domingo, 10 de dezembro de 2023

Escrito por em 10.12.23 com 0 comentários

Conan (III)

Mês passado eu falei sobre Conan nos filmes, hoje vou falar sobre Conan nos quadrinhos. Hoje, de novo, é dia de Conan no átomo! Por Crom!

A história de Conan nos quadrinhos começa em 1969, mais de 30 anos após a morte de seu criador, Robert E. Howard. Na época, tanto a Marvel quanto a DC publicavam, além de quadrinhos estrelados por seus próprios personagens, os chamados quadrinhos licenciados, adaptações para os quadrinhos de histórias de personagens famosos da literatura, da TV e do cinema. No caso específico da Marvel, todos os anos a redação era inundada de cartas que pediam que a editora licenciasse obras como O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, ou Tarzan, de Edgar Rice Burroughs, mas, ainda não tendo completado uma década de vida, a Marvel simplesmente não tinha dinheiro suficiente para pagar pelas licenças. Mais do que todas essas cartas, porém, a redação da Marvel recebia centenas que pediam que ela licenciasse "algum herói de espada e magia", estilo que estava passando por uma gigantesca onda de popularidade no final dos anos 1960. Stan Lee, então o editor executivo da Marvel, não conhecia nenhum herói de espada e magia, mas, fiel à sua crença de que os verdadeiros editores da Marvel eram os leitores, e que, se eles quisessem alguma coisa, ele deveria pelo menos tentar oferecê-la a eles, decidiria chamar um de seus roteiristas e conversar com ele sobre qual herói eles deveriam licenciar.

O roteirista escolhido para a conversa seria Roy Thomas, na época responsável pela revista dos Vingadores, para quem Stan Lee repassou as cartas com as exigências. Por acaso, três anos antes, Thomas havia comprado uma edição de Conan the Adventurer, coletânea de várias histórias de Conan escritas por Howard - embora ele mesmo tenha confessado que comprou o livro mais pela capa de Frank Frazetta, não tendo nenhum conhecimento prévio de Conan - o qual decidiu ler após ser incumbido da tarefa. Thomas adorou as histórias e achou que Conan seria o personagem ideal para o licenciamento, mas não o ofereceu diretamente para Stan Lee devido a um pensamento equivocado: no final dos anos 1960, graças aos livros da Lancer Books, Conan já era o mais popular personagem de espada e magia da literatura, e Thomas achou que, por causa disso, ele seria muito caro. De fato, após entregar várias opções para Stan Lee, este lhe pediria para que escrevesse um memorando para o então editor-chefe da Marvel, Martin Goodman, explicando o que os dois pretendiam fazer e pedindo dinheiro para a empreitada. Goodman autorizaria, e estipularia o pagamento de 150 dólares mensais pelo licenciamento - que, se vocês estiverem achando que "na época, era uma fortuna", não era não, era pouco mesmo, ou pelo menos bem menos do que Thomas esperava poder oferecer.

O personagem preferido de Stan Lee para o licenciamento era Thongor, bárbaro que vivia em uma espécie de mundo pré-histórico criado pelo escritor Lin Carter - que também viria a escrever algumas histórias de Conan ao longo de sua carreira. A razão pela qual Thongor era o preferido foi que Stan Lee gostou mais do nome, achando que ficaria bonito no título de uma revista; Thomas entrou em contato com o agente de Carter, que compreensivelmente pediu por mais que 150 dólares, ou pelo menos por uma porcentagem das vendas, algo com o que Thomas sabia que Goodman jamais concordaria. As negociações se estenderiam durante semanas, até que um dia o agente diria que ligaria de volta, e não ligaria nunca mais.

O segundo preferido de Stan Lee era outro herói criado por Howard, Kull, e mais uma vez por motivos estéticos, já que ele achava que, nos títulos das revistas, nomes com K se destacavam mais que nomes com C. Thomas acreditava que os direitos sobre Conan e Kull pertenciam a L. Sprague de Camp, que passou a escrever as histórias de Conan após a morte de Howard, e estava evitando ligar para seu agente achando que ocorreria o mesmo que ocorreu com o de Carter. Enquanto esperava a resposta do agente de Carter, entretanto, Thomas estava lendo Conan the Cimmerian quando viu que, ao final da introdução, havia o endereço do responsável pelas obras de Howard após seu falecimento, o advogado Glen Lord. Thomas decidiria enviar uma carta para Lord sobre o licenciamento não de Kull, mas de Conan - que, afinal, era o preferido do roteirista - perguntando o que ele acharia de licenciar o personagem para a Marvel por 200 dólares mensais. Pois é, não somente Thomas não negociaria o personagem que Stan Lee queria, como também ofereceria mais dinheiro do que Goodman havia autorizado. Para sua surpresa, Lord aceitaria a oferta sem negociar: uma semana depois de Thomas colocar a carta para Lord no correio, ele receberia uma carta do advogado pedindo que eles enviassem o contrato.

