domingo, 15 de maio de 2022

Escrito por em 15.5.22 com 0 comentários

Rani Mukerji

Quando eu comecei a assistir filmes indianos no Prime Video, não sabia muito bem o que estava fazendo, e não comecei pelos de Bollywood. A maioria dos que eu assistia era marata ou punjabi, e só comecei os de Bollywood quando já fazia uns seis meses que eu estava assistindo. Por causa disso, os atores que eu conhecia e identificava eram todos, digamos, regionais, como Sonalee Kulkarni, Sai Tamhankar, Gippy Grewal e Diljit Dosanjh; esse foi um dos motivos, inclusive, que me levaram a eleger Sonalee como minha favorita e escrever um post sobre ela (pensei em escrever um sobre Dosanjh também, talvez um dia).

O catálogo do Prime Video, porém, tem muito mais filmes de Bollywood do que regionais - atualmente, por exemplo, eles só têm dois filmes e uma série com Sonalee no catálogo, até os outros que eu tinha assistido estão marcados como "indisponível para sua região" - o que está fazendo com que eu veja muito mais filmes com atores como SRK, Kajol, Saif Ali Khan e Kareena Kapoor do que com os que eu conheci primeiro, o que pouco a pouco está mudando minha lista de favoritos. No momento, no topo dessa lista, está Rani Mukerji, que vai ganhar um post hoje.

Rani Mukerji nasceu em 21 de março de 1978 em Mumbai, que na época se chamava Bombaim, e foi a segunda filha do diretor e produtor de cinema Ram Mukherjee com a cantora Krishna Mukherjee, nascida Krishna Roy. O irmão mais velho de Rani, Raja Mukherjee, também é diretor e produtor de cinema; vale citar como curiosidade que, em hindi, raja significa "rei", e rani significa "rainha". Ram Mukherjee é primo de Shomu Mukherjee, também diretor e produtor de cinema e pai da atriz Kajol, o que faz com que Rani e Kajol sejam primas de seguindo grau e que Rani seja membro da famosa família Mukherjee-Samarth, uma das mais poderosas de Bollywood, na qual todo mundo é diretor, produtor, ator ou tem algum outro cargo na indústria cinematográfica indiana - antes que vocês estranhem, já que o hindi não é originalmente escrito com o nosso alfabeto, tanto Mukherjee quanto Mukerji são grafias aceitas para o sobrenome da família (e ambas são pronunciadas da mesma forma, "mucardjí"), e aparentemente cada um escolhe a que gosta mais; a irmã de Kajol, por exemplo, assim como Rani, prefere a grafia Mukerji, usando o nome Tanisha Mukerji.

A primeira oferta que Rani receberia para um papel seria aos 16 anos, em 1994, quando o diretor Hamid Ali Khan a convidaria para protagonizar seu filme Aa Gale Lag Jaa ("venha e me abrace"), um thriller policial cheio de cenas românticas. Apesar de já ter praticamente nascido com uma profissão garantida, na adolescência Rani não queria ser atriz, e, durante um tempo, pensaria em ser dançarina, se especializando na dança clássica indiana Odissi; oficialmente, ela declarava que já havia muitas atrizes em sua família e ela queria fazer algo diferente, mas, em seu íntimo, ela temia não ter a aparência e o porte necessários para brilhar em Bollywood, devido à sua altura (1,56 m), por sempre achar que estava fora do peso e brigando com a balança, e por causa de sua voz rouquinha - que hoje, ironicamente, é considerada uma de suas características distintivas e adorada por seus fãs. Ela recusaria o papel, sendo inclusive parabenizada por seu pai, que acreditava que ela era jovem demais para esse tipo de filme.

Quando Rani tinha 18 anos, porém, receberia uma nova oferta, mais uma vez para protagonista (e tem gente que diz que sobrenome não ajuda), no drama Raja Ki Aayegi Baraat ("os homens do rei estão chegando"), dirigido por Ashok Gaikwad. Ainda em dúvida, ela decidiria aceitar a sugestão de sua mãe, para que ela aceitasse alguns papéis para ver se gostava de atuar, e fizesse da atuação uma carreira secundária enquanto cursava a universidade - Rani se formaria em economia doméstica pela Universidade para Mulheres Shreemati Nathibai Damodar Thackersey. Ela aceitaria o conselho e faria sua estreia no cinema no papel de uma jovem professora que sonha com um romance perfeito que culmine em um casamento grandioso, e acaba se envolvendo com um desajustado filho de um milionário. Ram Mukherjee acompanharia as gravações e ficaria muito impressionado com o talento da filha - que, após aceitar o papel, faria um treinamento relâmpago na escola de atuação Roshan Taneja, uma das mais famosas de Bollywood - e a escalaria também para protagonizar o filme que ele estava rodando naquele ano, e que ainda não tinha atriz principal, Biyer Phool ("flores de casamento"), um drama familiar falado em bengali - que Rani não falava, tendo de ser dublada - e com distribuição restrita ao estado de Bengala Ocidental.

