Na verdade, eu até demorei um pouco para coçar, imaginando como poderia fazer esse post. Afinal, eu já tinha colocado um belo de um "O Futuro" no (até agora) último post da série, e não queria que ele ficasse sem função. Além do mais, a música que eu usei para abrir aquele post fala especificamente na "China à frente", então, tirar a China da frente também não me pareceu muito acertado. Depois de muito deliberar, acabei chegando à conclusão de que o melhor era fazer o que fiz, mesmo que ficasse um pouco esquisito.
Assim, o que eu fiz foi o seguinte: o post sobre Pequim foi parar lá no post que falava de Turim 2006, no lugar do tal "O Futuro". E hoje falaremos sobre Vancouver e teremos uma nova versão do "O Futuro", no qual alcançaremos um futuro mais distante. Portanto, se você acompanha o átomo desde a época na qual aquele post já estava escrito, e deseja ler sobre Pequim, basta clicar aqui e depois voltar para ler sobre Vancouver. Se chegou agora, ou se ainda não leu os demais, pode aproveitar e ler na ordem. E se não faz questão, e quer ler só o de hoje, prossiga. Ou, se não faz questão mesmo, e não quer saber desse negócio de Olimpíada, sinta-se livre para voltar semana que vem. We aim to please.
Ah, sim, e, antes de começarmos, já que eu avisei que atualizei o último post das Olimpíadas, acho que cabe dizer que, em fevereiro, eu atualizei também o último da Fórmula 1. Era outra coceira que eu tinha desde que o campeonato de 2009 acabou, mas só pude coçar quando tive um tempo livre depois do Carnaval.
A canadense Vancouver ganhou o direito de sediar os Jogos de 2010 na reunião do COI de 2003, na mesma ocasião em que pela primeira vez foram aplicadas à escolha da sede dos Jogos de Inverno as mesmas regras que já vigoravam para os Jogos de Verão desde a escolha da sede de 2004: após uma primeira análise, foram descartadas as candidaturas de Andorra la Vella, capital de Andorra; Jaca, Espanha; Harbin, China; e Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, que sediara os Jogos de Inverno de 1984, quando a república ainda fazia parte da Iugoslávia. Foram submetidas à votação Vancouver; Pyeongchang, na Coréia do Sul; e Salzburgo, Áustria; com a cidade canadense ganhando da coreana por apenas três votos
Vancouver foi a terceira cidade do Canadá a sediar uma Olimpíada, depois de Montreal, 1976, e Calgary, 1988, e trouxe consigo diversas curiosidades para os almanaques olímpicos. Isso porque ela também foi a maior cidade a sediar uma edição das Olimpíadas de Inverno desde a criação do evento; a cidade mais quente a fazê-lo, com a temperatura máxima tendo atingido 5oC nos primeiros dias das Olimpíadas; a primeira na qual provas foram disputadas ao nível do mar; e a primeira na qual a Cerimônia de Abertura foi realizada em um ginásio coberto, com direito a pira e tudo - que, evidentemente, não permaneceu acesa durante todo o evento; após a Cerimônia, uma segunda pira, idêntica, foi acesa do lado de fora do ginásio por Wayne Gretsky, considerado por muitos como o maior jogador de hóquei no gelo da história do esporte, usando o fogo sagrado que saiu da Grécia, cruzou o Pólo Norte e viajou 45.000 km apenas dentro do território canadense.
Assim como Pequim, Vancouver foi alvo de muitas críticas e protestos no período que antecedeu a realização dos Jogos. As mais amenas diziam respeito aos altos custos do evento e ao impacto ambiental que os jogos teriam em Vancouver e Whistler, cidade vizinha que sediou as provas de esqui e trenó em suas montanhas. As mais exaltadas vieram de grupos indígenas preocupados com o aumento do turismo e da expansão imobiliária em suas terras durante a após os Jogos. O inukshuk escolhido como símbolo dos Jogos - o homenzinho de pedra presente no cartaz oficial - também foi muito criticado pelos indígenas, primeiro porque os inukshuk tradicionalmente não têm braços e pernas definidos, e segundo porque eles são um símbolo dos inuit, povo que vive no ártico, e não na região de Vancouver.
