domingo, 23 de setembro de 2018

Escrito por em 23.9.18 com 0 comentários

24 Horas (I)

Hoje eu vou falar de uma das minhas séries preferidas, 24 horas. Há pelo menos uns cinco anos, de vez em quando eu penso em falar sobre ela, e acabo desistindo; um dos motivos, acreditem ou não, é bem imbecil: eu nunca soube direito onde colocar o nome "24 Horas" na lista por ordem alfabética dos Textos Passados - eu sei que o mais usual é os números virem antes da letra A, mas eu preferiria que viesse no meio da letra V, de "vinte e quatro horas". Enfim, conforme eu já falei por aqui pelo menos uma vez, toda vez que um post "redondo" se aproxima (no caso, o 800), eu começo a pensar em quais assuntos eu vinha adiando até então, e sempre decido falar sobre alguns deles. Dessa vez, resolvi que o 24 vai vir antes do A mesmo e deixar de adiar esse assunto. Hoje é dia de 24 horas no átomo.

E semana que vem também, porque hoje eu vou fazer uma coisa que já não faço há algum tempo: o post ficou grande demais e eu vou dividir em dois. Mais assunto pra mim, menos cansaço pra vocês, todo mundo ganha.

24 horas (cujo nome original em inglês é apenas 24) foi uma criação dos produtores Joel Surnow e Robert Cochran, que, na época, produziam outra série de ação, La Femme Nikita. Foi Surnow quem teve a ideia de uma série com uma temporada de 24 episódios, sendo que cada episódio correspondia a exatamente uma hora, com os eventos se desenrolando em tempo real - ou seja, cada minuto passado para os personagens do episódio correspondia a exatamente um minuto do tempo dos espectadores. Seguindo esse sistema, cada temporada da série corresponderia a um único dia, com cada uma das 24 horas desse dia sendo apresentada em um dos episódios.

Surnow telefonaria para Cochran e lhe diria sua ideia, para ouvir do colega que era a pior ideia que ele já havia ouvido, que seria muito difícil de filmar uma série desse jeito, que não daria certo, e que ele deveria esquecê-la. Mas Surnow não esqueceu, e insistiu até que Cochran concordasse em se encontrar com ele para ouvir mais sobre sua ideia. Os dois, então, decidiriam se encontrar para almoçar no dia seguinte, e, durante o almoço, definiriam que a melhor solução para a série funcionar seria que ela fosse de ação e espionagem, com seu protagonista tendo de correr contra o tempo para solucionar algum problema.

Alguns dias depois, Surnow e Cochran apresentariam seu projeto para a Fox, que daria o sinal verde imediatamente, acreditando que a série representaria um novo marco na história da televisão. De tão empolgados, os executivos da Fox reservariam quatro milhões de dólares para a gravação do episódio piloto, mas, depois, decidiriam agir com mais cautela, e pediriam que fossem filmados apenas 13 episódios, com uma espécie de "final parcial" após o décimo-terceiro; dessa forma, se a série não fizesse sucesso, ela não ficaria com o horário preso em sua grade até a conclusão dos 24 episódios. Surnow e Cochran fariam conforme o determinado, com uma das tramas principais da temporada sendo concluída após o décimo-terceiro episódio; os três primeiros episódios fariam tanto sucesso, entretanto, que a Fox decidiria dar a luz verde para a produção dos 11 que faltavam logo após a exibição do terceiro. A repercussão da "conclusão parcial" no meio da temporada também seria tão boa que essa se tornaria uma das principais características da série: embora cada temporada tenha uma única trama central, é comum que em um determinado momento ocorra uma espécie de mudança de foco, com muitas das subtramas sendo encerradas e o protagonista ganhando um novo objetivo.

É interessante registrar que 24 horas não foi a primeira série de TV a usar o recurso do tempo real - várias outras, como Arquivo X, Frasier e Seinfeld tiveram episódios com acontecimentos em tempo real televisionados antes dela - mas foi a primeira na qual toda uma temporada tinha eventos exibidos em tempo real. Para facilitar a vida dos roteiristas e tornar isso possível, seriam usados alguns truques, sendo o principal deles que cada episódio representa uma hora, mas dura aproximadamente 45 minutos - o que significa que o tempo passado durante os comerciais também conta. Dessa forma, os roteiristas poderiam aproveitar os intervalos comerciais para colocar os personagens fazendo coisas que "não interessam" ao público, como se deslocando de um lugar a outro ou indo ao banheiro, por exemplo. Por causa disso, se for somado todo o tempo de toda uma temporada, descontando os comerciais, o resultado fica em torno de 17 horas, e não de 24.

