Vincent Leonard Price Jr. nasceu em 27 de maio de 1911 na cidade de St. Louis, Missouri, Estados Unidos. Apesar do que o nome possa dar a entender, ele foi o mais novo dos quatro filhos de Vincent Leonard Price e Marguerite Cobb Price. De família rica, seu pai era dono de uma fábrica de doces, a National Candy Company, e seu avô paterno, Vincent Clarence Price, foi o inventor do fermento químico em pó Dr. Price, a marca mais famosa dos Estados Unidos, equivalente ao Pó Royal aqui no Brasil; por parte de mãe, Price também teve um ancestral famoso, sendo descendente direto de Peregrine White, a primeira criança filha de europeus a nascer na América do Norte, que nasceu dentro do navio Mayflower enquanto ele estava atracado no Porto de Massachusetts, em 1620.
Quando Price terminou o equivalente ao Ensino Fundamental, seu pai decidiu matriculá-lo em um colégio interno em outro estado, a Milford Academy, na cidade de mesmo nome, no Connecticut. Sendo um dos melhores alunos da turma, ele conseguiu uma vaga na prestigiada Universidade de Yale, onde cursou língua inglesa e história da arte, se formando em 1933. Enquanto estudava, Price trabalhou como repórter e cronista da The Yale Record, revista de humor produzida pelos e vendida para os alunos da universidade. Suas boas notas, bons textos na revista e bons relacionamentos com os professores lhe renderiam um convite para lecionar língua inglesa, mas, não querendo seguir carreira como professor, ele lecionou por apenas um semestre, decidindo, em junho de 1934, viajar para Londres para fazer um mestrado em história da arte no Coulthard Institute of Art.
Lá, porém, ele acabaria sentindo mais afinidade com o curso de teatro, para o qual mudaria poucas semanas após sua inscrição. Atraindo a atenção dos professores por seu talento e disciplina, Price estrearia nos palcos ainda em 1934, e, no ano seguinte, sem concluir o curso, faria sua estreia como ator profissional no Mercury Theater, com um papel secundário na peça Júlio César, na qual conheceria o ator, diretor, roteirista e produtor Orson Welles. Welles indicaria Price para Laurence Housman, que, em 1934, havia escrito a controversa peça Victoria Regina, sobre a vida da Rainha Vitória, e a estava encenando em Londres. Housman não colocaria Price no elenco da produção londrina, mas o convidaria para retornar aos EUA, pois, naquele mesmo ano, a peça estrearia na Broadway, em Nova Iorque. Ao todo, Victoria Regina seria encenada na Broadway em três temporadas, em 1935, 1936 e 1938; na versão de 1936, Price interpretaria o Príncipe Albert, marido da Rainha Vitória, interpretada por Helen Hayes.
Em 1938, Price se casaria com a também atriz Edith Barrett, e aceitaria um convite para atuar no filme de comédia Serviço de Luxo, fazendo sua estreia no cinema já num papel de relativo destaque, o de um inventor que se envolve romanticamente com a protagonista, interpretada por Helen Murphy. No ano seguinte, ele já faria sua estreia no terror, gênero pelo qual ficaria internacionalmente conhecido, interpretando o Duque de Clarence em A Torre de Londres, no qual contracenaria com Basil Rathbone e Boris Karloff. Em uma ascensão meteórica, em 1940 ele seria escalado para interpretar Joseph Smith, fundador da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (popularmente conhecido como Mórmon), no drama biográfico O Filho dos Deuses, e voltaria ao terror em A Volta do Homem Invisível, continuação de O Homem Invisível, clássico produzido em 1933 pela Universal, no qual interpretava um homem condenado injustamente à morte, que, para escapar de sua sentença, concorda em ser injetado com o soro da invisibilidade. Também em 1940, Price teria seu primeiro filho, Vincent Barret Price, que se tornaria escritor e poeta.
Era comum na época que um ator do gabarito de Price recebesse muitos convites para filmes em um único ano; dessa forma, entre 1939 e 1949 ele atuaria em nada menos que 28 produções. Seus maiores destaques foram A Canção de Bernadette, de 1943, na qual interpretou o perseguidor da protagonista, Vital Dutour; As Chaves do Reino, de 1944, no qual interpretou um sacerdote pretensioso; Os Três Mosqueteiros, de 1948, no qual interpretou o Cardeal Richelieu; e Lábios que Escravizam, de 1949, no qual contracenaria com Charles Laughton, Ava Gardner e Robert Taylor. Se destacando em papéis dramáticos e como vilão de filmes noir, ele quase não seria mais convidado para o terror, com seu único papel de destaque no gênero nessa época sendo na verdade em um terrir, Abbott e Costello Encontram Frankenstein, de 1948, no qual ele "interpretava" o Homem Invisível - entre aspas porque ele estava o tempo todo invisível, então Price apenas gravou sua voz.
