Localizada no extremo norte da ilha de Honshu, a principal do Japão, com pouco mais de 300 mil habitantes, e sede de um tradicional festival esportivo cujo ponto alto é uma corrida de homens equilibrando em seus queixos varetas de 15 metros de comprimento com lanternas no topo, a cidade de Akita entrou em contato com a IWGA, manifestando seu desejo de ser sede de uma futura edição dos World Games, já em 1994. Após alguma preparação, ela se candidataria oficialmente em 1996. Como seria candidata única, o "processo de escolha" se resumiria a uma visita dos delegados da IWGA, para checar se tudo estava dentro do exigido para a realização do evento.
A principal preocupação dos delegados, que levaram um certo tempo antes de anunciar oficialmente Akita como sede, estava no idioma, já que poucos japoneses falam inglês, e menos gente ainda fora do Japão fala japonês. Quando soube disso, a Prefeitura de Akita se comprometeu a utilizar um total de mil pessoas, dentre profissionais contratados e voluntários, para funcionar como intérpretes, atendendo a atletas, jornalistas, dirigentes e espectadores, durante toda a duração do evento. Além disso, a Prefeitura se comprometeu a hospedar todos os atletas em hotéis da cidade, sempre perto dos locais onde eles iriam competir. O empenho dos japoneses era tão grande que até mesmo o Comitê Olímpico Japonês se envolveu na organização, na primeira vez em que um Comitê Olímpico nacional participaria diretamente de uma edição dos World Games. Com toda essa boa vontade, e como as instalações esportivas eram de alto nível, os delegados da IWGA não tiveram como negar a Akita a realização dos primeiros World Games na Ásia.
Os japoneses realmente ficaram empolgadíssimos com a realização do evento: assim como ocorrera em Karlsruhe, a Prefeitura de Akita organizaria um concurso nas escolas das cidades, com as crianças podendo fazer desenhos que representassem os esportes do programa; os melhores foram transformados em pôsteres, espalhados pela cidade durante o período do evento, enquanto os demais foram arrumados por uma equipe na forma de um globo, que enfeitou a praça principal da cidade - que, durante o evento, ficaria conhecida como World Games Plaza. Nessa mesma praça, durante toda a duração dos World Games, seriam realizados espetáculos de música e dança, montadas barraquinhas que vendiam comidas típicas e lembranças do evento, e haveria um grande espaço no qual os atletas poderiam se confraternizar uns com os outros e com os moradores da cidade.
O logotipo do evento, criado por uma equipe de designers, tinha um A de Akita, um W de World Games e um globo estilizado que, devido a seu posicionamento, lembravam um pictograma, imagem fortemente associada a torneios esportivos. Essa mesma equipe criaria uma versão especial do poster do evento cujo fundo, ao invés de ser todo branco, trazia uma fotomontagem composta por fotos de 12 crianças escolhidas nas escolas da cidade, dispostas de forma a montar um único rosto. Essa equipe de designers também criaria os mascotes dos World Games de 2001: Huggy e Nummy, que tinham formato de ovo e lembravam os habitantes pré-históricos da região de Akita. Como bons mascotes, Huggy e Nummy podiam ser encontrados na forma de pins e de bichos de pelúcia, e praticavam todos os esportes do programa em ilustrações bastante divertidas.
A transmissão do evento ficaria por conta da NHK, principal emissora de TV do Japão, que transmitiria muitas das provas ao vivo para todo o país e para grande parte do Sudeste Asiático. Através de sua subsidiária NHK World, essas transmissões também chegariam ao vivo a diversos outros países, assim como através de contratos firmados entre a NHK e emissoras como a ESPN, que permitia a exibição de eventos ao vivo, em VT ou em programas ao estilo "o melhor do dia".
