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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Escrito por em 26.5.14 com 0 comentários

Tekken (II)

Hoje daremos prosseguimento ao post sobre Tekken. Semana passada, paramos logo depois de Tekken 4. Hoje, evidentemente, começaremos com Tekken 5.

Tendo sido lançado em 1994, o primeiro Tekken estava prestes a completar 10 anos. Para comemorar, a Namco decidiria fazer de Tekken 5 uma espécie de homenagem, trazendo de volta vários elementos que foram modificados ou retirados nas sequências, em detrimento de novidades introduzidas em Tekken 4 - os cenários, por exemplo, deixaram de ter desníveis e limites, voltando a ser praticamente infinitos, embora alguns ainda tivessem muros ou objetos com os quais os personagens podiam interagir, mas em menor grau. Os saltos voltaram a funcionar como em Tekken 3, e não sera mais possível mover os personagens antes de a luta começar. Mesmo sendo uma "volta às origens", o jogo trazia gráficos aperfeiçoados, maior fluidez nos movimentos e um novo sistema chamado crush system, no qual alguns golpes eram invulneráveis a certos contra-ataques enquanto estivessem sendo efetuados.

Tekken 5Tekken 5 é uma continuação direta de Tekken 4, no mais estrito sentido da palavra: começa momentos após o final do jogo anterior, quando a G Corporation lança uma ofensiva para tentar capturar Heihachi e Kazuya. Kazuya foge, mas Heihachi é dado como morto. Com Jin e Kazuya em locais ignorados, a Mishima Zaibatsu passa a ser controlada por Jinpachi Mishima, pai de Heihachi (e, consequentemente, avô de Kazuya e bisavô de Jin), deposto por seu filho há 30 anos, mas que agora retorna após um pacto com o demônio - que deve ter essa família em alta conta para fazer pactos com tantos membros assim. Ao ver o que ocorreu com sua família, porém, Jinpachi se arrepende e decide organizar um novo torneio, para que alguém o destrua antes que o demônio o corrompa totalmente. O prêmio desse novo torneio, mais uma vez, será o controle da Mishima Zaibatsu.

Tekken 5 possui um total de 32 personagens à disposição do jogador. Destes, 20 retornam diretamente de Tekken 4: Bryan, Christie, Eddy, Heihachi, Hwoarang, Jin, Julia, Kazuya, King, Kuma, Law, Lee, Lei, Marduk, Nina, Panda, Paul, Steve, Xiaoyu e Yoshimitsu. Outros seis retornam de jogos anteriores, após terem ficado de fora do último: Anna, Baek, Bruce, Ganryu, Mokujin e Wang. Os seis últimos são novos: Asuka Kazama, prima de Jun, que entra no torneio querendo vingança pela desruição do dojo de sua família; Feng Wei, prodígio do kung fu que deseja encontrar lendários pergaminhos de seu clá roubados por Jinpachi; Jack-5, nova versão do androide Jack, enviado para recuperar um chip originalmente de Jack-2, em poder da Mishima Zaibatsu; Raven, um misterioso ninja presente durante o ataque da G Corporation, que participa do torneio por motivos que só ele sabe quais são; Roger Jr, na verdade a esposa e o filho do canguru Roger (o filho, evidentemente, na bolsa da mãe), que lutam para salvar Roger da Mishima Zaibatsu; e Devil Jin, Jin possuído pelo demônio, que atua como subchefe se você não estiver lutando nem com ele nem com Jin.

Na melhor tradição de Tekken, nem todos os personagens estavam presentes desde o início, com Anna, Baek, Bruce, Devil Jin, Ganryu, Kuma, Mokujin, Roger Jr, Wang e Heihachi só se tornando selecionáveis após ter se passado um certo número de dias, de acordo com um timer presente na placa de jogo; além disso, Eddy e Panda são secretos, precisando de truques para serem selecionados. Jinpachi é sempre o último chefe, e não pode ser selecionado.

Tekken 5 seria lançado em dezembro de 2004 para a placa Namco System 256, versão aprimorada da 246 de Tekken 4, e, dois meses depois, para o Playstation 2. A versão Playstation 2 trazia um minigame chamado Devil Within, um jogo de plataforma no qual o jogador controlava Jin dentro de um complexo da G Corporation, tentando obter informações sobre sua mãe. A versão Playstation 2 também trazia, pela primeira vez, roupas alternativas para alguns personagens, que podiam ser compradas com moedas obtidas jogando nos modos Arcade, Story, Survival, Time Attack e Devil Within. Finalmente, a versão Playstation 2 era uma espécie de coletânea, trazendo, no mesmo disco, as versões Playstation de Tekken, Tekken 2, Tekken 3 e do jogo de nave StarBlade.

Um ano após seu lançamento, Tekken 5 ganharia um upgrade, chamado Tekken 5: Dark Resurrection. Isso ocorreu porque a primeira versão do jogo para arcades (mas não a do Playstation 2) possuía alguns bugs que afetavam a jogabilidade, os quais a Namco tentou resolver lançando uma versão corrigida (apelidada 5.1) do hardware. Como essa versão também apresentou alguns problemas, eles decidiram refazer o jogo, aproveitando para incluir algumas novidades, como três novos personagens: Lili Rochefort, que quer vencer o torneio para salvar sua família financeiramente; Sergei Dragunov, agente russo com a missão de capturar Jin; e um novo Armor King, irmão do original, que quer vingança contra Marduk. A princípio, Dark Resurrection só teria uma versão caseira, lançada para o PSP (com o nome de Tekken: Dark Resurrection, sem o "5"), mas, após protestos dos fãs, que não consideravam um portátil a melhor opção para jogar um jogo de luta, a Namco decidiu lançá-lo também para Playstation 3 - ainda assim, essa versão ainda demoraria mais um ano para ser lançada, só o sendo em dezembro de 2006, e não existiria em mídia física, devendo ser baixada da Playstation Network. Seis meses após seu lançamento, a versão Playstation 3 ganharia um update que permitiria que os jogadores se enfrentassem online, se tornando, assim, o primeiro Tekken com um modo online. A versão Playstation 3 também era a única na qual Jinpachi podia ser selecionado pelo jogador, aumentando o total de personagens selecionáveis para 36.

Entre Tekken 5 e Dark Resurrection, a Namco lançaria um spin off, chamado Death by Degrees, para o Playstation 2. Originalmente planejado para ser mais um minigame, Death by Degrees é um jogo de ação em 3D estrelando Nina, que foi contratada pela CIA para se infiltrar em uma organização criminosa chamada Kometa e impedi-la de realizar um atentado. O jogo ficaria famoso pelo fato de que Nina pode usar seus golpes para quebrar os braços e pernas dos oponentes (embora, devido a um bug, eles continuassem se movendo normalmente depois disso, quando o intuito era que ficassem incapacitados). Terminando o jogo, o jogador liberava um modo secreto no qual podia jogar também com Anna. Death by Degrees não fez muito sucesso, e, ao invés de se tornar o primeiro de uma série, como queria a Namco, acabou virando apenas uma curiosidade.

