Verdade seja dita, ano passado, quando inventei o "Mês das Coisas que eu Não Gosto Tanto Assim", pensei em fazer um post sobre Megaman Legends. Como eu já tinha decidido falar sobre SNK vs Capcom, porém, achei que fazer dois posts sobre jogos de videogame ia ficar meio chato, e desisti. Mas, como eu disse outro dia, ao migrar o átomo para o novo modelo de template do Blogger e rever centenas de posts antigos, eu acabei ficando com vontade de voltar ao assunto de uns dois ou três deles. Além disso, imaginei que, como venho falando há um bom tempo sobre spin-offs de Mario, não custava nada falar mais um pouquinho sobre spin-offs de Megaman. O resultado foi esse post de hoje, que finalmente traz a série Megaman Legends para o átomo!
Infelizmente, entretanto, com ele eu não completo todas as séries de Megaman, já que a Capcom resolveu lançar mais duas de 2005 pra cá. Mas isso já é outra história.
Megaman Legends surgiu de uma aparente necessidade patológica da Capcom de inventar moda quando chega a hora de lançar um jogo de Megaman para um novo sistema: quando chegou a hora de lançar um Megaman para o Super Nintendo, eles inventaram a série X; quando chegou a hora de lançar um Megaman para o Game Boy Advance, eles inventaram a série Battle Network; e, quando chegou a hora de lançar um Megaman para o Playstation, eles inventaram a série Legends. Eles poderiam ter simplesmente lançado um Megaman 6 para o Super Nintendo, um Megaman VI para o GBA, ou começado pelo Megaman 8 no Playstation, mas não, inventar moda é mais legal. E, infelizmente, parece que, para a Capcom, "inventar moda" e "mudar tantas coisas que Megaman fica irreconhecível" a cada lançamento se tornam mais e mais sinônimos.
Em Megaman Legends, por exemplo, o protagonista nem é o mesmo Megaman que conhecemos, mas um outro, chamado Megaman Vollnut - o que é evidenciado pelo fato de que ele tem olhos verdes, enquanto Megaman tem olhos azuis. Megaman Legends é ambientado em um futuro distantíssimo (por volta do ano 7000), uma época na qual a maior parte da Terra está submersa, restando apenas algumas poucas ilhas. Por causa da inundação, fontes de energia são raras e escassas. Felizmente, antigos artefatos chamados Quantum Refractors podem ser encontrados em ruínas de antigas civilizações que habitaram nosso mundo - antigas para eles, mas futuristas para nós. Os Refractors são tão valiosos que até quebrados possuem valor, já que seus cacos são usados como moeda. Como eles só são encontrados em antigas ruínas, uma classe especial de aventureiros, conhecidos como Escavadores, se especializou em procurá-los. Megaman, evidentemente, é um desses Escavadores.
Como qualquer Escavador que se preza, Megaman viaja o mundo em um navio voador, no caso o Flutter, acompanhado de sua equipe: Roll Casket, menina humana habilidosa em termos de mecânica, que procura por seu pai desaparecido enquanto atua como Spotter, o membro da equipe que descobre prováveis locais de Refractors; Barrel Casket, o avô de Roll, especialista em robótica; e Data, um macaquinho robô com enorme espaço para armazenamento de dados, que fala uma linguagem incompreensível que apenas Megaman parece conseguir entender.
Um belo dia, o Flutter apresenta problemas no motor, e faz um pouso forçado na Ilha de Kattelox. Enquanto a equipe tenta consertá-lo para seguir viagem, a Cidade de Kattelox é atacada pelos Bonnes, piratas que desejam roubar o famoso Tesouro de Kattelox. Os Bonnes são liderados pelo impiedoso Teisel Bonne; acompanhado por sua irmã, Tron Bonne, gênio da robótica que cria diversos robôs que os piratas usam como armas e servos, em especial os Servbots, que parecem bonequinhos de Lego; e pelo seu irmãozinho Bon Bonne, que só sabe falar uma única palavra, "babu". Megaman, com seu grande senso de dever, decide lutar contra os Bonnes e impedi-los de roubar o tesouro, enquanto explora as ruínas da ilha em busca de um Refractor que permita que ele e sua equipe sigam viagem.
