segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Escrito por em 8.8.11 com 0 comentários

Toei Heroes (VII)

E hoje teremos mais três heróis clássicos da Toei no átomo, para fechar a década de 1970, a mais profícua em heróis clássicos!

Daitetsujin 17
1977


Semana passada nós vimos aqui Kyodain, uma série pouco conhecida no ocidente, mas que se tornou cult no Japão, graças a elementos como uma edição frenética. O relativo sucesso de Kyodain levou o canal TBS a encomendar uma nova série à Toei - uma que, especificamente, envolvesse robôs, que eram seu foco.

Entra em cena o responsável por quase todos os heróis clássicos da Toei, Shotaro Ishinomori. Dez anos antes, Ishinomori havia trabalhado como responsável pelos efeitos especiais de outra série de sucesso, Giant Robo. Diante da proposta da TBS, ele decidiu criar uma espécie de remake dessa série, o qual ele chamou de Grande Homem de Ferro 17 - com o número pronunciado "wansébun", o modo japonês de se dizer one-seven.

Wansebun é o nome do protagonista do seriado, um robô gigante com cara de transformer. Sua origem, assim como à de Giant Robo, está diretamente ligada à do vilão da série, um supercomputador chamado Brain. Criado por cientistas japoneses para missões nobres como previsão do tempo e organização do trânsito, Brain é capaz de aprender com o tempo, se tornando cada vez mais inteligente e independente. Infelizmente, este traço acaba se revelando uma faca de dois gumes, já que, em dado momento, Brain chega à conclusão de que os humanos ameaçam o planeta Terra, e decide exterminar todos eles para acabar com o crime e a poluição. No melhor estilo tokusatsu, ele se despluga da parede (mas continua funcionando) e foge, atropelando os cientistas que o criaram e rumando para local ermo e não sabido.

Uma equipe especial de militares, conhecida como Red Scarf Team - devido aos lenços vermelhos que usam no pescoço - é então reunida para encontrar Brain e impedir eventuais ataques seus à humanidade. Um dia, acidentalmente, um jovem soldado de nome Saburo Minami encontra acidentalmente o covil de Brain, que havia se escondido em uma caverna, e toma conhecimento de seu plano: durante o tempo que permaneceu "foragido", o computador criou um exército de robôs, com os quais planeja exterminar a raça humana.

Enquanto é perseguido por alguns soldados malignos, Saburo ativa acidentalmente um desses robôs, que tem um grande número 17 no peito. Por algum motivo, o robô o protege, e dá a Saburo a chance de fugir e revelar os planos do computador vilão ao Red Scarf Team. Dias mais tarde, quando Brain decide colocar seu plano em prática e envia o primeiro de seus robôs para destruir Tóquio, o robô de número 17 ressurge, combatendo-o e aliando-se aos heróis, que, vendo que ele é a única arma eficaz contra o exército de Brain, o "adotam", passando a chamá-lo de Wansebun, por causa do número em seu peito.

Assim como Brain, Wansebun também tem a capacidade de aprender com o tempo - nos primeiros capítulos, ele apenas repete algumas palavras que os outros falam, mas progressivamente se torna capaz de falar e interagir com os demais personagens normalmente. Além disso, ele consegue reparar sozinho qualquer dano causado a seu corpo, embora danos mais severos demorem mais tempo para ser reparados. Dentre suas habilidades de combate, além de uma grande variedade de socos e chutes, mísseis escondidos nos braços e pernas, e de uma espécia de espelho que reflete raios inimigos, está o raio Gravitron, disparado de seu peito, com o qual dá cabo dos robôs malignos.

Além de sua forma normal de robô, Wansebun pode assumir duas formas capazes de voar, uma mais defensiva e outra mais ofensiva, mas que ele raramente assume por gastarem muita energia, e uma forma de fortaleza móvel, com a qual repara seus danos e recupera energia, além de se tornar imune a vários tipos de ataque. Finalmente, três outros veículos, o avião Signal Control Jet, a perfuradeira Signal Control Tank e a mistura de moto com helicóptero Submachine ficam guardadas dentro do corpo de Wansebun, podendo ser acionados para auxiliar o Red Scarf Team a qualquer momento. A Submachine deve ser pilotada por Saburo, mas os Signal Control possuem inteligência rudimentar e operam sozinhos.

