciam falsas nas filmagens.

Em 31 de março de 2009, X-Men Origens: Wolverine seria vazado na íntegra na internet, com a Fox estimando que cerca de 4,5 milhões de pessoas fizeram o download antes da estreia do filme nos cinemas; a versão vazada tinha excelente qualidade de imagem, mas diferenças em alguns efeitos sonoros, uma fonte diferente na abertura, e muitos de seus efeitos especiais estavam inacabados. A Fox acionou o FBI e a MPAA (o órgão que representa os estúdios de cinema dos Estados Unidos) para descobrir o responsável pelo vazamento, e, após desconfiar da empresa de efeitos visuais Rising Sun Pictures, inocentada após provar jamais ter tido uma cópia integral do filme em sua posse, eles acabariam chegando a um homem que morava em Nova Iorque e disse que comprou um DVD de um coreano, decidindo disponibilizá-lo na internet, sendo condenado a um ano numa prisão federal pela brincadeira. Outra punição seria aplicada a Roger Friedman, um colunista do canal Fox News, demitido por fazer um review da cópia vazada, no qual diria que foi muito fácil obtê-la. Em 2014, a Fox divulgaria que a cópia obtida pelo tal coreano foi feita para o presidente da empresa, Rupert Murdoch, que a pediu em cima da hora, o que fez com que não houvesse tempo hábil para as medidas de segurança adequadas.

X-Men Origens: Wolverine estrearia nos Estados Unidos em 1 de maio de 2009, embora tenha estreado em outros países a partir de 27 de abril. Apenas em seu primeiro dia nos EUA, renderia 35 milhões de dólares, somando ao final 180 milhões, mais 193 milhões no restante do mundo, para um total de 373 milhões, menos que X-Men 2 e X-Men: O Confronto Final, mas bem mais que o primeiro filme dos X-Men, o que acabou também não representando muita coisa, já que seu orçamento seria o dobro - 150 milhões de dólares contra 75 milhões de X-Men. A Fox consideraria o filme um sucesso de público, mas ele seria um grande fracasso dentre a crítica, que o consideraria "cheio de clichês", "redundante" e "desajeitado"; um crítico chegaria a dizer ser impossível simpatizar com Wolverine, já que nada poderia feri-lo ou matá-lo. O próprio Jackman, após assistir à versão final do filme, se diria desapontado, declarando que o filme se parecia mais com um quarto filme dos X-Men do que com aquilo que ele desejava fazer, que era se aprofundar na mitologia e na personalidade de Wolverine.

O fracasso de X-Men Origens: Wolverine acabaria fazendo com que X-Men Origens: Magneto fosse transformado em X-Men: Primeira Classe, e com que a linha X-Men Origens fosse cancelada após apenas um filme, com X-Men Origens: Tempestade sequer entrando em pré-produção, mesmo com Hale Berry já tendo assinado contrato. Wolverine, entretanto, sairia intocado, e a pré-produção de seu segundo filme começaria quase que imediatamente após a estreia do primeiro.

Wolverine: Imortal
The Wolverine
2013

Durante uma entrevista em setembro de 2007, Hood daria a entender que X-Men Origens: Wolverine teria uma sequência ambientada no Japão, inspirada em Eu, Wolverine, de Chris Claremont e Frank Miller - de fato, uma das cenas pós-créditos do filme mostrava Wolverine no Japão. Jackman confirmaria, e diria que a intenção de Benioff era levar Wolverine ao Japão já no primeiro filme, mas que ele havia opinado que era melhor "definir quem era Logan antes de descobrir como ele se tornou o Wolverine", o que fez com que todos os elementos da minissérie ficassem de fora da versão final do roteiro. Os executivos da Fox gostariam da ideia, e, antes mesmo do lançamento de X-Men Origens: Wolverine, Shuler Donner abordaria Simon Beaufoy, de Quem Quer Ser Um Milionário? e 127 Horas, para escrever o roteiro, mas ele recusaria dizendo não se sentir à altura da tarefa. Ainda assim, o projeto ficaria tão adiantado que, poucos dias após a estreia do primeiro filme nos cinemas, a Fox daria a luz verde para a produção da continuação.