Depois do lançamento de Dark Resurrection, a Namco e a Bandai, maior fabricante de brinquedos japonesa, decidiriam se fundir em uma única empresa, a Bandai Namco Games Inc. (que ficaria conhecida no ocidente pelo nome invertido, Namco Bandai). A fusão adiaria vários projetos das duas empresa, inclusive Tekken 6, que acabaria sendo lançado apenas no final de 2007. Tekken 6 seria o primeiro jogo lançado para uma nova placa, a Namco System 357, que usava o mesmo hardware do Playstation 3. Assim como a System 246 (que usava o mesmo hardware do Playstation 2) e a System 11 (que usava o mesmo hardware do Playstation original), a Namco Bandai anunciou que licenciaria a System 357 para outras fabricantes de games que quisessem utilizá-la, mas, curiosamente, dessa vez ninguém se interessou.

Tekken 6 se passa um ano após os eventos de Tekken 5: após derrotar Jinpachi, Jin se torna o novo presidente da Mishima Zaibatsu. Influenciado pelo demônio, ele usa os recursos da companhia para que ela se torne uma potência global, e declara guerra a todos os países que se oponham a suas práticas de mercado. Enquanto isso, Kazuya se torna presidente da G Corporation após assassinar o antigo conselho diretor, e, visando que sua companhia se torne a mais poderosa do globo, oferece uma recompensa pela morte de Jin. Jin, confiante de que ninguém pode derrotá-lo, ao saber da recompensa oferecida por Kazuya, decide organizar mais um torneio, com sua própria vida e a presidência da Mishima Zaibatsu como prêmios. Se me perguntarem, eu acho que essa família é meio maluca.

Com gráficos mais poderosos e um engine - o "coração" do jogo - totalmente novo, que possibilitava movimentos mais realísticos, Tekken 6 trouxe novidades como cenários enormes com partes que podem ser destruídas para revelar novas áreas. Novas mecânicas de jogo foram adicionadas, como o rage, que, ao ser acionado quando o personagem está com pouca energia, aumenta o dano de seus ataques em troca de maior vulnerabilidade, e o bound, que faz com que, se um personagem for corretamente atingido enquanto estiver no ar, será lançado com violência contra o chão, ficando atordoado e aberto a novos ataques durante alguns instantes. O jogo também permite uma customização dos personagens, modificando sua roupa, a cor de suas magias, a aparência de sua aura de rage etc.

Tekken 6 possui uma multidão de personagens à disposição do jogador - e, pela primeira vez na série regular, todos estavam disponíveis desde o início: dos antigos, estão de volta Anna, Armor King, Asuka, Baek, Bruce, Bryan, Christie, Devil Jin, Dragunov, Eddy, Feng, Ganryu, Heihachi, Hwoarang, Jin, Julia, Kazuya, King, Kuma, Law, Lee, Lei, Lili, Marduk, Mokujin, Nina, Panda, Paul, Raven, Roger Jr, Steve, Wang, Xiaoyu e Yoshimitsu. Os novos são Bob Richards, luador norte-americano considerado um prodígio, mas que, muito pequeno e magro, foi incapaz de avançar na carreira, decidindo tirar um ano sabático para treinar e ganhar peso, e agora retorna no Torneio do Rei do Punho de Ferro para testar suas novas habilidades; Jack-6, nova versão do androide Jack, participando do torneio a mando da G Corporation; Leo Kliesen, lutador alemão que desconfia que Kazuya tenha sido o responsável pela morte de sua mãe, e decide participar do torneio para investigar e, se for o caso, obter vingança; Miguel Caballero Rojo, toureiro espanhol que quer se vingar da Mishima Zaibatsu por terem causado a morte de sua irmã no dia do casamento dela; e Zafina, egípcia que tem visões do futuro e toma para si a missão de impedir o confronto entre Jin e Kazuya a qualquer custo - pois ele poderá destruir o mundo. Para quem não estava contando, são 39 personagens ao todo, mais dois chefes: NANCY-MI847J, robô gigante criado pela Mishima Zaibatsu, que atua como chefe secreto; e Azazel, demônio que atua como último chefe.

Assim como Tekken 5, Tekken 6 ganharia um update um ano após seu lançamento, chamado Tekken 6: Bloodline Rebellion. Além de corrigir alguns bugs na jogabilidade e de trazer novos cenários e novas opções de customização, Bloodline Rebellion aprimora o enredo do jogo, introduzindo dois personagens novos: Lars Alexandersson, comandante da Tekken Force que sofre de amnésia e, sem saber, é filho bastardo de Heihachi Mishima; e Alisa Bosconovich, androide criada pelo Dr. Bosconovich para atuar como guarda-costas de Lars. Em Bloodline Rebellion, Azazel pode ser selecionado com um truque, mas NANCY, por alguma razão, não.

Tekken 6 ganharia versões caseiras para Playstation 3, Xbox 360, PSP e Playstation Vita - sendo que essas duas últimas não existiam em mídia física, devendo ser baixadas pela Playstation Network. As versões caseiras, exceto a PSP, traziam um minigame chamado Scenario Campaign, no qual os personagens navegam por um mundo aberto, recolhendo itens e armas e enfrentando oponentes - sendo que as lutas contra os oponentes ocorrem como se fossem lutas normais do modo arcade. Originalmente, esse minigame era exclusivo para um jogador, mas, após um update, ele passou a poder também ser jogado online, se tornando até mais popular que o modo online "normal" do jogo - no qual dois oponentes simplesmente se enfrentam em uma única luta. É importante registrar que todas as versões caseiras são baseadas em Bloodline Rebellion (mesmo sem terem esse subtítulo), e não no Tekken 6 original.

Por enquanto, Tekken 6 é o último jogo da cronologia original; todos os que foram lançados depois dele, apesar de terem os mesmos personagens, são considerados "histórias alternativas". O primeiro desses lançamentos foi Tekken Tag Tournament 2, que, apesar do número no título, não é continuação do primeiro Tekken Tag Tournament, e sim mais um jogo totalmente independente que representa uma versão do Torneio do Rei do Punho de Ferro do qual todos os personagens participam.

Tekken Tag Tournament 2Tekken Tag Tournament 2 foi lançado em setembro de 2011 para a placa Namco System 369, uma versão mais poderosa da System 357 de Tekken 6. Como o jogo não pertence à cronologia oficial, a história é um fiapo: os cientistas da Mishima Zaibatsu criaram um soro de rejuvenescimento, que Heihachi injeta em si mesmo para voltar a ter a força, agilidade e vigor de sua juventude. Ato contínuo, ele realiza uma nova edição do torneio, para derrotar todos os seus oponentes. Mal sabe ele que Unknown está mais uma vez à espreita, visando apenas o torneio acabar para atacar e derrotar seu campeão.

