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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Escrito por em 5.12.16 com 4 comentários

BLOGuil

Hoje o átomo completa 700 posts. Setecentos. Pode não parecer muito, mas, se levarmos em conta que, durante a maior parte da sua existência, ele só teve um post por semana, é uma marca respeitável. Uma que, confesso, não achei que fosse alcançar. Quando cheguei no post 500, achei que, em breve, ficaria sem ânimo e sem assunto, mas, contra as minhas expectativas, o blog perseverou. Hoje, eu tenho plena consciência de que vou parar de escrever para ele um dia, mas já nem imagino quando isso vai ser. Provavelmente vocês me verão no post 800 dizendo que jamais esperava chegar a essa marca, mas, em meu íntimo, desejo que eu continue escrevendo para sempre. Ou pelo menos até não ter mais condições físicas e mentais para tanto.

Nesse momento tão especial, eu gostaria de pedir licença para falar sobre uma coisa que, diferentemente de um filme, uma banda ou um game, provavelmente interessa a pouquíssima gente além de mim - mas que pode servir como boa leitura ou entretenimento para os demais, ou até como uma forma de saber um pouco mais sobre a história do átomo, se é que alguém tem esse desejo. Hoje eu vou falar sobre o meu primeiro blog, sem o qual o átomo não existiria. Hoje eu vou falar sobre o BLOGuil.

Eu não sei bem quando foi que começou essa moda de blogs, mas acho que demorei para criar um. Somente no início de 2002, quando conversava sobre o que raios seria um blog com uma amiga, doravante conhecida como Penny Lane, que eu fiquei com vontade de fazer um. Ainda assim, demorei bastante até decidir, efetivamente, criá-lo.

Era o dia 7 de maio de 2002. Meu pai trabalhava na coordenação do curso de direito de uma universidade, e, naquele dia, iria sair do trabalho na hora do almoço. Eu e minha irmã fomos encontrá-lo para ganhar uma carona até em casa, e estávamos em sua mesa aguardando ele sair de uma reunião com o reitor. Como ele havia autorizado que usássemos seu computador, eu estava checando alguns emails e vendo uma ou outra coisa qualquer quando me lembrei dos tais blogs. Não lembro se minha irmã também já sabia o que era ou se expliquei a ela naquele momento, mas me lembro que ela ficou bastante empolgada em criar um. Fiz uma busca sobre "melhores locais para se hospedar um blog" ou coisa do tipo e, acreditem ou não, o melhor de todos, segundo a pessoa que fez a lista, era um chamado Weblogger. Fui no tal Weblogger, registrei a conta e, quando vi que mais de uma pessoa poderia editar o blog, adicionei minha irmã também.

O nome do blog, necessário para se concluir o registro e criar seu endereço, confesso que criei meio de impulso. Não imaginava que fosse precisar criar um nome para ele já no ato do registro, então não tinha pensado em nenhum. A primeira coisa que veio à minha mente, sei lá o porquê, foi justamente BLOGuil. "Guil" era uma espécie de apelido - embora pouquíssima gente realmente me chamasse assim - inventado meio de zoação por um colega meu do CEFET (o colégio onde cursei o ensino médio, pode ser que alguém não saiba), mas que eu acabei gostando, porque era mais "exclusivo" do que Gui, Guigui, Guiga ou outros apelidos pelos quais os Guilhermes são conhecidos. Quando fiz o registro do blog, precisei criar um nome de usuário que ninguém mais tivesse escolhido, e minha escolha óbvia foi Guil - minha irmã, que se chama Débora, não deu tanta sorte, e acabou tendo que ser Debbby, com três "b", porque tudo o mais que ela tentava já havia sido escolhido. Para criar o nome do blog, juntei "blog" com "Guil" e deu BLOGuil. E ainda botei um subtítulo, fazendo com que o nome completo do blog fosse BLOGuil - o Blog do Guil.

Criei o blog, fiz o primeiro post (prometendo "atualizações incríveis" para breve) e, ao chegar em casa, contei a novidade para a Penny Lane e para o meu melhor amigo (o qual conhecia desde 1989, quando tínhamos 11 anos, e que alguns anos depois da criação do BLOGuil viria a namorar a minha irmã e se casar com ela, se tornando, também, meu cunhado) e convidei a ambos para participar também, convite que foi aceito - com meu cunhado decidindo usar o nome de Rod Ran. Do início até o fim, nós quatro seríamos conhecidos como "a equipe de Colunistas do BLOGuil" (embora nenhum de nós jamais tivesse tido, de fato, uma coluna), sendo responsáveis por todos os posts lá publicados, algumas vezes com contribuições de amigos que já conhecíamos pessoalmente ou que viemos a conhecer graças à internet, em sua maioria através de comentários no blog, mas de vez em quando com ideias para posts.

E agora, após quase quinze anos, uma revelação bombástica: quem já conhece o BLOGuil, mas não conhece o teor da revelação bombástica que estou prestes a fazer, deve ter estranhado quando mencionei que a equipe de Colunistas do BLOGuil era composta de quatro pessoas, e talvez achado que eu me esqueci de um. De fato, nós tínhamos um "quinto Colunista", o Ombudsman. A revelação bombástica é que o Ombudsman era eu. Ou, melhor colocado, toda vez que aparecia um post "escrito pelo Ombudsman", fui eu que escrevi. Eu criei uma segunda conta, com o nome de usuário Ombudsman, e logava com ela para escrever esses posts. E, aproveitando as revelações bombásticas, eu também era a Mariana de Niterói, uma espécie de namorada do Ombudsman, que de vez em quando fazia comentários. Juro que todos os outros comentários foram de pessoas que realmente existiam, não inventadas por nenhum de nós - inclusive o Capitão Cinza, que é o alter ego de um amigo nosso.

A história de por que eu decidi criar um quinto Colunista fictício é até meio boba. Em seu template (que nós insistíamos em chamar de layout), o BLOGuil tinha uma coluna central, mais larga, onde ficavam os posts, e duas colunas mais estreitas, nas laterais, que nós fizemos questão de encher com todo o tipo de javascript possível e imaginável. Dentre outras bijujas, tínhamos um contador de quantos visitantes já haviam acessado a nossa página; uma contagem regressiva para quando o BLOGuil completasse um ano, que depois virou uma "contagem progressiva" de há quantos dias o BLOGuil já estava no ar; uma tag board, na qual qualquer visitante poderia escrever "mini-posts"; e um formulário Incomode nosso Ombudsman. O formulário foi ideia do Rod Ran, e, quando alguém o utilizava, nós quatro recebíamos uma cópia de um email, contendo o teor da mensagem e o nome de quem a escreveu. Não era muito diferente de escrever um comentário, exceto pelo fato de que apenas nós quatro iríamos ler, enquanto os comentários dos posts eram públicos e podiam ser lidos por qualquer um que acessasse o blog. Esse formulário foi ideia do Rod Ran (segundo ele, para que nossos visitantes pudessem fazer reclamações) mas a parte do ombudsman foi ideia minha. A primeira vez em que vi essa palavra foi na revista Game Power, uma revista sobre games que meu primo comprava quando tínhamos uns 12 ou 13 anos, e foi graças a essa revista que eu descobri que um ombudsman é um pobre coitado, digo, um funcionário que serve só para ouvir e registrar reclamações dos outros. Quando o Rod Ran propôs que tivéssemos um formulário de reclamações, a primeira coisa que me veio à mente foi que elas seriam recebidas por nosso ombudsman.

Pois bem, outra coisa que tínhamos nas colunas laterais - a primeira coisa da coluna da esquerda, aliás - era uma caixa com os dizeres "Os Colunistas do BLOGuil" e nossos quatro nomes acompanhados de algumas frases de efeito (tipo "Guil - o fundador", "Debbby - a caçulinha" etc.). Eu já tinha a ideia de colocar algum tipo de imagem junto a esses nomes para nos representar, mas, como havíamos concordado em não revelar nossos verdadeiros rostos, e nenhum de nós era exatamente um ás do desenho para fazer caricaturas nossas, não sabia bem como faria. Poucos dias depois de criar o blog, eu achei na internet um conjunto de ícones dos Changeman (um seriado de sentai muito famoso na minha infância, caso alguém não saiba), e achei que seria legal usá-los para nos representar. Havia somente um problema: os Changeman eram cinco, e nós éramos quatro. Ao invés de descartar um dos Changeman, de convidar uma quinta pessoa, ou de pensar em alguma outra coisa, eu decidi incluir o Ombudsman - que, afinal, se tinha seu nome lá no formulário, era praticamente um membro da equipe - como Colunista. A princípio, ele só servia para isso - ter o nome dentre os Colunistas e no formulário - mas, um dia, eu decidi que seria legal se ele também publicasse seus próprios posts, e criei a já mencionada segunda conta.

