Sendo um derivado do futebol americano, a história do flag football está ligada à história deste. Tudo começou em 1905, quando o presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, preocupado com a violência que imperava nos jogos universitários de futebol americano - que chegou a resultar até mesmo na morte de jogadores durante as partidas - decidiu criar um órgão regulador para alterar as regras do esporte, de forma a preservar a vida e a integridade física dos jogadores. Fundado em 1906, esse órgão, chamado Associação Atlética Intercolegial dos Estados Unidos (IAAUS), não somente introduziu vários equipamentos obrigatórios (embora ainda pouco eficientes se comparados com os de hoje em dia), como o capacete e as ombreiras, como também proibiu várias jogadas que considerava perigosas e passou a considerar falta comportamentos que até então eram comuns. Foi a partir da intervenção da IAAUS, inclusive, que o futebol americano passou a ficar cada vez mais diferente do rugby, até se tornar um esporte com suas próprias características.
Acontece que há um detalhe importante nessa história: a IAAUS só mandava no futebol americano universitário, ou seja, se alguém fora do âmbito universitário quisesse jogar de acordo com as regras "antigas", ela não podia fazer nada. Quando a primeira liga profissional de futebol americano, a NFL, foi criada, em 1920, eles decidiram basear suas regras nas da NCAA (nome que a IAAUS adotaria em 1910, e que usa até hoje) não somente porque seus atletas já estavam mais acostumados com elas, mas também para evitar problemas pelo excesso de violência do jogo, mas, ainda naquela época, quase quinze anos após a fundação da IAAUS, muitos jogos amadores ainda permitiam que seus times seguissem as regras mais violentas, por assim dizer, e que seus jogadores não usassem nenhum equipamento de segurança.
Isso, como vocês devem imaginar, trazia problemas, pois ninguém queria se contundir seriamente em um jogo amador, o que poderia fazer com que os contundidos tivessem de parar de trabalhar ou precisar de atendimento médico caro, numa época em que os Estados Unidos não estavam exatamente passando por um período de pujança econômica. Assim, muitas das ligas amadoras, não querendo seguir as regras da NCAA, principalmente por causa dos equipamentos de segurança, que também eram caros, começaram a criar suas próprias regras, muitas permitindo ainda menos contato físico que as da NCAA. Infelizmente, por falta de registros históricos, não sabemos exatamente como seriam essas regras, mas o primeiro registro de um jogo de futebol americano sem contato físico data de 1933, ano no qual um torneio de touch and tail football foi realizado na cidade de Nova Iorque.
O flag football como é disputado hoje seria inventado alguns anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial. Na época, muitos dos soldados norte-americanos jogavam futebol americano, e as partidas eram seu principal passatempo enquanto eles estavam aquartelados aguardando o chamado do dever. A questão é que não somente eles não tinham acesso aos equipamentos de segurança, como também os comandantes não ficavam muito animados com a possibilidade de um soldado se contundir durante um jogo e não poder mais combater, de forma que a melhor solução foi praticar as versões do jogo sem contato físico. Em 1940, na base de Fort Meade, em Maryland, os soldados inventariam uma versão na qual um lenço ou outro pedaço de pano ficava no bolso de trás da calça, e, para que fosse caracterizado o tackle - o ato de derrubar o jogador, que interrompe a jogada - bastava retirar esse lenço do bolso do oponente - em outras palavras, quando o lenço era retirado, significava que o jogador foi "derrubado", e a jogada acabava naquele ponto. O apelido desse lenço era flag ("bandeira", em inglês), e, por isso, o novo esporte ficaria conhecido como flag football.