Assim como no primeiro jogo, em Tekken Tag Tournament 2 as lutas são em duplas, com cada jogador escolhendo dois personagens e podendo alternar livremente entre eles, sendo que, se qualquer um dos dois for nocauteado, o jogador que o controlava perde a luta, não importando quanta energia o outro tivesse. O jogo traria novidades como os tag combos, combos dos quais ambos os personagens da dupla participam, e os tag throws, movimento no qual um dos personagens arremessa o oponente para o outro aplicar um golpe; bem como elementos introduzidos em jogos recentes da série, como o bound e os muros e objetos interativos de cenário. Também estão presentes opções de customização, como novas roupas e itens que modificam características como a velocidade e a força dos personagens.

A versão arcade de Tekken Tag Tournament 2 tem, desde o início, 44 personagens à disposição do jogador: Alisa, Anna, Armor King, Asuka, Baek, Bob, Bruce, Bryan, Christie, Devil Jin, Dragunov, Eddy, Feng, Ganryu, Heihachi, Hwoarang, Jack-6, Jaycee (que não era uma lutadora nova, e sim Julia disfarçada de luchadora mexicana), Jin, Jinpachi, Jun, Kazuya, King, Kuma, Lars, Law, Lee, Lei, Leo, Lili, Marduk, Miguel, Mokujin, Nina, Ogre (que, na verdade, não era o Ogre "comum", e sim True Ogre), Panda, Paul, Raven, Roger Jr, Steve, Wang, Xiaoyu, Yoshimitsu e Zafina. O último chefe é, mais uma vez, Unknown, que mais uma vez luta sozinha.

Como já estava se tornando tradicional, o jogo também ganharia um update, chamado Tekken Tag Tournament 2 Unlimited, lançado em março de 2012. Além de novas opções de customização (mas todas relativas à aparência dos personagens, já que os itens que modificavam a jogabilidade foram removidos) e de corrigir algumas falhas na jogabilidade, o update incluía o rage de Tekken 6 e trazia novos modos de luta: agora, além de dois contra dois (Tag), era possível escolher jogar no um contra um (Solo) ou no um contra dois (Handicap).

Tekken Tag Tournament 2 ganharia três versões caseiras, para Playstation 3, Xbox 360 e Wii U, todas baseadas na versão Unlimited. Além de um modo online, de uma interessante opção no modo Versus para quatro jogadores (com dois fazendo parte de cada dupla e os quatro personagens ao mesmo tempo na tela) e do novo Fight Lab, modo no qual o jogador pode customizar um Combot e treinar contra ele, as versões caseiras trariam cinco personagens a mais em relação à versão arcade: Alex, Combot, Forest Law, Prototype Jack e Tiger Jackson. Após o lançamento, dez novos personagens também seriam adicionados aos poucos como downloadable content (DLC): Ancient Ogre (o novo nome de Ogre, já que o Ogre desse jogo era o antigo True Ogre), Angel, Dr. Bosconovich, Kunimitsu, Michelle, Miharu, Sebastian (o mordomo de Lili), Slim Bob (uma versão de Bob magro), Unknown (que já estava presente antes, mas somente como último chefe) e Violet. Uma curiosidade a respeito desses DLC é que eles eram todos gratuitos, e não pagos como de costume. A versão Wii U já vinha com todos os DLC desde o início, e ainda trazia características exclusivas, como roupas para os personagens baseadas em personagens da Nintendo como Mario e Link; um modo de jogo no qual os power ups dos jogos do Mario, como cogumelos que faziam o personagem ficar maior e flores que permitiam que ele lançasse fogo pelas mãos, estavam espalhados pelos cenários, modificando o personagem que primeiro entrasse em contato com eles; e uma nova versão do minigame Tekken Ball, de Tekken 3.

Em fevereiro de 2012, a série voltaria aos portáteis da Nintendo com o lançamento de Tekken 3D: Prime Edition para o Nintendo 3DS. Apesar de trazer os mesmos personagens das versões caseiras de Tekken 6, o jogo teria a mesma história de Tekken Tag Tournament 2 - com Heihachi, inclusive, estando presente em sua versão rejuvenescida. O jogo não trouxe muitas novidades, exceto pelo fato de ser em 3D e de contar com 700 Tekken Cards colecionáveis, que o jogador vai liberando conforme joga.

Em março de 2012 seria lançado Street Fighter X Tekken (pronunciado "Street Fighter cross Tekken", e não "Street Fighter versus Tekken"), jogo criado em parceria com a Capcom que considerava que os personagens de Tekken e Street Fighter viviam no mesmo universo. Não foi a primeira vez que Namco e Capcom fizeram uma parceria desse tipo, já tendo a Namco lançado, em 2005, para o Playstation 2, e exclusivamente no Japão, o RPG Namco X Capcom, que reunia personagens das duas companhias. Lançado pela Capcom e usando o mesmo estilo de gráficos e jogabilidade de Super Street Fighter IV, Street Fighter X Tekken foi o primeiro de dois lançamentos previstos pelo novo contrato de parceria assinado em 2011 pelas duas empresas - embora o segundo, Tekken X Street Fighter, que terá o mesmo estilo de gráficos e jogabilidade de Tekken Tag Tournament 2 e será lançado pela Namco, esteja atualmente indefinidamente suspenso; um dos motivos foi que o jogo estava sendo produzido para Playstation 3 e Xbox 360, mas, após o lançamento do Playstation 4 e do Xbox One, a Namco decidiu que seria mais lógico do ponto de vista financeiro lançar o jogo para esses novos sistemas, o que exigiu uma total reformulação do projeto.

Seja como for, o enredo de Street Fighter X Tekken gira em torno de um misterioso objeto alienígena que cai na Antártida, apelidado Pandora. Embora os cientistas não tenham conseguido determinar seu própósito, ficou claro que pessoas ao redor de Pandora são afetadas por sua energia, se tornando mais violentas e desenvolvendo habilidades de luta sobre-humanas. Isso chamou o interesse tanto da Shadaloo quanto da Mishima Zaibatsu, que prontamente enviaram seus agentes para a Antártida - seguidos de vários outros personagens que querem frustrar seus planos.