No início, o BLOGuil era bem ruinzinho. É verdade, e não há outra forma de explicar. A banda larga ainda era para poucos, de forma que ninguém ficava conectado 24 horas por dia como hoje; a gente acessava a internet, fazia o que tinha que fazer, saía e ia fazer outras coisas. Isso aliado a uma certa falta de saber o que fazer com o blog fez com que o primeiro mês não fosse nada memorável. Tivemos um monte de piadas velhas e sem graça, piadas internas, conversas entre os Colunistas, uma versão de Baba Baby, da Kelly Key, em francês, como dizer palavras essenciais como "baleia" ou "avental" em 12 idiomas, e o Hino Nacional da República Tcheca (em tcheco), para vocês terem uma ideia. Nós quatro também tínhamos a mania de fazer aqueles testes de intenet, tipo "quem é você nos Simpsons?" e colocar o resultado no blog, o que, por alguma razão, fazia um certo sucesso com os visitantes (chamados por nós nos posts de "Entusiastas", termo sugerido pelo Rod Ran), que colocavam seus próprios resultados nos comentários. Chegamos até a criar nossos próprios testes, como "Qual Colunista do BLOGuil é você?" e "Qual layout do BLOGuil é você?".

Praticamente a única coisa de destaque nessa primeira fase foi o Big Brother BLOGuil: eu e minha irmã pegamos dez bichinhos de pelúcia e tiramos várias fotos deles como se estivessem participando do programa Big Brother, postando-as regularmente. Tinha prova do líder (inclusive uma valendo um carro - de fricção) e até votação para vencedor (quem venceu foi o Pato, que ganhou 500 mil em de dinheiro do Banco Imobiliário). O sucesso do BBBLOGuil levou à "produção" de outros Reality Shows, como Família Coração e Pavor à Bordo, mas estes consistiam apenas de uma figura e um texto, sem que seu desenrolar completo fosse criado.

No dia 20 de maio, eu resolvi trocar os ícones dos Changeman por uns com personagens das histórias do Homem-Aranha, mudando as frases de efeito para coisas relacionadas a elas (tipo, "Guil - o amigo da vizinhança"), e acabei criando uma tradição do BLOGuil: a cada 20 dias, ocorria a "mudança do layout" (que deveria ser a "mudança do tema", já que tanto o layout quanto o template continuavam os mesmos, apenas o tema é que mudava). De início, apenas os cinco ícones (os quais chamávamos de avatares) e as frases dos Colunistas é que mudavam, mas depois passei a trocar, também, o esquema de cores, a figura do plano de fundo e a figura do título, sempre adequando todos esses elementos ao mesmo tema - quando tivemos o de O Senhor dos Anéis, por exemplo, o título passava por dentro do Um Anel.

Em junho, eu tentei modificar alguns ícones de super-heróis para criar os avatares oficiais dos Colunistas do BLOGuil. Na minha opinião eles ficaram bem legais (o do Ombudsman tinha um saco na cabeça), mas o Rod Ran achou que eles ficaram com cara de enfezados (faz sentido, já que, originalmente, eram super-heróis) e decidiu usar como modelo os avatares de um site chamado Habbo, que era uma espécie de webchat cuja interface simulava um hotel, no qual bonequinhos podiam passear e conversar uns com os outros - sendo cada bonequinho a representação (avatar) de um usuário do Habbo. Usando o aplicativo do Habbo para criar esses bonequinhos, ele criou imagens dos cinco Colunistas, que passamos a usar toda vez que precisávamos de uma imagem de nós mesmos.

Nas três primeiras semanas do BLOGuil teríamos a seção Pensamento da Semana, que traria frases que ouvimos ou lemos em algum lugar, ou proferidas por algum de nossos amigos - quase sempre sem citar a fonte, porque, na maioria das vezes, não sabíamos quem tinha dito aquilo e estávamos com preguiça de procurar. Depois de um longo hiato, no mês de julho ela retornaria, mas, diferentemente do que seu nome dava a entender, não seria mais utilizada uma vez por semana, e sim sem frequência fixa, com um novo Pensamento da Semana sendo postado toda vez que tivéssemos conhecimento ou nos lembrássemos de um. Dentre outras pérolas da seção podemos citar: "as aves possuem na boca um dente chamado bico"; "eu sou contra a violência, mas se ela começar, eu ajudo"; "o mal é ruim, mas o bem não é"; "os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem - não necessariamente nessa ordem"; "se arma de brinquedo é arma, então urso de pelúcia é urso"; "eu não vejo necessidade de as criancinhas saberem essas coisas que eu não sei"; "sexo é igual a forno de micro-ondas: quem nunca teve não sente falta"; e "aí elas podem fazer o 69, o 70, o 71, e todos os demais números do alfabeto". Isso sem mencionar "o BLOGuil está avançando, e quem ficar na frente vai virar asfalto", que não foi um Pensamento da Semana, mas bem que poderia ter sido.

Depois dos temas dos Changeman, Homem-Aranha, Copa do Mundo (já que estava mesmo na época da Copa do Mundo de Futebol de 2002) e Star Wars (por causa da estreia do Episódio II), em julho eu resolvi usar uns ícones de alienígenas que havia encontrado junto com os de Star Wars e criar a "Invasão Klaatu". Basicamente, cinco alienígenas vindos do planeta Klaatu (o nome do visitante alienígena do filme O Dia em que a Terra Parou), cujo principal emissário era Glob (nome que criei em um surto de criatividade invertendo a primeira e a última letras da palavra "blog"), tomaram o lugar dos cinco Colunistas e mudaram o nome do BLOGuil para Glokzord - que, no idioma de Klaatu, significa "veículo de dominação para a glória exclusiva de nosso Imperador". Apesar disso ser anunciado por Glob no primeiro post do tema, os nomes dos Colunistas (apesar dos avatares de alienígenas) e o título do blog continuaram os mesmos. Graças a um javascript, navezinhas ficavam voando pela tela atrapalhando a leitura dos visitantes - algo que, na época, eu achei bem legal, mas, olhando em retrospecto, deve ter sido um saco para quem queria ler. A Invasão durou 20 dias (o tempo de trocar o tema de novo), durante os quais os posts foram temáticos, sempre a mencionando. Depois dela, tivemos um tema de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, e, então, a Mudança de Casa.

A Mudança ocorreria principalmente porque, sejamos francos, o Weblogger era muito ruim. Sério, o sujeito que fez aquela lista e o colocou em primeiro lugar não entendia nada de blogs. Ou talvez os outros fossem piores ainda e depois melhoraram, e não devêssemos julgar. Mas o fato é que ele saía frequentemente do ar, era lento para carregar, e seu template era difícil de editar. Diante disso, quando chegou a hora de mudar mais uma vez o tema, decidimos trocar o Weblogger pelo Blogger. Evidentemente, não tínhamos como levar os posts e comentários antigos de um endereço para o outro, então foi criada uma nova tradição do BLOGuil: a cada 20 dias, cada vez que o tema era trocado, todo o conteúdo daquele período era "arquivado", transformado em uma página em html hospedada em um servidor de terceiros, cujo link ficava numa caixa na coluna da esquerda, chamada Arquivo Morto. Isso garantia que as características do tema (esquema de cores, imagens dos avatares, plano de fundo e título) fossem preservadas (já que, em um arquivamento "normal", toda vez que eu mudasse o tema essas mudanças seriam aplicadas a todos os posts do blog), mas tinha o efeito colateral de que ninguém mais podia comentar nelas. Aproveitando a Mudança de Casa, também fizemos uma faxina no template, tirando um monte de bijujas desnecessárias que, apesar de engraçadinhas, só serviam mesmo para tornar o carregamento do blog mais lento; e eu inventei o logotipo do BLOGuil (que vocês podem ver na primeira figura deste post) e a tal figura do título, que seria trocada a cada mudança de tema - até então, o título era um texto.