A Cerimônia de Abertura seria realizada no Estádio Yabase, construído em 1941 para ser um estádio de atletismo, e reformado em 1961 para acomodar também o futebol, sendo hoje a casa do Blaublitz Akita, da terceira divisão da J-League, o campeonato de futebol do Japão. Considerada a mais bela dos World Games até então, a cerimônia contaria com demonstrações de música e dança típicas e com um show de fogos de artifício, além de uma demonstração do tal esporte de carregar lanternas em varetas. Infelizmente, a edição de 2001 dos World Games não contaria com a presença do Primeiro-Ministro japonês (muito menos do Imperador), nem com a de um representante do COI, sendo os jogos abertos por Atsuko Toyama, Ministra da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia - em uma nota não relacionada, isso talvez prove que, ou o Brasil tem Ministérios demais, ou o Japão tem Ministérios de menos.
Além do Estádio Yabase, que tem capacidade para 20 mil espectadores, foram utilizados como locais de competição o Yuwa Skydome, moderno estádio fechado com capacidade para dez mil espectadores; o belíssimo Parque Senshu, onde fica localizado o Castelo Kubota, lar do Shogun local durante o período feudal japonês; e o Ginásio Municipal - que, na verdade são dois, um maior, com capacidade para seis mil espectadores e do tamanho de duas quadras de basquete, e um menor, para dois mil espectadores e tamanho de uma quadra de vôlei. Até mesmo os atletas ficariam impressionados com a qualidade das instalações, todas consideradas de altíssimo nível. Também impressionaria o interesse dos japoneses pelas competições, com a venda de ingressos superando todas as expectativas, e muitas competições ocorrendo com lotação máxima.
Os World Games de 2001 seriam realizados entre 16 e 26 de agosto, e contaram com a participação de 3.200 atletas representando 93 nações em 137 provas de 27 esportes: bilhar, boliche, boules, cabo de guerra, caratê, corfebol, dança esportiva, esportes aéreos, esqui aquático, finswimming, fisiculturismo, frisbee, ginástica acrobática, ginástica aeróbica, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, hóquei sobre patins, jiu-jitsu, orientação, patinação artística, patinação em velocidade, pesca esportiva, powerlifting, punhobol, rugby sevens, salvamento e tiro com arco; mais aikidô, cabo de guerra (indoor feminino), gatebol, handebol de praia e sumô como esportes convidados (clique aqui para ver todas as provas do programa).
Como vocês devem ter notado, o programa contaria com a estreia de vários esportes, dentre eles o bilhar, nome genérico usado pela IWGA para se referir a três esportes: o nine-ball, a carambola three-cushion e a sinuca inglesa. Em Akita, apenas o nine-ball seria disputado no masculino e no feminino (com Ching Shun Yang, de Taiwan, levando o ouro no masculino, e Jeanette Lee, dos Estados Unidos, no feminino), com a carambola (ouro para Daniel Sanchez, da Espanha) e a sinuca (ouro para Bjorn Haneveer, da Bélgica) sendo disputadas apenas no masculino.
Os World Games de 2001 também seriam os primeiros a contar com um torneio de orientação, que contou com as provas individual masculina (ouro para Grant Bluett, da Austrália), individual feminina (ouro para Hanne Staff, da Noruega) e revezamento por equipes (ouro para a Noruega, prata para a Lituânia e bronze para a Suécia). Outro esporte a estrear em 2001 seria o rugby, na modalidade sevens, na qual cada time tem apenas sete jogadores e o jogo dura dois tempos de sete minutos cada - o que permite que todos os jogos da competição sejam disputados em um único dia. O rugby sevens será a modalidade que estreará nas Olimpíadas de 2016, no masculino e no feminino; em Akita, ele seria disputado apenas no masculino, e o pódio foi todo da Oceania, com o ouro ficando com Fiji, a prata com a Austrália e o bronze com a Nova Zelândia.
Também faria sua estreia em Akita o frisbee, com competições de disc golf (dois ouros para os Estados Unidos, Barry Schultz no masculino e Juliana Korver no feminino) e de ultimate, esporte coletivo disputado em um gramado de 64 por 37 metros no qual dois times mistos de sete jogadores cada tentam fazer com que um frisbee ultrapasse a linha de fundo para marcar pontos, sendo proibido qualquer contato físico e com o jogador que tem o frisbee nas mãos não podendo andar. Em Akita, o ouro do ultimate ficaria com o Canadá, a prata com os Estados Unidos e o bronze com o Japão; curiosamente, a edição de 2001 seria a última na qual o disc golf participaria (após ser esporte convidado em 1989), com apenas o ultimate fazendo parte do programa de 2005 em diante.