Christopher McQuarrie, de Os Suspeitos, que havia trabalhado sem créditos em X-Men, seria contratado para escrever o roteiro em agosto de 2009, com Shuler Donner confirmando que o filme seria ambientado e filmado no Japão (mas, segundo ela, "com os personagens falando inglês, e não japonês com legendas") e que a história envolveria o relacionamento de Wolverine com Mariko, filha de um chefão do crime, além de "samurais, ninjas, lutas de katana e diferentes artes marciais". Bryan Singer seria convidado para dirigir mas recusaria, então a Fox contrataria Darren Aronofsky, que, envolvido com outros projetos, estabeleceria a data de janeiro de 2011 para iniciar as filmagens, declarando que o filme não seria uma sequência, mas um one-off, uma história sem relação alguma com o anterior ou com os demais filmes dos X-Men. Jackman se diria satisfeito, dizendo que o filme "daria às plateias algo sobre o que pensar".

Em março de 2011, entretanto, as filmagens sequer haviam começado quando um terremoto seguido de tsunami atingiu a região de Tohoku, no Japão, o que levaria a um adiamento na produção por tempo indeterminado. Aronofsky, alegando que teria de ficar mais de um ano longe da família durante as filmagens, desistiria do projeto, e a Fox prepararia uma lista com oito possíveis substitutos, incluindo o brasileiro José Padilha. O favorito de Jackman era Shawn Levy, com quem ele havia trabalhado em Gigantes de Aço, mas que recusaria alegando querer trabalhar em projetos originais, não "no quinto filme do Wolverine". James Mangold seria anunciado como o novo diretor em julho de 2011, com Jackman declarando que as filmagens começariam em outubro. Mangold insistiria para que a Fox deixasse que ele fizesse um filme de classificação R, o que o estúdio rejeitaria mais uma vez.

Em setembro de 2011, porém, as filmagens teriam de ser adiadas novamente, dessa vez porque Jackman estava filmando Os Miseráveis. No mesmo mês, querendo uma ligação mais forte com os filmes dos X-Men, a Fox contrataria Mark Bomback, de Duro de Matar 4.0 e Incontrolável, e Scott Frank, de Minority Report, para reescrever o roteiro de McQuarrie, que acabaria mais uma vez não creditado. Bomback tentaria incluir Vampira na história, mas desistiria por achar que tudo estava ficando "muito problemático", preferindo explorar o relacionamento de Wolverine com Jean Grey. Em fevereiro de 2012, a Fox anunciaria que o filme estrearia em 2013; Jessica Biel chegaria a ser anunciada como a intérprete da Víbora, mas, em uma entrevista, diria que nada era definitivo ainda - de fato, ela acabaria não aceitando o salário proposto pela Fox, com o estúdio chamando Svetlana Khodchenkova para substituí-la. Exceto por Wolverine e Víbora, todo o elenco principal do filme é composto por atores japoneses ou descendentes de japoneses; além disso, o filme chamaria atenção por ter quatro mulheres fortes e lutadoras, que não serviam como donzelas indefesas ou interesses românticos, o que foi considerado incomum para um filme de ação.

Wolverine: Imortal é o primeiro filme dos X-Men ambientado depois de X-Men: O Confronto Final; após a morte de Jean Grey, Logan decide se isolar do mundo e viver como um ermitão, até receber a notícia de que Ichiro Yashida, de quem ele salvou a vida em 1945, está morrendo de câncer, e quer que Wolverine viaje até o Japão para que ele pague sua dívida. Yashida, agora CEO de uma grande empresa, faz uma proposta inusitada: usando métodos criados por sua principal cientista, a Dra. Green, transferir para ele os poderes de cura de Wolverine, os quais ele já está considerando uma maldição, de forma que ele possa se curar do câncer e Logan possa finalmente morrer. Logan recusa a oferta, mas acaba sendo forçado a colaborar, se vendo cercado de inimigos em um país distante e sem seus poderes para ajudá-lo.