De Fort Meade, o flag football se espalharia por outras bases norte-americanas, e, conforme os soldados eram dispensados e voltavam para casa, levavam suas regras com eles. Nas décadas de 1940 e 1950, surgiriam várias ligas de flag football por todo o país, e, na década de 1970, o círculo seria fechado com a chegada do flag football às universidades. Como o flag football não era (e não é até hoje) um dos esportes oficiais da NCAA, os universitários o praticavam de forma recreativa, durante os intervalos das aulas, mas, em 1979, jogadores de várias universidades decidiriam se unir e disputar um campeonato, do qual todos os jogos foram disputados na Universidade de Nova Orleans. O torneio foi um grande sucesso, e, dois anos depois, seria disputado o primeiro campeonato universitário de flag football, com dezenas de times, várias fases, e a fase final sendo disputada em um estádio na cidade de Shreveport, Louisiana. Tudo isso, vale lembrar, de forma totalmente amadora, e sem nenhum apoio da NCAA.
Vale dizer também que, embora o flag football crescesse cada vez mais em popularidade, ele não era a única versão do futebol americano sem contato físico a ter ligas em disputa nos Estados Unidos. Em 1960, por exemplo, seria fundada, na cidade de St. Louis, Missouri, a National Touch Football League, uma liga semiprofissional de touch football, versão do esporte no qual era necessário apenas tocar no adversário para que o tackle fosse caracterizado, sem qualquer tipo de pano precisando ser removido. A NTFL cresceria em popularidade nos anos seguintes, e organizaria seu primeiro campeonato nacional em 1971. Em 1988, a NTFL ainda tinha um disputado campeonato de touch football, quando um de seus diretores regionais, Jeff Anderson, tomou uma decisão surpreendente: saiu da NTFL e fundou a United States Flag & Touch Football League (USFTL), uma liga semiprofissional de flag football, cujas regras eram baseadas nas da NTFL, mas usando as flags.
Desde a fundação da USFTL (que ainda existe, aliás), o flag football cresceria imensamente em popularidade, com cada vez mais jovens descobrindo no flag football uma forma de disputar seu esporte preferido sem os caros equipamentos de segurança e com muito menos possibilidades de lesões e contusões. Essa popularidade levaria à fundação de outras ligas, como a American Flag Touch Football League, fundada em 1991, e a Professional Flag Football League, primeira a contar com times profissionais, fundada em 1997. Fora dos Estados Unidos, as primeiras ligas surgiriam na Ásia, com as do Japão, China, Filipinas e Vietnã surgindo ainda na década de 1990; as primeiras ligas europeias surgiriam nos anos 2000. Nem todas essas ligas, porém, usam as mesmas regras da USTFL, o que faz com que hoje não exista uma única versão do flag football, e sim várias, com diferentes números de jogadores por time, possibilidade ou não de chutes, maior ou menor contato físico permitido, e até mesmo diferentes tamanhos de campo. Até mesmo a NFL criou sua própria versão das regras, baseadas nas do futebol americano profissional, não para organizar seu próprio campeonato, mas como parte de um acordo com a NAIA, organização universitária semelhante à NCAA, segundo o qual as universidades filiadas à NAIA, em um futuro próximo, usarão essas regras para torneios universitários de flag football.
Internacionalmente, a principal entidade reguladora do flag football é a IFAF, a Federação Internacional de Futebol Americano, fundada em 1998 para regular o futebol americano, com regras semelhantes às da NCAA, em todo o planeta; a IFAF hoje conta com 105 membros, incluindo o Brasil, e, além do Campeonato Mundial de Futebol Americano, disputado no masculino a cada quatro anos desde 1999, organiza o Campeonato Mundial de Flag Football, disputado no masculino e no feminino a cada dois anos desde 2002 - no masculino, os Estados Unidos são os maiores campeões, com quatro títulos, seguidos de Áustria com três, e França e Canadá com um cada, mas no feminino o maior campeão é o México com três títulos, seguido do Canadá com dois, e de Estados Unidos, França, Panamá e Suécia com um cada. As regras que eu vou abordar nesse post são as da IFAF, que são as usadas nos jogos disputados aqui no Brasil, e podem ter algumas diferenças em relação às que serão usadas nos World Games, que serão as da NFL. Para efeitos de economia, assim como eu fiz com o futebol canadense, só vou falar do que é específico do flag football; o que eu não falar aqui é idêntico às regras do futebol americano "normal".