Apesar disso, os Jogos foram um grande sucesso, com ampla participação popular e muitos elogios por parte do COI. O único fato triste foi a morte do atleta georgiano Nodar Kumaritashvili, que foi arremessado para fora da pista e se chocou contra um pilar durante uma curva de alta velocidade em um dos treinamentos para sua prova do luge. Após uma extensa investigação, a Federação Internacional de Luge concluiu que o acidente foi causado por um erro do atleta, e não pela pista, que estava sendo bastante criticada por atletas do luge e do bobsleding devido à sua velocidade e complexidade. A Geórgia chegou a cogitar desistir dos Jogos após o acidente, mas foi convencida a ficar, e desfilou na Cerimônia de Abertura com faixas de luto nos braços dos atletas e na haste da bandeira. A pista recebeu algumas modificações de segurança, mas seu trajeto permaneceu inalterado, o que acabou causando muitos acidentes no bobsleding, felizmente nenhum grave.
O programa dos Jogos de Vancouver contou com 86 provas de 15 esportes: biatlo, bobsleding, combinado nórdico, curling, esqui alpino, esqui cross country, esqui estilo livre, hóquei no gelo, luge, patinação artística no gelo, patinação no gelo em velocidade, patinação no gelo em velocidade em pista curta, saltos com esqui, skeleton e snowboarding (clique aqui para ver todas as provas do programa). Deles, participaram 2.622 atletas de 82 nações, dentre elas o Brasil, que enviou apenas cinco atletas - Johnatan Longhi e Maya Harrison para o esqui alpino, Leandro Ribela e Jaqueline Mourão para o esqui cross country e Isabel Clark para o snowboarding - nenhum deles retornando com resultados expressivos. Os Jogos foram realizados no período de 12 a 28 de fevereiro, e tiveram dois mascotes, o pé-grande Quatchi, e Miga, que é metade urso e metade orca. Curiosamente, a organização criou também um "mascote reserva", a marmota Mukmuk, que teve bonequinhos e outros produtos à venda, mas quase não apareceu durante os Jogos.
O maior destaque esportivo dos Jogos de Vancouver não foi um atleta, mas um esporte inteiro, o curling. Visto por muitos como um esporte chato e praticado por velhos gordos - o que não poderia estar mais longe da verdade - o curling é imensamente popular no Canadá, e essa popularidade se refletiu em audiência jamais vista durante as Olimpíadas: não só o Vancouver Olympic Centre, ginásio destinado às competições desse esporte, ficou lotado em praticamente todos os dias da competição, como também a audiência pela TV foi até maior que a esperada, não só no Canadá, mas em muitos outros países, como se o entusiasmo dos canadenses pelo esporte das vassourinhas tivesse estimulado outros povos a aprender mais sobre ele. Até no Brasil a repercussão foi positiva, com boa audiência e interesse dos espectadores, o que motivou os canais de televisão a comprar os direitos de transmissão de mais eventos desse esporte, como o Campeonato Mundial, que também foi realizado esse ano. Em Vancouver, o Canadá era favorito para as duas medalhas de ouro, mas acabou conquistando apenas a do masculino, ao vencer na final a Noruega, cujo uniforme contava com uma curiosa calça quadriculada. No feminino, o Canadá foi surpreendido na final pela Suécia, e acabou ficando com a medalha de prata.
Se o curling foi um grande sucesso, que se dirá do hóquei no gelo, o primeiro esporte na preferência dos canadenses. Pela primeira vez em Olimpíadas, o hóquei no gelo foi disputado em um rinque oficial da NHL, que é alguns centímetros quadrados menor que os utilizados em competições internacionais. A pressão pelo ouro sobre os donos da casa era enorme, principalmente sobre o time masculino, já que nas Olimpíadas anteriores, em Turim, o Canadá foi eliminado pela Rússia nas quartas de final. Em Vancouver, porém, tudo deu certo: o time feminino não tomou conhecimento das adversárias, e massacrou uma a uma até a medalha de ouro. O masculino já não teve tanta moleza, tendo de disputar a repescagem após perder para os Estados Unidos na primeira fase. Na final, contra os mesmos Estados Unidos, o Canadá estava com a medalha de ouro no pescoço até faltarem 48 segundos para o final do jogo, quando os norte-americanos empataram. Na prorrogação, coube a Sidney Crosby marcar o gol de ouro (com trocadilho não-intencional) que deu a vitória aos donos da casa, o que fez o Canada Hockey Place, lar dos Vancouver Canucks, quase vir a baixo. A final do hóquei no gelo foi um jogo tão importante que teve na plateia o primeiro ministro canadense, Stephen Harper, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que até fizeram uma aposta, segundo a qual o perdedor teria de pagar ao vencedor duas caixas de cerveja - uma de Molson, a favorita de Harper, e uma de Yuengling, a favorita de Obama.