Por coincidência, tanto Biyer Phool quanto Raja Ki Aayegi Baraat estreariam no mesmo dia, 18 de outubro de 1996. O filme bengali faria um relativo sucesso, mas o de Bollywood seria um gigantesco fracasso; a atuação de Rani, entretanto, seria bastante elogiada pela crítica, e lhe renderia um prêmio de Reconhecimento Especial na cerimônia do Screen Awards, premiação na qual os melhores são escolhidos por membros dos próprios estúdios de Bollywood. Esse prêmio despertaria o bichinho da atuação dentro de Rani, e, quando ela visse o sucesso que sua prima Kajol estava fazendo com Dilwale Dulhania Le Jayenge ("quem tiver o coração mais puro fica com a noiva"), lançado um ano antes, decidiria se tornar atriz em tempo integral.

O primeiro papel que ela aceitaria depois dessa decisão seria o da namorada de um jovem boxeador interpretado por Aamir Khan em Ghulam ("escravo"), dirigido por Vikram Bhatt e remake de outro filme do próprio Bhatt, Kabzaa ("captura"), de 1988. O filme seria um grande sucesso de público e crítica, e uma das músicas de sua trilha sonora, Aati Kya Khandala ("venha para Khandala"), composta pela dupla Jatin-Lalit e cantada por Khan e Alka Yagnik, se tornaria um hit instantâneo e é hoje considerada uma das músicas mais famosas da história de Bollywood; seu clipe seria tão executado na TV indiana que Rani ganharia o apelido de Khandala Girl, o que contribuiria para torná-la conhecida em todo o país. Curiosamente, Bhatt, durante a pós-produção, não gostou da forma como a voz de Rani soava no filme, e contratou a atriz Mona Ghosh Shetty para dublá-la, o que foi um duro golpe em sua autoestima.

Felizmente, o convite seguinte que Rani receberia seria para interpretar a sensual, popular e extrovertida Tina - tudo o que ela achava que ela mesma não era - no gigantesco sucesso Kuch Kuch Hota Hai ("alguma coisa está acontecendo"), no qual contracenaria com Shah Rukh Khan e Kajol; Rani participa somente da primeira metade do filme, com Tina sendo a melhor amiga de Anjali (Kajol), se casando com Rahul (SRK), por quem a amiga é secretamente apaixonada, e morrendo pouco após dar a luz a uma menina, que ela decide também chamar de Anjali (Sana Saeed), à qual dá a missão, através de cartas que ela deve ler uma por ano a cada aniversário seu, de reunir novamente o casal que ela involuntariamente separou. O filme seria escrito e dirigido por Karan Johar, que escreveu o papel para a atriz Twinkle Khanna, o oferecendo a Rani por sugestão de SRK quando Khanna o recusou; Johar também pensaria em dublar Rani, mas seria convencido também por SRK a manter sua voz original. No fim, a atuação de Rani seria elogiadíssima pelos críticos, e lhe renderia um Filmfare Award, uma das principais premiações do cinema indiano, de Melhor Atriz Coadjuvante.

Ainda em 1998, Rani receberia um novo convite de Hamid Ali Khan, dessa vez para interpretar uma noiva presa a um casamento infeliz em Mehndi, e, no ano seguinte, estaria na comédia de ação Hello Brother, além de fazer uma participação especial no clipe da música Kaali Naagin Ke Jaisi ("como uma serpente negra"), trilha sonora do filme Mann ("psiquê"), no qual voltaria a contracenar com Aamir Khan. Infelizmente, nenhum desses filmes seria um sucesso comercial ou de crítica, o que faria com que o interesse dos estúdios por ela diminuísse, e ela não estivesse em nenhum filme em 1999.