Ainda em 1948, Price se divorciaria de Edith Barrett e se casaria pela segunda vez, com a figurinista Mary Grant, com quem teria uma filha, Mary Victoria Price, que nasceria em 1962, e aparentemente tem como profissão ser filha de Vincent Price, já que escreve livros e dá palestras onde conta como foi crescer sendo filha de um astro do cinema. Um desses livros, Vincent Price: A Daughter's Biography, publicado em 1999, foi muito controverso, pois deu a entender que Price teria sido antissemita e simpatizante do nazismo; durante toda sua carreira, entretanto, Price sempre combateu o preconceito, fazendo campanhas contra o racismo e a intolerância religiosa - até mesmo quando a própria Victoria se revelou homossexual, ele deu seu apoio total, e falou abertamente contra as campanhas "anti-gay" que ocorriam na década de 1970, sendo também uma das primeiras celebridades a aparecer em campanhas que visavam esclarecer a população quanto ao perigo da AIDS nos anos 1980.
Na época do macarthismo, nos anos 1950, Price seria listado pelo governo como "liberal", e, após não ser convidado para nenhum papel por mais de um ano, aceitaria dar um depoimento ao FBI, até hoje secreto, no qual negava qualquer associação com grupos políticos. Também na década de 1950, ele seria escolhido pelo Presidente Eisenhower para ser membro do Indian Arts and Crafts Board, uma espécie de secretaria que cuida da proteção cultural aos povos indígenas dos Estados Unidos; ele recusaria o cargo se dizendo "surpreso, já que era um Democrata" (e o Presidente era Republicano). Entre 1947 e 1951, Price também se aventuraria no rádio, onde protagonizaria a série The Saint, da qual um dos episódios terminaria com a mensagem de que o preconceito racial e religioso é o combustível para os inimigos da América.
Em 1950, Price conseguiria seu primeiro papel de protagonista, em mais um drama biográfico, dessa vez interpretando o trapaceiro James Addison Reavis, conhecido como Barão do Arizona, em O Barão Aventureiro. No mesmo ano, ele atuaria ao lado de Ronald Colman na comédia Champanhe para César, o qual ele considerava seu papel preferido. Em 1956, ele estaria na superprodução Os Dez Mandamentos, no papel do arquiteto real, Baka. Colecionador de obras de arte desde sua época de faculdade, em 1957 Price doaria 90 peças de sua coleção particular para que fosse estabelecido o Vincent Price Art Museum, no campus da East Los Angeles College, em Monterey Park, Califórnia, a primeira exposição permanente de arte em uma universidade dos Estados Unidos; hoje, o acervo do Vincent Price Art Museum já conta com nove mil obras, tendo quase duas mil sido doadas por Price ao longo de sua vida.
Na década de 1950, ele também começaria a ser presença constante em séries de TV, atuando em participações de um episódio cada nas séries Chesterfield Presents, Fireside Theatre, Lights Out, Pulitzer Prize Playhouse, Gruen Guild Playhouse, Robert Montgomery Presents, Summer Theatre, ABC Album, The Philip Morris Playhouse, The Eddie Cantor Comedy Theatre, TV Reader's Digest, Alfred Hitchcock Apresenta e Jane Wyman Presents The Fireside Theatre, além de dois episódios do Science Fiction Theatre, dois da Matinee Theater, três da Playhouse 90, e de fazer parte do elenco fixo do Lux Video Theatre, entre 1951 e 1956, da Schlitz Playhouse of Stars, entre 1952 e 1958, da General Electric Theater, entre 1956 e 1958, e da famosa série Climax!, entre 1955 e 1957. Entre 1956 e 1971, ele seria um convidado recorrente, interpretando vários personagens diferentes em The Red Skelton Show.
Também na década de 1950, Price voltaria a ser convidado para filmes de terror, incluindo sua primeira produção em 3D, Museu de Cera, de 1953, o primeiro filme em 3D a entrar para o Top Ten das maiores bilheterias do ano nos Estados Unidos, no qual interpretava um escultor homicida. No ano seguinte, ele protagonizaria A Máscara do Mágico, e, mais para o final da década, estaria no clássico A Mosca da Cabeça Branca, de 1958, que, na década de 1980, seria refilmado como A Mosca, com Jeff Goldblum no papel que originalmente foi de Price, o de um cientista que, após um acidente, começa a se transformar em um homem-mosca; Price também estaria em sua continuação, O Monstro de Mil Olhos, de 1959.