Talvez eu tenha me empolgado um pouco com a Mudança de Casa, mas, em setembro de 2002, resolvi inventar também o Card Game BLOGuil. Baseado em Magic: The Gathering (com regras quase iguais), ele trazia Criaturas e Intervenções ("magias") de cinco cores diferentes (amarelo, verde, preto, azul e vermelho); além de algumas "sem cor" (na verdade de cor magenta), "multicor" (com cartas em tons de roxo e laranja) e "duais" (de duas cores diferentes, cada metade da carta de uma); e dos Territórios (de cor branca), usados para produzir o mana necessário para jogar as cartas e ativar suas habilidades. As cartas do Card Game BLOGuil eram postadas duas a duas, e representavam personagens (Colunistas, Entusiastas, participantes do BBBLOGuil...), elementos (tag board, mini-banner, comentários...) e eventos (BBBLOGuil, Copa do Mundo, Invasão de Klaatu...) do BLOGuil, e era perfeitamente possível jogá-lo, caso algum maluco imprimisse as cartas. No total foram 111 cartas, incluindo cinco "cartas promocionais", dentre elas o Folclore do BLOGuil, carta de cinco cores composta de duas metades, que representava todos os Colunistas e Entusiastas.

Setembro marcaria, também, finalmente, a estreia dos posts do Ombudsman, em uma Seção de Cartas, na qual eu, ops, quer dizer, o Ombudsman, respondia a mensagens recebidas através do formulário Incomode nosso Ombudsman. Não tenho como atestar que todas foram escritas por Entusiastas reais, já que algumas podem ter sido inventadas por nossos amigos que usaram pseudônimos sem que eu jamais soubesse, mas a maioria era realmente interessante ou engraçada, e foi isso que me levou a ter a ideia de criar a segunda conta e essa seção. Posso atestar, porém, que todas as enviadas pela Mariana de Niterói eram falsas, inventadas por mim em épocas nas quais eu queria postar como o Ombudsman, mas não tinha nenhuma carta para responder.

Após a Mudança de Casa, teríamos um tema criado pelo famoso estúdio alemão de webdesign Sehrschlechtesachen - que, na verdade, foi inventado por mim e era horroroso de propósito, com avatares de bonecos-palito e a figura do título feita à mão livre no Paint; Sehrschlechtesachen, aliás, significa "coisas muito ruins" em alemão. Depois tivemos o tema de Halloween, o do Ursinho Pooh, o dos X-Men e o de Natal. E acabamos 2002 com o BLOGuil Awards, que distribuiria prêmios (fictícios) nas categorias Melhor Acessório, Melhor Layout, Melhor Invencionice, Melhor Barraco e Melhor Entusiasta (na qual os Entusiastas em teoria não podiam votar em si mesmos, "sob pena de castigo terrível, cruel e inimaginável", mas na verdade nós não tínhamos maneira nenhuma de fiscalizar se eles o estavam fazendo ou não).

Ainda em janeiro, Penny Lane criaria a Coluna Social BLOGuil, que basicamente dava relatos luxuosos das festinhas (Natal, aniversários etc.) das quais participássemos, e Rod Ran inauguraria os Passatempos BLOGuil, com jogo dos sete erros, labirinto, caça-palavras e outros, sempre com alguma pegadinha bem-humorada. No mês seguinte, Rod Ran criaria a seção Poesias BLOGuil, para a qual eu e Ombudsman nos tornaríamos assíduos colaboradores, sempre com poesias inteligentes e divertidas. Como eu não resisto, abaixo dois exemplos:


Rod Ran também seria o responsável por eu estar aqui, hoje, escrevendo essas linhas: no início de 2003, ele decidiria criar seu próprio blog, chamado Hoffnung ("esperança", em alemão), no qual ele falaria sobre coisas sérias, que, segundo ele, não tinham lugar no BLOGuil (e ele estava certo). Eu achava o Hoffnung incrível, tão incrível que, cerca de um mês depois, resolvi imitá-lo e criar o átomo. Meus posts "sérios", entretanto, não eram tão bons quanto os dele, e nem me empolgavam tanto; felizmente, tive a ideia de transformá-lo em um blog para falar sobre as coisas que eu gosto, e aqui estamos nós. Depois do Rod Ran e de mim, "tal qual uma boy band", como disse a Debbby, os demais Colunistas também decidiram criar seus blogs individuais, começando pela Penny com o Across My Universe (no qual ela assinava não como Penny, mas como Lois Lane), passando pela própria Debbby com o Mi Casa, Su Casa, e concluindo com o Ombudsman e seu Omby's Weblog, que eu hospedei em um servidor holandês (o Web-log.nl, que nem existe mais), e no qual publicava principalmente contos de minha autoria e curiosidades sobre coisas que eu gostava, mas em um estilo bem diferente dos posts do átomo.

Em abril, inauguraríamos a Seção Exumação, onde seriam postadas fotos e curiosidades de coisas que tínhamos quando crianças e ainda sobreviveram, ou das quais queríamos recordar - como a caneta Kilométrica, a qual eu ainda tenho uma, embora obviamente ela já não escreva mais, e a Piscina Tone, alegria da garotada. No mesmo mês, tivemos a Linha do Tempo BLOGuil, com os principais acontecimentos do ano que passou, já como preparação para as comemorações do aniversário de um ano do blog. Também como parte dessas comemorações, em junho traríamos o Quiz BLOGuil, em três níveis de dificuldade (fácil, médio e difícil, evidentemente), para que os Entusiastas pudessem testar seus conhecimentos sobre o BLOGuil.

Em julho, seria disponibilizado para download o JOGuil - o Jogo do BLOGuil. Tratava-se de um jogo de tabuleiro, no qual de dois a seis jogadores tentavam conseguir quatro Entusiastas de uma mesma cor, ou cinco Entusiastas, sendo um de cada cor. O jogo era composto de um tabuleiro (dividido em quatro partes, para poder ser impresso no tamanho correto) e 80 cartas, sendo 16 de cada cor (amarelo, verde, preto, azul e vermelho). Algumas dessas cartas representavam os tais Entusiastas que os jogadores tinham de conseguir, outras tinham instruções que o jogador tinha de seguir. Basicamente, cada jogador jogava os dados e pegava uma carta da cor da casa em que caía (sendo as casas decoradas com as figuras dos Colunistas), seguindo suas instruções ou guardando-a caso fosse um Entusiasta, até alguém vencer o jogo. Além dos arquivos disponibilizados para download e impressão (o tabuleiro e as cartas) era necessário que os jogadores tivessem um peão de cor diferente para cada um deles (que podia ser "emprestado" de algum outro jogo), dois dados comuns de seis lados cada (idem) e um dado especial conhecido como "Dado Maluco", que também tem seis lados, mas cada um da cor de um dos peões usados pelos jogadores (e que podia ser feito pintando cada uma das faces de um dado comum ou colando papel ou cartolina coloridos nelas, ou de papelão, caso você tivesse a habilidade necessária para fazer um dado de papelão, a qual eu nunca tive). O JOGuil não era assim um jogo de tabuleiro digno de prêmio, mas se mostrou bastante divertido; eu mesmo imprimi um, e joguei várias vezes com meus amigos. Nenhum deles nunca reclamou.

Mas o meu projeto mais ambicioso enquanto eu estava à frente do BLOGuil (e um dos mais ambiciosos da minha vida, confesso), seria lançado em setembro: RPGuil - o RPG do BLOGuil. Eu estava desempregado e com muito tempo livre, e, acidentalmente, tomei conhecimento de um programa chamado RPG Maker, criado pela softhouse ASCII. Através de uma interface simples, e usando gráficos, sons e músicas de uma biblioteca que vinha com ele (embora permitisse a inclusão de versões personalizadas dos mesmos), o RPG Maker permitia a criação, para PC, de jogos de RPG no estilo Final Fantasy, com um mapa do mundo que contava com cidades, nas quais os personagens do jogador podiam interagir com personagens controlados pelo computador e comprar itens, e com masmorras, castelos, cavernas e outros tipos de locais que serviam como "fases", onde o jogador enfrentava monstros e recolhia tesouros. A movimentação nesses locais era livre, as batalhas ocorriam através de menus, seu time era composto de quatro personagens, com alguns sendo trocados em determinados momentos do jogo, e os bonequinhos eram pequenos e cabeçudos, exatamente como nos Final Fantasy do Super Nintendo.