Em 2000, ela estaria em nada menos que seis filmes, mas em nenhum como protagonista. Ela começaria o ano com Badal ("nuvem") e Bichhoo ("escorpião"), curiosamente ambos estrelados por Bobby Deol e ambos versões indianas de filmes estrangeiros, o primeiro de Inimigo Íntimo, de 1997, com Harrison Ford e Brad Pitt, o segundo de O Profissional, de 1994, dirigido por Luc Besson, com Jean Reno e Natalie Portman; ambos seriam fracassos de bilheteria, e em ambos os críticos diriam que Rani não deu tudo de si. Em seguida ela faria as comédias Hadh Kar Di Aapne ("você passou dos limites"), no papel de uma detetive contratada por uma mulher que desconfia que seu marido a está traindo, sem saber que ele também contratou um detetive (interpretado pelo famoso comediante indiano Govinda) por desconfiar que ela o está traindo; e Kahin Pyaar Na Ho Jaaye ("cuidado para não se apaixonar"), versão indiana estrelada por Salman Khan de Afinado no Amor, de 1998, com Adam Sandler e Drew Barrymore. Rani voltaria a contracenar com Salman Kahn na comédia romântica Har Dil Jo Pyar Karega ("todo coração que ama"), versão indiana com papéis trocados de Enquanto Você Dormia, de 1995, com Sandra Bullock, na qual Rani fazia papel de uma moça em coma e Khan o do rapaz que a salvou de ser atropelada por um trem e fingiu ser seu noivo, com Preity Zinta fechando o triângulo amoroso no papel que no filme norte-americano foi de Bill Pullman. Apesar de sua personagem passar a maior parte do filme em coma, Rani seria indicada a mais um Filmfare Award de Melhor Atriz Coadjuvante, que perderia para a lendária Jaya Bachchan.

Mas o principal papel de Rani em 2000 seria em Hey Ram, dirigido, produzido e estrelado por Kamal Haasan. O filme é uma versão parcialmente ficcional do assassinato de Mahatma Ghandi, e originalmente seria filmado em tâmil, mas acabaria se tornando uma Produção em Múltiplos Idiomas, algo que não é raro no cinema indiano atual e não era tão incomum no cinema norte-americano da década de 1930, e consiste em rodar o mesmo filme em múltiplos idiomas simultaneamente, usando os mesmos cenários e o mesmo elenco, parte do elenco do original, ou um elenco totalmente diferente; o exemplo mais famoso de Hollywood é Drácula, da Universal, de 1931, que teve as versões em inglês e espanhol filmadas simultaneamente usando os mesmos cenários mas elencos diferentes - no caso de Hey Ram, o filme acabaria tendo também o mesmo elenco, e sendo filmado simultaneamente em tâmil e hindi. Rani interpreta uma professora bengali que é estuprada e morta durante os protestos em Calcutá; para maior realismo, ela atuaria sem nenhuma maquiagem, o que foi considerado bastante corajoso pelos críticos. Hey Ram seria um fracasso de bilheteria, mas aclamado pela crítica, e escolhido o representante da Índia na disputa pelo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Em 2001, Rani continuaria sendo coadjuvante, e em papéis de cada vez menos relevância: no drama Chori Chori Chupke Chupke ("secretamente e furtivamente"), ela voltaria a fazer um triângulo amoroso com Salman Khan e Preity Zinta como uma esposa que é trocada pela amante por não conseguir engravidar, em um papel muito apagado, com Zinta tendo muito mais tempo de tela que ela. Em outro drama, Bas Itna Sa Khwaab Hai ("apenas um pequeno sonho"), ela seria o interesse amoroso do personagem de Abhishek Bachchan, um rapaz do interior que vai a Mumbai estudar na universidade, e no policial Nayak ("herói"), seria a namorada de Anil Kapoor, que interpreta um cameraman que grava acidentalmente um político se envolvendo em um ato de corrupção e passa a ser perseguido. Ela fecharia o ano participando do épico familiar de três horas e meia Kabhi Khushi Kabhie Gham ("às vezes há alegria, às vezes há tristeza"), no papel da namorada do personagem de SRK, a qual ele abandona para se casar com a personagem de Kajol. Todos esses papéis levariam a um consenso na crítica de que, após Kuch Kuch Hota Hai, Rani se tornaria um talento desperdiçado em personagens irrelevantes.

Isso começaria a mudar em 2002, quando ela assinaria um contrato para gravação de três filmes como protagonista com o estúdio Yash Raj Films. O primeiro, Mujhse Dosti Karoge! ("seja meu amigo!"), escrito por Aditya Chopra, no qual ela fazia um triângulo amoroso com Hrithik Roshan e Kareena Kapoor, seria mais um grande fracasso de bilheteria, assim como duas outras comédias que ela protagonizaria naquele ano por outros estúdios, em ambas contracenando com Govinda, Pyaar Diwana Hota Hai ("o amor é louco"), no qual ela fazia a moça pela qual o personagem dele, que era analfabeto, ingênuo e facilmente manipulável, se apaixonava, e Chalo Ishq Ladaaye ("vamos nos apaixonar"), no qual ela interpretava uma atriz de Bollywood e ele seu fã número 1, convencido por ela a matar seu namorado (Sanjay Suri). Mas aí, em dezembro, viria seu segundo filme pela YRF, Saathiya ("companheiro"). Refilmagem do filme Alaipayuthey ("as ondas estão vindo"), Saathiya é um dramalhão daqueles bem choroso, no qual Rani e Vivek Oberoi interpretam um casal apaixonado, mas que vive um casamento cheio de problemas conjugais e muitas brigas. O filme seria um sucesso estrondoso - com orçamento de 75 milhões de rúpias, renderia 291 milhões - e renderia a Rani uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz, que ela não ganharia - mas sua interpretação seria considerada tão poderosa que ela acabaria levando um prêmio especial, de "Melhor Atriz Escolhida pelos Críticos".