Megaman Legends é um jogo de "action RPG", tipo The Legend of Zelda, que mistura elementos de jogos de aventura e de RPG. Também é em 3D, para aproveitar a moda da época e a tendência dos principais jogos do Playstation serem poligonais. Keiji Inafune, o criador do Megaman, que neste jogo atuou como produtor, declarou que a intenção da equipe era criar um jogo que fosse divertido para jogadores de todas as idades, e que a própria equipe se divertiu muito ao criar o jogo.
Ao longo do jogo, Megaman poderá explorar um vasto mundo, falando com diversos personagens para obter informações e ajuda. Dependendo de suas respostas a certas perguntas e de seu comportamento diante de certas situações, Megaman pode ter sua tarefa facilitada ou dificultada por esses personagens, que confiarão ou não nele. Recolhendo fragmentos de Refractors de oponentes derrotados, Megaman também poderá comprar itens e armas em lojas espalhadas pela ilha. Ao derrotar certos inimigos, Megaman também pode obter armas especiais, bem ao estilo dos jogos clássicos da série. Roll atua principalmente como mecânica e piloto - para equipar uma arma especial, Megaman tem de falar com ela, e, a partir do meio do jogo, ele pode recorrer a ela para se locomover com mais rapidez entre diferentes pontos da ilha - e Data atua como uma espécie de médico, restaurando a energia de Megaman quando preciso. O jogo também apresenta diversas boss battles, nas quais Megaman terá de enfrentar inimigos poderosos, e cut scenes, historinhas nas quais serão revalados detalhes do enredo.
Megaman Legends foi lançado para Playstation no Japão em dezembro de 1997, com o nome de Rockman DASH Hagane no Boukenshinii ("O Espírito Aventureiro de Aço"), e em agosto de 1998 nos Estados Unidos. Uma versão para Nintendo 64, batizada de Megaman 64, foi lançada em 2000, uma versão para Windows em 2001, e uma versão para PSP, exclusivamente no Japão, em 2005.
O jogo do Playstation foi bastante bem recebido pela crítica, que elogiou os gráficos 3D e o considerou bastante divertido. Alguns críticos, porém, ao comparar o jogo com os clássicos de plataforma de Megaman o consideraram inferior, e criticaram principalmente a câmera, que muitas vezes não mostra o que os jogadores precisam ver. As versões para Nintendo 64 e Windows foram mal recebidas, mas a principal crítica foi a de que os gráficos eram idênticos aos do Playstation, e já ultrapassados para a época. Dentre os jogadores, Megaman Legends fez um grande sucesso, o suficiente para a Capcom pensar em criar uma sequência.
Antes disso, porém, a Capcom decidiu lançar uma "prequência", ou seja, um jogo ambientado antes de Megaman Legends. Além disso, ao invés de colocar Megaman como personagem principal dessa prequência, eles preferiram transformar a pirata Tron Bonne em protagonista. Assim surgiu The Misadventures of Tron Bonne ("As Desventuras de Tron Bonne"), lançado no Japão (com o nome de Tron ni Kobun, "Tron e seus Capangas") em julho de 1999 e nos Estados Unidos em maio de 2000, ambas as versões exclusivamente para o Playstation.
A história começa quando Teisen e Bon Bonne, enquanto procuram por um Refractor gigantesco nas ruínas de Nakkai, são capturados pelo pirata rival Glyde, que trabalha para o misterioso Mr. Loath, para quem os Bonne devem dinheiro. Glyde, então, chantageia Tron: ou ela paga a dívida, ou seus irmãos jamais serão vistos novamente. Acompanhada de 40 Servbots, ela então decide arrumar o dinheiro, preferencialmente roubando-o.