Thomas, então, se veria numa saia justa, não tanto por ter conseguido os direitos de Conan, já que o objetivo era licenciar um herói de espada e magia, e Conan era o primeiro e mais famoso deles, mas porque teria de convencer Goodman a aumentar o valor pago pelo licenciamento. Thomas, então, decidiria ele mesmo escrever uns dois ou três roteiros para histórias de Conan, porque, se Goodman chiasse, ele poderia convencê-lo dizendo que escreveria os roteiros de graça - a política da Marvel era entregar os títulos licenciados para roteiristas iniciantes, e o próximo da fila era Gerry Conway, mas isso significaria que Goodman teria que pagar Conway, o que o deixaria ainda mais irado. No fim, talvez porque Conan realmente era um personagem famoso, pelo qual eles não esperavam conseguir os direitos, Goodman não obrigaria Thomas a escrever de graça, aceitando pagá-lo por seus roteiros e pagar os 200 dólares de licenciamento - mas exigiria um desenhista barato, para compensar o gasto extra no licenciamento.

Quando Stan Lee anunciou que a Marvel havia conseguido os direitos de Conan, todos já sabiam quem seria o desenhista: John Buscema, que odiava desenhar super-heróis, mas adorava desenhar bárbaros, vikings, feiticeiros e mulheres em poses sensuais. Quando ainda estava negociando os direitos de um heróis de espada e magia, Thomas emprestaria um dos livros de Conan para Buscema, que o devolveria dizendo que esse era o tipo de coisa que ele mais gostava de desenhar. A decisão de Goodman por um desenhista barato, entretanto, jogou um balde de água fria na empolgação de Big John, como o desenhista era conhecido, já que ele era simplesmente o mais caro de todos os que trabalhavam para a Marvel na época - e a segunda opção de Stan Lee, Gil Kane, também seria considerado muito caro e vetado. Stan Lee, então, sugeriria alguns desenhistas para Thomas, como Don Heck e Dick Ayers, mas daria carta branca para o roteirista escolher quem ele quisesse, desde que ficasse dentro do orçamento.

Thomas acabaria optando por Barry Windsor-Smith, que na época assinava apenas Barry Smith, então um jovem desenhista inglês que havia feito alguns trabalhos como freelancer para a Marvel antes de ser deportado para a Inglaterra devido a problemas com seus documentos de imigração. Thomas gostava do estilo de Smith e achava que uma história de espada e magia em seu traço ficaria muito melhor que nos de Ayers ou Heck, mais acostumados com o estilo dos super-heróis; além disso, sendo iniciante e freelancer, Smith seria o mais barato que eles iriam conseguir, com a única desvantagem sendo que ele teria de fazer os desenhos lá na Inglaterra e então enviá-los pelos correios. Mesmo com esse empecilho, tanto Stan Lee quanto Martin Goodman aprovariam a escolha, e Smith seria contratado como o desenhista oficial da revista. No início das aventuras Marvel de Conan, o bárbaro tem por volta de 17 anos; Smith o faria mais magro e com uma expressão mais deslumbrada que o brutamontes normalmente desenhado por Frazetta, que calçava sandálias, usava um capacete com chifres e trazia no pescoço um colar típico de sua Ciméria natal, o que causaria estranhamento em quem já estava acostumado com o Conan dos livros, mas os planos de fundo detalhados e as expressões faciais realísticas do desenhista logo conquistariam o público, com muitas cartas considerando-o o desenhista ideal para Conan.

Com um roteirista (Thomas) e um desenhista (Smith) contratados, a revista precisava de um título. Na época, era comum que os livros que traziam republicações das histórias de Howard se chamassem "Conan, o alguma coisa", como Conan the Conqueror ("Conan, o Conquistador"), Conan the Adventurer ("Conan, o Aventureiro") ou Conan the Warrior ("Conan, o Guerreiro"), com o "apelido oficial" do personagem entre os fãs sendo "Conan, o Bárbaro", nome que só havia sido usado para um livro uma vez, publicado pela Gnome Press em 1954 e há mais de dez anos fora de catálogo. Thomas checaria, e descobriria que a Marvel não teria nenhum problema com direitos de qualquer natureza se decidisse lançar uma revista com esse nome; ele o sugeriria a Stan Lee, que o aceitaria, e a revista, oficialmente, ganharia o nome de Conan the Barbarian.

A primeira edição de Conan the Barbarian seria publicada em outubro de 1970. Assim como muitas revistas da Marvel na época, ela era bimestral; também como era comum na época, os números das vendas demoravam para serem recebidos pela editora, e, quando eles chegaram, já estava indo para a gráfica a edição 4. Os números seriam fenomenais, e Stan Lee determinaria que a revista passaria a ser mensal; as vendas das edições 2, 3 e 4, porém, não seriam tão bons, e ele decidiria cancelar a revista no número 7. Thomas o convenceria a não cancelar, e se mostraria certo: apesar de alguns percalços, como pular um mês entre a edição 14 e a 15 e precisar republicar histórias antigas em algumas edições para as quais a arte não ficaria pronta a tempo, Conan the Barbarian seria uma das revistas de maior vendagem da Marvel nos anos 1970, dando origem a uma ampla gama de produtos licenciados e apresentando Conan a toda uma nova geração de leitores.