1959 também seria o ano no qual Price estrelaria A Casa dos Maus Espíritos, no papel de um milionário que oferece uma vultosa soma em dinheiro para quem conseguir passar uma note numa casa mal-assombrada, e Força Diabólica, interpretando um cientista que descobre um parasita que se alimenta do medo de suas vítimas; ambos dirigidos por William Castle, os dois filmes seriam grandes sucessos, e são apontados por muitos críticos como o motivo pelo qual Price passaria a ser cada vez mais convidado para produções de terror. Antes de a década acabar, ele ainda voltaria ao rádio, como narrador da história Three Skeleton Key, que envolvia um farol atacado por um exército de ratos.
Em 1960, Price participaria de A Queda da Casa de Usher, filme inspirado no conto homônimo de Edgar Allan Poe dirigido por Roger Corman, no papel do antagonista, Roderick Usher. Com orçamento baixíssimo, de cerca de 200 mil dólares, o filme renderia dois milhões apenas nos Estados Unidos, e motivaria a AIP, sua distribuidora, a investir em mais filmes do trio Poe/Price/Corman. Assim, durante a década de 1960, seriam filmados O Poço e o Pêndulo (1961); Muralhas do Pavor (1962), filme composto por três episódios, com Price interpretando um personagem diferente em cada um; Farsa Trágica (1963), na qual Price e Karloff interpretavam ladrões de túmulos; O Corvo (1963), em uma versão de terrir, na qual Price mais uma vez contracenava com Karloff; A Orgia da Morte e Túmulo Sinistro (ambos de 1964); e O Ataúde do Morto-Vivo (1969). Todos esses filmes seriam grandes sucessos, e, na maioria, Price seria o antagonista; com seu estilo distinto de atuar, ele construiria a imagem do "vilão cavalheiro", um assassino ou sociopata normalmente de família rica, refinado, sempre calmo e controlado, diferente dos psicopatas espalhafatosos vistos em outros filmes de terror da época - até hoje, essa é a primeira imagem que vem à mente quando fãs de terror pensam em Vincent Price.
O sucesso dos filmes de Corman faria com que chovessem convites para Price atuar em produções de terror. Dentre seus destaques da década de 1960 podemos citar A Torre de Londres (1962); Vício que Mata (1962); Diário de um Louco (1963); O Castelo Assombrado (1963), inspirado no conto O Caso de Charles Dexter Ward, de H.P. Lovecraft; e Nos Domínios do Terror (1963), mais um em três episódios, no qual ele interpretava um personagem diferente em cada. Seus dois maiores sucessos da década, porém, seriam Mortos que Matam, adaptação do livro Eu Sou a Lenda, na qual ele interpretava um cientista que acredita ser o único sobrevivente após um vírus mortal tarnsformar a população de todo o planeta em zumbis; e O Caçador de Bruxas (1968), no qual interpretava o personagem real Matthew Hopkins em uma história fictícia, na qual o famoso caçador de bruxas abusa de seu poder em benefício próprio. Price também estaria em filmes históricos e de aventura, como Nefertiti, a Rainha do Egito e O Pirata Negro, ambos de 1961, e em comédias, como A Praia dos Amores (1963), A Máquina de Fazer Biquíni (1965), e sua continuação, Bonecas Explosivas (1966).
Também na década de 1960, Price se tornaria presença frequente em séries de TV de sucesso, em participações de um episódio cada nas séries Aventuras no Paraíso, Startime, The Chevy Mystery Show, O Agente da U.N.C.L.E., Viagem ao Fundo do Mar, Daniel Boone e Agente 86; sua participação de maior destaque seria na série Batman, estrelada por Adam West e Burt Ward, na qual interpretaria o vilão Cabeça de Ovo em sete episódios. Price também seria presença recorrente, interpretando diversos personagens, inclusive o Dr. Frankenstein, em The Danny Kaye Show, entre 1964 e 1966; seria participante convidado por cinco vezes, entre 1968 e 1971, do Laugh-In, uma espécie de show de calouros; e seria um convidado frequente no game show Hollywood Squares entre 1966 e 1980.