Ao todo, o desenvolvimento do RPGuil levou uns cinco meses. Eu mesmo criei os diálogos, o enredo e o resto todo do jogo, exceto pelos gráficos, sons e músicas, que, para dar menos trabalho (e até porque eu não seria capaz de criar os sons e músicas sozinho), resolvi utilizar os da biblioteca do RPG Maker - apenas editando os bonequinhos que representavam os Colunistas e Entusiastas para que eles ficassem parecidos com suas versões Habbo (como curiosidade, vale citar que o Ombudsman originalmente era um ninja, e o Glob não era um alienígena, mas um goblin). O RPGuil é ambientado em um mundo aparentemente medieval fantástico sem nome (pensei em chamá-lo de Bloguília, mas felizmente desisti dessa ideia), que, um dia, é invadido pelos alienígenas de Klaatu, que, graças a sua tecnologia superior, dominam tudo. Cabe aos Colunistas e Entusiastas do BLOGuil salvar o planeta, derrotando-os - porque esse mundo, aparentemente, não tem exército nem polícia, ficando a responsabilidade nas mãos de um bando de blogueiros. Modéstia à parte, o RPGuil ficou legal pra caramba, eu mesmo joguei duas vezes (uma logo depois de concluí-lo e testá-lo, para ver se estava tudo realmente ok, outra uns cinco anos depois para relembrar) e só acho uma pena que o RPG Maker não funcione direito (ou não funcione e ponto) em versões do Windows posteriores ao XP, senão provavelmente eu ainda o estaria disponibilizando para download aqui no átomo.

Setembro também seria o mês do lançamento da primeira expansão do Card Game BLOGuil, chamada Part Deux ("parte dois" em francês), com novas 87 cartas, a maioria delas tendo como figura capturas de tela do RPGuil. Como da outra vez, algumas (dessa vez, três) cartas eram "promocionais", incluindo uma Criatura rosa (que representava uma amiga minha e Entusiasta do BLOGuil que, na época, pintou seu cabelo de rosa, o que motivou um Pensamento da Semana, proferido por uma mulher que a cutucou na feira: "seu cabelo é tingido?"). Além de novas versões para as cartas dos Colunistas e de alguns Entusiastas, e de nossos blogs pessoais como Territórios, Part Deux trazia algumas novas habilidades para as Criaturas, mas, no geral, era mais do mesmo, feito apenas para podermos incluir as novidades que surgiram desde o lançamento da "Expansão Básica", como as novas seções e alguns novos Entusiastas.

Em outubro estrearia uma nova seção, Profecias BLOGuil, na qual escrevíamos textos rebuscados que não significavam absolutamente nada, atribuídos ao Profeta Mostradanos (exemplo abaixo). Em novembro, seria a vez da estreia dos Blinkies BLOGuil. Blinkies eram uma espécie de moda entre os blogs da época, figurinhas retangulares que pareciam brilhar, e traziam figuras fofas ou frases de efeito. Os nossos, evidentemente, traziam frases de efeito usadas pelos Colunistas e Entusiastas (como a famosa "ora, pipocas!" do Ombudsman) ou referências a posts. O ano de 2003 se encerraria com mais uma edição do BLOGuil Awards, dessa vez com as categorias Melhor Acessório, Melhor Layout, Melhor Invencionice (na qual tanto o JOGuil quanto o RPGuil concorriam), Melhor Seção e Melhor Projeto Paralelo (na qual concorriam nossos cinco blogs individuais).


2003 talvez tenha sido o melhor ano do BLOGuil em termos de criatividade, assim como o que teve os melhores temas, principalmente por causa das figuras do título, a maioria bastante criativas. Caso alguém esteja curioso, os temas usados em 2003 foram O Senhor dos Anéis, Megaman, Invasão Anime (com referências a Record of Lodoss War, Cavaleiros do Zodíaco, Sakura Card Captor, Sailor Moon, Pokémon e Evangelion, e um título no qual o nome e o subtítulo do BLOGuil estavam escritos em japonês), Robôs, Tomb Raider, Liga da Justiça, Aniversário do BLOGuil (com as frases de "parabéns pra você" como frases dos Colunistas), Holy Avenger, Tartarugas Ninja, computadores antigos (com personagens de jogos de Atari como avatares, e a "desculpa oficial" de que "tive um probleminha com o meu PC, aí tive que fazer o novo layout em um CP500 da Prológica que estava encostado aqui em casa"), Simpsons, The Tick, Transformers (com um título que se transformava em robô, criado por Nachsieben, meu amigo de longa data, padrinho de casamento e Entusiasta do BLOGuil), RPGuil, Scooby Doo, Matrix (com um título no qual as letrinhas verdes da Matrix se transformavam no nome do BLOGuil), Thundercats e Natal 2.0 (com um título decorado com luzinhas pisca-pisca).

2004 começaria com mais um tema com um título em japonês, o do tokusatsu (com referências a Cybercop, Jaspion, Ultraman, Kamen Rider, Jiraiya e Flashman); os outros temas do ano seriam He-Man, desenhos dos anos 80 (com referências a M.A.S.K., Jayce, Centurions, Silverhawks, G.I. Joe, Popples e Cavalo de Fogo), Alice no País das Maravilhas, As Aventuras de Jackie Chan, NES (com referências a Mario, Ninja Gaiden, Castlevania, Bomberman e Metroid), O Mágico de Oz (que comemorava o segundo aniversário do BLOGuil, e, propositalmente, era um "layout retrô", sem plano de fundo e com título em texto ao invés de figura, como era na época do Weblogger, e usando o mesmo esquema de cores e estilo dos avatares dos temas dessa época), Teletubbies, Caverna do Dragão, Invasão de Klaatu 2: A Vingança (durante a qual, diferentemente do que ocorreu na primeira Invasão, os nomes dos Colunistas foram trocados para os de cinco vilões do RPGuil, Imperador Klaatu, Glob, Razgraak, Doppelgal e Synara, que usavam como avatares figuras dos monstros do jogo Mage Knight, e o título mudou para Glokzord - O Blog de Klaatu), Cartoon Network (com referências às Meninas Superpoderosas, O Laboratório de Dexter, Coragem, o Cão Covarde, Samurai Jack e Johnny Bravo), Olimpíadas 2004 (com os mascotes das Olimpíadas anteriores como avatares e o título em grego, já que a Olimpíada era em Atenas), Bob Esponja, tirinhas de jornal (com referências a Hägar, o Horrível, Recruta Zero, Calvin & Haroldo, Zoé & Zezé e Graúna e um título que imitava título de jornal, com a data e o número da edição mudando a cada dia), jogos de luta (com referências a Mortal Kombat, Street Fighter II, Darkstalkers, The King of Fighters e Fatal Fury), Looney Tunes, Megaman X e Natal '04.

2004 também foi um ano muito divertido no BLOGuil, mas sem o ritmo frenético de 2003, o que talvez fosse até normal. O ano já começaria, porém, com o lançamento do Baralho BLOGuil, que, na verdade, era um baralho comum, apenas com figuras relacionadas ao blog decorando os ases, e as figuras estilo Habbo dos Colunistas e de alguns Entusiastas fazendo as vezes de Reis, Damas, Valetes e Curingas; as demais cartas eram idênticas às de um baralho comum. Ficou bonitinho, mas não era nada de mais. Assim como o Tarô BLOGuil, lançado em março, que trazia os Colunistas, Entusiastas e alguns outros personagens do BLOGUil representando as figuras do Tarô de Marselha. Uma curiosidade que merece ser citada é a de que o Tarô BLOGUil teve figuras desenhadas à mão por mim - desenhei a lápis em papel A4, passei no scanner e pintei no Paint - já que eu tentei fazer usando os personagens do Habbo e não deu muito certo; ainda assim, eu tentei imitar o estilo dos personagens do Habbo, o que fez com que as cartas ficassem involuntariamente engraçadas - segundo o Rod Ran, por exemplo, eu, na carta do Mago, estou a cara do Ross de Friends. Diferentemente do JOGuil e do Card Game BLOGuil, não sei se alguém se animaria a imprimir e usar o Baralho BLOGuil ou o Tarô BLOGuil, então os dois ficam mesmo apenas como exercícios de criatividade.