O sucesso de Conan levaria a Marvel a licenciar mais personagens de Howard, como Kull e Solomon Kane, que também ganhariam suas próprias revistas. Até mesmo Carter decidiria procurar a Marvel e licenciar Thongor, que ganharia algumas histórias na revista Tower of Shadows; Elric de Melniboné, famoso personagem de fantasia do escritor Michael Moorcock, também seria licenciado, mas não ganharia histórias próprias, apenas fazendo uma participação especial em uma história publicada em duas partes nas edições 14 e 15 (em março e maio de 1972) de Conan the Barbarian. Red Sonja, personagem criada por Thomas inspirada em Sonya de Rogatino, personagem criada por Howard para uma história que não era de espada e magia, estrearia na edição 23, de fevereiro de 1973, de Conan the Barbarian, mas faria tanto sucesso que ganharia suas próprias histórias, primeiro na Marvel Feature, e a partir de 1975 em sua própria revista, sendo hoje uma das personagens mais famosas dos quadrinhos. Até mesmo a DC tentou pegar carona nesse sucesso, inventando o personagem Garra, praticamente uma cópia de Conan com uma mão amaldiçoada, que seria publicado na revista Claw the Unconquered entre 1975 e 1978.

Conforme previsto no contrato assinado com Lord, inicialmente Thomas só poderia escrever histórias originais, mas o sucesso da revista logo garantiria que ele conseguisse um novo contrato para adaptar as histórias de Conan escritas por Howard; versões subsequentes do contrato expandiriam essas adaptações para histórias de Howard que não fossem de Conan (substituindo o protagonista por Conan e fazendo as alterações necessárias) e, mais tarde, para histórias de Conan escritas por de Camp e Carter. As cartas recebidas pela Marvel mostrariam que o público ficaria dividido em relação às adaptações, com parte preferindo as histórias originais, mas a maioria dos que conheciam as histórias de Howard preferindo que elas fossem adaptadas.

Smith seria o desenhista da série até a edição 24, exceto nas edições 17 e 18, ilustradas por Gil Kane. Na verdade, Smith havia decidido sair após a 15, mas Thomas daria um jeito para que a 16 também tivesse sua arte; a reação dos leitores à mudança para Kane seria mista, mas tendendo para o negativo, e o próprio desenhista decidiria fazer não mais que duas edições, o que acabaria convencendo Smith a voltar - mas ele ficaria irredutível quanto a sair após a 24, de março de 1973. Na época, John Buscema estava disponível, e seu salário já não era mais um entrave, já que a revista estava fazendo um enorme sucesso, o que fez com que Thomas não pensasse duas vezes antes de chamá-lo. Big John desenharia nada menos que 148 edições, a maior parte delas com arte final de Ernie Chan; a arte dos dois se pareceria mais com o Conan das pinturas de Frazetta, um bárbaro extremamente musculoso, de longos cabelos pretos, vestindo apenas uma tanga e botas. Eventualmente, devido a estar trabalhando em outras revistas, Big John não poderia se comprometer com alguma das edições de Conan the Barbarian; artistas que foram convidados quando isso aconteceu incluíam seu irmão Sal Buscema, Neal Adams, Rich Buckler, Mike Ploog, Jim Starlin, Gary Kwapisz, Bob Camp, Dave Simons e Howard Chaykin, que desenhou da edição 77 à 83.

Já Thomas seria o único roteirista até a edição 115, lançada em outubro de 1980, comemorativa de dez anos da revista. Tendo começado quase que por acidente, para que a Marvel pudesse economizar dinheiro, Thomas logo se veria completamente apaixonado por Conan, e traçaria um plano ambicioso, adaptando as histórias de Howard, de Camp e Carter em ordem cronológica, enquanto Conan envelhecia progressivamente - pelas contas de Thomas, um ano para cada dois ou três anos da revista, o que significava que ele tinha pouco mais de 20 anos quando a revista completou 10. No início de 1980, entretanto, Thomas estava insatisfeito com algumas políticas da Marvel e receberia uma proposta irrecusável da DC, o que faria com que ele tivesse de deixar o projeto nas mãos de outro. Ele ainda adiaria sua saída precisamente até a edição de aniversário, amarrando quantas pontas soltas conseguisse.

Thomas seria substituído por J.M. DeMatteis, na época um jovem escritor cujos principais trabalhos haviam sido histórias de terror para a DC, que ficou extremamente surpreso com o convite. DeMatteis preferiria investir em roteiros originais, não adaptando nenhuma história já existente de Conan, o que dividiu opiniões - muitas cartas elogiavam o "sangue novo" e as histórias originais, mas igual parte criticava a nova direção que a revista estava tomando. Dentre os insatisfeitos estava Buscema, que não achava o Conan de DeMatteis tão interessante quanto o de Thomas, e pediria para deixar a revista na edição 126, de setembro de 1981, sendo substituído por Kane na 127. O próprio DeMatteis só ficaria na revista até a 130, de janeiro de 1982; também escrevendo os roteiros de Marvel Team Up, The Defenders e Captain America, ele se sentiria com excesso de trabalho e pediria para sair.

Com a saída de DeMatteis, assumiria como roteirista Bruce Jones, então roteirista de Ka-Zar the Savage; chamado por muitos de "o Tarzan da Marvel", Ka-Zar era um personagem da Era de Ouro que foi reformulado na década de 1960 para ser um personagem coadjuvante dos X-Men, em suas histórias ambientadas na Terra Selvagem, e que também havia ganhado revista própria de carona no sucesso de Conan. Assim como DeMatteis, Jones teria carreira curta na Conan the Barbarian, ficando apenas até a edição 149, de agosto de 1983, quando decidiria sair para se dedicar à sua própria empresa, a Bruce Jones Associates, ligada à editora Pacific Comics. Enquanto Jones foi roteirista, três edições teriam autores convidados: Steven Grant escreveria a 135, Alan Zelenetz a 145, e Mary Jo Duffy a 146. Na arte, Kane deixaria a revista na edição 134, com Marc Silvestri fazendo a 135, Alfredo Alcalá a 137, Val Mayerik a 138 e a 139, e Big John Buscema, após fazer a 136, retornando na 140 para ficar até a 190, de janeiro de 1987.