O jogo é composto de quatro partes: no início, Tron e seus capangas roubam e pilham, e ela acaba desenvolvendo uma amizade com a policial Denise Marmalade, que jamais consegue capturá-la. No meio do jogo, quando percebe que jamais conseguirá a quantia devida no tempo proposto, Tron decide invadir a fortaleza de Loath para libertar seus irmãos, mas falha e é capturada. O jogador então passa a controlar o Servbot preferido de Tron em uma missão de resgate. Finalmente, o jogador deve controlar o Gustaff, o navio voador dos Bonne, para deter o Colossus, uma máquina de guerra gigantesca construída por Loath. Independente de em qual parte o jogo esteja, o jogador terá de passar por fases de action RPG, no estilo de Megaman Legends, por puzzles, e até por algumas fases em primeira pessoa.
Uma das principais sacadas do jogo é que cada um dos 40 Servbots possui sua própria personalidade, sendo cada um apropriado a um tipo de tarefa, e cabendo ao jogador saber quando usá-los - já que, além de um robô gigante que Tron pilota, eles são suas principais armas. Tron pode treinar os Servbots para ficarem mais fortes e rápidos, enviá-los em missões para torná-los mais espertos, e até mesmo torturá-los para deixá-los menos preguiçosos. Além das fases principais, o jogo ainda conta com vários minigames envolvendo os Servbots.
The Misadventures of Tron Bonne foi extremamente bem sucedido no Japão; nos Estados Unidos não vendeu tanto, mas foi bem recebido pela crítica. Como curiosidade, vale citar que ele trazia um demo de Megaman Legends 2, que é totalmente diferente nas versões americana e japonesa, porque a japonesa foi lançada quando o próximo jogo ainda estava em seus estágios iniciais de produção. Inclusive, o demo de Megaman Legends 2 de Tron ni Kobun é tão diferente do jogo final que acabou sendo considerado como um jogo separado pela própria Capcom, e rebatizado para Rockman DASH 2: Episode 1 - Roll-chan Kiki Ippatsu! ("Megaman DASH 2: Episódio 1 - O Momento Crítico de Roll!"). Nesse "episódio", Tron sequestra Roll, e Megaman deve salvá-la.
Curiosamente, Megaman Legends 2 seria lançado no Japão - com o nome de Rockman DASH 2: Episode 2 - Ooinaru Isan ("Megaman DASH 2: Episódio 2 - o Grande Legado") - antes mesmo de The Misadventures of Tron Bonne ser lançado nos Estados Unidos, em abril de 2000, mais uma vez para Playstation. A versão Playstation foi a única do jogo a ser lançada nos Estados Unidos, em outubro do mesmo ano, com o Japão ainda recebendo uma versão Windows em 2001 e uma versão PSP em 2005.
O jogo começa quando Barrel Casket e seu amigo Werner Von Bluecher estão procurando a Mother Lode (algo como "a mãe de todos os veios"), um tesouro lendário que supostamente representa uma fonte infinita de energia, superior a qualquer Refractor. Atacado pela misteriosa Yuna, seu navio, o Sulphur Bottom, encalha na Ilha Proibida. Assistindo a tudo pela televisão, Megaman, Roll e Data decidem ir ajudá-los.
Durante o resgate, Megaman encontra outra garota misteriosa, Sera, que revela aos cientistas que a Mother Lode pode ser acessada através do uso de quatro chaves, que abrem portais em diferentes pontos do planeta. Barrel e Von Bluecher pedem para que Megaman os ajude a encontrar essas chaves, mas são ouvidos pelos Bonnes, que agora trazem como aliados Glyde, o vilão de The Misadventures of Tron Bonne, e os piratas Bola e Klaymoor.