O campo do flag football tem 25 jardas (22,9 m) de largura por 70 jardas (64 m) de comprimento, sendo que, de cada lado, 10 jardas (9,15 m) são as end zones, sobrando 50 jardas (45,7 m) para a efetiva área de jogo. O campo é dividido no meio, e as últimas 5 jardas (4,575 m) de cada lado, antes de cada end zone, são demarcadas por uma linha pontilhada, e constituem as no running zones; a única marcação além dessas são as "linhas de dois pontos", pequenas linhas de 1 jarda (90 cm) de comprimento localizadas a 12 jardas (11 m) de cada end zone. Não há necessidade de marcação no campo a cada jarda, e, para jogos internacionais, a IFAF exige que pelo menos 3 jardas (2,74 m) em todas as direções ao redor do campo sejam livres de qualquer obstáculo, consistindo em uma zona de segurança - o que faz com que o tamanho total do campo seja de 31 jardas (28,4 m) de largura por 76 jardas (69,55 m) de comprimento. Todas as linhas que marcam o campo devem ter 10 cm de largura.
Cada time é composto por 12 jogadores, sendo que apenas 5 estão em campo de cada vez, sendo os outros 7 os reservas; as substituições são ilimitadas e podem ser feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo. Como não há necessidade de equipamentos de proteção, o uniforme é semelhante ao do futebol, consistindo de camisa de mangas curtas, calção, meias e chuteiras, com luvas sendo opcionais. O principal item do uniforme, porém, é um cinto especial, chamado flag belt, que conta com duas presilhas próprias para as flags, uma do lado esquerdo e uma do lado direito do corpo do jogador. As flags são feitas de lona, têm 38 cm de comprimento por 5 cm de largura, e devem ser de cor que contraste com o calção dos jogadores - todos os membros de um mesmo time devem ter flags da mesma cor, e cada time deve ter flags de uma cor diferente. As presilhas das flags possuem um encaixe especial com o qual elas ficam penduradas e se balançando, não podendo cair pelo movimento do corpo do jogador, mas sendo arrancadas com um mínimo esforço - basta segurar nelas que elas se soltam.
Assim como no futebol americano, um dos times ataca enquanto o outro defende. A jogada começa com um snap do time que está no ataque, com um dos jogadores passando a bola por baixo de suas pernas para o quarterback, que então terá 7 segundos para passá-la ou entregá-la para outro jogador, que tentará correr com ela; só pode haver um passe para a frente por jogada, mas os passes para os lados e para trás são ilimitados. Não pode haver nenhum contato físico, nem mesmo para bloqueio; a principal forma de evitar que um jogador chegue a outro lugar, portanto, é simplesmente ficar no caminho dele para forçá-lo a desviar e criar a oportunidade para que alguém puxe sua flag. Só é permitido puxar uma flag de um jogador que tem a posse da bola; basta que uma das duas flags dele se solte do cinto para que ele seja considerado derrubado e a jogada seja interrompida - caso uma das flags de um quarterback seja arrancada enquanto ele está com a bola nas mãos, a jogada conta como um sack. Os jogadores podem se esquivar e girar para evitar que um oponente arranque suas flags, mas não podem se utilizar de contato com o corpo do outro jogador para isso (como bater em sua mão ou segurar seu braço), nem tentar esconder as flags com partes de seu uniforme (colocando-as para dentro do calção, por exemplo).