No lugar de Jones, entraria Michael Fleischer, que tinha feito grande sucesso na DC escrevendo histórias do Espectro e de Jonah Hex, além de criar a origem do vilão Pinguim. Fleischer escreveria da edição 150 à 171, de junho de 1985, exceto pela 164 (escrita por "Larry Yakata", provavelmente um pseudônimo de Christopher Priest), e sairia para escrever para a revista em quadrinhos britânica 2000 A.D.; ele retornaria em 1989 para escrever duas edições, a 223 e a 225. Priest, que na época assinava Jim Owlsley, assumiria na edição 172 e ficaria até a 213, de dezembro de 1988, nesse período apenas não escrevendo a 186, por Don Kraar. Com a saída de Buscema na 190, Geof Isherwood assumiria na 191, ficando até a 216, com Val Semekis sendo responsável pela arte até a 220, e vários desenhistas, que incluíram Kwapisz, Alcalá, Geoff Senior, Jose Delbo, Dwayne Turner, Frank Springer, Ron Lim, Rodney Ramos, Gary Hartle, Ricardo Villagrán, Sandy Plunkett, Dave Hoover, E.R. Cruz e John Watkiss se revezando até Mike Docherty assumir na 248 e ficar na série até o final.

As histórias de Fleischer foram extremamente elogiadas, enquanto as de Owlsley dividiram os leitores, mas a verdade é que, na década de 1980, histórias em quadrinhos de espada e magia já não tinham o mesmo apelo que na década anterior, então as vendas de Conan the Barbarian caíam ano após ano. Owlsley seria substituído por Chales Santino, que ficaria apenas por sete edições. Larry Hama, Don Perlin e Fleischer fariam as cinco seguintes, até Gerry Conway assumir na 226, de dezembro de 1989, ficando por mais seis. Michael Higgins assumiria na 232, mas só ficaria um ano, até a 239, de dezembro de 1990. Então, surpreendentemente, Thomas retornaria, na 240, com uma estratégia ousada: tudo o que vimos entre a 116 e a 239 foram "suposições", histórias ambientadas em universos paralelos ou exercícios de imaginação sobre como poderia ter sido a vida de Conan, com a carreira do cimério sendo retomada de onde havia parado quando Thomas saiu. Isso garantiu uma sobrevida à revista, com as vendas aumentando ligeiramente, mas, mesmo assim, a Marvel decidiria cancelar a revista em dezembro de 1993, no número 275.

Além das 275 edições mensais, Conan the Barbarian teve 12 edições anuais, a primeira, de 1973, trazendo republicações das melhores histórias, e as demais, lançadas uma por ano entre 1976 e 1987 (exceto em 1980), trazendo histórias inéditas. Em 1974 e 1975 também seriam lançadas cinco edições de Giant-Size Conan the Barbarian, que se propunham a adaptar a história de A Hora do Dragão, único livro de Conan escrito por Howard (as demais histórias eram curtas e publicadas em revistas, como era comum na época), mas que acabou ficando sem final, já que a revista, de 68 páginas por edição, era considerada muito cara e foi cancelada antes de a história acabar. Conan também seria o astro de sete edições da revista Marvel Graphic Novel (19, 28, 42, 53, 59, 69 e 73), de quatro da Marvel Comics Super Special (2, 9, 21 e 35, as duas últimas adaptando para os quadrinhos os filmes Conan, o Bárbaro e Conan, o Destruidor) e de quatro edições da What If...? (a 13, de fevereiro de 1979, "o que aconteceria se Conan, o Bárbaro, andasse sobre a Terra hoje?", a 39, de junho de 1983, "o que aconteceria se Thor lutasse contra Conan, o Bárbaro?", a 43, de fevereiro de 1984, "o que aconteceria se Conan, o Bárbaro, ficasse preso no século XX?", que era uma nova versão para a história da 13, e a 16 da segunda série, de agosto de 1990, "o que aconteceria se Conan, o Bárbaro, enfrentasse Wolverine?"), além de estrelar a edição 31 da Power Records, uma série na qual cada revista vinha com um disquinho de vinil com as histórias sendo narradas e encenadas. "Moanin the Bavarian" (algo como "Gemedor, o Bávaro"), uma paródia de Conan, seria o astro da What the--? número 12, de maio de 1991.

Uma das reclamações que a Marvel mais recebia por carta era que as histórias de Conan the Barbarian não eram tão violentas, sangrentas ou cheias de mulheres seminuas quanto as escritas por Howard; a razão para isso era que, na época, existia o Comics Code Authority, órgão que impunha censura aos quadrinhos, avaliando previamente as histórias e determinando mudanças - se a editora não fizesse as mudanças pedidas pela CCA, a revista ainda podia ser publicada, mas sem o selo da organização na capa, o que era tipo uma sentença de morte, já que o selo era a primeira coisa que os pais olhavam quando uma criança estava lendo uma revista. Para tentar agradar aos leitores que queriam um Conan mais fiel sem desrespeitar a CCA, Stan Lee decidiria lançar uma nova revista, chamada Savage Tales; para que ela não precisasse se submeter ao CCA, deveria ser "voltada para adultos", o que significava que ela tinha de ser em formato magazine (do tamanho de uma revista "normal", não de uma revista em quadrinhos), ter a maioria das ilustrações em preto e branco, e trazer, além de quadrinhos, artigos e crônicas. A Savage Tales seria a segunda tentativa da Marvel no mundo dos "quadrinhos adultos", com a primeira, The Sensational Spider-Man, tendo sido cancelada após apenas duas edições lançadas em 1968.