O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine; Tao Okamoto como Mariko, neta de Yashida, que Logan tem de proteger de uma conspiração no seio da própria família; Rila Fukushima como Yukio, assassina profissional a serviço do clã Yashida; Svetlana Khodchenkova como a Dra. Green / Víbora, médica de Yashida que na verdade é uma mutante com o poder de cuspir veneno (e que não tem nada a ver com a Víbora dos quadrinhos); Brian Tee como Noburo, político corrupto e noivo de Mariko; Will Yun Lee como Harada, ninja que teve um relacionamento com Mariko no passado e fez um voto de proteger o clã Yashida; Hiroyuki Sanada como Shingen, pai de Mariko, que não vai com a cara de Logan; Haruhiko Yamanouchi como Ichiro Yashida / Samurai de Prata; e Famke Janssen como Jean Grey. Patrick Stewart e Ian McKellen fazem uma participação especial como Charles Xavier e Magneto na cena pós-créditos, escrita por Simon Kinberg, que é um prelúdio de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido.

Apenas uma pequena parte das filmagens ocorreria de fato no Japão, com a Fox preferindo filmar na Austrália, devido a incentivos fiscais. Muitas das cidades australianas, como Cockle Bay, Parramatta e Kurnell, tinham características que poderiam ser alteradas digitalmente na pós-produção para que ficassem parecidas com cidades japoneses, e Picton serviria como a comunidade no interior do Canadá onde Logan estava vivendo no começo do filme; a maior parte das filmagens, externas e em estúdio, ocorreriam em Sydney, com um vilarejo japonês cenográfico sendo construído no Parque Olímpico. No Japão, as filmagens, em sua maioria de cenários e paisagens, ocorreriam em Tóquio, Fukuyama e Tomonoura. A cena pós-créditos seria gravada em Montreal, junto com refilmagens de cenas que não seriam bem aceitas durante a exibição para as plateias de teste.

Os efeitos especiais ficariam a cargo das empresas Weta Digital, Rising Sun Pictures, Iloura e Shade VFX; durante a pós-produção, a Fox decidiria converter o filme para 3D, o que faria com que Wolverine: Imortal se tornasse o primeiro filme dos X-Men (e o primeiro dos filmes da Marvel da Fox) a estar disponível nesse formato. A RSP ficaria responsável por transformar as cidades australianas em cidades japonesas e pela cena da bomba atômica, preferindo fazer a explosão do zero, inspirada em uma erupção vulcânica, a imitar explosões mostradas em filmagens da Segunda Guerra. O urso que aparece nas cenas ambientadas no Canadá era um animatronic, criado pela Make-Up Effects Group e alterado digitalmente pela Weta para ficar mais realístico. A cena da luta sobre o trem-bala seria filmada em estúdio, com os atores suspensos por cabos na frente de um chroma key, com o cenário, filmado pela equipe de produção em Tóquio, sendo adicionado durante a pós-produção.

O Samurai de Prata seria um personagem totalmente digital, criado pela Weta usando como base um modelo impresso por uma impressora 3D; a maior preocupação da empresa era que a armadura do samurai, sendo feita de prata polida, deveria refletir tudo o que estivesse em seus arredores, o que poderia fazer com que o personagem destoasse do restante do filme, ficando claro que se tratava de um personagem digital - além disso, o reflexo na prata é diferente daquele em um espelho de vidro, então havia a preocupação de que ele não se tornasse um "Samurai de Espelhos". O dublê Shane Rangi seria usado para a captura de movimentos, mas, devido ao tamanho exagerado do samurai, teve de usar pernas de pau durante as filmagens.

Wolverine: Imortal estrearia em 3 de julho de 2013 na maior parte do mundo, com a estreia nos Estados Unidos ocorrendo dois dias depois, e no Japão, onde se chamaria Wolverine: Samurai, em 13 de setembro. Com orçamento de 132 milhões de dólares, renderia 132,5 milhões nos Estados Unidos, menos que X-Men Origens: Wolverine e o pior desempenho doméstico dos seis filmes dos X-Men lançados até então, mas, no restante do planeta, renderia 282,3 milhões, mais do que qualquer outro filme dos X-Men, para um total de 414,8 milhões, sendo considerado um sucesso pela Fox. A crítica também seria muito mais favorável que ao primeiro filme, destacando a seriedade da primeira metade, o roteiro adulto, com ecos dos filmes de samurai da década de 1970, e a performance de Jackman. A luta de Wolverine contra o Samurai de Prata seria considerada um ponto baixo, sendo descrita como "cartunesca"; Mangold se justificaria dizendo que, mesmo com ele querendo fazer um filme mais contido e intimista, a Fox exigiria pelo menos uma grande batalha com efeitos especiais, já que o filme concorreria nos cinemas com Thor: O Mundo Sombrio e O Homem de Aço.