Cada time tem quatro descidas para tentar avançar a bola 10 jardas, ganhando uma nova série de quatro descidas cada vez que consegue. Não há punt, com a posse de bola mudando de time automaticamente ao final da quarta descida. Toda primeira jogada de ataque de um time começa da sua linha de 5 jardas (ou seja, também não há kick off), e não do ponto de onde a bola estava quando a quarta descida não foi bem sucedida; somente em caso de interceptação o time que estava na defesa começa seu ataque de onde a bola estava quando a jogada terminou. A cada descida, o time que está defendendo deve ficar a no mínimo 5 jardas da linha de scrimmage, não podendo os dois times ficarem "coladinhos" como no futebol americano.
Quando um time consegue levar a bola até a end zone do adversário, ele marca um touchdown, que vale 6 pontos; em seguida, pode tentar um try, uma nova jogada de uma única descida que vale pontos extras: caso o try seja tentado com a bola na linha de 5 jardas (e bem sucedido), o time ganha 1 ponto extra, caso a bola comece na linha de dois pontos, o try vale 2 pontos extras. Caso, durante um try, a bola seja interceptada e o time que interceptou consiga levar a bola até a outra end zone, ganha 2 pontos. Não há field goal (não sei se vocês repararam, mas o campo nem tem gols), então a única outra forma de marcar pontos é com um safety: arrancar uma flag de um jogador com a posse de bola dentro de sua própria end zone vale 2 pontos, e arrancar uma flag de um jogador que interceptou a bola dentro da end zone vale 1 ponto.
Além de os jogadores não poderem chutar a bola em nenhuma hipótese (sendo falta de 5 jardas do local onde houve o chute caso o façam), o quarterback não pode ultrapassar a linha de scrimmage carregando a bola nas mãos (sendo falta de 5 jardas a partir da linha de scrimmage caso o faça), podendo, porém, passar a bola para outro jogador e depois recebê-la de volta. Outros exemplos de faltas punidas com 5 jardas são: o jogador que fez o snap ser o primeiro a receber a bola do quarterback na jogada, retornar a bola para antes da linha de scrimmage com um passe para trás, estouro do cronômetro (levar mais de 25 segundos para colocar a bola em jogo), saída falsa (se mover na direção do time oponente antes do snap) e contato físico ilegal - se o contato físico ilegal foi durante uma interferência no passe, a falta é de 10 jardas. Outras faltas de 10 jardas incluem arrancar flags de jogadores sem posse de bola, conduta antidesportiva e interferência de pessoa estranha ao jogo (o técnico invadir o campo, por exemplo). Como foi dito, o quarterback tem 7 segundos para passar ou entregar a bola depois do snap, sendo falta punida com perda de descida (mas com a linha de scrimmage no mesmo lugar) caso ele estoure esse tempo. Outro detalhe importante é que, caso o quarterback esteja dentro da no running zone, ele obrigatoriamente deve tentar um passe, não podendo entregar a bola para uma corrida, sendo perda de descida caso o faça - ou seja, como a primeira jogada de ataque de cada time começa da linha de 5 jardas, a primeira jogada de ataque de cada time é sempre um passe.
Uma partida de flag football dura dois tempos de 20 minutos cada, com um intervalo de 2 minutos entre eles. Em caso de empate, é disputada uma prorrogação na qual cada time começa com a bola no meio do campo (e não da linha de 5 jardas) e tem quatro descidas para marcar pontos; caso o empate persista após uma tentativa de cada time, são disputadas tentativas alternadas, até que um dos dois consiga e o outro não. Cada time tem direito a dois pedidos de tempo em cada metade do jogo, mais um na prorrogação. A partida é oficiada por quatro árbitros, sendo um principal e três auxiliares, dos quais um se posiciona ao lado da linha de scrimmage, prestando atenção no time que está no ataque, e um a 7 jardas da linha de scrimmage, prestando atenção no time que está na defesa.