Da mesma forma, a série não segue apenas o protagonista, com muitos outros personagens sendo envolvidos em subtramas; como, quando um deles está sendo mostrado, o tempo continua passando normalmente para todos os outros, frequentemente os personagens se viam envolvidos em reuniões, pesquisas, deslocamentos e outras atividades que justificavam não ser importante mostrar o que estavam fazendo naquele espaço de tempo. Quando era absolutamente imprescindível mostrar o que estava acontecendo com mais de um personagem simultaneamente, 24 horas usava o recurso da tela dividida, com até quatro personagens sendo mostrados ao mesmo tempo; a tela dividida raramente tinha diálogos, e, quando eles ocorriam, era apenas em uma das divisões, para não prejudicar a compreensão do público.

Devido ao recurso do tempo real, 24 horas não tinha efeitos comuns em outras séries de ação, como câmera lenta e flashbacks, exceto por um único flashback no último episódio da primeira temporada. Para que o público sempre soubesse que horas eram no universo da série, em determinados momentos era exibido na tela um relógio digital, que mostrava a passagem de alguns segundos; esse relógio também era exibido com destaque, em um fundo preto, antes e depois de cada comercial e ao final de cada episódio, com um som semelhante ao do temporizador de uma bomba relógio acompanhando a passagem de cada segundo - para demonstrar que o tempo havia passado durante os comerciais, o tempo desse relógio se ajustava de acordo, ou seja, se os comerciais haviam durado cinco minutos, havia uma diferença de cinco minutos entre o tempo do relógio exibido antes e o do exibido depois do comercial.

O episódio-piloto, que serviria como primeiro episódio da primeira temporada, iria ao ar em 6 de novembro de 2001; conforme já foi dito, a temporada teria 24 episódios, com o último sendo exibido em 21 de maio de 2002. O protagonista da série é o hoje mundialmente famoso Jack Bauer, interpretado por Kiefer Sutherland, que aceitaria o papel porque sua carreira no cinema estava em baixa; graças ao sucesso da série, ele voltaria a ser considerado um ator do primeiro time, e Jack se tornaria um dos mais populares personagens de ação de todos os tempos. Ex-militar pertencente a um grupo de elite, Jack é o diretor da sucursal da Califórnia de uma organização governamental fictícia chamada CTU (de Counter Terrorism Unit, "unidade contra-terrorismo"), que identifica e tenta evitar ataques terroristas em solo norte-americano. A primeira temporada ocorre durante o dia das eleições primárias (aquelas nas quais o candidato de cada partido é escolhido) para Presidente dos Estados Unidos, no qual um dos principais candidatos, o Senador David Palmer (Dennis Haysbert), estará visitando a cidade de Los Angeles. O primeiro episódio começa exatamente à meia-noite, o que significa que a temporada corresponde exatamente aos acontecimentos de um dia - o que, como veremos mais tarde, não foi o caso em nenhuma das demais.

A trama central da primeira temporada é a de que um grupo de terroristas liderado por Ira Gaynes (Michael Massee) sequestra a esposa e a filha de Jack, Teri (Leslie Hope) e Kim (Elisha Cuthbert), respectivamente, para obrigá-lo a assassinar Palmer. Como normalmente acontece, Jack não pode deixar seus colegas na CTU descobrirem que ele está sendo chantageado, o que leva a diversos atritos por causa de seu comportamento suspeito, principalmente por parte de George Mason (Xander Berkeley), que acusa Jack de tê-lo prejudicado no passado; e Nina Myers (Sarah Clarke), com quem Jack teve um caso extra-conjugal. Outros personagens incluem Tony Almeida (Carlos Bernard), agente da CTU que, ao longo da temporada, se torna o melhor amigo de Jack; Jamey Farrell (Karina Arroyave), programadora da CTU; Milo Pressmann (Eric Balfour), analista de informática da CTU; Ryan Chappelle (Paul Schultze), diretor da Divisão que coordena a CTU e chefe de Jack; Sherry Palmer (Penny Johnson Jerald), a esposa do Senador Palmer; Mike Novic (Jude Ciccolella), assessor parlamentar de Palmer; Aaron Pierce (Glen Morshower), agente do Serviço Secreto responsável pela proteção de Palmer; Alan York (Richard Burgi), pai de Janet (Jacqui Maxwell), amiga de Kim que está junto com ela quando ela é sequestrada; Rick Allen (Daniel Bess), amigo do namorado de Janet que se interessa por Kim; e Mandy (Mia Kirshner), moça misteriosa que trabalha para Gaynes.