A eleita musa dos Jogos foi a norte-americana Lindsey Vonn, do esqui alpino - cuja mãe assistia às provas com uma bem bolada faixa onde se lia "Vonncouver" - que se auto-impôs uma ingrata missão: conquistar todas as cinco medalhas de ouro que disputaria. Se considerarmos que Vonn é especialista no downhill, de técnica bem diferente do slalom, e que quatro das cinco provas envolvem slalom, podemos chegar à conclusão de que a missão era ingratíssima. De fato, Vonn só conseguiu o ouro do downhill e um bronze no slalom super gigante, ficando fora do pódio nas outras três provas, mas polarizou as atenções da imprensa com sua beleza.
Na patinação em velocidade em pista curta, a China confirmou seu domínio no feminino, ganhando as quatro medalhas, sendo duas com Wang Meng, uma com Zhou Yang e uma no revezamento. No masculino, o Canadá ganhou um ouro no revezamento e um nos 500 metros com Charles Hamelin, e o sul-coreano Lee Jung-Su subiu ao lugar mais alto do pódio nos 1.000 e 1.500 metros. O norte-americano Apolo Ohno, dessa vez, ficou apenas com uma prata, nos 1.500 metros, e dois bronzes, um nos 1.000 metros e um no revezamento.
Na pista mais comprida, os destaques foram o norte-americano Shani Davis, que ganhou os 1.000 metros com uma impressionante demonstração de técnica, e a tcheca Martina Sáblíková, especialista nas provas mais longas, que ganhou o ouro dos 3.000 e dos 5.000 metros, e ainda conseguiu garantir um inesperado bronze nos 1.500 metros. Na perseguição por equipes, a Alemanha conquistou o ouro de forma sensacional, vencendo o Japão na final por apenas dois centésimos de segundo de diferença, após passar de forma dramática pelos Estados Unidos na semifinal, quando a atleta Anni Friesinger-Postma, esgotada, mal conseguiu terminar a prova, caindo deitada no gelo a centímetros da linha de chegada - mas ainda assim cruzando-a a tempo suficiente de derrotar os Estados Unidos por apenas 23 centésimos.
A patinação artística foi cheia de novidades. Pela primeira vez desde 1960, nenhum europeu ganhou medalhas de ouro no evento, vencido pelo norte-americano Evan Lysacek no masculino, pela sul-coreana Kim Yu-Na no feminino, pelos chineses Shen Xue e Zhao Hongbo nas duplas, e pelos canadenses Tessa Virtue e Scott Moir na dança no gelo. Pela primeira vez desde 1964, uma dupla que não representasse a União Soviética, Comunidade de Estados Independentes ou Rússia conquistou o ouro na competição de duplas, e ainda por cima ganhando o primeiro ouro da China na história da patinação artística olímpica. E, pela primeira vez na história da dança no gelo em Olimpíadas, a medalha de ouro não foi para uma dupla europeia, com os canadenses ainda estabelecendo o recorde de dupla mais jovem a ganhar o ouro em Olimpíadas. Finalmente, a medalha de ouro de Kim Yu-Na foi a primeira da Coreia do Sul em Olimpíadas de Inverno em um esporte que não fosse a patinação em velocidade.
No snowboarding, o norte-americano Shaun White reinou mais uma vez absoluto no halfpipe, repetindo o ouro de quatro anos antes. No halfpipe feminino, os Estados Unidos planejavam ganhar as três medalhas, mas esqueceram de avisar a australiana Torah Bright, que ganhou justamente o ouro, deixando as norte-americanas Hannah Teter e Kelly Clark com a prata e o bronze. Nos saltos com esqui, o pódio foi curiosamente idêntico nas colinas alta e baixa, com o favorito súíço Simon Amman conquistando o ouro, o polonês Adam Malisz ficando com a prata, e o austríaco Gregor Schlierenzauer com o bronze. E no bobsleding os Estados Unidos conquistaram o ouro no trenó de quatro lugares, o que haviam conseguido pela última vez em 1948.