Ainda na década de 1960, Price faria dois trabalhos, digamos, inusitados. Um deles seria a gravação, em 1964, de uma narração para turistas na cidade de Tombstone, no Arizona, daquele tipo em que eles podem escutá-la através de fones de ouvido enquanto visitam os locais históricos da cidade; essa narração ficaria ativa até 2016, quando seria substituída por uma mais moderna. O outro seria como "narrador" da série australiana If These Walls Could Speak ("se essas paredes falassem"), de 1968, na qual cada episódio envolvia um prédio histórico narrando sua própria história, com a voz de Price.
Entre 1962 e 1971, Price atuou como consultor da rede de lojas Sears-Roebuck, que lançaria a Vincent Price Collection of Fine Art, uma série de reproduções de obras de arte famosas, selecionadas por Price, que acreditava que todos deveriam ter acesso à arte, principalmente aqueles que não têm condições de comprar as obras originais; ao todo, a Sears venderia mais de 50 mil reproduções em suas lojas.
Além de amante da arte, Price era apaixonado por cozinhar, e, em 1965, ele e Mary lançariam um livro de receitas chamado A Treasury of Great Recipes, que continha suas receitas preferidas. O livro seria um grande sucesso, e sua editora, a Heirloom Publishing Company, os convenceria a escrever uma série de cinco livros com as mais famosas receitas dos Estados Unidos; chamados coletivamente de Mary and Vincent Price present a National Treasury of Cookery, esses livros seriam lançados em uma caixa especial em 1967, e, em 1969, editados (removendo algumas das receitas menos populares) e lançados como um volume único, chamado Mary and Vincent Price's Come into the Kitchen Cook Book: A Collector's Treasury of America's Great Recipes. Em 1971, Price seria convidado para estrelar um programa de culinária no canal ITV, do Reino Unido, chamado Cooking Price-Wise, no qual ele apresentaria receitas práticas e baratas. O programa teria oito episódios, e daria origem a mais um livro, Cooking Price-Wise with Vincent Price, lançado ainda em 1971. Ele voltaria a apresentar um programa de culinária para a ITV em 1982, A Taste of China, dessa vez apresentando receitas chinesas, em cinco episódios.
Price começaria a década de 1970 interpretando um médico que busca vingança pela morte de sua esposa em O Abominável Dr. Phibes (1971), e em sua continuação, A Volta do Dr. Phibes (1972). Nos três anos seguintes, ele interpretaria um assassino serial em As Sete Máscaras da Morte (1973), e um ator de terror que decide voltar a interpretar seu mais famoso personagem após passar anos detido em um manicômio, em Madhouse (1974). Nessa década, porém, os filmes de terror sofreriam uma queda na popularidade, e Price decidiria aceitar menos convites para o cinema e investir em outros projetos. Ele participaria do programa de TV infantil The Hilarious House of Frightenstein, exibido pelo canal canadense CHCH, recitando poemas infantis fantasiado; seria o anfitrião do programa de rádio, The Price of Fear, transmitido pela Rádio BBC, que contava histórias de terror e mistério; e gravaria narrações de histórias de Edgar Allan Poe, junto com Rathbone, que seriam lançadas em LPs.
Em 1973, Price se divorciaria de Mary, e, no ano seguinte, se casaria com a atriz australiana Coral Browne, com quem ficaria casado até a morte dela, em 1991. Em 1975, Price voltaria ao teatro, atuando ao lado de Browne na peça Ardèle, que seria encenada nos Estados Unidos e em Londres; no mesmo ano, o casal também protagonizaria mais um programa de rádio da BBC, Night of the Wolf, e Price narraria o trecho falado da canção The Black Widow, de Alice Cooper, aparecendo também no especial de TV Alice Cooper: The Nightmare, no segmento dedicado a essa música. Em 1977, ele interpretaria Oscar Wilde no teatro, na peça Diversions and Delights; sua performance na apresentação na Tabor Opera House, no Colorado, mesmo local onde Wilde se apresentou quase um século antes, é considerada por muitos críticos como a melhor de sua carreira.
Ao longo da década de 1970, Price seguiria com suas participações em séries famosas, atuando em episódios de Mod Squad, Curiosity Shop, Galeria do Terror, A Família Sol-Lá-Si-Dó, Columbo, The Snoop Sisters, O Show dos Muppets, Donny and Marie, Ellery Queen, A Mulher Biônica e O Barco do Amor, além de ser convidado para uma edição do programa Here's Lucy, em 1970, no qual demonstrou seu conhecimento de obras de arte, e de aparecer como ele mesmo no The Jimmy Stewart Show, em 1972. Price e Browne também teriam papéis de destaque na série Time Express, participando de quatro episódios exibidos em 1979. Também em 1979, ele seria o apresentador do programa America Screams, no qual, a cada episódio, contava a história de uma montanha-russa - após andar nela.