Na metade da temporada, Jack consegue derrotar Gaynes e salvar Teri e Kim. Este teria sido o final caso a série tivesse sido cancelada por não ter feito sucesso; como não foi, Jack acabou descobrindo que, na verdade, quem estava por trás de tudo eram os irmãos Alexis (Misha Collins) e Andre Drazen (Zeljko Ivanec), que buscavam manter Jack ocupado enquanto resgatavam seu pai, Victor Drazen (Dennis Hopper), mercenário sérvio preso por Jack enquanto estava no exército. Após ser solto, Drazen pretende se vingar de Jack, que, enquanto tenta encontrá-lo, ainda tem de lidar com um traidor dentro da CTU.

A primeira temporada foi um grande sucesso de público e aclamada pela crítica. Kiefer Sutherland ganharia um Globo de Ouro de Melhor Ator em Série de TV de Drama, e a série como um todo seria indicada ao de Melhor Série de TV de Drama, perdendo para A Sete Palmos. A série também receberia nada menos que dez indicações ao Emmy, ganhando dois: Melhor Roteiro de Série de TV de Drama e Melhor Edição de Série de TV. 24 Horas também ganharia os prêmios de Melhor Novo Programa do Ano e Melhor Programa do Ano da Associação dos Críticos de TV dos Estados Unidos. Em 2009, o último episódio da primeira temporada entraria para a lista dos 100 Melhores Episódios de Séries de Todos os Tempos da conceituada revista TV Guide, na décima posição.

Com todo esse sucesso, é claro que a série ganharia uma segunda temporada - diz a lenda que a Fox telefonaria para Surnow e Cochran a encomendando logo após Sutherland ganhar seu Globo de Ouro. Com mais 24 episódios, a segunda temporada estrearia em 29 de outubro de 2002, com um episódio especial sem intervalos comerciais, e se concluiria em 20 de maio de 2003. O tempo entre uma temporada e outra não correria em tempo real, já que a segunda temporada é ambientada um ano e meio após o final da primeira; além disso, a temporada começa (e termina) às oito da manhã, o que significa que, apesar de retratar um intervalo de 24 horas, este não corresponde a um dia exato como na primeira.

Na segunda temporada, Palmer é o Presidente dos Estados Unidos e Jack se aposentou da CTU, com Mason assumindo o cargo de diretor. A principal trama envolve terroristas tentando explodir uma bomba nuclear em Los Angeles; como na primeira temporada, a bomba é evitada na metade da temporada, com a segunda sendo dedicada a expor documentos como fraudulentos, que podem levar os Estados Unidos a uma retaliação contra um país errado se isso não ocorrer. Jack se envolve nas investigações a pedido de Palmer, e a contragosto de Mason; enquanto ele tenta evitar o ataque terrorista, ainda tem de ajudar Kim, que trabalha de babá para uma família e decide fugir com a menina de quem deveria cuidar após descobrir que o pai dela a trata de forma violenta.

Além de Jack, Palmer, Mason e Kim, retornam à série Tony, Nina, Chappelle, Sherry, Novick, Pierce e Mandy. Os novos personagens incluem Kate Warner (Sarah Wynter), que desconfia que Reza Naiyeer (Phillip Rhys), namorado de sua irmã, Marie (Laura Harris) é um terrorista, e acaba se envolvendo com Jack durante as investigações; Michelle Dessler (Reiko Aylesworth), agente da CTU a cargo da operação liderada por Jack; Paula Schaeffer (Sara Gilbert), a nova programadora da CTU; Carrie Turner (Lourdes Benedicto), agente da CTU que antigamente era amiga de Michelle, mas ganhou sua inimizade ao se envolver com seu irmão e acabar com o casamento dele; Eric Rayburn (Timothy Carhart), chefe da Agência Nacional de Segurança; Lynne Kresge (Michelle Forbes), conselheira do Presidente Palmer; Jim Prescott (Alan Dale), o Vice-Presidente, que considera Palmer inepto para governar durante uma crise terrorista e quer assumir o cargo; Max (Thomas Kretschmann), traficante de armas alemão que planeja o atentado com a bomba nuclear; Peter Kingsley (Tobin Bell), contato de Max nos Estados Unidos, que o ajuda a pôr seu plano em prática; Sayed Ali (Francesco Quinn), terrorista que ajuda Max e Kingsley; Miguel (Innis Casey), o namorado de Kim; e Yusuf Auda (Donnie Keshawarz), agente secreto árabe que ajuda Jack em sua investigação.