A ideia original de Stan Lee era que a Savage Tales não fosse uma revista de espada e magia, trazendo também histórias de terror, ficção científica e blaxploitation; além de uma história de Conan com roteiro de Thomas e arte de Smith, a primeira edição, lançada em maio de 1971, trouxe uma história de Ka-Zar, a estreia do Homem-Coisa, e histórias estreladas pelas Femizons e pelo herói afro-americano Joshua, que jamais voltariam a dar as caras. Desde o início, Goodman seria contra o projeto, com Stan Lee decidindo bancá-lo, recebendo autorização com a condição de que o segundo número só seria produzido após chegarem as vendas do primeiro. As vendas foram até razoáveis, mas não o sucesso que Stan Lee esperava, o que deu a Goodman a desculpa para cancelar a revista após apenas uma edição.

Em 1973, porém, Goodman havia deixado o cargo de editor-chefe da Marvel, sendo substituído justamente por Stan Lee, que decidiria dar mais uma chance à revista, produzindo sua segunda edição. Com o título de Savage Tales featuring Conan the Barbarian, o número 2 seria lançado em outubro de 1973, e traria apenas histórias de espada e magia, estreladas por Conan, Kull e o bárbaro Brak, herói de romances escritos por John Jakes. Mais uma vez, Stan Lee esperaria os números das vendas chegarem antes de decidir pela continuidade da revista; dessa vez, entretanto, eles seriam excelentes, e a Savage Tales número 3 seria lançada em fevereiro de 1974, com a revista se tornando regular e bimestral em maio. Conan, porém, só estaria presente até a edição 5; a partir da 6, a revista seria renomeada para Savage Tales featuring Ka-Zar, Lord of the Hidden Jungle, e voltaria a ter histórias de terror e ficção científica. As vendas cairiam, e ela seria cancelada no número 11, de julho de 1975.

Stan Lee não tiraria Conan da Savage Tales por ter ficado maluco, mas porque queria aproveitar a popularidade do bárbaro para lançar uma segunda revista adulta. Com o nome de The Savage Sword of Conan the Barbarian (A Espada Selvagem de Conan, o Bárbaro, no Brasil), ela assumiria o posto de revista dedicada a espada e magia, para que a Savage Tales pudesse retornar às suas origens. Além de histórias de Conan, artigos e crônicas sobre Howard e a Era Hiboriana, a Savage Sword of Conan também traria histórias estreladas por Kull e Red Sonja. A primeira edição seria lançada em agosto de 1974 (um mês depois da Savage Tales número 5), e a princípio a revista seria bimestral, se tornando mensal na edição 19, em junho de 1977. A revista faria um enorme sucesso, e motivaria a Marvel a lançar mais revistas adultas, como The Deadly Hands of Kung Fu, Crazy, Epic Comics e The Rampaging Hulk.

Ao todo, The Savage Sword of Conan teria 235 edições, a última publicada em julho de 1995, mais uma anual, lançada em 1975, que trazia republicações das melhores histórias. Thomas seria o roteirista principal até a edição 60, última produzida antes de ele trocar a Marvel pela DC; outros roteiristas incluiriam Jones, Fleischer, Zelenetz, Owlsley, Chris Claremont, Don Kraar e Chuck Dixon. Os desenhistas incluíam Smith, os dois Buscema, Kane, Adams, Starlin, Mayerik, Kwapisz, Ernie Chan, Alcalá, Docherty, Mary Wilshire, Al Milgrom, Dick Giordano, Pablo Marcos, Armando Gil, Frank Brunner, Mark Vosburg, Rudy Nebres e Esteban Maroto. Vale dizer que, diferentemente do que ocorria na Conan the Barbarian, em The Savage Sword of Conan as histórias não seguiam uma ordem cronológica; assim como as histórias escritas por Howard, elas iam e voltavam na vida do cimério, cada uma focando em um diferente ponto de sua carreira como ladrão, pirata, soldado, líder de um grupo de nômades do deserto foras da lei e Rei da Aquilônia. A maioria das histórias era inédita, mas algumas eram adaptações das obras de Howard que ainda estavam muito a frente na cronologia para aparecer na Conan the Barbarian tão cedo. Após o cancelamento de Conan the Barbarian, Thomas voltaria a ser o roteirista principal da Savage Sword of Conan, na qual concluiria a história que ficaria em aberto com o cancelamento da outra revista.