2003 pareceria ser mais um ano morno, com Rani participando de Chori Chori ("silenciosamente"), refilmagem de Como Agarrar um Marido, de 1992, com Steve Martin e Goldie Hawn, no qual contracenava com Ajay Devgn, o marido de Kajol, substituindo Kareena Kapoor, que teria de desistir do papel por conflito de agenda; Calcutta Mail, suspense no qual ela interpretava uma escritora que está fazendo pesquisa para seu novo livro e acaba se envolvendo com um homem misterioso interpretado por Anil Kapoor; e fazendo duas participações especiais, em um dos números musicais de Kal Ho Naa Ho ("o amanhã pode nunca chegar"), dirigido por Johar e estrelado por SRK e Zinta; e como a namorada de um militar no épico LOC: Kargil, que retratava a guerra entre a Índia e o Paquistão pelo controle da Caxemira em 1999. Mas nesse ano ela também estaria em Chalte Chalte ("a caminho"), último filme da Dreamz Unlimited, produtora fundada por SRK, que também o protagonizava; as publicações especializadas da época apontavam Aishwarya Rai como a estrela do filme, e noticiaram que ela foi desligada após brigar com seu então namorado Salman Khan no set de filmagem, com SRK sugerindo Rani para substituí-la, mas, em entrevistas posteriores ao lançamento do filme, SRK diria que Rani sempre havia sido sua primeira escolha para o papel. Chalte Chalte seria mais um grande sucesso, e renderia a Rani mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz, sendo considerado pela crítica como responsável por seu retorno ao primeiro time de Bollywood.

Em 2004 Rani meteria os dois pés na porta, se tornando a única atriz da história do cinema indiano ao ganhar o Filmfare Award de Melhor Atriz e o de Melhor Atriz Coadjuvante na mesma edição da premiação. O de Coadjuvante ela ganharia por Yuva ("juventude"), sobre três rapazes de diferentes classes sociais que vivem em Kolkata, cujas vidas se entrelaçam após um acidente de trânsito. Rani viveria uma dona de casa que era abusada pelo marido (Abhishek Bachchan), e diria ter se baseado em uma das moças que trabalhavam em sua casa, que uma vez lhe confessou também ser abusada; ela prestaria atenção nos modos e maneirismos da moça, e tentaria imitá-los com sua atuação. Em entrevistas a respeito do filme, ela declararia esperar que seu papel servisse para encorajar outras mulheres indianas que sofriam abusos nas mãos de seus maridos a denunciá-los. A atuação de Rani seria aclamada pela crítica, que a elegeria como a melhor do elenco, e diria que, mesmo o papel sendo tão exigente, ela corresponderia ao que se esperava em todos os aspectos.

Já o prêmio de Melhor Atriz ela receberia por Hum Tum ("eu e você"), seu terceiro filme pela YRF, na qual ela fazia par romântico com Saif Ali Khan, que interpretava um cartunista bon vivant. Ele se interessa por ela, mas ela, uma mulher forte e independente, não tem o menor interesse em se envolver com alguém como ele; os dois passam, então, por várias idas e vindas ao longo do filme, até descobrirem que, na verdade, têm muito em comum. Hum Tum seria um dos filmes de maior sucesso da YRF até então - com orçamento de 85 milhões de rúpias, renderia quase 427 milhões - e, além do Filmfare Award de Melhor Atriz para Rani, renderia um de Melhor Diretor para Kunal Kohli, um de Melhor Comediante para Ali Khan, um de Melhor Playback Singer Feminina para Alka Yagnik - que cantava a música-tema do filme, também chamada Hum Tum, que se tornaria uma das mais tocadas no ano e uma das mais famosas de Bollywood - e um National Film Award, o prêmio mais importante do cinema indiano, de Melhor Ator para Ali Khan. Curiosamente, apesar de ser uma comédia romântica sem nenhuma cena de espionagem, Hum Tum é considerado parte oficial do YRF's Spy Universe, uma espécie de Universo Cinematográfico no qual vários filmes de ação da YRF são ambientados.

Rani ainda faria mais um filme pela YRF em 2004, dessa vez como coadjuvante, no papel de uma advogada que defende um militar indiano (SRK) que se apaixona por uma moça paquistanesa (Zinta) e é acusado de espionagem em Veer-Zaara, e que se tornaria a maior bilheteria do ano na Índia, rendendo nada menos que 976,4 milhões de rúpias e uma segunda indicação para Rani ao Filmafare Awards de Melhor Atriz Coadjuvante - infelizmente, ela só podia ganhar um. Curiosamente, o roteiro previa que o advogado fosse um homem, mas SRK, que parece ser uma espécie de padrinho de Rani para conseguir bons papéis, convenceria a YRF de que o filme seria mais interessante se fosse uma mulher, e a sugeriria para o papel; Yash Chopra, dono do estúdio e diretor do filme, que já havia se impressionado com Rani em Saathiya, aceitaria a sugestão e ordenaria a mudança.