Assim como a primeira, a segunda temporada seria um grande sucesso de público e crítica. Ela seria indicada a três Globos de Ouro (Melhor Série de TV de Drama, Melhor Ator em uma Série de TV de Drama - Kiefer Sutherland, e Melhor Ator Coadjuvante em uma Série de TV de Drama - Dennis Haysbert), mas não ganharia nenhum (o de Melhor Série de TV de Drama perderia para The Shield); no Emmy, seriam mais nove indicações, ganhando o de Melhor Composição Musical para uma Série de TV de Drama e novamente o de Melhor Edição de Série de TV. Seu desempenho na série também renderia a Sutherland um Prêmio da Guilda dos Atores dos Estados Unidos na categoria Performance Excepcional de um Ator em uma Série de TV de Drama.

A terceira temporada, assim como a segunda, estrearia com um episódio especial sem intervalos comerciais. Seus 24 episódios seriam exibidos entre 28 de outubro de 2003 e 25 de maio de 2004, retratando os eventos ocorridos entre uma hora da tarde de um dia e uma hora da tarde do dia seguinte. A terceira temporada é ambientada três anos após o final da segunda, tempo durante o qual Jack, reintegrado à CTU, trabalhou infiltrado em um cartel mexicano de tráfico de drogas. Palmer está em seu segundo mandato, e a ameaça terrorista da vez consiste em um vírus mortal que um grupo planeja trazer e liberar nos Estados Unidos usando os contatos do cartel, o que envolve Jack mais uma vez nas investigações. Diferentemente das outras duas temporadas, a história do vírus é mantida ao longo dos 24 episódios, com a única mudança no meio sendo que o cartel deixa der ser relevante para o enredo após o vírus chegar a seu comprador.

Na terceira temporada, Palmer está concorrendo a seu segundo mandato, se separou de Sherry, e namora sua médica, a Dra. Anne Packard (Wendy Crewson), o que Sherry seus opositores querem transformar em um escândalo; Kim passa a trabalhar como programadora da CTU, e se envolve romanticamente com o agente Chase Edmunds (James Badge Dale), subordinado a Jack, tendo que manter seu relacionamento em segredo. Tony e Michelle começam um relacionamento romântico, que pode interferir em seus deveres como agentes da CTU. E a terceira temporada introduz uma das personagens mais importantes da série, Chloe O'Brian (Mary Lynn Rajskub), programadora da CTU caxias, arrogante e insuportável, mas extremamente inteligente e de grande coração, que acaba se tornando uma das mais importantes, senão a mais importante de todos os aliados de Jack.

Além de Jack, Palmer, Sherry, Packard, Kim, Chase, Tony, Michelle e Chloe, a terceira temporada conta com Chappelle, Pierce, Nina, Prescott e com os novos personagens Adam Kaufmann (Zachary Quinto), analista de informática da CTU; Gael Ortega (Jesse Borrego), agente da CTU; Eric Richards (Butch Klein), interrogador da CTU; Wayne Palmer (D.B. Woodside), irmão e assessor do Presidente Palmer; Alan Milliken (Albert Hall), o mais importante financiador da campanha de Palmer; Julia Milliken (Gina Torres), esposa de Alan, que tem um caso secreto com Wayne; Ramon Salazar (Joaquim de Almeida), chefe do cartel mexicano; Hector Salazar (Vincent Latresca), irmão de Ramon, que não confia em Jack; Claudia Hernandez (Vanessa Ferlito), namorada de Hector, que teve um caso com Jack enquanto ele estava no cartel; Stephen Saunders (Paul Blackthorne), ex-agente do MI6 que trabalhou com Jack na operação que resultou na prisão de Drazen, e quer trazer o vírus para os Estados Unidos por se sentir traído pelo governo norte-americano; Michael Amador (Greg Ellis), traficante de armas que trabalha com Saunders; e a Dra. Sunny Macer (Christina Chang), chefe do Centro de Controle de Doenças.