A pedido de Mangold, a Fox lançaria, exclusivamente em Blu-ray, em dezembro de 2013, uma versão estendida do filme, chamada de Unleashed Extended Edition, com mais sangue e violência, e 12 minutos de cenas adicionais não aproveitadas na edição para o cinema - como algumas cenas que poderiam contradizê-las foram removidas, a edição estendida tem, na verdade, apenas 6 minutos a mais que a original.

Também é interessante dizer que, hoje, o filme é considerado pela crítica como muito melhor do que o foi na época; analisando-o em retrospecto após o lançamento de Logan, muitos críticos concluíram que Mangold conseguiu fazer um filme contemplativo, que mergulha fundo na psiquê de Logan, o que permitiu a Jackman uma interpretação visceral que não é vista nos demais filmes com Wolverine - tudo isso tendo ficado meio obscurecido pelas cenas de ação e pela luta medonha com o Samurai de Prata. Hoje, Wolverine: Imortal é considerado "um dos filmes de super-herói mais subestimados de todos os tempos", e é consenso que grande parte do sucesso de Logan viria do fato de que Mangold e Jackman puderam refinar o que haviam feito nesse filme, consertando o que fosse necessário.

Logan
2017

Logo após o lançamento de Wolverine: Imortal, Jackman e Mangold, que se conheciam há vinte anos, começariam a conversar sobre a possibilidade de fazerem juntos também um terceiro filme de Wolverine; Jackman confessaria que, por causa da idade (na época ele estava com 45 anos), imaginava estar chegando ao fim de sua carreira como Wolverine, e Mangold diria que desejava fazer um filme mais intimista e centrado no personagem, quase como um faroeste, usando a pergunta "de quantas formas diferentes um super-herói consegue salvar o mundo?" para argumentar que a fórmula já estava desgastada. Em entrevistas no final de 2013, Jackman diria que tudo ainda estava em um estágio muito preliminar, mas que ele estava muito orgulhoso do que eles haviam feito em Wolverine: Imortal e acreditava que o filme seguinte seria uma evolução natural da história de Wolverine.

Em março de 2014, a Fox daria a luz verde para um terceiro filme de Wolverine, e o produtor Hutch Parker diria que a intenção do estúdio era filmar X-Men: Apocalipse e Wolverine 3 back to back, ou seja, emendando as filmagens de um com as do outro, para economizar, com qual seria filmado primeiro dependendo do quão avançados estivessem os roteiros. Na mesma reunião, a Fox determinaria que as filmagens começariam "no verão de 2015", confirmaria Mangold como diretor, contrataria o roteirista David James Kelly, e determinaria que a data de estreia seria 3 de março de 2017. Jackman, cujo contrato com a Fox havia terminado em X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido declararia ainda não ter assinado para o terceiro filme de Wolverine, e que só iria fazê-lo se gostasse do roteiro; ele confessaria "ter bastante ambição", para que o terceiro filme ficasse ainda melhor que Wolverine: Imortal, e que gostaria que o terceiro filme desse um fechamento à história de Wolverine nos cinemas, mas que nada havia sido decidido sobre isso ainda.

Em fevereiro de 2015, Patrick Stewart revelaria estar em negociações para interpretar Charles Xavier no filme, e Jackman confirmaria que a história era centrada no relacionamento entre os dois, mostrando "um aspecto de pai e filho" ainda não abordado, assim como "facetas da personalidade de Xavier ainda não reveladas nos filmes". Em abril, Michael Green seria contratado para reescrever o roteiro de Kelly, mas Mangold declararia que a Fox havia concordado que ele teria a palavra final sobre qualquer aspecto do roteiro. Em setembro, Jackman declararia que o roteiro estava "na metade" e que as filmagens começariam no ano seguinte, mas que os locais ainda não haviam sido determinados; no mesmo mês, o roteirista Mark Millar confirmaria que a história do filme seria baseada na saga dos quadrinhos O Velho Logan, que ele havia escrito em 2008. Em outubro, a Fox anunciaria que Logan seria o título oficial do filme.