Rani começaria 2005 mais uma vez fazendo cair o queixo dos críticos ao interpretar uma moça cega e surda que recebe a ajuda de um alcóolatra (Amitabh Bachchan, uma das maiores lendas de Bollywood, com quem ela já havia contracenado em Kabhi Khushi Kabhie Gham) para aprender a se comunicar em Black, dirigido por Sanjay Leela Bhansali. O filme se tornaria o quinto da história (após Guide, de 1965, Devdas, de 2002, e os já citads Dilwale Dulhania Le Jayenge Kuch Kuch Hota Hai) a ganhar os quatro prêmios principais do Filmfare Awards (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Atriz), além de estabelecer um recorde de 11 estatuetas (somente quebrado em 2019, quando Gully Boy levaria 13) e de ganhar dois National Film Awards, o de Melhor Filme em Hindi e de Melhor Ator. Rani não somente ganharia seu segundo Filmfare Award de Melhor Atriz como se tornaria a única atriz na história a ganhar, na mesma cerimônia, o de Melhor Atriz Escolhida pelos Críticos - que, aparentemente, acharam que um prêmio só não seria suficiente por sua atuação, considerada de outro mundo. Para se preparar para o papel, que entraria para a lista das 80 Interpretações mais Icônicas do Cinema Indiano da Filmfare, Rani aprenderia a língua indiana de sinais no Instituto Helen Keller, em Mumbai.

Para quem achava que Rani já tinha gastado toda sua atuação, ela ainda receberia uma segunda indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz de 2005 pelo papel de uma trambiqueira em Bunty Aur Babli ("Bunty e Babli"), mais uma produção da YRF, na qual ela contracenava novamente com Amitabh e Abhishek Bachchan (que são pai e filho; Abhishek é filho de Jaya Bachchan, que é esposa de Amitabh), e que seria a segunda maior bilheteria do ano na Índia. Seu filme seguinte, Paheli ("a charada"), remake do filme Duvidha, de 1973, no qual ela contracenava mais uma vez com SRK, no papel de uma moça pela qual um fantasma se apaixona, seria um fracasso de bilheteria, mas aclamado pela crítica, que descreveria sua atuação como perfeita, e seria escolhido como representante da Índia na disputa pelo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Ainda em 2005, ela faria uma participação em Mangal Pandey: The Rising, filme sobre a vida do soldado indiano que iniciou a Rebelião de 1857, no papel de uma prostituta pela qual Pandey (interpretado por Aamir Khan) se apaixona.

Em 2006, Rani receberia um convite da cineasta Mira Nair para participar do filme britânico The Namesake, mas recusaria para trabalhar mais uma vez com Johar, SRK, Zinta e os dois Bachchan homens em Kabhi Alvida Naa Kehna ("nunca diga adeus"), que se tornaria o filme de Bollywood com maior bilheteria fora da Índia em todos os tempos, no qual ela interpretava uma órfã que se casa com seu melhor amigo de infância (Abhishek Bachchan) e acaba tendo um caso com um jogador de futebol que tem de abandonar a carreira após sofrer um acidente (SRK). Apesar de sua personagem ser alvo do ódio das plateias, sua atuação seria mais uma vez elogiadíssima, e lhe renderia mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz. Também em 2006, ela estaria em Baabul (palavra usada para nomear o amor de um pai por seus filhos), um drama familiar no qual ela contracenaria mais uma vez com Amitabh Bachchan, que dividiria a crítica e não seria bem sucedido nas bilheterias.

Depois dessa, digamos, sequência vitoriosa, a carreira de Rani começaria a entrar em declínio. Ela começaria 2007 fazendo Ta Ra Rum Pum, no papel da esposa de um piloto da Nascar (Saif Ali Khan) que fica com medo de correr após um acidente; esse seria o primeiro papel no qual ela retrataria uma mãe, e se diria bastante animada com a experiência, se inspirando em sua própria mãe para compor a personagem. O filme seria um sucesso de público, mas massacrado pela crítica, que consideraria o roteiro fraco e os personagens unidimensionais. Em seguida, ela estaria no drama Laaga Chunari Mein Daag ("meu véu está manchado"), no papel de uma jovem que tem de se prostituir para sustentar a família, que lhe renderia mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz; apesar disso, o filme seria bastante criticado, com os críticos sendo unânimes em considerar que a atuação de Rani é a única coisa que vale a pena nele, e não teria boa bilheteria.