A terceira temporada finalmente ganharia o Globo de Ouro de Melhor Série de TV de Drama, além de render a Sutherland mais uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator em uma Série de TV de Drama. No Emmy, seriam oito indicações, ganhando quatro: Melhor Edição de Série de TV (pela terceira vez), Melhor Mixagem de Som de Série de TV; Melhor Escolha de Elenco para uma Série de TV de Drama; e Melhor Coordenação de Dublês.

Para a quarta temporada, a Fox tentaria um novo formato, motivado pelo fato de que ela obteria os direitos de transmissão da World Series, a final da MLB, a liga de beisebol profissional dos Estados Unidos: para não correr o risco de ter de passar várias semanas seguidas sem exibir episódios, já que, além da World Series, ela também exibiria, como nos anos anteriores, vários jogos dos play-offs, a Fox decidiria não iniciar a temporada em setembro, e sim apenas em janeiro do ano seguinte, com dois episódios seguidos sendo exibidos no primeiro, no segundo e no último dias, para possibilitar que a temporada se encerrasse em maio como de costume; assim, os 24 episódios da quarta temporada seriam exibidos entre 9 de janeiro e 23 de maio de 2005. A quarta temporada é ambientada um ano e meio após o fim da terceira, e seu primeiro episódio começa às sete horas da manhã.

A quarta temporada também seria a primeira a contar com uma "prequência", um episódio especial de dez minutos mostrando os acontecimentos ocorridos entre a terceira e a quarta temporadas; em diversos países, esse episódio seria exibido imediatamente antes do primeiro episódio da quarta temporada, mas curiosamente não nos Estados Unidos, onde ele jamais foi televisionado, podendo ser assistido apenas como um extra do box em DVD da terceira temporada. Também seriam produzidos 12 episódios de um minuto cada chamados 24: Conspiracy, que poderiam ser assistidos exclusivamente através do serviço de telefonia celular da Fox, e também mostravam acontecimentos ocorridos na CTU entre a terceira e a quarta temporadas.

Após a terceira temporada (conforme mostrado na "prequência"), Jack foi demitido da CTU, conheceu e se envolveu romanticamente com Audrey Raines (Kim Raver), filha do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Heller (William Devane), o que lhe garantiu um posto como assessor do Secretário. O Presidente dos Estados Unidos é John Keeler (Geoff Pierson), o oponente de David Palmer na eleição que foi disputada logo após a terceira temporada. Assim como a terceira temporada, toda a quarta temporada possui uma única ameaça, uma célula terrorista árabe infiltrada em Los Angeles que planeja um atentado contra o presidente, embora os planos da célula mudem três vezes ao longo da temporada - incluindo roubar os códigos dos mísseis nucleares norte-americanos do Presidente, para poder dispará-los. Jack, apesar de não fazer mais parte da CTU, se envolve porque Heller faz parte do primeiro plano dos terroristas, que querem sequestrá-lo para chantagear o Presidente.

No início da quarta temporada, Surnow e Cochran queriam romper com as três anteriores, introduzindo vários personagens novos e deixando de usar os antigos; assim, inicialmente, os únicos personagens "repetidos" em relação às temporadas anteriores são Jack, Keeler e Chloe. A nova CTU é dirigida por Erin Driscoll (Alberta Watson), que tem punho de ferro e não vai com a cara de Jack; seu principal agente é Curtis Manning (Roger Cross), que acaba se tornando amigo de Jack ao trabalhar com ele; os programadores são Chloe, a ambiciosa Sarah Gavin (Lana Parrilla) e o ingênuo Edgar Stiles (Louis Lombardi); além deles, há o chefe dos agentes de campo, Bill Buchanan (James Morrison), e a consultora Marianne Taylor (Aisha Tyler), que, no passado, teve um relacionamento amoroso com Curtis.

Infelizmente, a estratégia dos produtores não deu certo, e a audiência da quarta temporada começou bem baixa. Para tentar salvá-la, eles trouxeram de volta vários personagens antigos: Tony e Michelle retornam à CTU, David Palmer passa a ser um consultor especial do governo, Novick retorna como assessor da presidência, Pierce passa a ser o chefe do Serviço Secreto, e Mandy retorna como uma vilã secundária. A maioria dos personagens novos foi deixando a série aos poucos, exceto Curtis, Sarah e Edgar; Roger Cross e Lana Parrilla, inclusive, seriam promovidos do elenco secundário (guest starring) para o principal, sendo os dois únicos atores com os quais ocorreu isso em todas as temporadas da série.