Wansebun vê Saburo como seu protegido, e, inicialmente, só aceita ordens dele, além de fazer de tudo para que ele não seja ferido pelos ataques do exército de Brain. Ao longo do tempo, entretanto, ele passa a se socializar mais, e acaba se considerando um membro do Red Scarf Team, composta, além de Saburo, pelo Capitão Nakai, líder da equipe; o Comandante Kenmochi, segundo em comando e líder de uma divisão especial de elite; o Dr. Sahara, cientista criador de Brain, que agora trabalha em formas de impedi-lo; e sua filha mais velha, Chie Sahara, única mulher de destaque da equipe, que conta ainda com vários soldados em várias divisões, mas nenhum importante o suficiente para aparecer mais do que em uns dois episódios. Outros coadjuvantes de destaque são o tio de Saburo, Tetsugoro Iwayama, que coleciona carros e armaduras, e a filha mais nova do Dr. Sahara, Rumi, que foi criada com Saburo e o vê como irmão.

Além de robôs malignos e soldados furrecas, Brain conta em suas fileiras com alguns humanos interessados em se tornarem os únicos no planeta, como o ambicioso cientista Hassler, o assassino Geiler, o comandante das tropas Capitão Gomez, o terrorista Kid Chief, o artista marcial Black Tiger e suas duas ajudantes, Jaguar Pink e Jaguar Blue.

Wansebun possui ainda um "irmão", Waneito (18), um robô construído por Brain com o mesmo projeto do herói, mas aperfeiçoado, sendo, por exemplo, mais veloz que Wansebun. Waneito é o famoso "rival amistoso", que aparece em alguns episódios, dá uma surra em Wansebun mas jamais consegue destruí-lo, e em outros não deixa que ninguém mais o destrua a não ser ele, por fim lutando lado a lado com o herói.

Daitetsujin 17 teve 35 episódios, exibidos na TBS entre março e novembro de 1977, e dois filmes para o cinema, sendo que o primeiro era uma edição dos dois primeiros episódios, e o segundo uma versão estendida do episódio 15. Curiosamente, a 3B Productions tentou lançar o seriado nos Estados Unidos, dublando alguns episódios e renomeando-o The Defenders and the Great Brain. Nessa dublagem, o computador do mal se chamava Blaine, Saburo se chamava Stevie, o Red Scarf Team se chamava Defenders, e Wansebun, apropriadamente, se chamava One-Seven. A série não fez sucesso, e nem todos os episódios foram exibidos.

Isso não fez com que a 3B Productions desistisse, entretanto. Pelo contrário, no melhor estilo Power Rangers, ela contratou alguns atores americanos, refilmou algumas cenas, reaproveitou grande parte do material japonês e, em 1982, lançou o filme Brain 17, que tentava contar toda a história do seriado em 90 minutos. A escolha do nome do filme é meio estranha, já que Brain é novamente o nome do vilão, e o herói continua se chamando One-Seven. E os demais nomes americanos foram mantidos, o que significa que Saburo continua se chamando Stevie. Felizmente, Brain 17 não fez muito sucesso, e hoje não é muito conhecido.

Uchuu Kara no Messeji Ginga Taisen
1978


Em 29 de abril de 1978, estreou nos cinemas japoneses o filme Uchuu Kara no Messeji ("mensagem da vastidão do espaço"), que tentava pegar carona no sucesso de Star Wars, lançado no ano anterior. Embora tivesse um clima mais cômico, o filme tentava reproduzir vários dos elementos característicos de Star Wars, como um império intergaláctico maligno, rebeldes se unindo para enfrentá-lo, batalhas entre naves espaciais, robôs que auxiliavam os personagens, e até mesmo lutas de espadas que soltavam fagulhas elétricas, mesmo essas espadas sendo idênticas em aparência a espadas comuns.

No enredo de Uchuu Kara no Messeji, o pacífico planeta Jillucia é invadido pelos seres metálicos do Império Gavanas, liderados pelo Imperador Rockseia. Para tentar detê-los, o Rei Kaiba espalha pelo universo oito Sementes Sagradas de Liabe, que conferirão poderes a pessoas especialmente escolhidas para lutar contra os Gavanas. Dentre estas pessoas estão o General Garuda de Jillucia; três terráqueos que atendem pelos nomes de Meia, Shiro e Aaron; e o Príncipe Hans, um Gavanas renegado que acaba se tornando o principal herói da série, sendo responsável pela derrocada do Império no final.