Em 1980, Price estrearia como dublador, no desenho I Go Pogo, inspirado nos quadrinhos de Pogo, um gambá criado por Walt Kelly para uma tira publicada em vários jornais dos Estados Unidos; no desenho, Pogo decide se candidatar a Presidente, e tem como maior oponente Deacon Mushrat, dublado por Price. Também em 1980, Price seria o narrador de uma versão de O Aprendiz de Feiticeiro produzida pelo canal canadense CHCH. Em 1982, mais um trabalho como narrador, dessa vez no curta Vincent, dirigido por Tim Burton, sobre um menino que descobre uma passagem para uma dimensão paralela na qual ele é Vincent Price. No mesmo ano, ele narraria a parte falada do grande sucesso Thriller, de Michael Jackson, e, em 1985, participaria do desenho Os 13 Fantasmas de Scooby Doo, dublando o mago Vincent Van Doido (Vincent Van Ghoul no original), inspirado no próprio Price (embora o nome seja uma referência ao pintor Vincent Van Gogh), mentor de Salsicha, Scooby e Daphne enquanto eles tentam recapturar os fantasmas acidentalmente libertados.
No cinema, o maior destaque de Price na década de 1980 seria A Mansão da Meia-Noite, de 1983, na qual ele contracenaria com ninguém menos que Christopher Lee, Peter Cushing e John Carradine, numa espécie de dream team do horror; outro grande sucesso seria Banho de Sangue na Casa do Terror, de 1984, um terrir no qual Price interpretava um psicopata. Mas, conforme os filmes de terror passavam a ser mais relacionados a entidades sobrenaturais (como Freddy Krueger) e slashers (como Jason), Price perdia mercado, já que o estilo no qual ele se destacava era cada vez menos produzido. Um de seus últimos trabalhos de destaque seria mais uma dublagem, a do Professor Ratigan, vilão do desenho As Peripécias do Ratinho Detetive, da Disney, lançado em 1986. Em 1987, ele contracenaria com Bette Davis em Baleias de Agosto, filme pelo qual receberia a única indicação a um prêmio em toda a sua carreira, ao Independent Spirit Award de Melhor Ator Coadjuvante.
Entre 1981 e 1989, Price seria o anfitrião da série de mistério Mystery!, exibida pela PBS, o canal de TV público dos Estados Unidos. Seu sucesso nessa série lhe renderia um convite para estrelar uma série de comerciais com temática de terror para o limpador de banheiro Tilex, exibidos entre 1985 e 1989. Na década de 1980 ele não faria tantas participações em séries de TV, sendo seu único destaque ter interpretado o Espelho Mágico em uma adaptação de Branca de Neve e os Sete Anões para o seriado Teatro dos Contos de Fada, em 1984 - em outro episódio, inspirado em O Menino que Saiu de Casa para Descobrir o que é o Medo, ele atuaria como narrador. Em 1990, ele gravaria a narração da atração Mansão Mal-Assombrada, da Disneylândia, mas, pouco tempo após ela ser inaugurada, em 1992, a narração de Price seria substituída por uma gravada pelo ator Gérard Chevalier, com apenas a gargalhada final de Price sendo mantida. Também em 1990, ele seria o narrador de um dos episódios do desenho Tiny Toon.
No final da década de 1980, Price começaria a sofrer os sintomas do Mal de Parkinson, e, em 1989, seria diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica, o que o levaria a ter de deixar a série Mystery! e dar um tempo em sua carreira. Ele aceitaria, porém, um convite de Burton para interpretar o cientista criador de Edward Mãos de Tesoura no filme homônimo de 1990; durante as gravações, ele teria uma piora severa, e sua participação acabaria sendo muito reduzida, já que ele não tinha condições de gravar. O papel em Edward Mãos de Tesoura seria seu último de destaque, mas não o último de sua carreira: em 1992 ele faria uma pequena participação no filme para a TV O Coração da Justiça, e, em 1993, dublaria o personagem ZigZag no desenho The Thief and the Cobbler, inédito no Brasil e inspirado em uma lenda das Mil e Uma Noites.
Price faleceria de câncer no pulmão, resultado dos remédios que tomou para tratar sua doença, aos 82 anos, em 25 de outubro de 1993, durante o sono, em sua casa em Los Angeles. De acordo com sua vontade, seu corpo foi cremado e as cinzas espalhadas no mar de Point Dume, na cidade de Malibu, Califórnia.
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