Outros novos personagens da quarta temporada incluíam três membros de uma família árabe suspeitos de serem terroristas, o pai, Navi Araz (Nestor Serrano), a mãe, Dina (Shohreh Aghdashloo), e o filho, Behrooz (Jonathan Ahdout); Habib Marwan (Arnold Vosloo), chefe da célula terrorista; Richard Heller (Logan Marshall-Green), filho mais novo do Secretário, suspeito de também estar envolvido com os terroristas; Paul Raines (James Frain), ex-marido de Audrey; Charles Logan (Gregory Itzin), o Vice-Presidente dos Estados Unidos; Walt Cummings (John Allen Nelson), o assessor de Logan; e Cheng Zhi (Tzi Ma), o Cônsul da China. Apesar de ter a audiência mais baixa até então, a quarta temporada foi recordista em indicações ao Emmy, com 11, ganhando três (Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhor Coordenação de Dublês); ela só teria uma indicação ao Globo de Ouro, a de Melhor Série de TV de Drama, perdida para Nip/Tuck.

Aparentemente, Surnow e Cochran estava convencidos de que o melhor caminho para a série era se livrar dos personagens antigos, e, assim, logo no primeiro episódio da quinta temporada, David Palmer, Tony e Michelle sofrem atentados, o que faz com que Jack, que, após os eventos da temporada anterior, teve de arrumar uma identidade falsa e se esconder em uma pequena cidade da Califórnia, decida retornar para tentar descobrir quem teriam sido os responsáveis. Ambientada um ano e meio após os eventos da quarta temporada, e mais uma vez com o primeiro episódio começando às sete horas da manhã, a quinta temporada seria exibida entre 15 de janeiro e 22 de maio de 2006. Assim como a quarta, a quinta temporada também teria uma "prequência", exibida em vários países mas não nos Estados Unidos, onde estava presente no DVD da quarta temporada.

Dessa vez, a estratégia dos produtores daria certo: a quinta temporada é considerada como a melhor da série, tendo os maiores índices de audiência e tendo sido indicada a nada menos que 12 Emmys, ganhando cinco: Melhor Série de TV de Drama, Melhor Ator em uma Série de TV de Drama (Sutherland), Melhor Diretor em uma Série de TV de Drama (Jon Cassar, que dirigiu 10 dos 24 episódios), Melhor Composição Musical para uma Série de TV de Drama e Melhor Edição de Série de TV. Cassar também ganharia o Prêmio de Melhor Diretor da Guilda dos Diretores dos Estados Unidos, e a quinta temporada também seria indicada a dois Globos de Ouro, mas não ganharia nenhum dos dois: Melhor Ator em uma Série de TV de Drama (Sutherland) e Melhor Série de TV de Drama (perdido para Grey's Anatomy) - vale citar, aliás, que a quinta temporada seria a última da série a receber indicações ao Globo de Ouro. Finalmente, o primeiro episódio da quinta temporada detém o recorde de maior audiência de todos os episódios da série.

Assim como as duas primeiras, a quinta temporada teria duas partes distintas: na primeira, terroristas tentam roubar e usar em um atentado cilindros contendo um gás que age sobre o sistema nervoso; na segunda, Jack investiga a participação de membros do governo no atentado. Dentre os personagens antigos, retornam Jack, Tony, Michelle, Chloe, Curtis, Buchanan, Edgar, Kim, Audrey, Heller, David e Wayne Palmer, Novick, Pierce, Cummings, Cheng Zhi e Logan (agora Presidente). Os novos incluem a Primeira-Dama Martha Logan (Jean Smart) e sua assistente Evelyn Martin (Sandrine Holt); Karen Hayes (Jayne Atkinson), ex-agente do FBI e diretora do Departamento de Segurança Nacional; Miles Papazian (Stephen Spinella), assistente de Hayes; Lynn McGill (Sean Astin), enviado por Hayes para ser o novo diretor da CTU; a analista da CTU Shari Rothenberg (Kate Mara); Morris O'Brian (Carlo Rota), ex-marido de Chloe contratado para assessorar a CTU; o ex-diretor da CTU Christopher Henderson (Peter Weller); Vladimir Bierko (Julian Sands), bilionário russo líder de um grupo separatista; Ivan Erwich (Mark Sheppard), terrorista que trabalha para Bierko; Collette Stenger (Stana Katic), uma traficante de informações; Hal Gardner (Ray Wise), o Vice-Presidente dos Estados Unidos; Yuri Suvarov (Nick Jameson), o Presidente da Rússia, que vem a Los Angeles assinar um acordo com Logan; Anya Suvarov (Kathleen Gati), a Primeira-Dama da Rússia; a namorada de Jack quando ele está escondido, Diane Huxley (Connie Britton), e seu filho, Derek (Brady Corbet); e Graem Bauer (Paul McCrane), irmão de Jack.