As lutas ocorrem em duplas, com o jogador podendo alternar entre os personagens livremente, mas, ao estilo de Tekken Tag Tournament, basta derrotar um dos dois personagens para vencer a luta, não sendo necessário nocautear ambos. As outras características do jogo são baseadas em Super Street Fighter IV, como os super combos, os Ex Attacks e o esquema de seis botões, sendo três de soco e três de chute. Novas técnicas introduzidas no jogo incluem a Switch Cancel, que permite trocar de personagem em meio a um golpe; o Cross Rush, um combo que começa com um personagem e termina com o outro; o Cross Assault, que permite controlar ambos os personagens simultaneamente; e o Cross Arts, que essencialmente é um combo duplo de Marvel vs. Capcom. O Cross Assault e o Cross Arts usam completamente a barra de super, que tem três níveis, enche conforme o personagem é atingido ou atinge o oponente com sucesso, e pode ser usada para Ex Attacks ou Super Arts. Outra novidade é o Pandora Mode, com o qual você pode sacrificar um personagem que esteja com 25% ou menos de sua energia para conferir um bônus no dano, velocidade e resistência do outro. A pegadinha é que você tem um tempo limite para derrotar o oponente após ativar o Pandora Mode, perdendo a luta automaticamente se esse tempo se esgotar.

Mas a maior novidade do jogo se chama Gem System. Após escolher seus personagens, o jogador pode equipar cada um deles com três gemas. Existem quase 100 gemas diferentes (nem todas disponíveis desde o início), cada uma ligada a um de sete campos básicos: ataque, defesa, velocidade, vitalidade, barra de super e assistência. Cada gema é ativada quando o personagem cumpre um certo pré-requisito durante a luta, e produz efeitos durante um tempo pré-determinado - a gema Immense Power, por exemplo, confere um bônus de 10% no dano de todos os ataques do personagem até o fim da luta, e é ativada quando ele é atingido por dois especiais durante a mesma luta. Sendo em tão grande número e de efeitos tão variados, as gemas permitem não só uma customização dos personagens, mas também possibilitam novas formas de vencer lutas difíceis de acordo com sua combinação - lembrando que os personagens controlados pelo computador também terão gemas, o que também contribui para a dificuldade do jogo.

Street Fighter X Tekken não foi lançado para arcades, apenas para Playstation 3, Xbox 360, Windows e Playstation Vita. Ao todo, o jogo conta com 50 personagens à disposição do jogador, sendo 38 desde o início e 12 disponíveis como DLC. Desde o início, pelo lado de Street Fighter, temos Abel, Akuma, Balrog, Cammy, Chun Li, Dhalsim, Guile, Hugo, Ibuki, Juri, Ken, M. Bison, Poison, Rolento, Rufus, Ryu, Sagat, Vega e Zangief; pelo lado de Tekken estão presentes Asuka, Bob, Heihachi, Hwoarang, Jin, Julia, Kazuya, King, Kuma, Law, Lili, Marduk, Nina, Ogre, Paul, Raven, Steve, Xiaoyu e Yoshimitsu. Os DLC de Street Fighter são Blanka, Cody, Dudley, Elena, Guy e Sakura; e os de Tekken são Alisa, Bryan, Christie, Jack-X, Lars e Lei. Na versão Playstation Vita, todos os DLC já estão presentes desde o início; as versões Playstation 3 e Playstation Vita também têm três personagens exclusivos desde o início - Kuro e Toro, os mascotes da Sony japonesa, e Cole MacGrath, do jogo Infamous, sendo que os três não podem ser usados no modo arcade, apenas no versus - e dois que podem ser obtidos através de um DLC gratuito - Pac Man, pilotando um Combot, e Mega Man, que, curiosamente, não é o Megaman tradicional, e sim um novo personagem inspirado na arte da caixa do Megaman original para NES norte-americano, constantemente criticada por ter um personagem parecido, mas bastante diferente, de Megaman. O último chefe é sempre Akuma ou Ogre, lutando sozinho, sendo que qual deles você enfrentará dependerá de certas condições (uma dupla de personagens de Street Fighter sempre enfrentará Ogre, assim como uma dupla que contém Akuma; uma dupla de personagens de Tekken sempre enfrentará Akuma, assim como uma dupla que contém Ogre; nos demais casos, eu acho que é sorteio). Também é interessante notar que os personagens do computador sempre lutam em duplas fixas: Ryu sempre faz dupla com Ken, e Jin sempre faz dupla com Xiaoyu, por exemplo.

O mais recente jogo da série é Tekken Revolution, lançado em junho de 2013. Exclusivo do Playstation 3 e não disponível em mídia física, devendo ser baixado da Playstation Network, Tekken Revolution é o primeiro jogo da série lançado em esquema free-to-play: o jogo é totalmente gratuito, mas vem apenas com alguns personagens e alguns cenários; para adquirir mais personagens e mais cenários, é preciso pagar por eles individualmente.

Tekken Revolution trouxe várias novidades, a maioria delas voltada a jogadores iniciantes - que poderiam pegar a manha do jogo com ele antes de passar para os demais títulos. Dentre elas temos as Special Arts, golpes especiais que deixam o personagem invulnerável enquanto os estiver realizando, e as Critical Arts, especiais que podem causar dano extra aleatoriamente. Mas a maior novidade são os Skill Points, pontos que você vai ganhando conforme luta, e pode usar para aumentar a força (quantidade de dano causado), a vitalidade (tamanho da barra de energia) ou o vigor (chance de causar mais dano com as Critical Arts e com o rage) de seus personagens, customizando-os. O rage, aliás, foi mantido, mas o bound agora só funciona quando partes do cenário são destruídas no processo. Depois de algum tempo, também fica disponível um modo de jogo chamado Mokujin Rush, no qual o jogador pode enfrentar vários Mokujins, Tetsujins e Kinjins em sequência para ganhar Skill Points mais depressa.

Tekken RevolutionTekken Revolution pode ser jogado contra o computador ou online. Para jogar contra o computador, o jogador precisa de Arcade Coins, e, para jogar online, de Battle Coins. Uma Arcade Coin dá direito a uma partida completa do modo arcade (até você zerar ou perder uma luta, não tem continue), e você ganha uma nova a cada hora, sendo que só pode ter duas ao mesmo tempo; já uma Battle Coin dá direito a uma luta online, você ganha uma nova a cada meia hora, e pode ter até cinco ao mesmo tempo. Caso não queira esperar, você pode comprar Premium Coins - com dinheiro de verdade - sendo que uma Premium Coin pode funcionar tanto como Arcade Coin quanto como Battle Coin. Para jogar Mokujin Rush você precisa de um Mokujin Ticket, o qual ganha um toda vez que participa de uma luta online, ganhando ou perdendo. O jogo também premia a regularidade: dependendo da quantidade de dias que você já jogou, você ganha Arcade Coins, Battle Coins, Gift Points (que servem para liberar personagens secretos) e Premium Tickets - sendo que um Premium Ticket também funciona tanto como Arcade Coin quanto como Battle Coin.