Em seu filme seguinte, Saawariya ("meu amado"), ela voltaria a interpretar uma prostituta, dessa vez como coadjuvante e narrando o caso de amor entre os protagonistas, interpretados por Ranbir Kapoor (filho de Rishi Kapoor com Neetu Singh) e Sonam Kapoor (filha de Anil Kapoor). O filme seria bastante aguardado por ser a estreia de ambos, que gerariam expectativa por serem a segunda geração de duas famílias de atores famosos, por ser o primeiro filme indiano produzido por um estúdio de Hollywood (Sony Pictures), e por ser o último filme de duas grandes atrizes de Bollywood que faleceram durante sua produção, Zohra Sehgal e Begum Para; ele acabaria sendo considerado um balde de água fria, extremamente criticado, e um desastre de bilheteria - com orçamento de 310 milhões de rúpias, renderia apenas 390 milhões. A atuação de Rani, porém, mais uma vez se destacaria, sendo considerada "divina" pelos críticos, e lhe renderia mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz Coadjuvante. A ser perguntada porque aceitaria dois papéis seguidos "tão semelhantes", ela argumentaria que as personagens não tinham nada a ver uma com a outra, com a de Laaga Chunari Mein Daag sendo prostituta por necessidade e a de Saawariya por opção, inclusive gostando do que fazia.

A série de insucessos faria com que os convites rareassem, e as duas aparições seguintes de Rani seriam participações especiais em números musicais, dos filmes Om Shanti Om e Rab Ne Bana Di Jodi ("um par criado por Deus"), ambos estrelados por SRK. Ela acabaria aceitando um papel em uma comédia infantil, Thoda Pyaar Thoda Magic ("um pouco de amor, um pouco de mágica"), como um anjo que vem à Terra ajudar quatro crianças cujos pais foram mortos pelo milionário Ranbir Talwar (Saif Ali Khan) em um acidente automobilístico, com o juiz determinando que Ranbir deveria criá-las então. O filme seria mais um fracasso de crítica e público, com os críticos declarando que nem Rani conseguiu salvá-lo. Esse novo fracasso faria com que os convites para Rani desaparecessem, e que ela perdesse vários contratos de publicidade.

Após aparecer como ela mesma em uma pequeniníssima ponta no filme Luck by Chance, de 2009, Rani decidiria se submeter a um pedido da YRF e fazer algo com o qual ela nunca havia concordado antes: perder peso para fazer papel de gostosona. E ela só aceitaria porque seria para uma comédia na qual ela passaria a maior parte do tempo vestida de homem: Dil Bole Hadippa! ("o coração grita hadippa!, que é uma expressão de felicidade em hindi usada, especialmente, por torcedores durante partidas esportivas), também de 2009, no qual ela interpreta uma jovem artista circense de uma cidade do interior que sonha em ser jogadora de críquete, mas sua única chance de conseguir uma vaga no time é fingindo ser um homem - o que se complica quando ela se apaixona pelo treinador (Shahid Kapoor), que acaba se tornando o melhor amigo de sua "versão masculina". O filme seria um novo fracasso de público e crítica, com alguns críticos declarando que ela não conseguiria ser engraçada nem como mulher, nem como homem.

Já com mais de 30 anos e em uma encruzilhada na carreira, Rani aceitaria um convite para ser jurada no reality show Dance Premier League, apenas para se manter em visibilidade, enquanto tomava uma decisão arriscada, mas que, no futuro, se mostraria extremamente acertada: ela evitaria tanto quanto possível os papéis tradicionais em filmes de drama e romance que a tornaram conhecida até então, dando preferência a filmes nos quais pudesse interpretar mulheres fortes e independentes. Isso faria com que ela passasse todo o ano de 2010 sem gravar um único filme, mas também com que voltasse ao estrelato em 2011 em grande estilo: em No One Killed Jessica, inspirado na história real do assassinato da modelo indiana Jessica Lal em 1999, escrito e dirigido por Raj Kumar Gupta, Rani interpretaria uma jornalista que ficou obcecada pelo caso, investigando-o até que os verdadeiros culpados fossem punidos, nada menos que oito anos depois do crime, o que levaria a uma grande reformulação no sistema judiciário e penal indianos; a personagem de Rani é fictícia, e representa um amálgama de vários jornalistas que cobriram o caso. O filme ficaria famoso por não ter nenhum homem em papel de destaque - a protagonista é Vidya Balan no papel de Sabrina Lal, a irmã de Jessica, que empreende uma verdadeira cruzada para tentar colocar os assassinos na cadeia - e renderia a Rani seu terceiro Filmfare Award de Melhor Atriz Coadjuvante. O sucesso do filme também renderia a Rani um convite para repetir o papel da jornalista em um dos episódios de CID, a mais famosa série policial da TV indiana, no ar desde 1998.