Durante o jogo, portanto, Megaman terá de viajar a várias ilhas e explorar diversas ruínas à procura das quatro chaves, enquanto enfrenta os Bonnes e seus aliados. Mais uma vez, a interação de Megaman com outros personagens pode mudar os rumos do jogo, ele pode recolher fragmentos de Refractors para comprar novos itens, e obter armas especiais com Roll. Dentre as novidades do jogo estão o fato de que Megaman pode carregar objetos ou até pessoas consigo em determinadas missões para ajudá-lo a cumprir seus objetivos; a presença de missões secundárias que Megaman precisa cumprir para conseguir licenças especiais para explorar determinadas ruínas, sem as quais não conseguirá completar o jogo; e fases submersas, nas quais a física é alterada de acordo, com alguns objetos boiando e Megaman podendo dar pulos mais longos e mais altos.
Megaman Legends 2 foi muito bem recebido pela crítica, que elogiou o grande avanço que ele representava em relação ao primeiro jogo, especialmente na parte gráfica. Apesar disso, e do fato de que o jogo possui um final aberto, um Megaman Legends 3 jamais foi anunciado, o que faz com que a série Legends tenha, até hoje, apenas esses três títulos - quer dizer, sem contar um jogo para celulares lançado exclusivamente no Japão em 2008, chamado Rockman DASH 5-tsu no Shima no Daibouken! ("A Grande Aventura das Cinco Ilhas"). Para aumentar o mistério, o próprio Inafune declarou que gostaria muito de fazer um Megaman Legends 3, mas que, infelizmente, não podia.
Vai ver a Capcom simplesmente achou que, com o lançamento do Playstation 2, estava na hora de inventar mais moda.
Série Megaman |
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Série Legends |
Olá,
ResponderExcluirExcelente post. Realmente o único em português que encontrei sobre a série Megaman Legends. Uma atualizaçao seria necessária: Megaman Legends 3 finalmente sairá para satisfação dos fans. Ele está em desenvolvimento e conta com uma imensa equipe de colaboradores, além disso entusiasstas e fans do jogo poderão participar também
Olá
ResponderExcluirQue bom que você gostou do post, fico muito feliz. A informação sobre Megaman Legends 3 está presente no post de número 399. Como eu disse no FAQ, infelizmente eu não tenho condições de atualizar todos os posts toda vez que uma informação nova surge (exceto em casos especiais), então eu prefiro deixá-los do jeito que foram escritos e, se julgar necessário, apresentar as novas informações em novos posts.
Abraços!
Fans de Megaman Legends 3 iniciaram um movimento pedindo continuação do jogo à CAPCOM após seu cancelamento oficial. Está já é a segunda franquia de Megaman cancelada este ano pela empresa.
ResponderExcluirEm seis dias de mobilizações a fan page do facebook já atingiu 35 mil integrantes. Ajude a divulgar a mensagem e a assinar a petição.
O desenvolvedor Keiji Inafune, considerado como o pai de MegaMan, pediu desculpas à equipe que trabalhou no título e aos fãs de MegaMan Legends 3, alguns que também trabalharam nele. Inafune deixou a Capcom em 2010, mas ainda assim se sentiu responsável por não estar presente durante o desenvolvimento, apesar de ter anunciado o projeto de desenvolvimento que contaria com a participação de fans de todo mundo.
http://www.legends3.com/
espetacular post....nunca joguei direito o megaman legends pq nunca entendi a história ao certo mas agr q vc vez este post deu até vontade de jogar kkkk
ResponderExcluirMegaman legends (ou megaman Lixo) na minha opnião foram os piores jogos da franquia megaman,todos os outros jogos foram exelentes na minha opnião esse jogo consegue ser pior que megaman X7 que na minha opnião foi o segundo pior jogo da franquia.
ResponderExcluirOtimo post você fez um boma trabalho.
so se for para voce porque para mim e um dos melhores com trilha sonora otima e entre outros para mim o jogo e incrivel e lamento de nao ter na steam queria muito comprar la
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