No início, apenas oito personagens estão à disposição do jogador: Asuka, Jack-6, Kazuya, King, Lars, Law, Lili e Paul. Vinte outros personagens são "secretos", e podem ser liberados através de Gift Points ou pagando dinheiro de verdade por eles: Alisa, Armor King, Bob, Bryan, Christie, Devil Jin, Dragunov, Feng, Hwoarang, Jaycee, Jin, Jun, Kuma, Kunimitsu, Lee, Leo, Miguel, Nina, Steve e Xiaoyu. Existe também um "personagem supersecreto", por acaso inédito: a vampira Eliza, que pode ser liberada através de Blood Seals, obtidos com a constância de vitórias nos modos arcade e online. Finalmente, seis personagens estão presentes apenas como chefes, não podendo ser selecionados pelo jogador: Heihachi, Jinpachi, Mokujin, Ogre, Tetsujin e Kinjin - uma versão de Mokujin dourada e vestida de rei. Ogre é sempre o último chefe, enquanto os outros cinco atuam como sub-chefes na penúltima luta, sendo selecionados aleatoriamente.

Com tudo isso, só falta uma história. A qual eu não faço a menor ideia se existe, mas, aparentemente, também não importa.

Tekken

Parte 2

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Escrito por em 19.5.14 com 0 comentários

Tekken (I)

Eu nunca fui muito fã de jogos de luta em 3D. Tendo sido criado à base de Street Fighter II e dos jogos da SNK, até me empolguei um pouquinho quando eles foram lançados, mas nenhum nunca me cativou. Para começar porque os primeiros eram muito feios, com cenários pobres e personagens todos quadrados; além disso, inovações como poder atacar o oponente caído, andar para trás e para frente no cenário para escapar de golpes e vencer a luta jogando o oponente para fora da área delimitada mais me irritavam do que agradavam. Como eu "pulei" uma geração de videogames (nunca tive um Playstation 2, Xbox ou GameCube), essa primeira impressão permaneceu durante muito tempo, e até hoje eu tenho uma certa resistência a esse tipo de jogo.

Ultimamente, porém, tenho gostado muito de jogar Tekken Tag Tournament 2, o qual comprei num impulso ao encontrá-lo em promoção, simplesmente porque li que ele trazia todos os lutadores de todos os jogos da série. Muitos dos elementos que eu não gostava nos jogos em 3D ainda estão lá, como os combos esquisitos e os cenários que giram, mas, agora, já estou mais acostumado com eles, principalmente devido a Mortal Kombat Deception, Armageddon e vs. DC Universe, os quais, como bom fã de Mortal Kombat, fiz questão de jogar bastante. Além disso, não posso reclamar dos gráficos, que já são tão bons ou até melhores que os de qualquer jogo da mesma geração. Ainda não estou gostando do jogo o suficiente para incluir Tekken na minha lista de favoritos - até porque, tirando o primeiro, que eu tinha para o Playstation 1, e esse, que eu tenho para o Playstation 3, nunca joguei nenhum dos outros - mas estou empolgado o suficiente para escrever um post sobre Tekken. Que vocês lerão a partir de agora.

TekkenO primeiro Tekken (que significa "punho de ferro" em japonês) está prestes a completar 20 anos (estou ficando velho mesmo), tendo sido lançado para arcades em dezembro de 1994. Produzido pela Namco, a criadora do Pac-Man, era pouco mais que uma tentativa de pegar carona no sucesso de Virtua Fighter, da Sega, primeiro jogo de luta da história a ter gráficos poligonais e cujas lutas aconteciam em um ambiente no qual o jogador podia se mover livremente em qualquer uma das três dimensões - por isso o nome "jogo de luta 3D", adotado na época e usado até hoje, em um sentido muito diferente do usado, por exemplo, para "filmes em 3D". Como costuma acontecer com todas as grandes inovações, Virtua Fighter foi logo declarado "o futuro dos jogos de luta", e praticamente todo mundo quis criar um jogo em 3D o mais rápido possível - especialmente a Namco, que há muito tempo não tinha uma franquia de sucesso.

Para que seu jogo não fosse simplesmente "um monte de gente se bate até que só sobre um de pé" - o que, a bem da verdade, é o enredo de 99% dos jogos de luta - a Namco decidiu criar uma história, ainda que básica, para ele: Heihachi Mishima, presidente da megacorporação Mishima Zaibatsu, está entediado. Considerando a si mesmo o maior lutador do mundo, criador de uma nova forma de caratê a qual batizou de Mishima, ele decide criar um torneio de artes marciais, o Rei do Punho de Ferro, no qual o último oponente será ninguém menos que ele mesmo. Para atrair os melhores lutadores do mundo, Heihachi estipula um prêmio exorbitante: nada menos que um bilhão de dólares para quem conseguir vencê-lo.

Oito lutadores de diferentes partes do mundo se apresentam, cada um, como sempre, com seu próprio objetivo: Kazuya Mishima, filho de Heihachi, que nutre um ódio mortal pelo pai, a ponto de fazer um pacto com o demônio para vencer o torneio e provar que é mais forte que ele, já que desde criança sempre foi visto como fraco, inferior e incapaz de liderar a Mishima Zaibatsu; King, um lutador de luta livre mexicano que usa uma máscara de onça, e quer o dinheiro do prêmio para abrir um orfanato no qual ensinará luta livre aos órfãos; Marshall Law, artista marcial que é uma homenagem dos programadores a Bruce Lee, e que quer o dinheiro do prêmio para abrir seu próprio dojo; Michelle Chang, filha de um chinês com uma índia norte-americana, que busca vingança pela Mishima Zaibatsu ter destruído as terras de sua tribo; Nina Williams, assassina profissional enviada para matar Heihachi; Paul Phoenix, artista marcial norte-americano rival de Kazuya, que deseja provar ser melhor que ele; Yoshimitsu, ninja que entra no torneio para causar uma distração enquanto seu clã rouba o dinheiro do prêmio para distribuir para os pobres; e Jack, androide que serve como guarda-costas de Heihachi e está no torneio para impedir que Kazuya seja bem sucedido.

Heihachi Mishima é o último chefe do jogo, que ainda tem um "sub-chefe" exclusivo para cada lutador - dependendo de qual lutador você escolha, antes de enfrentar Heihachi você terá de enfrentar o sub-chefe, que tem os mesmos golpes que o personagem que você escolheu, mas aparência diferente: Armor King, rival de King; Wang Jinrei, mestre das artes marciais sub-chefe de Marshall Law; Kunimitsu, membro do clã de Yoshimitsu e sub-chefe de Michelle; Anna Williams, irmã de Nina, também assassina e contratada para matá-la; Kuma, urso treinado por Heihachi para matar Paul; Ganryu, lutador desonesto de sumô e sub-chefe de Yoshimitsu; Prototype Jack, um protótipo de Jack; e Lee Chaolan, filho adotivo de Heihachi, que o considera muito melhor do que seu filho legítimo Kazuya, de quem é sub-chefe. Em teoria, os sub-chefes não estão participando do torneio, e sim se metem nele puramente para impedir que seus rivais alcancem Heihachi e o vençam.