Ser mais criteriosa também faria com que Rani, apesar de voltar a receber muitos convites, fizesse bem menos filmes nos anos seguintes - em 2012, por exemplo, ela faria apenas dois. O primeiro seria mais um grande fracasso de público e crítica, Aiyyaa (expressão que significa algo como "minha nossa"), no qual ela interpretava uma bibliotecária com olfato super desenvolvido que se apaixonava por um artista plástico (Prithviraj Sukumaran) que não lhe dava a menor bola. O segundo, porém, seria um grande sucesso: Talaash ("a busca"), no qual ela interpretava a esposa de um detetive (Aamir Khan) que se envolve com uma prostituta (Kareena Kapoor) enquanto investiga uma série de assassinatos misteriosos; o detalhe é que o papel de Rani era de uma mãe em luto, já que, alguns anos antes, o filho do casal havia morrido em um acidente, após o qual o casal se tornou distante, o detetive amargurado, e a mãe inconformada e obcecada por encontrar uma razão para sua perda. Talaash renderia a impressionante marca de 1,74 bilhão de rúpias, se tornando o oitavo filme mais rentável da história da Índia - e um dos mais caros, já que seu orçamento foi de 500 milhões de rúpias - e a interpretação poderosa de Rani lhe renderia mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz Coadjuvante.

Em 2013, Rani participaria de apenas um projeto, Bombay Talkies, um filme composto por quatro episódios independentes, que tinham como única coisa em comum suas histórias serem ambientadas em Mumbai. O episódio de Rani seria dirigido por Johar, e nele ela interpretaria uma jornalista que, ao investigar uma história, descobriria acidentalmente que seu marido (Randeep Hooda) é secretamente homossexual. O filme seria um sucesso moderado, mas a atuação de Rani mais uma vez seria extremamente elogiada pelos críticos; vale citar que Bombay Talkies seria exibido no Festival de Cannes, se tornando um dos poucos filmes indianos a serem escolhidos para a mostra.

Em 2014, Rani interpretaria uma das personagens mais famosas de sua carreira, a policial Shivani Shivaji Roy, que tenta desbaratar uma quadrilha de traficantes de meninas ligada a uma rede de prostituição infantil em Mumbai em Mardaani ("corajosa"). Ela se prepararia para o papel passando seus dias em uma delegacia de Mumbai e acompanhando os policiais em vários casos nas ruas, além de treinar krav magá; o resultado seria uma interpretação que, sem deixar de mostrar o lado terno da policial, que se envolve com a investigação após descobrir que uma das vítimas é uma amiga de sua filha, transborda força física e psicológica, e que surpreenderia os críticos, acostumados a vê-la no papel da mocinha sofredora. Dirigido por Pradeep Sarkar, Mardaani seria um grande sucesso de público e crítica, e renderia a Rani sua oitava indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz.

Também em 2014, ela daria um novo passo em sua vida pessoal: após um número jamais especificado de anos de namoro, já que ela sempre manteve sua vida pessoal separada da profissional e longe do escrutínio da mídia, Rani se casaria com o produtor de cinema Aditya Chopra, filho de Yash Chopra, em uma cerimônia particular na Itália. O namoro e casamento de Rani seriam tema de múltiplas reportagens fervorosas das revistas de fofoca indianas, embora tanto ela quanto ele sempre tenham se recusado a tornar públicos detalhes do relacionamento. No ano seguinte, ela daria luz à sua primeira (e, até agora, única) filha, Adira. Após o nascimento de Adira, ela decidiria dar um tempo em sua carreira de atriz para se dedicar à família, e ficaria quatro anos sem se envolver com nenhum projeto; inicialmente ela decidiria ficar cinco, mas seria convencida a deixar sua "aposentadoria" por seu marido, que a ofereceria o papel principal em Hichki (a onomatopeia indiana para um soluço).

Baseado na autobiografia do professor e pesquisador norte-americano Brad Cohen, portador de uma forma severa da Síndrome de Tourette, Hichki, de 2018, traz Rani como uma jovem de Mumbai que sonha em ser professora, mas nunca é contratada por ter Tourette. Ela acaba conseguindo um emprego de professora substituta na mesma escola onde estudou, mas para pegar a pior turma de todas, formada por alunos que moram em uma favela e não têm interesse nenhum nos estudos. Para se preparar para o papel, ela passaria horas conversando com Cohen, e treinaria para que os tiques nervosos da personagem parecessem espontâneos, e não ensaiados - o diretor Siddharth P. Malhotra daria liberdade para que ela fizesse os tiques sempre que quisesse, sem que os momentos nos quais eles apareciam estivessem previstos no roteiro. Com orçamento de 200 milhões de rúpias, Hichki renderia 591 milhões na Índia, mas 2,15 bilhões quando somada a bilheteria internacional, a maior parte desse valor vindo da China, país onde as produções de Bollywood não costumam ser grandes sucessos. A interpretação de Rani seria mais uma vez aclamada, e lhe renderia mais uma indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz.