Uchuu Kara no Messeji fez um relativo sucesso no Japão, e até chegou a ser lançado nos Estados Unidos pela United Artists, com o nome de Message from Space, sendo comercializado como uma paródia de Star Wars. Apesar das grandes expectativas dos executivos da distribuidora, entretanto, essa estratégia não deu certo, e o filme foi um imenso fracasso. Mas o que interessa é que no Japão ele rendeu bem, e, assim como nos Estados Unidos, quando isso acontece, pode ser que alguém tenha a ideia de produzir uma série sobre o filme. E é aí que entra a Toei.

1978 havia começado de forma complicada para o relacionamento entre a Toei e a TV Asahi, sua principal parceira. Depois do grande sucesso de Go Ranger, que ficou dois anos no ar, seu sucessor, JAKQ, não alcançou o sucesso esperado, e, após diversas modificações infrutíferas, acabou cancelado antes do previsto. Enquanto isso, seriados exibidos em canais rivais, como Kyodain, Zubat e Daitestujin 17, iam muito bem, obrigado. A Toei precisava de um seriado para colocar no ar depois de JAKQ que levantasse novamente a audiência, ou corria o risco de perder sua principal faixa de horário em seu principal canal investidor. Fazer uma série baseada em um filme de sucesso parecia uma saída sensata.

Assim surgiria Uchuu Kara no Messeji Ginga Taisen (cujas duas últimas palavras traduzem para "guerra galáctica"). Diga-se de passagem, a Toei não mediu esforços para repetir na série o sucesso do filme, deixando-a a cargo de Shotaro Ishinomori e chamando alguns dos principais atores de seus seriados de sucesso para interpretar os personagens. Infelizmente, o efeito não foi o esperado, e Ginga Taisen teve apenas 27 episódios, sofrendo com baixos índices de audiência já desde o segundo.

Talvez isso tenha ocorrido porque a série, além da ambientação, tinha muito pouco a ver com o filme. Situada cem anos após os eventos de Uchuu Kara no Messeji, a série se passa no décimo-quinto planeta do sistema solar (?), invadido pelos Gavanas (que, aparentemente, não foram todos derrotados) e lar de uma das mais ativas células da rebelião. Que, por algum motivo, se parece muito com um clã ninja.

O protagonista da série é um jovem de nome Hayato, cuja família foi morta pelos Gavanas. Se unindo a seu mestre Liu, ao homem-macaco Ballou, à estranha criatura Tonto e à bela guerreira Sofia, ele passa a atacar os Gavanas sistematicamente, tendo como principal rival o Delegado Eager - e não me perguntem por que um império tem um delegado no comando de suas tropas.

Ginga Taisen estreou na TV Asahi em julho de 1978, e conseguiu se manter no ar até janeiro de 1979. Junto com o seriado, foi lançada uma enxurrada de merchandising, como bonequinhos e naves espaciais de brinquedo, mas o fracasso da série decretou também o fracasso da linha. Dentre as principais críticas à série estão a presença dos elementos ninja, que não combinavam com o universo do filme, e os uniformes dos heróis e vilões, pobres e feios se comparados a outros tokusatsu. Curiosamente, na França, onde foi exibido com o nome de San Ku Kai - que não significa nada, e foi escolhido apenas porque soa oriental - Ginga Taisen foi um imenso sucesso, e até foi lançado em DVD antes de sê-lo no Japão.

Ao invés de salvar a relação, Ginga Taisen poderia ter encerrado de vez a parceria entre a Toei e a Asahi. Ela acabaria sendo salva no ano seguinte, entretanto, graças a um herói incomum, exibido por um canal concorrente...

Spiderman
1978


No final de 1977, a Toei fechou um acordo com a Marvel, nos termos do qual um poderia usar qualquer personagem do outro de qualquer forma que desejasse. O acordo era válido por três anos, e a iniciativa partiu da Marvel, que buscava uma maior penetração no mercado japonês.

Na mesma época, a Toei também negociava com a TV Tokyo, para a qual já havia produzido dois seriados de sucesso, Ninja Captor e Zubat, a produção de um terceiro, cujo protagonista seria uma versão fictícia do Príncipe Yamato Takeru, um dos maiores personagens da história japonesa, que seria transportado para a época atual por uma máquina do tempo. Aproveitando o acordo recém-firmado com a Marvel, a Toei decidiu colocar heróis Marvel como participações especiais em vários episódios dessa série, e começou a trabalhar no uniforme e características que o Homem-Aranha teria na tela.