Falando nisso, quando a Conan the Barbarian Annual passou a publicar histórias inéditas, Thomas optaria por explorar a parte da vida de Conan após ele se tornar Rei da Aquilônia. Essas histórias fariam sucesso, e a Marvel decidiria lançar uma terceira revista, chamada King Conan, em março de 1980. Thomas seria o roteirista até a edição 8, de dezembro de 1981; ele sairia da Marvel um ano antes, mas deixaria as edições prontas porque, inicialmente, a revista seria bimestral, mas depois foi mudada para trimestral. Doug Moench assumiria após a saída de Thomas, com Marc Silvestri assumindo na edição 16, Zelenetz na 21, Kraar na 29, e Madeleine Blaustein na 46. John Buscema seria o desenhista até a 15, com Silvestri assumindo na 16, Docherty na 31, e Fraja Bator na 46; algumas edições teriam arte de Michael Wim Kaluta, Isherwood, Simons, Wilshire, Armando Gil, Judith Hunt e Ron Wagner. A revista passaria a ser bimestral na edição 9, e na edição 20 mudaria de nome para Conan the King, mantendo a numeração. Ela seria cancelada na edição 55, de novembro de 1989,  que faria com que a última das três revistas regulares de Conan a ser lançada se tornasse a primeira a ser cancelada.

Em maio de 1987, a Marvel lançaria Conan Saga, revista mensal que não trazia histórias inéditas, mas republicações de histórias da Conan the Barbarian, The Savage Sword of Conan e King Conan - vale lembrar que, na época, não havia o hábito de as editoras lançarem encadernados como hoje, e era difícil e caro comprar edições esgotadas, então essas revistas de republicações eram a única forma de os novos leitores lerem as histórias mais antigas. Conan Saga teria 97 edições, a última lançada em abril de 1995 - poderiam ter tido um pouco mais de boa vontade e tentado chegar na edição 100. Em junho de 1994, a Marvel voltaria a republicar as primeiras histórias de Conan the Barbarian em Conan Classic, que teria 11 edições, também sendo cancelada em abril de 1995. Histórias da Conan the Barbarian também seriam republicadas nas edições 4, 15, 19 e 23 da Marvel Treasury Edition, revista mensal dedicada apenas a republicações.

Após o cancelamento de Conan the Barbarian, a Marvel lançaria Conan the Adventurer, série mensal com roteiro de Thomas e arte de Rafael Kayanan que explorava os primeiríssimos dias da carreira de Conan, logo após ele deixar a Ciméria. A série não faria muito sucesso e teria apenas 14 edições, publicadas entre junho de 1994 e julho de 1995. No mês seguinte, a Marvel lançaria duas novas séries; uma, chamada simplesmente Conan, trazia histórias em ordem cronológica começando de onde a Conan the Barbarian havia parado, enquanto a outra, chamada Conan the Savage, trazia histórias abordando várias fases da vida do bárbaro fora de ordem, ao estilo da Savage Sword of Conan. Assim como suas antecessoras, Conan era em cores, e Conan the Savage era em preto e branco. As vendas também não seriam boas, e ambas seriam canceladas no ano seguinte; Conan após 11 edições, em julho de 1996, e Conan the Savage após 10, em maio.

Depois disso, ao invés de uma série mensal, a Marvel optaria por lançar oito minisséries, cada uma com 3 edições e cada seguinte continuando a história da anterior: Conan the Barbarian: Stalker in the Woods (de julho a outubro de 1997), Conan the Barbarian: The Usurper (de dezembro de 1997 a fevereiro de 1998), Conan the Barbarian: Lord of the Spiders (de março a maio de 1998), Conan the Barbarian: River of Blood (de junho a agosto de 1998), Conan the Barbarian: Return of Styrm (de setembro a novembro de 1998), Conan the Barbarian: Scarlet Sword (de dezembro de 1998 a fevereiro de 1999), Conan the Barbarian: Death Covered in Gold (de setembro a novembro de 1999) e Conan the Barbarian: Flame and the Fiend (de agosto a outubro de 2000). A Marvel ainda seguiria pagando o licenciamento do personagem até 2002, quando a editora Dark Horse faria uma proposta mais vantajosa à Conan Properties, e, como a Marvel não publicava nada do herói há dois anos, eles decidiriam aceitar.

O primeiro lançamento da Dark Horse seria Conan: The Legend, número 0, com roteiro de Kurt Busiek e arte de Cary Nord, lançada em novembro de 2003. A história era na verdade uma conversa entre dois personagens, o Príncipe e o Vizir, que viveram séculos após Conan, relatando as aventuras do bárbaro como se fossem fábulas; esse artifício narrativo seria mantido na série regular, chamada simplesmente Conan, também inicialmente a cargo de Busiek e Nord, lançada em fevereiro de 2004. As histórias da Dark Horse eram em sua maioria inéditas, com apenas algumas sendo adaptações das histórias de Howard, e nenhuma tendo a ver com as histórias da Marvel ou de outros autores da literatura como de Camp e Carter; as histórias também tinham um tom mais adulto, e as capas eram bem mais ousadas, mais até do que as de The Savage Sword of Conan, com algumas trazendo cenas de violência explícita e mulheres com seios à mostra - a edição 24, inclusive, com arte de Tony Harris, trazia uma mulher totalmente nua, o que desagradou os donos de lojas de quadrinhos; uma segunda tiragem traria um retoque, mas a primeira, de 4 mil cópias, teve de ser vendida dentro de um plástico preto.