Curiosamente, enquanto a quinta temporada é considerada a melhor, a sexta é considerada a pior, tanto que foi a primeira a não ter nenhuma indicação ao Globo de Ouro, e, de suas seis indicações ao Emmy, só ganhou um, o de Melhor Edição de Som para uma Série. Na primeira metade da temporada, uma série de ataques terroristas ocorre em todos os Estados Unidos, e um homem alega conhecer a localização do responsável pelos ataques, estando disposto a revelá-la desde que o governo lhe entregue Jack, com quem quer acertar as contas devido a uma desavença do passado; na segunda, Jack se vê em posse de um circuito impresso de importância vital para o governo, e é chantageado para entregá-lo aos chineses; paralelamente a esses eventos, ele descobre que seu pai e seu irmão estavam envolvidos com os terroristas da temporada anterior, e podem também estar com os dessa. Ambientada 20 meses após o final da quinta, a sexta temporada seria exibida entre 14 de janeiro e 21 de maio de 2007, e seu primeiro episódio começaria às seis da manhã.

Dos personagens antigos, retornam Jack, Chloe, Morris, Buchanan, Hayes, Milo, Curtis, Audrey, Heller, Logan, Martha, Cheng Zhi, Suvarov, Anya, Pierce, Graem, e Wayne Palmer, que agora é o Presidente dos Estados Unidos. Os novos personagens incluem Phillip Bauer (James Cromwell), o pai de Jack; Marilyn Bauer (Rena Sofer), esposa de Graem que teve um relacionamento romântico com Jack antes de se casar; Josh Bauer (Evan Ellingson), filho de Graem e sobrinho de Jack (com algumas indicações de que, na verdade, seria filho de Jack, embora essa trama aparentemente tenha sido abandonada em meio à temporada); Noah Daniels (Powers Boothe), o Vice-Presidente dos Estados Unidos; Lisa Miller (Kari Matchett), assessora de Daniels; Tom Lennox (Peter MacNicol), o Chefe de Gabinete da Presidência; Reed Pollock (Chad Lowe), assessor de Lennox; Nadia Yassir (Marisol Nichols), agente da CTU que passa por maus bocados apenas por ser de família árabe; Mike Doyle (Rick Schroder), chefe das operações de campo da CTU; Sandra Palmer (Regina King), advogada irmã de David e Wayne; Walid al-Rezani (Harry Lennix), cliente de Sandra preso injustamente somente por ser árabe; Abu Fayed (Adonis Maropis), terrorista que tem contas a acertar com Jack; Hamri al-Assad (Alexander Siddig), ex-terrorista disposto a colaborar com a Casa Branca para impedir os ataques; Dmitri Gredenko (Rade Serbedzija), contato dos terroristas na Rússia; Anatoly Markov (John Noble), cônsul da Rússia envolvido com os terroristas; Mark Bishop (Michael Shanks), lobista que tem um caso com Lisa; e Ethan Kanin (Bob Gunton), o Secretário de Defesa.

A sexta temporada seria a última a contar com uma "prequência", dessa vez não exibida por nenhum canal de TV, estando apenas presente nos lançamentos em DVD da quinta temporada. Uma série de dez episódios de dois minutos cada, mostrando o que ocorreu logo após o final da temporada, também foi produzida, com o nome de 24: Debrief. Originalmente, esses episódios poderiam ser assistidos online, mas apenas por quem tivesse um cartão American Express; quando a sexta temporada foi lançada em DVD, porém, eles foram incluídos como um dos extras. No mesmo dia de 24: Debrief, seria lançado 24: Day Zero, uma série de 12 episódios animados de dois minutos cada, que mostravam o primeiro dia de trabalho de Jack como diretor da CTU, antes dos eventos da primeira temporada.

Hoje vamos parar por aqui. Semana que vem, mais 24 Horas!

24 Horas

Parte 1

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