2004 também teria uma grande quantidade de "Top 5", seção que oficialmente não tinha nome e que existia praticamente desde a criação do BLOGuil, e na qual algum Colunista citava cinco coisas dentro de uma categoria específica, como "cinco cidades com nome bizarro" ou "cinco coisas que minha vó falava". Devido a compromissos pessoais e profissionais, de vez em quando um de nós passava um bom tempo "sumido", e, quando voltava, acabava postando um texto qualquer que havia encontrado na internet somente para marcar presença, o que fez com que a seção Textos que não fui eu quem escreveu, que também existia desde os primórdios, fosse especialmente popular em 2004. Os posts que pegavam uma palavra qualquer e a listavam em 12 idiomas diferentes seriam ressuscitados, agora com o nome de Curso de Idiomas BLOGuil. E, tentando ser criativo em meio a uma crise de criatividade, Rod Ran inventaria a seção Canções Tapa-Buraco BLOGuil (que contava com um bonitinho texto móvel em javascript como subtítulo, que dizia "porque a esteira precisa continuar rolando"), na qual ele postava letras de suas músicas preferidas. Talvez um reflexo do fato de termos inventado menos coisas em 2004 foi que o BLOGuil Awards que fechou o ano teve apenas três categorias: Melhor Seção, Melhor Invencionice e Melhor Layout.

Mesmo em menor quantidade, é claro que seções novas foram criadas. Em junho, por exemplo, estrearia uma das minhas preferidas, o Almanaque BLOGuil. Escritos pelo Ombudsman no mesmo estilo de alguns posts que escrevi para o Omby's Weblog (que, então, já não era mais atualizado, embora eu só o tenha deletado em março de 2005), os posts do Almanaque BLOGuil eram estruturados na forma de perguntas e respostas, e abordavam temas curiosos como de onde surgiram os sobrenomes, por que usamos acentos e pontuação, e por que em português os nomes dos dias da semana são sequenciais numéricos ordinais e terminam com "feira", enquanto em outros idiomas têm nomes próprios. Alguns posts do Almanaque BLOGuil, como o dos baralhos e o das Olimpíadas, seriam adaptados e se transformariam em posts do átomo; outros, como os três já citados e o do Sistema Métrico Internacional, de vez em quando eu penso em adaptar. Talvez um dia eu adapte mesmo, porque realmente eles têm informações muito interessantes.

Em agosto, seria a vez do Atlas BLOGuil, que trazia informações e curiosidades sobre locais dos quais raramente ouvimos falar, como a cidade com o nome mais comprido do mundo ou um pedaço da Moldova que proclamou independência mas parece que ninguém liga. E mais uma das minhas seções preferidas estrearia em outubro, os Contos de Fadas BLOGuil, na qual histórias clássicas como Branca de Neve, A Bela Adormecida e O Gato de Botas eram recontadas, sempre com muito humor e situações absurdas. Abaixo, um exemplo:


Outubro também teria o lançamento da terceira expansão do Card Game BLOGuil, chamada Dritte Zeit ("terceira vez" em alemão). Assim como Part Deux, Dritte Zeit "atualizava" o Card Game, trazendo cartas para as coisas que aconteceram em 2004, mais novas cartas para os Colunistas e para alguns Entusiastas selecionados. A expansão teve 68 cartas, das quais duas eram "promocionais", sendo uma delas uma Criatura cinza (o Capitão Cinza, evidentemente).

2005 já não seria um ano tão animado quanto os dois anteriores. Nós quatro já não tínhamos mais tanto tempo livre, devido, principalmente, a compromissos profissionais, e, quando tínhamos, preferíamos aplicá-lo em nossos blogs pessoais. Para vocês terem uma ideia de como a participação diminuiu, o normal era trocarmos de tema a cada 20 dias, mas, entre 23 de janeiro e 7 de abril, eu decidi deixar o mesmo tema, pois simplesmente quase não havia posts para serem arquivados - e, exceto por um post da Debby em 29 de janeiro, todos os posts dos primeiros dois meses do ano foram meus, com Rod Ran só retornando em 1º de março, o Ombudsman em 30 de março, e Penny Lane em 16 de abril.

Nesse cenário, evidentemente a imensa maioria dos posts era de novo conteúdo para as seções que já existiam, sendo as mais populares no início do ano o Atlas, os Contos de Fadas e a Seção Exumação. As seções novas não eram muito criativas, e incluíam os Jogos que Ninguém Nunca Ouviu Falar, na qual eu fazia uma resenha de algum game obscuro do qual eu tomasse conhecimento (normalmente através do emulador MAME) e o Review BLOGuiew... er, BLOGuil, na qual era feita uma resenha de algum filme tosco, que no final ganhava uma nota baseada em quesitos como "explosões ensurdecedoras" e "explicações meia-boca". Também seriam inaugurados os nomes Posts Altamente Desnecessários e Enciclopédia BLOGuil Sobre Todos os Assuntos; os posts que eram publicados nessas "seções" na verdade sempre existiram, mas eram publicados sem nome de seção algum, de forma que a criação desses nomes se deu apenas para se tentar criar uma padronização. A partir de agosto, eu também decidi pegar os melhores posts do Omby's Weblog (que, afinal, eu tinha deletado) e republicá-los no BLOGuil em uma nova seção comandada pelo Ombudsman, chamada Posts Requentados do Omby's Weblog. Diante da falta de novidades dignas de nota, não houve BLOGuil Awards 2005.

Em fevereiro, aproveitando um tempo livre que tive, decidi criar uma "expansão promocional" para o Card Game BLOGuil, chamada World Collection. Essa expansão teria apenas oito cartas (uma postada a cada domingo), sendo um Território (o próprio BLOGuil) e sete Criaturas (os cinco Colunistas, em cartas nas já tradicionais cores amarela, verde, preta, azul e vermelha, o Capitão Cinza, em uma carta sem cor, e uma carta multicor inédita). A carta multicor e o Território tinham texto inédito, mas os cinco Colunistas e o Capitão Cinza tinham o mesmo texto de suas cartas das três expansões anteriores (duas de cada); a única diferença - e o motivo pelo qual a expansão se chamava World Collection - era que cada uma das oito cartas tinha seu texto escrito em um idioma que não fosse o português (inglês, japonês, holandês, alemão, espanhol, francês, italiano e russo, respectivamente). Como eu não sou fluente nesses idiomas todos, confesso que, para alguns (embora não vá revelar quais), eu recorri ao Tradutor do Google, de forma que não posso atestar a exatidão das traduções - porque, se hoje o Tradutor do Google não é lá essas coisas, imaginem em 2005.

A quarta expansão do Card Game BLOGuil seria lançada em outubro, com o nome de Quattro Pro (nome de um antigo programa usado para fazer planilhas, ao estilo do Excel, e que eu decidi usar porque quattro é "quatro" em italiano, e eu queria manter o padrão de cada expansão ter o nome em um idioma diferente). Mais uma vez, a Quattro Pro servia para que tivéssemos cartas representando os eventos ocorridos em 2005, contando, ainda, com as já tradicionais novas cartas dos Colunistas e de alguns Entusiastas selecionados. De suas 62 cartas, duas eram promocionais, incluindo uma criatura flicts - flicts é uma cor fictícia inventada pelo escritor Ziraldo, e protagonista do livro Flicts, famoso quando eu era criança, e, portanto, abordado na Seção Exumação, o que levou à ideia de fazer a carta. Também vale citar que, na Quattro Pro, eu finalmente terminaria de usar todas as combinações de cores possíveis para as cartas duais (já que eu não quis colocar todas na Expansão Básica para que não ficassem cartas demais, e fui deixando algumas para as expansões seguintes), o que talvez tenha sido providencial, já que ela acabaria sendo a última expansão.

Os temas usados em 2005 seriam Mortal Kombat, BLOGuil 50 (comemorando 50 temas, com o mesmo esquema de cores e plano de fundo da Mudança de Casa, mas título e avatares novos; foi esse que ficou no ar por dois meses e meio), Order of the Stick, Aniversário BLOGuil 2005, Vingadores (a partir desse, o tema mudaria a cada 40 dias ao invés de 20), Quarteto Fantástico, Megaman Battle Network, Jovens Titãs, Cowboy Bebop e Natal IV. Todo o ano de 2006 teve apenas um único tema, com o mesmo plano de fundo e avatares do BLOGuil 50, mas com o esquema de cores e título do RPGuil.

Isso ocorreu porque, a partir de julho de 2005, eu era praticamente o único que ainda escrevia posts para o BLOGuil, fosse como Guil, fosse como Ombudsman, com os outros três só dando as caras muito raramente - e estava cada vez mais difícil arrumar assunto novo, tanto que, para vocês verem, decidi criar uma série de posts do Curso de Idiomas BLOGuil que dizia como eram os nomes de todos os países do mundo em uma penca de idiomas. Em 2006, até mesmo a minha presença era cada vez mais escassa, de forma que achei que não valia a pena ficar trocando o tema.