Busiek ficaria na revista até a edição 28, de maio de 2006, que trazia o retrato de Howard na capa e a legenda "Centenário 1906-2006". As três edições seguintes teriam roteiros de Mike Mignola, criador do Hellboy, com Busiek retornando na 32 antes de ser substituído por Tim Truman a partir da 33, de novembro de 2006; Truman ficaria até o final, exceto pelas edições 39, 45 e 46, de Busiek. Nord só não desenharia 15 edições, com os artistas eventuais sendo o próprio Truman (que desenharia as edições 26 e 27), Greg Ruth (que faria a maioria das que não foram de Nord), Eric Powell, Paul Lee e Tomás Giorello (responsável pelas quatro últimas). A revista seria cancelada na edição 50, de maio de 2008, que teria 64 páginas e traria uma adaptação da história The Hand of Nergal.

Um mês após o cancelamento, a Dark Horse lançaria uma segunda série regular, chamada Conan the Cimmerian, começando do número 0, que trazia aventuras de um Conan mais jovem, recém-saído da Ciméria, o que dava mais liberdade para a equipe criativa. A série teria 26 edições, a última (a número 25, já que a primeira foi a 0) de novembro de 2010, todas com roteiro de Truman e arte de Giorello, exceto as edições 14, com arte de Truman, e 15, de Paul Lee. Conan the Cimmerian seria substituída por Conan: Road of Kings, que teve 12 edições mensais lançadas entre dezembro de 2010 e janeiro de 2012, com roteiro de ninguém menos que Roy Thomas e arte de Mike Hawthorn (exceto nas edições 9 e 10, de Dan Panosian). Essa série começava com Conan em seus tempos de pirata e o acompanhava até se tornar rei, seguindo um único arco de história, como se fosse uma minissérie.

Em fevereiro de 2011, a Dark Horse também começaria a publicar uma série chamada King Conan, que adaptava histórias de Howard da época em que Conan foi Rei da Aquilônia. Todas as edições tiveram roteiros de Truman e arte de Giorello, mas, ao invés de uma série regular, tratava-se de uma "série de cinco minisséries", com numeração contínua - por exemplo, a última de The Scarlet Citadel foi a edição 4, e a primeira de The Phoenix on the Sword foi a 5, mesmo tendo se passado quase um ano entre uma e outra. As histórias adaptadas e seus meses de lançamento foram: The Scarlet Citadel (4 edições, fevereiro a maio de 2011), The Phoenix on the Sword (4 edições, janeiro a abril de 2012), Hour of the Dragon (6 edições, maio a outubro de 2013), Conan the Conqueror (6 edições, fevereiro a julho de 2014) e Wolves Beyond the Border (4 edições, dezembro de 2015 a março de 2016, a última trazia o número 24).

Depois de Conan: Road of Kings, a Dark Horse lançaria uma revista chamada Conan the Barbarian que seguia o mesmo estilo, começando com uma adaptação de Queen of the Black Coast e seguindo em ordem cronológica, em 25 edições lançadas entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2014; todos os roteiros seriam de Brian Wood, e a arte contaria com nomes como Becky Cloonan e Paul Azaceta. A série seguinte seria Conan the Avenger, com roteiros de Fred Van Lente e arte, dentre outros, de Eduardo Francisco e Brian Ching, com mais 25 edições lançadas entre abril de 2014 e abril de 2016, que mostravam a vida de Conan após se separar da pirata Bêlit. A última série regular da Dark Horse seria Conan the Slayer, com 12 edições lançadas entre julho de 2016 e agosto de 2017, com roteiros de Cullen Bunn e arte de Sergi Davila e Dheeraj Verma.

Além das séries regulares, a Dark Horse lançaria um monte de one shots e minisséries estreladas por Conan: Conan and the Daughters of Midora (outubro de 2004), Conan and the Jewels of Gwahlur (3 edições, abril a junho de 2005), Conan and the Demons of Khitai (4 edições, outubro de 2005 a janeiro de 2006), Conan: Book of Thoth (4 edições, março a junho de 2006), Star Wars / Conan (maio de 2006), Conan and the Songs of the Dead (5 edições, julho a novembro de 2006), Conan and the Midnight God (5 edições, janeiro a julho de 2007), Conan: Trophy (julho de 2008), Conan and the Mad King of Gaul (2 edições, novembro e dezembro de 2009), Conan: The Weight of the Crown (janeiro de 2010), Conan: Kiss of the Undead (novembro de 2010), Conan: Island of No Return (2 edições, junho e julho de 2011), Conan the Barbarian: The Mask of Acheron (julho de 2011), Conan: The Phantoms of the Black Coast (5 edições, outubro de 2012 a fevereiro de 2013), Conan and the People of the Black Circle (4 edições, outubro de 2013 a janeiro de 2014), Conan / Red Sonja (4 edições, janeiro a abril de 2015), Groo vs. Conan (abril de 2015), Red Sonja / Conan (4 edições, agosto a novembro de 2015), e Wonder Woman / Conan (6 edições, setembro de 2017 a fevereiro de 2018). Conan também seria a estrela da revista Dark Horse Presents (terceira série), número 21, de abril de 2016.