O boules contaria com novidades no programa: além das provas de pétanque (disputadas nas categorias trios masculinos e duplas femininas), agora as provas de jeu provençal (tiro progressivo masculino e feminino) também fariam parte do programa oficial. Já o cabo de guerra teria uma modificação em suas modalidades: ao invés de duas provas masculinas ao ar livre, o programa contaria com uma prova ao ar livre, com peso máximo somado das equipes de 680 kg, e uma prova indoor, com peso máximo de 600 kg. Ambas essas provas seriam masculinas; as prova femininas também seriam duas, mas ambas indoor, com peso máximo de 480 kg e 520 kg, e continuariam sendo consideradas esportes convidados.
O hóquei sobre patins, por outro lado, faria sua última participação nos World Games, sendo substituído, a partir de 2005, pelo hóquei inline - que usa patins inline ao invés daqueles com quatro rodinhas, e tem regras bastante parecidas com as do hóquei no gelo. A decisão de trocar um pelo outro foi da Federação Internacional de Esportes sobre Rodas (FIRS), que regula ambos, e planejava popularizar o hóquei inline, sendo uma das razões a de que a Federação Internacional de Hóquei no Gelo (IIHF) também havia decidido regular o hóquei inline. No início, a maioria dos países optou por ser membro da IIHF e disputar seus campeonatos, mas hoje o jogo virou, e é a FIRS quem tem mais membros e o campeonato mais prestigiado do hóquei inline - e, obviamente, a FIRS credita parte desse sucesso à inclusão do esporte nos World Games.
No último torneio do hóquei sobre patins, o Brasil conseguiria uma medalha de prata, com Portugal ficando com o ouro e a Alemanha com o bronze. O Brasil também seria prata no punhobol, ficando o ouro com a Áustria e o bronze, novamente, com a Alemanha. No handebol de praia, o Brasil conseguiria dois bronzes, com, no masculino, o ouro ficando com Belarus e a prata com a Espanha, e, no feminino, ouro para a Ucrânia e prata para a Alemanha. Fechando os esportes coletivos, no gatebol o pódio seria todo do extremo oriente, com o ouro ficando com o Japão, a prata com Taiwan e o bronze com a China (e o quarto lugar com a Coreia do Sul); e o resultado do corfebol não foi nenhuma surpresa, com ouro para a Holanda, prata para a Bélgica e bronze para Taiwan.
O francês Patrice Martin, do esqui aquático, encerraria sua participação em World Games com mais uma medalha de prata, dessa vez na categoria overall. O norte-americano Steve Rajeff também voltaria a subir ao pódio com uma prata, na pesca esportiva. E a atleta mais bem sucedida de 2001 seria uma russa, Irina Tchatchina, que levaria para casa todos os quatro ouros da ginástica rítmica - que, nos World Games, premia individualmente as apresentações com cada aparelho, no caso de 2001, a maça, a bola, o arco e a corda.
A Rússia, aliás, ficaria na primeira posição do quadro de medalhas, com 24 ouros, 15 pratas e 5 bronzes, bem à frente dos Estados Unidos, que terminaria com 14 ouros, 8 pratas e 8 bronzes. O Japão anfitrião faria bonito, com 9 ouros, 6 pratas e 10 bronzes - e isso porque não contam as medalhas dos esportes convidados, nos quais, graças ao sumô e ao gatebol, o Japão ganhou mais três ouros. A maior parte das medalhas do Japão veio do caratê (6 ouros, 3 pratas e 2 bronzes), com ouros também sendo conquistados no salvamento feminino, powerlifting masculino e esqui aquático feminino.
O Brasil teria um bom desempenho em Akita, conquistando três pratas e um bronze - além dos dois bronzes do handebol de praia que não contam para o quadro de medalhas. Além das já citadas pratas do punhobol e do hóquei sobre patins, o Brasil conquistaria uma com José Carlos dos Santos, no fisiculturismo, categoria leves; já o bronze viria com Luciana Hyodo e Max Coelho, na categoria duplas mistas da patinação artística.