No final, o saldo foi extremamente positivo para os donos da casa: após sediarem duas edições das Olimpíadas nas quais não conquistaram um ourinho sequer, os canadenses fizeram um grande investimento em treinamentos e programas esportivos, e foram devidamente recompensados. Com 14 medalhas de ouro, 7 de prata e 5 de bronze, o Canadá não só se tornou o primeiro país-sede a terminar uma Olimpíada de Inverno liderando o quadro de medalhas desde a Noruega em 1952 como também quebrou o recorde de maior número de medalhas de ouro conquistadas em uma única edição dos Jogos, que era de 13, conquistados pela União Soviética em 1976 e igualado pela Noruega em 2002. Fica o exemplo para o Brasil: com investimento, treinamento e seriedade, o sucesso é possível.
A próxima edição dos Jogos Olímpicos acontecerá em 2012, em Londres, que se tornará a primeira cidade a receber três edições das Olimpíadas - as outras duas ocasiões foram em 1908 e 1948. O Rio de Janeiro também se candidatou a sede de 2012, mas mais uma vez foi eliminado na fase preliminar, junto com Istanbul, Havana e a alemã Leipizig, o que só deixou concorrentes de peso para a votação: Londres, capital da Inglaterra; Moscou, capital da Rússia e sede dos Jogos de 1980; Paris, capital francesa e sede dos Jogos de 1900 e 1924; Madrid, capital da Espanha; e Nova Iorque, Estados Unidos, que chegou a sugerir, depois do 11 de setembro de 2001, que as demais cidades retirassem suas candidaturas voluntariamente, fazendo com que Nova Iorque, candidata única, fosse escolhida em homenagem aos mortos no atentado. Como não colou, houve a votação, e Londres foi escolhida ao vencer Paris por uma diferença de quatro votos.
Os Jogos de 2012 estão marcados para o período de 27 de julho a 12 de agosto, que foi alvo de muitas reclamações de atletas e dirigentes muçulmanos, pois o mês sagrado do Ramadã, durante o qual os muçulmanos só podem comer à noite, em 2012 cairá no período correspondente no nosso calendário a 20 de julho a 20 de agosto, e isto poderia representar uma desvantagem para os atletas desta religião. Por conta disso, chegou a ser cogitada uma mudança na data dos Jogos, mas, até agora, parece que as datas originais serão mantidas.
O programa olímpico conta até agora com 300 provas de 33 esportes - beisebol e softbol foram removidos do programa pelo COI, os demais serão os mesmos de 2008. As principais novidades ficam por conta da inclusão do boxe feminino e da volta do campeonato de duplas mistas do tênis, que não ocorria em Olimpíadas desde 1924 (bem, na verdade teve em 1968, mas nesse ano o tênis foi esporte de demonstração). Falando em esportes de demonstração, houve uma espécie de campanha, liderada pelo primeiro ministro Gordon Brown, para que o netbol fosse incluído como esporte de demonstração, o que foi rejeitado pelo COI. Como o COI deu autorização para a realização de um torneio de wushu durante as Olimpíadas de Pequim, com os atletas podendo utilizar as mesmas instalações destinadas aos Jogos, chegou-se a cogitar a possibilidade de se realizar um campeonato de críquete, na modalidade Twenty20, nos mesmos moldes. Essa ideia também já foi descartada, mas a vontade de incluir um esporte "por fora" continua, já que agora se fala em pedir permissão ao COI para que a etapa londrina da World Series do rugby sevens coincida com o período das Olimpíadas - pelas regras do COI, nenhuma competição esportiva internacional pode ocorrer na cidade-sede enquanto as Olimpíadas estiverem acontecendo.
Talvez o fato mais curioso quanto às Olimpíadas de Londres não esteja relacionado aos esportes de seu programa, mas a uma coisa que conseguiu atrair o ódio quase que geral da população: o logotipo, que representa um 2012 estilizado, disponível em oito cores berrantes. Segundo uma pesquisa da BBC, 83% da população o considera horroroso, e uma petição online para que ele mude recebeu oito mil assinaturas nas primeira duas horas no ar. O comitê organizador, porém, não se dispôs a mudá-lo, e argumenta que outros logotipos de Olimpíadas anteriores também foram rejeitados em um primeiro momento, mas depois o público passou a gostar deles.