Em 2018, os direitos de Conan retornariam para a Marvel, que relançaria as revistas Conan the Barbarian e Savage Sword of Conan (com esse nome mais curto); dessa vez, ambas seriam em cores e trariam histórias do mesmo tipo, seguindo uma ordem cronológica de uma edição para a seguinte - na prática, não havia diferença nenhuma entre Conan e, por exemplo, o Homem-Aranha ou os X-Men, que também tinham mais de uma revista mensal contando histórias diferentes. Ambas teriam vida bem mais curta que suas antecessoras: Conan the Barbarian teria 25 edições, lançadas entre março de 2019 e novembro de 2021, enquanto Savage Sword of Conan teria apenas 12, lançadas entre abril de 2019 e fevereiro de 2020. Conan the Barbarian teria roteiros de Jason Aaron (até a edição 12) e Jim Zubkavich (da 13 à 25), e arte de Mahmud Asrar, Gerardo Zaffino, Roge Antonio, Robert Gill, Luca Pizzari e Cory Smith; Savage Sword of Conan teria roteiros de Gerry Duggan, Meredith Finch, Zubkavich, Roy Thomas e Frank Tieri, e arte de Ron Garney, Luke Ross, Patrick Zircher, Alan Davis e Andrea di Vito.

A Marvel também lançaria dois novos one shots, Conan the Barbarian: Exodus (outubro de 2019) e Conan: The Barbarian 2099 (janeiro de 2020), e duas novas minisséries, Conan: Serpent War (4 edições quinzenais em fevereiro e março de 2020) e Conan: Battle for the Serpent Crown (5 edições, duas em abril e maio, depois três de setembro a novembro de 2020); essa última colocando Conan contra vários heróis e vilões da Marvel. Sim, porque, graças a uma magia, Conan foi trazido para o tempo presente, inclusive participando de uma equipe dos Vingadores chamada Savage Avengers, cuja revista teve 28 edições lançadas entre julho de 2019 e março de 2022 (mais uma número zero, de abril de 2020).

Em fevereiro de 2021, a Marvel lançaria King-Size Conan, uma edição comemorativa de 64 páginas que trazia cinco histórias inéditas (escritas por Thomas, Kevin Eastman, Claremont, Busiek e Steven S. DeKnight, arte de Steve McNiven, Eastman, Roberto de la Torre, Pete Woods e Jesus Saiz), por ocasião do aniversário de 50 anos do lançamento da Conan the Barbarian original. O último lançamento da Marvel seria uma nova revista King Conan, com roteiros de Aaron e arte de Asrar, que teria vida curta, com apenas 6 edições lançadas entre fevereiro e julho de 2022. Desde agosto de 2022, os direitos de Conan pertencem à Titan Comics, que lançou uma nova revista chamada Conan the Barbarian em agosto de 2023, com roteiros de Zubkavich e arte de de la Torre.

Antes de terminar, também vale dizer que, além de todas essas revistas em quadrinhos, Conan também já foi estrela de uma tira de jornal, distribuída pela King Features Syndicate e publicada diariamente nos principais jornais dos Estados Unidos (em preto e branco de segunda a sábado, a cores e com mais quadrinhos aos domingos), entre 1978 e 1981, totalizando 974 tiras. As tiras apresentariam um total de 15 histórias, com uma nova começando no dia seguinte à conclusão da anterior. A primeira história, publicada entre 4 de setembro e 22 de outubro de 1978, teve roteiros de Roy Thomas e arte de John Buscema, mas Big John achou que não conseguiria conciliar os prazos de produção da tira com os dos quadrinhos com os quais já havia se comprometido, e passaria o trabalho para Ernie Chan, que faria dez histórias seguidas, sendo substituído, no início da décima-segunda, em 23 de junho de 1980, por Alfredo Alcalá, que faria as duas seguintes.

A décima-quarta história possui duas curiosidades: primeiro, foi a única das tiras a ser adaptação de uma das histórias de Howard, The Tower of the Elephant, que já havia sido adaptada na Conan the Barbarian, com roteiro de Thomas e arte de Barry Smith, e na Savage Sword, com roteiro de Thomas e arte de John Buscema. Segundo, ela seria feita por nada menos que seis pares de mãos: a história teria dez tiras dominicais, sendo que as quatro primeiras seriam desenhadas por Alcalá, as quatro últimas por Alan Kupperberg, e as duas do meio por Rudy Nebres, que seria originalmente o desenhista das tiras diárias, sendo substituído após doze delas por Pablo Marcos - que, por sua vez, seria substituído por Kupperberg nas doze últimas. Essa seria a última história escrita por Thomas para as tiras, que entregaria o roteiro antes de sair da Marvel; as mudanças de desenhistas, entretanto, prejudicariam o ritmo da história, e seu substituto, Doug Moench, teria que escrever doze tiras diárias adicionais para resolver o problema.

Moench assumiria definitivamente como roteirista em 5 de janeiro de 1981, para a décima-quinta e última história, na qual a arte seria revezada entre Kupperberg, Pablo Marcos e Tom Yeates. Moench decidiria sair após apenas uma história por não conseguir se adaptar aos estranhos prazos exigidos pela King: as tiras que seriam publicadas de segunda a sábado deveriam ser entregues, todas as seis, na segunda feira da semana anterior à da sua publicação, enquanto as tiras dominicais deveriam ser entregues, todas as do mês, na segunda-feira anterior à publicação da primeira - por causa disso, várias tiras, como a do Fantasma, apresentavam uma história nas tiras de segunda a sábado e outra diferente aos domingos, mas não a de Conan, o que fazia com que o planejamento tivesse de ser bem amarrado, já que as tiras dominicais eram entregues antes das outras. Após a saída de Moench, a Marvel não conseguiria encontrar outro roteirista, e decidiria cancelar a série. A última tira seria publicada em 12 de abril de 1981.

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