Outra inovação de Tekken dizia respeito aos botões: ao invés dos populares soco/chute fraco/forte, a Namco optaria por fazer com que cada um dos botões correspondesse a um dos membros do lutador - havia, portanto, um botão para o braço direito, um para o braço esquerdo, um para a perna direita e um para a perna esquerda. Embora isso tornasse o jogo menos intuitivo - era mais difícil descobrir como se fazia um especial ou combo somente olhando para ele - acabou caindo nas graças dos jogadores por permitir combos mais variados e de aparência mais interessante - afinal, era o jogador que escolhia com qual perna o lutador iria chutar a cada momento, ao invés de simplesmente apertar os botões e assistir a movimentos previamente definidos.

Tekken foi lançado para a placa Namco System 11, criada especialmente para ele e propositalmente baseada no hardware do Playstation - basicamente, uma placa Namco System 11 era um Playstation sem os elementos proprietários da Sony e que rodava jogos armazenados em ROMs ao invés de em CDs. A desvantagem era que, diferentemente de placas como a CPS-2 da Capcom e a MVS da SNK, cada System 11 só funcionava para um único jogo - não era possível substituir as ROMs para trocar o jogo; mas a vantagem, enorme, era que os jogos da System 11 eram absurdamente fáceis de se adaptar para o Playstation, já que o hardware era praticamente o mesmo. Por causa disso, o Playstation foi o único console a ganhar uma versão de Tekken, lançada em março de 1995. Extremamente fiel à versão original dos arcades, a versão Playstation ainda trazia alguns mimos: a possibilidade de se jogar com os sub-chefes, liberados toda vez que um jogador completava o jogo com um dos lutadores "regulares"; a possibilidade de se jogar com Heihachi (cujo último chefe era Kazuya), liberado ao se terminar o jogo sem usar continue; e um novo personagem, Devil Kazuya (que na verdade era Kazuya possuído pelo demônio), liberado ao se vencer um minigame secreto de Galaga (um dos maiores sucessos da Namco).

Tekken seria um dos jogos mais premiados de todos os tempos, fazendo um grande sucesso dentre a crítica e se tornando o primeiro jogo de Playstation a vender mais de um milhão de cópias. E aí o que acontece? Parabéns a quem respondeu "sequência!". Tekken 2 seria lançado em agosto de 1995, mais uma vez para a Namco System 11, o que facilitou sua adaptação para o Playstation, lançada em março de 1996 - o jogo para arcade, aliás, teve duas versões, conhecidas como VER.A e Ver.B, com a Ver.B corrigindo alguns problemas da VER.A e tendo sido lançada depois da versão Playstation.

Após derrotar seu pai no final do torneio anterior, Kazuya se torna o novo presidente da Mishima Zaibatsu, e, possuído pelo demônio, passa a usar a companhia para várias atividades ilegais, como sequestro, extorsão e experiências científicas em animais contrabandeados. Heihachi, porém, não morreu após ser derrotado, e decidiu treinar diariamente para derrotar o filho e retomar o controle de sua empresa. Ao saber disso, e de que vários outros lutadores estariam interessados em derrotá-lo, Kazuya decide criar a segunda edição do torneio Rei do Punho de Ferro, com prêmio de um trilhão de dólares, para atrair seus desafetos e destruí-los de uma vez por todas.

Com a exceção de Jack, todos os personagens do jogo anterior retornam, com os sub-chefes e Heihachi sendo selecionáveis desde o início e Devil Kazuya sendo o último chefe - para que deixassem de ser meras cópias dos lutadores que enfrentavam, aliás, cada subchefe ganhou novos golpes e combos. Aos 16 lutadores antigos se uniriam oito novos: Jack-2, uma versão aprimorada de Jack; Baek Doo San, lutador de taekwondo rival de Marshall Law; Bruce Irwin, lutador de muay que sofre de amnésia e atua como guarda-costas de Kazuya; Lei Wulong, policial lutador de kung fu que investiga as atividades criminosas de Kazuya; Jun Kazama, ativista dos animais que também investiga Kazuya, mas acaba se apaixonando por ele; Roger, um canguru geneticamente modificado lutador de boxe; Alex, um dinossauro ressucitado pela tecnologia da Mishima Zaibatsu; e Angel, a "porção boa" de Kazuya, despertada por seu amor por Jun, que se manifesta para tentar impedir que Devil tome conta do corpo de Kazuya para sempre.

Curiosamente, quando Tekken 2 foi lançado, apenas 10 lutadores estavam à disposição dos jogadores (Heihachi, Jack-2, Jun, King, Law, Lei, Michelle, Nina, Paul e Yoshimitsu); aos poucos, seguindo um timer presente na placa de jogo, os demais iam sendo liberados, até que, no final de 1996, todos os 24 já estavam presentes. Na versão Playstation, os 14 que não estavam dentre os 10 iniciais podiam ser liberados terminando o jogo sob certas condições (sendo dez deles liberados terminando o jogo com cada um dos personagens, exatamente como os sub-chefes do primeiro jogo).

Tekken 2 trazia as mesmas características que fizeram o sucesso do primeiro, como os cenários aparentemente infinitos e um botão para cada braço e cada perna, e ainda adicionou mais algumas, como contra-ataques, combos de arremessos e o fato de que encontrões causam mais ou menos dano de acordo com a distância percorrida pelo personagem antes de realizá-los. A versão Playstation, considerada bem melhor que a dos arcades, além de finais animados para cada personagem, ainda trouxe os modos Survival, no qual a energia do lutador escolhido não recarrega entre uma luta e outra; Time Attack, no qual é o tempo que não retorna ao inicial entre uma luta e outra; e Team Battle, exclusivo para dois jogadores, no qual cada um pode escolher até oito lutadores, sendo que o seguinte só entra na luta após o anterior ser derrotado. A versão Playstation foi mais uma vez um enorme sucesso de crítica e de vendas, consolidando o nome da franquia - que entraria de vez para a história dos jogos de luta com o lançamento seguinte.

Tekken 3Tekken 3, de março de 1997, seria o primeiro jogo lançado para a placa Namco System 12, ainda baseada no hadware do Playstation, mas com melhorias que aumentavam a velocidade de processamento e a capacidade gráfica e sonora. Graças a isso, Tekken 3 tinha gráficos melhores, animações mais fluidas e músicas mais envolventes que seus antecessores, além de várias mudanças na jogabilidade: nos dois primeiros jogos, era muito raro se mover em direção ao fundo ou à frente da tela ("girar o cenário"), com praticamente apenas alguns especiais permitindo que isso fosse feito; em Tekken 3, era possível girar o cenário à vontade, bastando pressionar o direcional para cima ou para baixo de leve - pressionando-o com mais força, o personagem pulava ou se abaixava. Os pulos, aliás, criticados nos jogos anteriores por serem muito altos e longos, foram refeitos, se tornando mais próximos de pulos normais, mas ainda com uma aparência de filmes de artes marciais; isso melhorou os combos aéreos e dificultou as esquivas, já que muitos jogadores apenas pulavam para se esquivar. Finalmente, os sistemas de juggle (jogar um personagem para cima e atingi-lo antes que ele caia), stun (quando o personagem fica "tonto" e incapaz de lutar) e knockdown (quando o personagem é derrubado por um golpe e demora para se levantar) foram totalmente refeitos, visando trazer mais dinamismo e fluidez para as lutas. Essas modificações fariam com que Tekken 3 fosse ainda mais bem sucedido que os dois primeiros, sendo considerado até hoje o melhor da série e um dos melhores jogos de luta de todos os tempos.