Em janeiro de 2016, Jackman declararia que o roteiro estava "concluído, mas não completo". No mês seguinte, Liev Schreiber declararia ter interesse em voltar a interpretar Victor Creed, e que o personagem seria uma boa adição a um filme mais sério de Wolverine; após o lançamento do filme, Jackman revelaria que Mangold chegaria a conversar com Schreiber, e que Creed estava na primeira versão do roteiro, mas havia sido removido da versão final em prol de um antagonista sem ligações com o passado do personagem, o chefe de segurança de uma corporação global que tem interesse em Wolverine e o persegue, para que a história ficasse menos complicada. Em maio, o produtor Simon Kinberg confirmaria que o filme seria ambientado no futuro, mostrando Wolverine e Xavier mais velhos, que a tônica seria parecida com a de um faroeste, e que seria um filme "bem legal e bem diferente"; graças ao sucesso de Deadpool, a Fox finalmente concordaria em fazer um filme de classificação R, o que significava que ele também seria mais sombrio e violento que seus antecessores.

O filme é ambientado em 2029, com nenhum mutante tendo nascido em aproximadamente 25 anos. Logan está velho e doente, com seus poderes falhando por envenenamento por adamantium, trabalhando como chofer de limusine e cuidado de um ainda mais idoso Charles Xavier, cujas faculdades mentais começam a falhar, o que faz com que ele de vez em quando perca o controle de seus poderes e ameace a vida dos que estão à sua volta. Um dia, Logan é contratado para levar a menina Laura e sua tutora até a fronteira com o Canadá; durante a viagem, ele é ameaçado pelo ciborgue Donald Pierce, que revela que Laura é uma mutante, subtraída pela tutora da empresa que a criou, a Transigen. Investigando mais a fundo, Logan descobre que Laura é uma clone dele mesmo, contando com os mesmos poderes, e que a Transigen usa DNA mutante para criar armas vivas. Logan, Xavier e seu aliado Caliban, então, decidem encontrar Laura, proteger a menina e, se possível, encerrar as atividades criminosas da Transigen. O elenco conta com Hugh Jackman como Logan / Wolverine, Patrick Stewart como Charles Xavier, Dafne Keen como Laura, Boyd Holbrook como David Pierce, Stephen Merchant como Caliban, Richard E. Grant como o Dr. Zander Rice, chefe da equipe médica da Transigen, e Eriq La Salle, Elise Neal e Elizabeth Rodriguez como Will, Kathryn e Gabriela Munson, uma família que ajuda Logan em parte de sua viagem.

Várias cenas do filme mostram revistas em quadrinhos dos X-Men, usadas como um recurso narrativo e como uma referência metaficcional - como se as aventuras dos X-Men os tivessem deixado tão famosos que eles ganharam sua própria revista em quadrinhos. Nenhuma das revistas mostrada no filme é uma edição real, com todas tendo sido criadas especificamente pelo roteirista Joe Quesada e pelo desenhista Dan Panosian, imitando o estilo de revistas clássicas da equipe e os traços de seus desenhistas; segundo Mangold, isso foi uma exigência da Marvel, que permitiu a criação de novas revistas para o filme, mas vetou o uso de revistas que houvessem realmente sido lançadas. Mangold também diria que sua intenção era criar um clima como do filme Os Imperdoáveis, no qual o personagem de Richard Harris escreve histórias de ficção sobre o Velho Oeste no Velho Oeste, sendo o personagem de Clint Eastwood um herói como os de suas obras, mas já envelhecido e longe de seus melhores anos. Panosian diria ter se inspirado principalmente em revistas das décadas de 1970 e 1980, para que suas capas coloridas e chamativas contrastassem com o clima pesado e sombrio do filme; ao todo, ele criaria 10 capas falsas.