Durante este estágio da produção o Homem-Aranha fez tanto sucesso entre a equipe que eles decidiram mudar completamente o foco da série, transformando-o em protagonista. Liderada pelo roteirista Susumu Takaku, essa equipe criaria uma versão tokusatsu do maior herói Marvel, que, além da aparência e poderes, não tinha mais absolutamente nada a ver com a versão original norte-americana. Ainda assim, a TV Tokyo pagou para ver, e o resultado foi um dos seriados de maior sucesso da história da Toei.

Em sua versão tokusatsu, o Homem-Aranha é o jovem japonês Takuya Yamashiro, piloto de motocicleta que, um dia, vê um disco voador cair na Terra. Indo até o local do impacto, ele descobre que trata-se da nave Marveller (em homenagem à Marvel), vinda do planeta Spider (que, se alguém aí não sabe, significa "aranha" em inglês). O piloto da nave, Garia, é o único sobrevivente do planeta Spider, e, antes de também morrer, injeta em Takuya um soro que lhe confere incríveis poderes relacionados às habilidades das aranhas.

A queda da espaçonave também chama a atenção de dois outros personagens: o pai de Takuya, o cientista Hiroshi Yamashiro, astrônomo que busca provas da existência de vida extraterrestre; e o vilão Professor Monster (que até se parece um pouco com o Dr. Destino), líder do Iron Cross Army, que planeja dominar a Terra. Quando ambos chegam à nave, o Professor Monster acaba matando o Dr. Yamashiro, pois deseja a descoberta apenas para si. Usando seus poderes para assumir a identidade do Homem-Aranha, Takuya jura usar seus poderes para deter o vilão a qualquer custo, vingando seu pai e impedindo que o planeta caia nas mãos do exército maligno.

Diferentemente de quase todos os outros heróis de tokusatsu, o Homem-Aranha possui uma identidade secreta. Para mantê-la, Takuya age como um bobalhão, o que faz com que ele seja vítima de bullying por parte de diversos de seus colegas, e não faça muito sucesso com as meninas, das quais sempre ouve frases do tipo "por que você não pode ser como o Homem-Aranha?". Ser um super-herói também faz com que ele não consiga viajar para participar de muitas corridas, então seu orçamento está sempre no vermelho, o que faz com que tenha de arrumar diversos bicos para se sustentar, o principal deles como fotógrafo no jornal onde trabalha sua melhor amiga e quase-namorada, Hitomi Sakuma. Além de todos esses problemas, Takuya ainda tem que cuidar de dois irmãos menores, a menina adolescente Shinko e o menino Takuji, de sete anos. Outro aliado de destaque é o investigador da Interpol Juzo Mamiya, que trabalha no caso envolvendo os ataques do Iron Cross Army. Em dado momento, Juzo descobre a identidade secreta do Homem-Aranha, e dá a Takuya um comunicador com o qual um pode pedir a ajuda do outro.

O soro injetado por Garia confere a Takuya os poderes tradicionais do Homem-Aranha, como a capacidade de escalar paredes, força e agilidade ampliadas, e um sentido especial que o avisa quando sua vida ou a de seus entes queridos está em perigo. O soro também dá a Takuya um efeito colateral, o de ser especialmente suscetível a baixas temperaturas, até mesmo perdendo seus poderes quando exposto ao frio extremo. Além do soro, Garia dá a Takuya um bracelete, através do qual ele terá acesso à tecnologia do planeta Spider, como seu uniforme, chamado Spider-Protector. Ao ser liberado do bracelete, o uniforme "se veste" automaticamente em Takuya, aumentando sua resistência a dano e protegendo sua identidade. O bracelete também lança uma teia feita de um material especial chamado Spider-Fluid. Essa teia pode ser usada como corda, para que o Homem-Aranha se balance como o Tarzan em um cipó, ou como rede, para prender inimigos, e é produzida indefinidamente, com o Spider-Fluid jamais se esgotando.

Finalmente, o bracelete serve para o Homem-Aranha chamar e controlar remotamente seus dois veículos. O principal é o Spider-Machine GP-7, um carro de corrida voador equipado com metralhadoras e mísseis. Devido a restrições orçamentárias, o Homem-Aranha japonês raramente se locomove balançando entre os prédios como o norte-americano, sendo o GP-7 seu principal meio de transporte. O outro veículo é a própria espaçonave Marveller, a qual Garia confiou a Takuya para que não caísse nas mãos do Profesor Monster. Escondida em local secreto, a Marveller é equipada com canhões e pode se transformar no robô gigante Leopardon, armado com a espada Vigor, com o qual o Homem-Aranha enfrenta os mosntros gigantes do Iron Cross Army. Embora isso hoje seja praticamente uma tradição, o Homem-Aranha foi apenas o segundo herói da história do tokusatsu - depois de Ganbaron, produzido pela Soeisha e exibido em 1977, e que curiosamente era inspirado no Super-Homem - a pilotar um robô gigante - Giant Robo e Daitetsujin 17 não contam, pois nessas séries o herói era o próprio robô gigante.