O único ponto verdadeiramente negativo dos World Games de 2001 não foi culpa da organização: entre 13 e 22 de agosto, o Japão seria atingido pelo Tufão Pabuk, de categoria 2, que mataria seis pessoas e deixaria feridas outras 32. Em Akita, os danos não foram tão severos, mas, na segunda semana do evento, as fortes chuvas e ventos fariam com que várias provas do punhobol, do cabo de guerra e do paraquedismo tivessem de ser adiadas ou remarcadas. Não querendo arriscar, o Comitê Organizador transferiria a Cerimônia de Encerramento do Estádio Yabase para o Yuwa Skydome, que, além de contar com apenas metade da capacidade - o que fez com que muita gente que tinha comprado ingresso antecipado tivesse que ficar de fora e ser ressarcido - por ser fechado não possibilitou a bela queima de fogos programada para o fim da Cerimônia. Mesmo assim, os World Games de 2001 entrariam para a história como um exemplo de organização e comprometimento de uma cidade com um evento esportivo.
Mais uma vez, apenas uma cidade se candidataria a sede dos World Games de 2005; dessa vez, entretanto, pode ter sido a própria IWGA quem impediu que outras interessadas se apresentassem: no final de 1999, quando a IWGA ainda nem tinha estabelecido prazo para apresentação de candidaturas, representantes da cidade de Duisburgo, na Alemanha, se encontraram com executivos da IWGA e manifestaram o interesse da cidade em sediar a edição seguinte dos World Games após Akita. No início de 2000, os executivos da IWGA começaram a conversar seriamente com esses representantes, e ficaram muito impressionados com o nível das instalações esportivas e os planos do comitê organizador para o evento. Convidados para uma visita a Duisburgo, os delegados ficaram plenamente convencidos de que a cidade teria condições de realizar uma edição memorável dos World Games. E o resultado foi que, quando o prazo para candidaturas foi oficialmente aberto, todo mundo já sabia que Duisburgo iria ganhar - o presidente da IWGA chegaria a declarar, em uma reunião oficial, que "Duisburgo já despontava como a candidata mais forte a sede" - de forma que ninguém se interessou em concorrer. Como candidata única, Duisburgo seria declarada sede dos World Games de 2005 assim que o prazo para apresentação de candidaturas fosse encerrado.
Localizada no estado da Renânia do Norte-Vestfália, Duisburgo, de 486 mil habitantes, seria, talvez com exceção de Londres, a cidade mais rica a sediar uma edição dos World Games. Contando com o maior porto fluvial do mundo, e sede da companhia metalúrgica multinacional Thyssen-Krupp, a cidade realmente contava com instalações esportivas de última geração, que nada deixavam a dever às de Akita, além de já ter experiência com eventos multiesportivos internacionais, pois já havia sediado a edição de 1987 da Universíade, a Olimpíadas dos esportes universitários. Some-se a isso o já citado fato de que a Alemanha é um dos países que mais dão valor aos World Games, e a tradicional empolgação do povo alemão em sediar torneios esportivos, e, de fato, tínhamos uma candidata muito difícil de ser batida.
A principal instalação esportiva utilizada durante os World Games foi a MSV-Arena, estádio de futebol do time local, o MSV-Duisburg, por um acaso completamente reformada e modernizada em 1999 - sem desrespeitar, portanto, a regra da IWGA de que nenhuma instalação podia ser construída ou reformada apenas para o evento. A Cerimônia de Abertura, realizada ma MSV-Arena, com a presença de mais de 30.000 espectadores, seria considerada a mais empolgante da história dos World Games até hoje. Outro local de competição bastante elogiado foi o parque Wedau, que conta com uma raia de remo e canoagem construída artificialmente para o Campeonato Mundial de Remo de 1983.