Além do flag football "de campo", a IFAF regula o flag football de praia (beach flag) e o disputado em ginásio fechado (indoor flag). As regras são as mesmas, com as seguintes diferenças: tanto no beach flag quanto no indoor flag, as jogadas começam com a bola na linha de 1 jarda, cada time tem 4 jogadores em quadra e 6 reservas, e o jogo dura dois tempos de 15 minutos cada; no beach flag, o campo tem apenas 45 jardas (41,15 m) de comprimento, sendo que as dez últimas jardas de cada lado são as end zones, restando 25 jardas (22,9 m) de área efetiva de jogo, a única marcação no campo é a das end zones, feita com cones, e os jogadores jogam descalços (no indoor flag os jogadores usam tênis ao invés de chuteiras).
Antes de terminar, vale citar que o rugby também possui variações sem contato físico. A mais parecida com o flag football é o tag rugby, cujas regras são baseadas nas do rugby union. O tag rugby foi inventado em 1983 em Gibraltar, uma dependência britânica localizada ao sul da Espanha, como parte do treinamento do time de rugby local, que usava uma corda amarrada frouxamente na cintura, que deveria ser puxada para caracterizar o tackle. Em 1990, o professor de educação física inglês Nick Leonard ficaria conhecendo essa invenção através de seu amigo Barry Johns, que servia na marinha, e contou que os marinheiros, nos navios, jogavam essa versão para passar o tempo. Leonard teria a ideia de substituir a corda por um cinto com velcros semelhante ao usado no flag football, e seria o responsável por codificar as regras do esporte; seu intuito era criar uma versão do rugby que pudesse ser jogada por crianças sem o risco de lesões, mas, praticamente desde que foi introduzido na Inglaterra, em 1991, o tag rugby se tornou extremamente popular dentre os adultos.
O tag rugby é jogado em um campo de 50 m de largura por 80 m de comprimento, sendo que os últimos 5 m de cada lado são os in-goal. Além da linha que divide o campo no meio e das linhas de in-goal, todas as três linhas cheias, há duas linhas pontilhadas de cada lado do campo: a linha de 10 m, a 10 m do centro, e a linha de 5 m, a 5 m do in-goal. Não há gols. Cada time tem 14 jogadores, sendo que somente sete podem estar em campo de cada vez; as substituições são ilimitadas e podem ser feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo. Além das modalidades masculina e feminina, o tag rugby é jogado com times mistos, sendo que um time misto tem que ter pelo menos seis mulheres, com pelo menos três estando em campo em todos os momentos. Exceto pelo cinto (chamado tag belt), o uniforme é idêntico ao do rugby union. A duração de uma partida também é a mesma do rugby union: 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos cada, sendo que o jogo não termina no estouro do cronômetro, seguindo normalmente enquanto a bola estiver viva. Empates são possíveis, mas, em caso de jogo que não possa terminar empatado, é disputada uma prorrogação de tempo indefinido com golden try, ou seja, o primeiro time que pontuar vence.
As regras são as mesmas do rugby union, com a diferença de que não há tackles; toda vez que um jogador tem uma de suas flags removidas, ele deve colocar a bola no chão no ponto onde estava, e rolá-la levemente para trás. Também não há jogadas de contato físico como o maul e o scrum, nem mark ou arremesso lateral - quando a bola sai pela lateral, o time que não a colocou para fora começa jogando com ela do ponto onde ela saiu, a 5 m da linha lateral. A bola pode ser movida com arremessos (sempre para os lados ou para trás) ou chutes (sempre para a frente), mas não há gols nem chutes de bonificação, sendo a única pontuação possível o try; por causa disso, cada try só vale 1 ponto. Caso o árbitro considere que um jogador só não conseguiu o try devido a uma falta do adversário, ele pode marcar um penalty try, que também vale 1 ponto. A maior parte das faltas é punida com penalty kick, sendo que a falta mais comum é o contato físico indevido. Como o tag rugby é um jogo intenso, que não para a toda hora como o flag football, um jogador que realize um tackle deve erguer a flag e gritar "tag", para que todos saibam que o jogador que estava com a bola foi tackleado.