Após a ideia de filmar back to back com X-Men: Apocalipse ser abandonada, as filmagens de Logan começariam em maio de 2016 em Nova Orleans, Louisiana, escolhida devido aos incentivos fiscais; Mangold decidiria filmar com o nome falso de Juarez, para afastar a imprensa, mas o subterfúgio logo seria descoberto. Vários bairros afastados da cidade, pequenas cidades vizinhas, como Sicily Island e Ferriday, e estradas próximas à cidade seriam usadas nas filmagens, com algumas vezes as lojas tendo de alterar suas placas e vitrines para fingir que se tratava de outro lugar; como o filme é ambientado no futuro, mudanças cosméticas também seriam feitas, durante as filmagens ou usando computação gráfica na pós-produção, principalmente para mostrar tecnologia mais avançada que a atual. Em junho, uma cena seria filmada em Nathez, Mississippi, e, em julho, a produção se mudaria para o Novo México, para as cenas ambientadas no deserto, filmadas em Albuquerque, Rio Rancho, Abiquiú, Tierra Amarilla e Chama. Seis empresas de efeitos visuais trabalhariam em Logan, mas quase a totalidade dos efeitos especiais ficariam a cargo de uma só, a Image Engine; o visual envelhecido de Jackman seria uma combinação de maquiagem com efeitos de computação aplicados na pós-produção.

Logan seria exibido fora de competição no Festival de Cinema Internacional de Berlim, em 17 de fevereiro de 2017, e teria estreia mundial na exata data determinada pela Fox no início da pré-produção, 3 de março de 2017, algo raríssimo no cinema atual. Uma versão em preto e branco, convertida digitalmente cena a cena para o formato, chamada Logan Noir, estrearia em salas de cinema selecionadas nos Estados Unidos em 16 de maio; essa versão seria incluída no lançamento em Blu-ray do filme.

Com orçamento de 97 milhões de dólares, Logan renderia 226,3 milhões nos Estados Unidos, e 619,2 milhões quando somado o mundo todo - somente em suas duas primeiras semanas, ele superaria todo o faturamento de Wolverine: Imortal. Nos Estados Unidos, ele teria o recorde de salas no lançamento para um filme de classificação R, estreando em 471, sendo 381 no formato IMAX, esse também um recorde. Em uma pesquisa conduzida pelo site de cinema Fandango na saída dos cinemas no dia da estreia, 71% dos espectadores responderam que gostariam de ver mais filmes de super-heróis com classificação R. A crítica receberia muito bem o filme, elogiando as interpretações de Jackman, Stewart e Keen. O filme seria indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, na primeira vez em que um filme de super-herói seria indicado nessa categoria, mas perderia para Me Chame Pelo Seu Nome.

Durante a pré-produção, diversos veículos de imprensa noticiariam que Logan seria a última vez em que Jackman interpretaria Wolverine, mas ele sempre negaria, chegando a dizer que, inspirado pela performance de Michael Keaton em Birdman, desejava interpretar o personagem até sua morte. Em maio de 2015, porém, no programa de TV The Dr. Oz Show, o ator confirmaria que essa seria sua última vez no papel, e, em uma entrevista a Willem Dafoe no programa Variety Studio: Actors on Actors, revelaria que seria convencido a parar por Jerry Seinfeld, que, durante uma festa, diria ter decidido cancelar a série Seinfeld enquanto ainda tinha "gasolina no tanque", o que Jackman interpretaria como "melhor deixar a festa antes que seja tarde demais". Após a Disney comprar a Marvel, entretanto, ele voltaria atrás, e diria estar disposto a interpretar Wolverine em uma produção do Universo Cinematográfico Marvel, citando o desejo de "contracenar com o Hulk e o Homem de Ferro". Ele voltaria atrás mais uma vez, contudo, em uma entrevista durante as filmagens de O Rei do Show, na qual diria que gostaria de ver outro ator interpretando Wolverine no MCU.

Como todos sabemos, porém, ele ainda voltaria mais uma vez ao personagem, em Deadpool & Wolverine, de 2024. Como esse filme não é ambientado exatamente no MCU, e sim em seu multiverso, ainda é incerto se Jackman interpretará mais uma vez Wolverine, principalmente por já estar se aproximando de seus 60 anos. Segundo Deadpool, a Marvel o obrigará a interpretar o papel até os noventa...

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