Eu ainda cheguei a fazer uma segunda expansão promocional para o Card Game BLOGuil, chamada Rainbow Collection, composta por oito cartas, todas inéditas, que atualizavam o jogo para os assuntos abordados nos posts em 2006. Ela se chamava Rainbow Collection ("coleção do arco-íris") porque uma de suas cartas era preta, e as outras sete eram das cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta), o que faria com que o jogo tivesse um total de seis Criaturas "fora do padrão" (rosa, cinza, flicts, laranja, anil e violeta). Eu planejava postá-las ao longo de 2006 (pensei até em postar uma por mês), mas acabei desanimando e não o fazendo, de forma que ela permanece uma "expansão inédita".

Verdade seja dita, eu já nem estava com vontade de continuar postando no BLOGuil em 2006 - o átomo já estava engrenado, e eu já pensava em fazer a série de posts sobre as Olimpíadas, que demandaria muita pesquisa. Ainda assim, resolvi ir empurrando com a barriga e postando frivolidades até o dia 7 de maio, no qual o BLOGuil completaria 4 anos; nesse dia, fiz um Arquivo Morto de 2006, e deixei no ar apenas um único post, agradecendo as visitas dos Entusiastas, explicando que o BLOGuil já não teria mais posts regulares, reforçando que nossos blogs pessoais continuariam sendo atualizados, e prometendo que, sempre que tivéssemos boas ideias para novos posts, o BLOGuil poderia ter uma nova atualização. Jamais teve.

De lá pra cá, o BLOGuil foi ficando cada vez mais descaracterizado. O problema mais sério ocorreu devido à forma como nossos arquivos eram armazenados: na época do BLOGuil, o Blogger ainda não permitia o upload de imagens, sendo necessário que todas as imagens usadas em um blog fossem "linkadas" de seus servidores originais. Para contornar esse problema, era comum que os usuários assinassem um serviço de hospedagem de imagem de terceiros, armazenando suas imagens lá e linkando para elas no blog. No caso do BLOGuil, como, além das imagens, tínhamos as páginas em html do Arquivo Morto, as instruções do Card Game BLOGuil, do JOGuil e do RPGuil, os arquivos para download do JOGuil e do RPGuil, os javascripts dos joguinhos, e muitos outros tipos de arquivo que não somente o Blogger não permitia o upload, mas esses serviços de terceiros para armazenamento de imagens também não permitiam, a saída foi criar um "site fantasma", chamado A Despensa do BLOGuil, que tinha tudo o que o blog tinha, exceto os posts. Originalmente, a Despensa era hospedada em um provedor gratuito chamado HPG, que, em meados de 2004, quando o BLOGuil ainda estava a todo o vapor, achou que estávamos violando os termos de uso deles e apagou tudo. Diante disso, eu criei uma nova Despensa em um provedor francês, chamado Voilà, mais flexível quanto ao que podia ou não ser armazenado lá.

Essa segunda Despensa ficou no ar durante quase dez anos, até que, em 2013, o Voilà foi comprado pela empresa de telefonia Orange e seu serviço de armazenamento foi descontinuado, de forma que, mais uma vez, tudo o que era do BLOGuil sumiu. Na época, o Blogger já havia instituído uma "mudança obrigatória" no modelo dos templates usado por ele - "obrigatória" entre aspas porque você não era obrigado a mudar, mas, se não o fizesse até um determinado prazo, não poderia mais editar o template. Aqui no átomo, eu aproveitei que o Post 500 estaria dentro do prazo e fiz a mudança para o modelo novo justamente quando publiquei o Post 500 (aliás, pensei em fazer um novo e diferente template para colocar hoje junto com o post 700, mas acabei não tendo tempo nem disposição para inventá-lo); como ninguém iria editar o template do BLOGuil mesmo, deixei o antigo. Quando o Voila acabou, entretanto, a página do BLOGuil ficou resumida ao "post de adeus", sem que nada mais pudesse ser acessado; diante disso, decidi mudar para o modelo de template novo, mas escolhendo um genérico, da biblioteca do Blogger, para dar menos trabalho. O lado bom foi que, com isso, os links para os posts antigos (inexistentes no template anterior, já que tínhamos o Arquivo Morto) voltaram, o que significava que todo mundo poderia ler todos os posts da Era Blogger do BLOGuil (os do Era Weblogger, sinto muito, mas não existem mais online em lugar nenhum). O lado ruim foi que as únicas figuras que restaram foram aquelas linkadas de seus sites originais (como os resultados dos testes ou algumas bandeiras que eu linkei da Wikipédia), ou seja, nada de temas, de figuras para os Reality Shows, para a Seção Exumação, o Atlas, ou qualquer outra seção. E também nada de Card Game BLOGuil, JOGuil, RPGuil ou joguinhos.

Hoje, é dessa forma que o BLOGuil sobrevive: ainda está lá, mas é apenas uma sombra pálida do que já foi. Até o template genérico que escolhi em 2013 eu já tive que mudar, para um até mais feio, já que, esse ano, houve uma nova mudança nos modelos de template (essa bem menor, de forma que consegui adaptar o do átomo sem ter de mudá-lo, mas o genérico que eu usava no BLOGuil deixou de existir e foi substituído automaticamente por um pé-de-boi, então eu fui lá e escolhi o menos feio da biblioteca para pôr no lugar). Você ainda pode acessá-lo e ler os posts antigos, mas, pelo menos na minha opinião, não há mais como passar pela Verdadeira Experiência Completa de Ler o BLOGuil.

O que importa, contudo, é o lugar que o BLOGuil sempre terá em nossa história. Ele foi um registro de uma época que ficará sempre gravada em nossas memórias e em nossos corações, na qual pudemos exercitar nossa criatividade produzindo todo o tipo de conteúdo, e na qual nos divertimos imensamente em companhia de amigos queridos. Além disso, sem o BLOGuil, não existiria o átomo, e eu não teria aprendido nem compartilhado com vocês tantas coisas interessantes. Sem o BLOGuil, o mundo teria sido um lugar bem pior.

Pelo menos para mim.
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domingo, 8 de agosto de 2004

Escrito por em 8.8.04 com 0 comentários

Omniglot

Eu já externei aqui minha paixão pelos idiomas. Se possível fosse, eu aprenderia todas as línguas do mundo, pois poucas coisas se comparam a descobrir novas palavras em um idioma estranho, e passar a compreender coisas que antes só podíamos imaginar.

Um belo dia, tive a curiosidade de descobrir o que dizia um texto que achei aqui pela internet. A dificuldade maior era a de que o texto se encontrava em russo. Eu costumo ter dicionários online de vários e vários idiomas, mas uma página em russo me trazia uma dificuldade nova: o alfabeto. Para quem não sabe, o idioma russo não é escrito com nosso alfabeto "tradicional", mas sim com o Alfabeto Cirílico, aquele que tem um R ao contrário e mais um monte de letras esquisitas. Oras, sem saber o que significavam aquelas letras, eu não poderia saber o som daquela palavra, tampouco procurá-la no dicionário. Afinal, nem sempre um B tem som de B. Em Cirílico, por exemplo, ele tem som de V.

Assim, comecei uma busca para descobrir a que equivalia cada letra daquele estranho alfabeto. Até encontrei um site bem legal, com links para sons em Real Audio, mas eu não sou exatamente conhecido por ficar satisfeito tão fácil. Procurando mais, achei um site sobre o Alfabeto Grego. Procurando mais ainda, achei o site sobre o qual vou falar nesse post de hoje, o Omniglot. Nome genial, se me permitem um comentário.

Meu entusiasmo por este tão singular site foi tanto que ele acabou gerando um Almanaque BLOGuil (e um bocado de trabalho para o Omby). Indo direto ao ponto, no Omniglot temos explicações sobre todos os alfabetos do mundo. Todos. Em uso ou não. É divertido olhar aquele monte de letras esquisitas e tentar imaginar como os pobres Geórgicos, por exemplo, fazem para decorar todas aquelas letras. Desenhar uma a uma quando se quer escrever alguma coisa então, nem se fala. Para falar a verdade, eu nem sabia que a Geórgia tinha um alfabeto próprio (pra mim, toda a ex-URSS escrevia em Cirílico), assim como também não sabia que os coreanos tinham um alfabeto ao invés de um alfassilabário.