No final de Tekken 2, Heihachi derrota Kazuya e assume mais uma vez o controle da Mishima Zaibatsu, decidindo criar uma organização paramilitar, a Tekken Force, dedicada à proteção da companhia e à exploração de locais que possam levar a novas oportunidades de lucro. 15 anos se passam, e a Tekken Force está explorando antigas ruínas no México quando, acidentalmente, liberta Ogre, uma criatura sobrenatural que se autodenomina o deus da guerra. Ogre passa a sequestrar ou matar os principais lutadores envolvidos nos torneios Rei do Punho de Ferro, sem que sua razão para isso fique clara. Ao saber disso, Jun alerta Jin, seu filho com Kazuya, de que ela pode ser um dos alvos, e o instrui a procurar Heihachi caso isso ocorra. Ogre ataca Jun na frente de Jin, que, tomado pelo desespero, toma uma decisão ruim: procurado por Devil, o mesmo demônio que fez um pacto com seu pai, decide aceitar sua oferta, visando poder para derrotar Ogre. Depois do pacto, Jin procura Heihachi, lhe conta sua história e pede para que o avô o ajude a conseguir sua vingança. Heihachi, achando que o menino ainda não está pronto, o treina durante quatro anos, até decidir realizar uma nova edição do Rei do Punho de Ferro, com o objetivo de reunir o maior número de lutadores possível e atrair Ogre para uma luta contra Jin.

Como Tekken 3 é ambientado 19 anos após Tekken 2, apenas seis lutadores dos jogos anteriores participam do torneio: Heihachi, Anna, Nina, Lei, Paul e Yoshimitsu. Dois outros lutadores na teoria são novos, mas na prática são antigos: King, que é o sucessor do King original, e deseja seguir seus passos; e Kuma, que na verdade é filho do Kuma original, e foi geneticamente modificado para ser o guarda-costas de Heihachi. A estes se unem 11 novos, para um total de 19: Jin Kazama, que quer confrontar Ogre e descobrir o paradeiro da mãe, se vingando caso ele a tenha matado; Gun Jack, a nova versão do androide Jack; Bryan Fury, um ciborgue enviado para assassinar o principal cientista da Mishima Zaibatsu, Dr. Bosconovitch; Eddy Gordo, capoeirista que quer se vingar da Mishima Zaibatsu por esta ter destruído a empresa de sua família; Forest Law, filho de Marshall Law, que deseja seguir os passos do pai; Hwoarang, pupilo de Baek Doo San que deseja vingança contra Ogre, que supostamente matou seu mestre; Julia Chang, filha adotiva de Michelle, que acredita que a mãe está viva e quer salvá-la; Ling Xiaoyu, adolescente chinesa que quer o prêmio do torneio para construir um parque de diversões; Panda, o animal de estimação e guarda-costas de Xiaoyu; Tiger Jackson, dançarino apaixonado pelos anos 1970 com uma missão misteriosa; e Mukujin, um boneco de madeira místico capaz de imitar os golpes do lutador que está enfrentando, que voltou à vida junto com Ogre e tem a missão de detê-lo. Ogre é o último chefe e tem duas formas; após derrotá-lo da primeira vez, ainda é preciso vencer True Ogre, uma versão ainda mais poderosa do monstro.

Mais uma vez, apenas 10 lutadores (Eddy, Forest Law, Hwoarang, Jin, King, Lei, Nina, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu) estavam disponíveis desde o início, com os demais sendo liberados ao longo do tempo. Na versão Playstation, todos os lutadores que não estão disponíveis desde o início, - inclusive Ogre e True Ogre - são liberados ao se terminar o jogo cumprindo certas condições. Essa versão também trazia um personagem secreto exclusivo, Gon, um dinossauro que no Japão é estrela de seu próprio mangá; e dois minigames: Tekken Force, jogo no estilo Contra no qual o jogador assumia o papel de um dos mercenários da organização, e Tekken Ball, jogo parecido com vôlei de praia no qual o objetivo era atingir os oponentes com a bola usando a maior força possível. Terminando Tekken Force quatro vezes, era liberado um novo lutador, o Dr. Bosconovitch, o que colocava o total de lutadores presentes na versão Playstation em 23.

Depois de Tekken 3, a Namco decidiu fazer um pequeno desvio antes de dar continuidade à série: na época, já faziam grande sucesso os jogos de luta em dupla, daqueles em que cada jogador escolhe dois lutadores e pode trocar livremente entre eles durante a luta, como em Marvel vs. Capcom. Querendo também pegar uma carona nesse sucesso, a Namco prepararia um upgrade para Tekken 3, o qual chamaria de Tekken Tag Tournament.

Lançado em julho de 1999, Tekken Tag Tournament não faz parte da cronologia oficial, sendo simplesmente uma edição do torneio Rei do Punho de Ferro do qual participam quase todos os personagens dos três primeiros jogos da série. Estão presentes Alex, Angel, Anna, Armor King, Baek, Bruce, Bryan, Devil Kazuya, Eddy, Forest Law, Ganryu, Gun Jack, Heihachi, Hwoarang, Jack-2, Jin, Julia, Jun, Kazuya, King, Kuma, Kunimitsu, Lee, Lei, Michelle, Mokujin, Nina, Ogre, Panda, Paul, Prototype Jack, Roger, Tiger Jackson, True Ogre, Wang, Xiaoyu e Yoshimitsu - os únicos que ficaram de fora foram Jack, Marshall Law, Dr. Bosconovitch e Gon. Todos os lutadores que não estavam presentes em Tekken 3 ganharam novos golpes e combos - além de novos gráficos - para que o jogo ficasse mais equilibrado. Tekken Tag Tournament contava ainda com dois personagens novos, Tetsujin, uma versão metálica de Mokujin, e Unknown, uma misteriosa mulher possuída pelo Espírito da Floresta, e que é a última chefe do jogo.