O arqui-inimigo do Homem-Aranha é o Professor Monster, líder do Iron Cross Army, um exército alienígena que vaga pela galáxia conquistando planetas e destruindo os que se opõem, responsável pela destruição do planeta Spider. Monster é um homem alto de armadura e manto, e se alimenta da energia vital de seres vivos para se tornar praticamente imortal. Seu segundo em comando é Amazoness, uma espiã mestra dos disfarces que finge ser Saeko Yoshida, a editora de uma popular revista de moda, e tem como obsessão descobrir a identidade secreta do Homem-Aranha. Os monstros da semana são cohecidos como Machine Bems, criados pelo Professor Monster através de modificações genéticas feitas em humanos e animais, recrutados em mundos alienígenas, ou trazidos de volta à vida através de rituais, como Bella e Rita, principais comandantes do exército, encontradas por Amazoness como múmias na região Amazônica e ressucitadas por Monster, armadas, respectivamente, com um arco e flechas e uma metralhadora. Os Machine Bems têm a capacidade de ficar gigantes ou pequeninos a qualquer momento, e sempre ficam gigantes para serem destruídos por Leopardon, o que faz com que o Homem-Aranha seja um dos poucos heróis de tokusatsu que não tem um "golpe final" próprio para destruir os monstros. Completam o exército do mal os Ninders, os soldados furrecas que apanham do Homem-Aranha em todos os episódios, e que têm a capacidade de se disfarçar como humanos comuns, sendo denunciados por circuitos eletrônicos atrás das orelhas e por suas mãos, feitas de metal.

Spiderman teve 41 episódios, exibidos na TV Tokyo entre maio de 1978 e março de 1979, mais um filme para o cinema, exibido em julho de 1979 mas ambientado entre os episódios 10 e 11. A série fez um sucesso monstruoso, aumentando as vendas dos quadrinhos Marvel no Japão até além do que a editora esperava. Leopardon se tornou o brinquedo mais vendido da história do Japão até então, fato que estabeleceu a tradição do robô gigante nos seriados de tokusatsu, e sua capacidade de se transformar em nave seria a principal responsável pela criação, alguns anos mais tarde, dos Transformers. Tentando pegar carona nesse filão, a Marvel usou sua parte do acordo para incluir robôs gigantes de vários anime da Toei em sua linha de quadrinhos Shogun Warriors, mas sem o mesmo sucesso.

O sucesso do Homem-Aranha japonês foi bom para a Toei e a Marvel, mas nem tanto para a TV Tokyo, beneficiando, ao invés disso, sua concorrente Asahi: para 1979, a Toei decidiu fazer uma versão japonesa do Capitão América, a qual chamaria, muito apropriadamente, de Capitão Japão. Durante a produção, entretanto, a equipe decidiu que seria válido dar mais uma chance aos sentai, e transformou o Capitão Japão no líder de uma equipe, a Battle Fever J. A Toei então ofereceu Battle Fever J para a TV Asahi, que ainda a pagou um bom dinheiro para que nenhum outro tokusatsu fosse exibido em um canal concorrente em 1979. Seria a última tentativa de fazer a parceria entre as duas engrenar.

Felizmente, deu certo. Usando vários dos elementos de Spiderman, como os uniformes guardados em braceletes e o robô gigante, Battle Fever J foi um grande sucesso, garantiu a encomenda de mais um sentai, Denjiman, igualmente bem-sucedido, o que por sua vez assegurou a sobrevivência do gênero até os dias de hoje, e solidificou a parceira da Toei com a Asahi, que se fortaleceu ainda mais em 1982 com a estreia de Gavan, que daria origem a mais um subgênero do tokusatsu, os Metal Heroes.

Ou seja, se hoje temos sentai, Metal Heroes e novos Kamen Riders, é ao Homem-Aranha que devemos agradecer. Não a Peter Parker, mas a Takuya Yamashiro.

Série Toei Heroes

Daitetsujin 17
Ginga Taisen
Spiderman

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