Ainda em 2018, Rani faria uma participação como ela mesma em Zero, o controverso filme no qual SRK interpreta um anão. Em 2019, ela voltaria a interpretar Shivani Shivaji Roy em Mardaani 2, escrito e dirigido por Gopi Puthran, que foi o roteirista do primeiro filme. Dessa vez, Roy, transferida para o Rajastão e promovida a Superintendente de Polícia na cidade de Kota, investiga uma série de assassinatos brutais dos quais as vítimas são sempre jovens bonitas. O assassino é o sociopata Sunny (Vishal Jethwa), que, após ver Roy na televisão, decide fazer com ela um jogo de gato e rato. Rani mais uma vez treinaria pesado para o papel, mas manteria a ternura que Roy tinha no primeiro filme, mostrando-a agora conturbada por estar longe de sua família e por enfrentar um criminoso tão cruel. Essa interpretação lhe renderia sua décima indicação ao Filmfare Award de Melhor Atriz, número que poucas atrizes de Bollywood já conseguiram alcançar. O filme também seria mais um grande sucesso de bilheteria - com orçamento de 210 milhões de rúpías, renderia 1,7 bilhão - o que faria com que a YRF já encomendasse uma sequência, que deveria ter suas filmagens iniciadas em 2020, mas seria adiada por causa da pandemia.

Também devido à pandemia, 2020 não teria nenhum lançamento com Rani nos cinemas. Ela voltaria às telas, interpretando mais uma vez a trambiqueira Babli, em 2021, com Bunty aur Babli 2. Seu mais recente trabalho, que estreará em breve, é Mrs. Chaterjee vs Norway, filmado na Estônia e inspirado na história real de uma mãe indiana que teve de recorrer à justiça recuperar seus filhos, apreendidos pelo equivalente norueguês do Conselho Tutelar e entregues à adoção sem seu consentimento.

Assim como outras celebridades indianas, Rani é envolvida com várias causas sociais. Ela é uma das embaixadoras da Shiksha, ONG dedicada à educação infantil, e fundadora do Stroke Treatment Fund, que arrecada fundos para auxiliar no tratamento de pacientes que sofrem derrames. Ela costuma comemorar seu aniversário fazendo visitas-surpresa; em 2004 e 2014 a comemoração foi junto a soldados aquartelados no Rajastão, próximo à fronteira com o Paquistão, e em 2006 ela celebrou junto com crianças deficientes que estudavam no Instituto Helen Keller. Um ano antes, ela participaria de um show beneficente, ao lado de vários outros atores e atrizes de Bollywood, cuja renda foi revertida para o Centro Nacional de Promoção e Emprego para Pessoas Deficientes. Em 2014, devido à sua participação em Mardaani, Rani seria convidada para um jantar que arrecadaria fundos para combater o abuso infantil e ajudar suas vítimas, na qual foi homenageada pelo Príncipe Charles.

Tendo começado como "a prima da Kajol" e passado por uma fase "bonita, mas esquisita", na qual as revistas especializadas em cinema chamavam mais atenção para o fato de ela ser "gordinha, baixinha e ter a voz de quem parece que está se recuperando de uma gripe forte" do que para a qualidade de suas atuações, Rani hoje é considerada uma das maiores atrizes de Bollywood, celebrada por seu talento, versatilidade, e por aceitar sem medo papéis que outras atrizes do primeiro time não querem nem chegar perto - aqueles nas quais as personagens fazem sexo fora do casamento, fumam, bebem, falam palavrões, coisas que ainda são extremamente malvistas na Índia quando feitas por uma mulher. Ela também é conhecida por sua obsessão pelas personagens que interpreta; diretores que trabalharam com ela disseram em entrevistas que ela chegava a se reunir com eles um mês antes do início das gravações, querendo saber tudo sobre as personagens, incluindo detalhes muitas vezes considerados irrelevantes, como "como ela foi criada" e "que tipo de sotaque ela tem" - isso sem falar na extrema dedicação na preparação para o papel, da qual eu citei exemplos ao longo do texto.

O imenso talento de Rani já é reconhecido mundialmente, com ela tendo recebido em 2013 um prêmio especial da Embaixada dos Estados Unidos na Índia por sua contribuição para o cinema indiano; em 2015 um da Universidade de Mumbai por sua contribuição à indústria de Bollywood; em 2017 um do Governo de Maurício por sua contribuição ao cinema como um todo; e em 2018 o prêmio de Excelência em Cinema no Festival Cinematográfico de Melbourne, na Austrália.

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