Sendo originalmente um upgrade, Tekken Tag Tournament possui todas as características de Tekken 3, sendo a única - e maior - inovação o fato de que o jogador escolhe dois personagens ao invés de um, e também enfrenta os oponentes, exceto Unknown, dois a dois. Diferentemente do que ocorre em Marvel vs. Capcom, não é necessário nocautear ambos os lutadores de uma dupla para vencer a luta, bastando que um deles fique totalmente sem energia, o que requer um melhor gerenciamento de seus personagens, já que essa regra também se aplica à dupla do jogador. Como é tradicional, a energia do lutador que está de fora da luta recarrega lentamente, e, como novidade, se ela estiver piscando e você trocar de lutador, o que entrou ganhará um bônus no dano dos ataques.

Tekken Tag Tournament seria lançado também para o Playstation 2 - e não para o Playstation, como ditaria a lógica. Pelas características da placa, seria bem mais fácil fazer uma versão para Playstation, mas, após o anúncio de que o lançamento do Playstation 2 seria em março de 2000, a Namco optaria por refazer o jogo para lançá-lo como um dos primeiros títulos para o novo console - estratégia que acabaria se mostrando correta, com boas vendas e críticas positivas. A versão Playstation 2 traria novos gráficos, novos finais, movimentos mais fluidos e três novos modos de jogo, o 1-on-1, no qual cada jogador só escolhe um personagem, como nos três primeiros jogos; o Team Battle, exclusivo para dois jogadores, no qual cada um escolhe até oito personagens, e o seguinte entra na luta quando o anterior é derrotado; e o curioso Tekken Bowl, um jogo de boliche no qual cada personagem possui uma habilidade própria, derivada das características que apresenta no jogo de luta.

Tekken Tag Tournament acabaria também ganhando uma terceira versão, remasterizada em HD e lançada para Playstation 3 em 2011 com o nome de Tekken Hybrid, em um disco que também incluía um preview de Tekken Tag Tournament 2 e o filme de animação Tekken: Blood Vengeance.

Em 2001, a Namco lançaria mais um jogo da série que não seguia a cronologia original, Tekken Advance, lançado para o Game Boy Advance - o que fez dele o primeiro jogo da série a não ser lançado para um console da Sony. Ambientado imediatamente após os eventos de Tekken 3, Tekken Advance traz nove lutadores (Forest Law, Gun Jack, Hwoarang, Jin, King, Nina, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu) e tem como chefe Heihachi, que pode ser liberado. O jogo usa sprites ao invés de gráficos poligonais, mas tem uma "ilusão de tridimensionalidade", já que permite girar o cenário de forma limitada. Sendo bem mais simples que os demais jogos da série (só tem um botão de soco e um de chute, por exemplo), Tekken Advance dividiu a crítica, com alguns considerando que era um bom jogo, dadas as limitações do Game Boy Advance, e outros achando-o sem charme e pouco divertido.

2001 também seria o ano do prosseguimento da série, com o lançamento de Tekken 4. Dois anos após os eventos de Tekken 3, os cientistas da Mishima Zaibatsu trabalham tentando mesclar o DNA de Ogre ao de Heihachi, para torná-lo imortal. Quando várias tentativas falham, eles chegam à conclusão de que o motivo é que Heihachi não possui o "gene do demônio", presente em seu filho e seu neto. Como Kazuya aparentemente morreu após os eventos de Tekken 2, Heihachi parte em busca de Jin, que, desgostoso com sua família, decide se isolar do mundo. Enquanto procura Jin, Heihachi descobre que Kazuya não morreu, mas estava sendo mantido em animação suspensa por uma corporação rival, a G Corporation, e agora despertou, sedento de vingança. Para atrair Kazuya e Jin, e extrair deles o gene de que precisa, Heihachi decide criar uma nova edição do Rei do Punho de Ferro, dessa vez com o prêmio mais ambicioso de todos: nada menos que a presidência da Mishima Zaibatsu.

Tekken 4Tekken 4 seria o primeiro jogo lançado para a placa Namco System 246, que usava o mesmo hardware do Playstation 2, e acabaria sendo licenciada pela Namco para outras produtoras, como a Taito, a Banpresto e até mesmo a Capcom (que lançou seu Capcom Fighting Jam para ela). O jogo trazia evidentes avanços gráficos, como superfícies mais uniformes e iluminação mais realística, mas a principal inovação estava na presença de inúmeros objetos nos cenários, como carros, grades e até mesmo muros - tradicionalmente, os cenários dos jogos da série eram praticamente infinitos, mas "pelados", sem nada a não ser os objetos de fundo, como árvores, prédios e montanhas. Esses novos objetos foram todos inseridos pensando na interação, permitindo que os jogadores os usassem como parte de combos ou até de esquivas - tomando impulso sobre um carro para aplicar uma voadora ou em uma parede para escapar de um golpe, por exemplo. Os objetos também faziam com que cada cenário tivesse um tamanho diferente, obrigando o jogador a mudar sua estratégia não somente de acordo com qual oponente iria enfrentar, mas com o local onde a luta aconteceria. A mecânica dos saltos também foi alterada, privilegiando saltos para a frente em detrimento aos para trás e diretamente para cima, e, antes de cada luta começar (antes do anúncio de "Fight"), os personagens podiam se mover livremente pelo cenário.

Dos personagens antigos estão de volta Bryan, Eddy, Heihachi, Hwoarang, Jin, Julia, Kazuya, King, Kuma, Lee, Lei, Marshall Law, Nina, Panda, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu. Dentre os novos temos Christie Monteiro, capoeirista brasileira que procura por seu amigo e professor Eddy, dado como desaparecido após o terceiro torneio; Combot, um robô de treinamento capaz de imitar os golpes de qualquer lutador que esteja enfrentando; Craig Marduk, lutador desonesto de vale tudo contra o qual King deseja vingança pela morte de seu mentor; Miharu Hirano, melhor amiga de Xiaoyu e aluna da Escola Politécnica Mishima; Steve Fox, boxeador com amnésia que busca descobrir seu passado; e Violet, professor de luta que deseja vencer na vida sem fazer força. Assim como os sub-chefes do primeiro jogo, Eddy, Miharu, Panda e Violet são versões com outra aparência - tendo os mesmos golpes e animações - de Christie, Xiaoyu, Kuma e Lee, respectivamente. Heihachi é o último chefe menos para ele mesmo, que enfrenta Kazuya; para Kazuya e Hwoarang, que enfrentam Jin; e para Lee, que enfrenta Combot.

Apenas Christie, Hwoarang, Kazuya, King, Marduk, Marshall Law, Paul, Steve Fox, Xiaoyu e Yoshimitsu estão disponíveis desde o começo, devendo os demais ser liberados - nos arcades, ao longo do tempo; na versão Playstation 2, lançada em 2002, ao terminar o jogo cumprindo certas condições. A versão Playstation 2 também traz um novo minigame de Tekken Force, no qual o jogador assume o papel de um membro renegado da organização, que tem de derrotar seus superiores se quiser sair dela com vida.

E por hoje é só. Semana que vem, mais Rei do Punho de Ferro!

Tekken

Parte 1

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