Falando nisso, o Omniglot é dividido em várias seções: alfabetos, abjads (alfabetos só de consoantes), alfassilabários (onde cada letra é uma sílaba, como em japonês), logográficos (ideogramas e hieróglifos), sistemas de escrita ainda não decifrados, e alfabetos alternativos, como o Braille e o Unifon. Esta última parte é tão completa que possui até mesmo alfabetos "inventados", como o Klingon, o Tengwar dos elfos de Tolkien, e até mesmo o alfabeto alienígena do desenho Futurama. Todo tipo de escrita, dos quatro cantos do mundo está presente, incluindo até mesmo alguns que já não são usados, como os hieróglifos egípcios e o alfabeto fenício. No alfabeto fenício, porém, reside o único erro identificado por mim na relação: eles consideram o fenício como um abjad, quando ele claramente possui todas as vogais.

Para que não haja problemas na hora de identificar o significado de cada letra, é apresentada a letra mais próxima no nosso alfabeto, acompanhada do som correspondente no Alfabeto Internacional de Fonemas, aquele que vem entre parênteses no dicionário, para explicar o som de uma determinada palavra. E, se você não conhece o AIF, não tem problema, no Omniglot tem um link para ele também, explicando todos os sons um por um (o que é meio sacal, admito, mas extremamente completo).

E, como se já não bastasse, os malucos que mantêm o site ainda reservaram outra surpresa: links para todos os idiomas e dialetos do mundo (bem, não sei se são todos, mas com certeza há um bocado deles lá), explicando qual é o alfabeto utilizado por aquele idioma, se algumas letras podem levar acentos ou não, e qual é o som de cada letra para aquele idioma em particular, através do AIF. Afinal, um A em inglês não é um A, mas um "ei". Aqui vocês irão descobrir que mesmo nosso velho e bom alfabeto pode reservar algumas surpresas, como uma espécie de "A com cedilha" usado no idioma turco, e um U com dois acentos agudos de uma vez só, pertencente ao idioma húngaro.

Enfim, eu estou bisbilhotando esse site tem umas três semanas e ainda não consegui ver tudo. Decorar, então, será impossível. Me concentrei no Cirílico, e hoje já consigo ler páginas em russo, o que é uma enorme satisfação. Agora só falta entender o que está escrito.
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domingo, 18 de abril de 2004

Escrito por em 18.4.04 com 0 comentários

Snopes

Os mais atentos devem ter notado na coluna da esquerda um link para um lugar chamado Snopes. Como, pelo menos teoricamente, não adianta nada colocar um link para um lugar que absolutamente ninguém se interessa de clicar para saber o que é, e também porque o tal do Snopes é um lugar muito legal, decidi fazer este post de propaganda gratuita.

Eu encontrei o Snopes sem querer, graças ao Fator Surpresa do Google. Para quem não sabe, o Fator Surpresa funciona mais ou menos assim: você vai lá no Google e escreve, por exemplo, "Revolução Francesa". Ele vai encontrar um bonucatilhão de sites relacionados. Dentre estes sites, porém, teremos um "Como criar coelhos", e alguns outros menos decentes. Este é o Fator Surpresa, que te mostra coisas que você não estava procurando! Não me lembro o que eu estava procurando, mas logo o segundo link do resultado apontava para uma das páginas do Snopes, que não tinha absolutamente nada a ver com o assunto. Menos mal, achei um site divertido para quando eu estiver sem nada para fazer.

Mas do que se trata, afinal? Bom, todo mundo já deve ter recebido por e-mail coisas como a foto da "maior mulher do mundo", a belíssima história dos menininhos que deixam seu amiguinho mentalmente deficiente vencer o jogo de beisebol de propósito para que ele se sinta bem, avisos de que o jdbmgr.exe é um vírus, e coisas do tipo. Na Snopes, eles coletam estas "lendas", e colocam tudo organizadinho, por assunto, e ainda por cima marcado como verdade ou mentira, com direito a análise dos fatos e explicação de por que é mentira, se for o caso. E eles não fazem isso somente com lendas de e-mail, mas com todo o tipo de lendas urbanas, como a história do cara que conhece uma bela mulher numa festa e acorda em uma banheira de gelo sem os rins, a mulher pelada na janela do desenho Bernardo e Bianca, ou até mesmo a famosa teoria "Paul is Dead", segundo a qual Paul McCartney morreu e os Beatles o substituíram por um sósia, deixando pistas para que os fãs descobrissem o engodo.

E não é só isso! Histórias menos lendárias, como a famosa "onde está o 1 Real" (três amigos vão a um restaurante, pagam R$ 10 cada e recebem R$ 5 de troco; como não dá para dividir 5 por 3, eles pegam R$ 1 cada e deixam R$ 2 de gorjeta; se cada homem pagou R$ 9, 9 x 3 = 27, +2 da gorjeta = 29, onde está o R$ 1 que falta para 30?), todo o tipo de belas mensagens de humanidade, fatos escabrosos envolvendo filmes e músicas, tudo está lá. São quase 5.000 "lendas", divididas em 40 seções, e atualizadas mensalmente. Leitura para muitos e muitos meses. A minha seção preferida é a de Horror, embora seja meio perturbador ler as lendas marcadas como "verdade"...

Falando nisso, o sistema de "classificação" é feito por "bolinhas", a saber:

Uma bolinha verde indica uma história verdadeira. Por exemplo, uma das mulheres do filme "007 Somente para seus Olhos" era um homem que fez operação para mudar de sexo.

Evidentemente, uma bolinha vermelha indica uma história falsa. Por exemplo, a Coca-Cola quando foi criada era verde.

Esta bolinha dupla indica uma história falsa, mas com elementos verdadeiros, ou vice-versa. Por exemplo, usuários de telefone celular em Londres recebem uma chamada de um número que não conhecem e ligam de volta, mas este número possui uma tarifa especial de 50 Libras por minuto. Tais chamadas realmente acontecem, mas a tarifa é de 1,50 Libras por minuto, bem menos do que a lenda clama.

Uma bolinha amarela indica uma história que pode ser verdade, mas os fatos apresentados pela história são tão contraditórios, confusos ou surreais que fica difícil saber se é verdade mesmo. Por exemplo, um jornal britânico noticiou que o padre da cidade de Ewhurst estava visitando seus moradores, e, ao ver que um deles possuía uma guitarra, o convidou a tocar domingo na igreja. O homem aceitou, e o padre disse que lhe daria alguns dias para praticar, para não fazer feio. No domingo marcado, o padre descobriu que o tal homem era ninguém menos que Eric Clapton.

Finalmente, temos as bolinhas brancas, que indicam histórias que podem realmente ter acontecido com alguém, em algum lugar, em algum momento, mas é impossível comprovar se são verdadeiras ou não, na maior parte das vezes porque elas já estão rolando por aí há décadas. Por exemplo, o homem que comprou em um leilão um quadro que ninguém queria, mas havia uma cláusula especial dizendo que quem comprasse aquele quadro levaria de brinde todos os demais quadros do leilão, que valiam uma fortuna.

Eu estou lendo as lendas do Snopes há um bom tempo. De vez em quando eu reconheço alguma que eu recebi por e-mail, ou que já ouvi alguém dizendo "é verdade, aconteceu com o vizinho do meu tio" ou coisas do tipo. Para os que gostam de boas histórias, o site é um prato cheio.

Da próxima vez que você receber um e-mail duvidoso ou alguém lhe contar uma história fabulosa, já tem a quem recorrer para saber se está sendo enganado.
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domingo, 1 de fevereiro de 2004

Escrito por em 1.2.04 com 0 comentários

Micro Heroes



Já que estamos mesmo no assunto "super-heróis", vamos falar hoje dos incríveis Micro Heroes!

A primeira vez que eu vi um Micro Hero foi no saudoso O Arauto de cada Aurora, o finado blog do Capitão Cinza. Por um acaso, era um Micro Hero do próprio Capitão Cinza, logo apelidado de "Capitão Cinza versão Dragon Ball", pois se parecia com os personagens deste infame desenho. Alguns dias depois, o Capitão postou alguns Micro Heros da DC. No início, eles atiçaram minha curiosidade: De onde vinham? Seria algo do tipo Dollz? Foi o próprio Capitão Cinza que os fez? Como estava meio ocupado na época, larguei pra lá e esqueci.