Depois das Olimpíadas de Verão de 2012, será a vez das de Inverno, em 2014, que marcarão a volta dos Jogos à Rússia, mais especificamente à cidade de Sochi, que derrotou a sul-coreana Pyeongchang e a austríaca Salzburgo em uma votação apertada. Os russos estão animados com a possibilidade de sediar uma Olimpíada no pós-comunismo, mas também preocupados com seu desempenho nos Jogos desse ano, nos quais conquistaram apenas três medalhas de ouro, terminando em um modesto 11o lugar no quadro de medalhas. Por isso, além de um grande investimento em infra-estrutura, preparam também um cronograma de treinamentos, para que seus atletas não façam feio em casa.
Falando em infra-estrutura, os russos planejam construir para as Olimpíadas um belo e moderno parque esportivo às margens do Mar Negro, onde se concentrariam as provas de hóquei, patinação e curling, com as provas de esqui e trenó sendo realizadas na cidade vizinha, Krasnaya Polyana, a exemplo do que o Canadá fez esse ano. Assim como ocorreu no Canadá, os Jogos de 2014 vem sendo alvo de protestos étnicos, já que os circassianos alegam que a região era habitada por eles até a guerra da Circássia, quando a Rússia anexou a região e cometeu uma suposta limpeza étnica que matou ou expulsou do país os circassianos. Organizações mais exaltadas são totalmente contra os Jogos serem realizados em Sochi, e organizações mais moderadas pedem que pelo menos a cultura circassiana seja homenageada durante o evento, assim como a cultura indígena foi homenageada durante as Olimpíadas de 2010. Em relação aos esportes, o programa deve ser o mesmo de 2010, talvez com a inclusão de um revezamento misto no biatlo, que o COI ficou de julgar no final de 2011.
Depois de 2014, teremos talvez as Olimpíadas mais esperadas pelo povo brasileiro, quando, em 2016, o Rio de Janeiro sediará o evento. Depois de bater na trave três vezes, o Rio finalmente conquistou o direito de se tornar a primeira cidade da América do Sul a sediar uma Olimpíada, e derrotando candidatas teoricamente melhores, como a capital espanhola Madri, a capital japonesa Tóquio, sede dos Jogos de 1964, e a norte-americana Chicago, apontada por muitos como favorita, mas eliminada na primeira rodada de votação. O Rio tem sete anos para se preparar e mostrar ao mundo que a escolha foi correta, não somente realizando grandes Olimpíadas, mas também fazendo reformas que melhorem a vida de seus cidadãos, a exemplo do que ocorreu em Barcelona e Seul. Em termos esportivos, as Olimpíadas de 2016 ganharão duas novas adições de peso, o rugby sevens e o golfe, que também conseguiram ser aprovados pelo COI após muitos anos de luta.
Depois de passar pelo Rio, os Jogos continuarão seu ciclo com mais uma Olimpíada de Inverno, a de 2018, cuja sede será conhecida em 6 de julho de 2011. As candidatas são Pyeongchang, Coreia do Sul, em sua terceira candidatura seguida; Munique, Alemanha, que tenta se tornar a primeira cidade a sediar uma Olimpíada de Verão e uma de Inverno; e Annecy, França, correndo por fora. E depois teremos as Olimpíadas de 2020, que já contam com potenciais 29 candidatas dos cinco continentes, o que só confirma que a popularidade dos Jogos aumenta a cada dia.
Quando o Barão de Coubertin ressuscitou os Jogos, lá no Século XIX, talvez nem poderia prever que eles durariam tanto, alcançariam tantas pessoas, e se tornariam tão grandiosos. Protestos sempre existirão, pelos mais variados motivos, mas não é acabando com uma Olimpíada que se resolverão os problemas do mundo. Como qualquer outra coisa, os Jogos Olímpicos podem ser usados para o bem ou para o mal, nós é que temos de ter o discernimento necessário para tratá-los como o que realmente são: uma grande confraternização esportiva, um grande entretenimento, uma disputa saudável entre as nações. Os errados não são os que organizam ou apoiam os Jogos, são aqueles que recorrem ao doping, à propaganda ideológica, ao ufanismo e ao favorecimento financeiro. Estes, infelizmente, não deveriam fazer parte de uma Olimpíada, pois não têm a grandeza necessária ao evento. São eles que mancham a história da humanidade.
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Vancouver 2010 |
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