Curiosamente, entretanto, pode-se dizer que Duisburgo trapaceou, pois apenas a MSV-Arena e o parque Wedau ficavam, de fato, dentro de Duisburgo; todas as demais instalações esportivas estavam localizadas em três cidades vizinhas, Mulheim, Bottrop e Oberhausen. A IWGA só aceitaria essa configuração porque todas ficavam a menos de uma hora do centro de Duisburgo, e eram utilizadas por times e atletas da cidade de Duisburgo - tanto que, inicialmente, Duisburgo planejava usar também algumas instalações esportivas da cidade de Düsseldorf, mas isso a IWGA não aceitou.
Assim como Akita, Duisburgo transformaria a principal praça da cidade em uma World Games Plaza, local de confraternização entre público e atletas. A cidade também introduziria uma novidade que se tornaria padrão nos World Games seguintes: um gigantesco refeitório onde todos os atletas podiam fazer suas refeições juntos, no estilo do que ocorria na primeira edição dos World Games, em 1981, e visando, mais uma vez, permitir a confraternização. A cobertura jornalística foi a maior feita para uma edição dos World Games até hoje, com envolvimento de rádio, jornais e TV, e o televisionamento ficando a cargo da emissora WDR, que exibiria todas as competições ao vivo para a Alemanha, a maior parte delas para o restante da Europa, e ainda negociaria a transmissão com canais de todo o planeta.
A parte visual do evento, incluindo pôsteres, placas decorativas dos locais de competição, a capa do programa e o mascote, ficariam a cargo da empresa de design Von Mannstein. O logotipo criado pela empresa lembrava a curva que o Rio Reno faz ao longo de Duisburgo, tendo à sua esquerda uma asa estilizada; nas versões coloridas do logotipo, o rio era azul, e a asa trazia as três cores da bandeira da Alemanha. Os pôsteres, placas e programa eram extremamente coloridos, e traziam a palavra faszinationen, que não somente significa "fascinação" como também é uma junção das palavras "fascinar" e "nações" em alemão - tanto que o nationen vinha em negrito. O mascote também teve um nome nesse estilo, Allwin, que, com apenas um l (Alwin), é um nome masculino em alemão, mas, com dois, se tornaria a junção das palavras all (todos, em inglês) e win (vencer, também em inglês), indicando que todos eram vencedores nos World Games.
Os World Games de 2005 seriam realizados entre 14 e 24 de julho, e contaram com a participação de 3.400 atletas de 89 nações disputando 169 provas de 31 esportes: bilhar, boliche, boules, cabo de guerra, caratê, corfebol, dança esportiva, escalada esportiva, esportes aéreos, esqui aquático, finswimming, fisiculturismo, frisbee, ginástica acrobática, ginástica aeróbica, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, hóquei inline, jiu-jitsu, orientação, patinação artística, patinação em velocidade, pesca esportiva, polo a canoa, powerlifting, punhobol, rugby sevens, salvamento, squash, sumô e tiro com arco. Outros seis esportes entrariam como convidados: aikidô, corridas de barcos-dragão, futebol americano, handebol de praia, hóquei indoor e motociclismo (clique aqui para ver todas as provas do programa).
Dois dos novos esportes do programa pertenciam ao mais recente membro da IWGA, a Federação Internacional de Canoagem (ICF), admitida em 2001: o polo a canoa, parte do programa principal, e a corrida de barcos-dragão, participando como esporte convidado. A corrida de barcos-dragão é um esporte interessante, de origem chinesa, na qual barcos de 20 integrantes, dos quais 18 são remadores, um marca o ritmo em um tambor, e o outro controla o leme, disputam corridas de 200, 500, 1.000 ou 2.000 metros. A principal característica desses barcos é que eles possuem uma carranca de dragão na frente, daí o nome do esporte. Assim como alguns outros esportes, a corrida de barcos-dragão é regulada por duas federações internacionais, a ICF e a Federação Internacional de Barcos-Dragão (IDBF), sendo a inclusão no programa dos World Games uma tentativa da ICF de popularizar sua versão do esporte para torná-la a principal, assim como fez a FIRS com o hóquei inline.