Enquanto procurava uma figura decente do Homem-Coisa para o post anterior, porém, me deparei com uma página só de Micro Heroes, a Rich's Micro Heroes Page. Lá eu descobri que foram alguns malucos que inventaram essa onda. Funciona da seguinte forma: Os malucos disponibilizam um "molde", de bonequinhos "pelados", e o interessado desenha o uniforme de seu herói preferido por cima. O "site oficial" dos Micro Heroes, além de vários heróis prontos, também traz moldes de máscaras, capas, cabelos e acessórios. Aparentemente, pode-se criar qualquer super-herói do mundo no formato Micro Hero, desde que se tenha paciência.

Eu achei os Micro Heroes uma idéia muito interessante, principalmente porque me lembra a época em que eu não tinha mais o que fazer e ficava fazendo ícones de super-heróis (infelizmente era só a cabeça, senão ficava muito pequenininho). Hoje em dia não tenho mais tempo livre nem paciência para ficar desenhando uniformes, mas me sinto bastante tentado a sair fazendo um monte de Micro Heroes. Já baixei os moldes, mas ainda não me animei a começar.

Para quem tiver um pouco mais de disposição, os moldes estão disponíveis no "Site Oficial" dos Micro Heroes. É um grupo do Yahoo!, o que significa que os interessados precisam se cadastrar.

E, antes que alguém pergunte, eu não achei nenhum Micro Hero do Homem-Coisa. Mas o Google tem essa mania de nos mostrar coisas que não têm nada a ver com o que procuramos.
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domingo, 5 de outubro de 2003

Escrito por em 5.10.03 com 0 comentários

Your Dictionary

Outra coisa da qual eu gosto muito é de idiomas. Acho interessantíssimo o fato da raça humana ter conseguido desenvolver tantas formas diferentes de expressar os mesmos sentimentos através de palavras. Afinal, quantas palavras será que existem no mundo para dizer, por exemplo, "quente" ou "frio"?

Sempre fui fascinado para aprender novos idiomas (embora "oficialmente" só tenha realmente aprendido três, inglês, alemão e francês, além do português, óbvio), mesmo que fossem apenas algumas poucas palavras. Sempre adorei dicionários e aqueles guias de viagem que ensinam a dizer "bom dia", "a que horas sai o vôo?", "onde é o banheiro?", "pega o ladrão" e outras frases úteis ao viajante que desconhece o idioma de seu destino.

Desconheço quantos idiomas e dialetos possam existir no mundo, e acho muito pouco provável que um dia eu consiga aprender todos eles (além de não existir nenhum uso prático para isso). Mesmo assim, a internet deu uma grande contribuição para saciar minha curiosidade, através dos dicionários online. Afinal, é mais legal entrar num dicionário online para descobrir uma ou duas palavras do que gastar uma fortuna num dicionário impresso que depois provavelmente ficará encostado.

Assim, hoje lhes trago um link para o Your Dictionary. Mais do que um dicionário online, este site é uma grande (e põe grande nisso) coleção de links para outros dicionários online. Nele você encontrará dicionários online de quase todos os idiomas e dialetos do mundo, embora alguns sejam mais difíceis de utilizar, menos completos ou menos precisos do que outros, o que exige uma certa paciência e um pouco de garimpo até se encontrar o que se deseja. A maioria deles é para dicionários "outra língua"-inglês (ou inglês-"outra língua"), o que pode exigir cohecimento prévio deste idioma. Mesmo assim é uma mão na roda quando você está curioso para saber o que significa uma determinada palavra que encontrou em um texto estrangeiro, ou como se diz alguma coisa em algum outro idioma.

Agora, quando você quiser saber como se diz "felicidade" em inuit, a língua dos esquimós da Groenlândia, pode ir até lá e descobrir que é "kuviasungnerk".
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domingo, 31 de agosto de 2003

Escrito por em 31.8.03 com 0 comentários

Thanos Cardgames



Não que eu seja um jogador inverterado, mas adoro jogar Copas Fora. Tinha até ficado bastante tempo sem jogar, mas de uns tempos pra cá retomei o vício. Como não posso jogar com meus amigos sempre que quero e, vamos combinar, aquele joguinho que vem com o Windows é bem ruinzinho, saí catando na Internet, repositório de todo o entretenimento inútil do planeta, um jogo de Copas Fora "for Windows" que satisfizesse minhas necessidades. Como diria um filme de terror, acabei encontrando algo bem maior...

Na verdade eu achei o site da Thanos Cardgames, um grupo que resolveu produzir versões eletrônicas de jogos de cartas simples, que não tenham apostas, canastras nem nada do tipo. Lá, além do Copas Fora, ainda encontrei outros jogos que eu gosto, como Sueca, Whist, Contrato (King), Bisca (Briscola) e Dane-se (Oh, Hell!). Não tem Euchre, mas tem um chamado Pepper que é bem parecido. Só faltou mesmo o Mau-Mau, mas tudo bem, esse depois eu achei em outro site.

Na Thanos Cardgames também tem uns jogos menos ortodoxos, como Ashush, Basra, Troggu, Mizerka e outros dos quais foi impossível decorar o nome. Apesar de, às vezes, ser um pouco difícil derrotar o computador, todos esses joguinhos são excelentes passatempos para quem não tem a oportunidade de jogar com "oponentes humanos" com freqüência, ou apenas está procurando uns jogos diferentes para Windows.

Se você gosta de baralho, dê uma passadinha por lá. Todos os jogos da Thanos Cardgames requerem DirectX 7 ou superior, e têm por volta de 3Mb. Eles costumam guardar os arquivos em sites como a Tucows e a Simtel, mas na página deles tem todos os links.
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domingo, 20 de julho de 2003

Escrito por em 20.7.03 com 0 comentários

Flags of the World

Desde criança, eu sempre fui fascinado por bandeiras. Adorava bisbilhotar um Atlas grandão, de capa preta, que a minha mãe tinha, e fiz meu pai comprar um Almanaque Abril só porque na capa tinha um aviso de que ele trazia bandeiras coloridas de cento e tantos países. Adorei quando descobri como era a bandeira da Prússia (em um livro de história) e quando a União Soviética se desmanchou em 15 novas bandeiras que eu teria que descobrir como eram.


Bélgica


Pois bem, a infância acabou, esta fascinação foi diminuindo. Até que eu encontrei, meio sem querer, um Atlas velho com a bandeira da Rodésia (alguém sabe onde fica a Rodésia?), e com bandeiras do Camboja e da Papua Nova Guiné que eu nunca tinha visto. "Já que a internet tem de tudo o que não presta", pensei, "será que tem também um site com todas as bandeiras do mundo, inclusive as antigas?"


Groenlândia

E tem! É o Flags of the World, ou simplesmente FotW. Eu já falei dele no BLOGuil, quando mostrei a bandeira da Cochinchina. Hoje, darei mais detalhes.

O segredo do FotW é que ele não é feito por uma só pessoa, mas sim por milhares de colaboradores, que desenham as bandeiras em escala, o mais perfeitamente que eles conseguirem. Assim, eles tentam montar um banco de dado de todas as bandeiras que já existiram no planeta.


Rio de Janeiro


Lá não temos somente as bandeiras dos Países, mas também dos Territórios e Dependências (como a da Groenlândia, segunda da fila de bandeiras que abre o post), bandeiras de Estados e Províncias de diversas nações (todos os do Brasil estão lá, por incrível que pareça!), todas as bandeiras antigas de países que mudaram de bandeira ao longo de sua história (vocês sabiam que esta bandeira aqui em baixo era a bandeira do Canadá até 1965?) e até mesmo bandeiras de nações que já não existem mais (como a da Prússia, última do post).


Canadá

Além de bandeiras a perder de vista, o site também traz muitas curiosidades. Nele podemos descobrir que a bandeira da Dinamarca é a mais antiga do mundo ainda em uso (foi adotada em 1219!); que o Afeganistão é o recordista em troca de bandeiras (28 e contando); que o desenho da bandeira do Panamá é em homenagem aos Estados Unidos, que os ajudaram a proclamar independência da Colômbia; que o norte da Somália proclamou independência e agora se chama Somalilândia, mas ninguém reconhece, só eles; e, é claro, onde fica a Cochinchina.


Prússia


Concluindo, um prato cheio para vexilólogos (o pessoal que estuda bandeiras - também aprendi isso lá), amantes de bandeiras e curiosos. Façam uma visitinha, vocês vão gostar!

Ah, sim. A Rodésia mudou de nome em 1980 e agora se chama Zimbábue.
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