Um dos esportes convidados com a maior média de público foi o futebol americano, extremamente popular na Alemanha. A competição contaria com apenas quatro times e quatro jogos, já se iniciando nas semifinais. A medalha de ouro ficaria com a Alemanha, a prata com a Suécia e o bronze com a França, ficando a Austrália em quarto lugar. O hóquei indoor, também bastante popular na Alemanha, teria competições masculinas (ouro para a Alemanha, prata para a Suíça, bronze para a República Tcheca) e femininas (ouro para a Alemanha, prata para Belarus, bronze para a República Tcheca), assim como o handebol de praia, no qual o ouro do masculino ficaria com a Rússia, a prata com a Espanha e o bronze com a Croácia; no feminino, o Brasil obteria sua primeira medalha de ouro em um esporte convidado, ficando a prata com a Hungria e o bronze com a Turquia. Terminando os esportes convidados, o motociclismo foi representado pelo trials indoor por equipes, prova na qual o ouro ficou com a Espanha, a prata com o Reino Unido e o bronze com o Japão.
O programa principal contaria, mais uma vez, com várias novidades, dentre eles a escalada, esporte indoor parente do alpinismo e do montanhismo que pleiteia um lugar nas Olimpíadas, no qual é usada, ao invés de uma montanha de verdade, uma parede cheia de apoios e suportes. Uma novidade curiosa foi o boliche de nove pinos, em sua primeira e última participação, com provas individuais masculina e feminina; mais popular na Alemanha que o boliche tradicional (que usa dez pinos), essa variação usa também uma bola menor, sem buracos, e tem um sistema diferente de pontuação. A novidade no programa da dança esportiva foi a inclusão de uma nova categoria, o rock and roll, e no do paraquedismo foi incluída a prova de pilotagem. Finalmente, o sumô e o cabo de guerra indoor feminino seriam promovidos de esportes convidados, entrando para o programa principal.
Dois esportes fariam sua última participação (por enquanto) nos World Games em 2005, o aikidô e a pesca, na qual o norte-americano Steve Rajeff ganhou mais uma medalha, de prata. Em ambos os casos, a justificativa da IWGA foi a falta de público, já que esses eram os dois esportes de menor público do programa. A IWGA não é contra voltar a incluir esses esportes no futuro caso a cidade-sede faça questão, mas está tendo conversas com a Federação Internacional de Pesca Esportiva (ICSF), buscando tornar o esporte mais atraente.
Os World Games de 2005 tiveram muitos esportes coletivos. No punhobol, o ouro ficaria com a Áustria, a prata com o Brasil e o bronze com a Alemanha. No corfebol, mais um ouro para a Holanda, mais uma prata para a Bélgica, e bronze para a República Tcheca. Na estreia do polo a canoa, ouro para a Holanda, prata para a Alemanha e bronze para o Reino Unido no masculino, ouro para a Alemanha, prata para o Reino Unido e bronze para o Japão no feminino. Outra estreia foi a do hóquei inline, com ouro para os Estados Unidos, prata para o Canadá e bronze para a Suíça. No rugby sevens, novo ouro para Fiji, prata para a África do Sul e bronze para a Argentina. E, no ultimate, ouro para os Estados Unidos, prata para a Austrália e bronze para o Canadá.
O Brasil teria uma ótima participação em Duisburgo, terminando a competição com um ouro, uma prata e dois bronzes. Além da já citada prata do punhobol (e do ouro do handebol de praia feminino, que não conta para o quadro), o Brasil ganharia um ouro e um bronze no fisiculturismo, o ouro na categoria leves, com José Carlos dos Santos (que, assim, ficou com uma medalha de cada cor em casa) e o bronze na categoria meio-médios, com Luiz Carlos Sarmento. O outro bronze viria com Bernardo Ramalho, no torneio individual masculino de boliche de nove pinos.
A Alemanha faria uma belíssima festa em Duisburgo, que só não seria completa porque o topo do quadro de medalhas ficaria com a Rússia, que terminou a competição com 27 ouros, 19 pratas e 11 bronzes, contra 19 ouros, 18 pratas e 20 bronzes dos anfitriões. Mesmo assim, a cidade ficaria tão satisfeita que decidiria se candidatar mais uma vez a sede dos World Games. Mas isso já é uma história para o próximo post da série.
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Akita 2001 |
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