Além da versão "de campo", o tag rugby possui versões indoor, de praia e de neve (sim, essa é uma variação oficial), que seguem as mesmas regras, com três diferenças. Primeiro, o campo é bem menor, com 15 m de largura por 40 m de comprimento, sendo os últimos 5 m de cada lado os in-goal, e as únicas marcações são a linha do meio e as linhas de in-goal. Segundo, os times possuem apenas cinco jogadores cada, sendo que apenas três podem estar em quadra de cada vez, com substituições ilimitadas podendo ser feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo; times mistos devem ter no mínimo duas mulheres, com uma em quadra a todos os momentos. Terceiro, o jogo dura 14 minutos, divididos em dois tempos de sete minutos cada.
O tag rugby é regulado pela Federação Internacional de Tag Football (ITF), fundada em 2008, e que atualmente conta com 34 membros (sem o Brasil). Seu principal torneio é a Copa do Mundo de Tag Rugby, disputada a cada três anos desde 2012; a Nova Zelândia ganhou os três títulos femininos, os três mistos e os dois primeiros masculinos, com o terceiro masculino ficando com a Austrália. A World Rugby, que regula o rugby union, reconheceu o tag rugby como esporte e passou a publicar suas regras oficiais em 2010, mas, até hoje, ainda não organizou nenhum torneio.
Mas a versão sem contato físico do rugby de maior popularidade no mundo é a baseada no rugby league, que se chama, simplesmente, touch (embora seja chamada de touch football ou touch rugby quando é preciso uma referência mais específica). O touch foi criado na Inglaterra, no início da década de 1950, como uma alternativa segura para se jogar rugby em pisos abrasivos como asfalto e concreto, mas seria codificado e viraria esporte em 1968, na Austrália, através dos esforços de dois amigos, Bob Dyke e Ray Vawdon, que estabeleceriam suas regras e organizariam os primeiros campeonatos.
O campo do touch é idêntico ao do tag rugby, com as mesmas dimensões e mesmas marcações (na verdade é o contrário, já que a ITF é que decidiria adotar as mesmas regras, por conveniência); a duração do jogo também a mesma, 40 minutos divididos em dois tempos de 20 cada, com golden try em caso de empate, e também não há gols, com o try, que vale apenas 1 ponto, sendo a única forma de pontuar. Cada time também tem 14 jogadores e substituições ilimitadas quando a bola não está em jogo, mas, no touch, apenas seis jogadores podem estar em campo de cada vez. Assim como no tag rugby, existem times mistos, seguindo as mesmas regras quanto ao número de mulheres. O uniforme do touch é idêntico ao do rugby league, exceto pelo fato de que as camisas não têm mangas.
Como o touch segue as regras do rugby league, cada time tem 6 chances para avançar a bola, com a posse passando automaticamente para o adversário no local onde estava quando a sexta chance foi desperdiçada. As demais regras são idênticas às do rugby league, com uma diferença: basta um mínimo toque do adversário com a mão em qualquer parte do corpo de um jogador, seguido do aviso touch (que significa "toque" em inglês) para que ele seja considerado tackleado, sem o uso de qualquer cinto especial e sem que ele precise ser derrubado.
Assim como o tag rugby, o touch possui versões de praia e indoor (mas não de neve), que usam a mesma quadra do tag rugby de praia e indoor, com as mesmas dimensões e marcações, e o mesmo tempo de jogo, 14 minutos divididos em dois tempos de sete. Os times também têm cinco jogadores cada, com substituições ilimitadas podendo ser feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo, mas, no touch indoor e de praia, um time que esteja atacando pode ter três jogadores em quadra, mas um que esteja defendendo só pode ter dois; a regra quanto ao número de mulheres nos times mistos é a mesma do tag rugby. No touch de praia ou indoor, cada time tem apenas quatro chances para avançar a bola antes de ter de passar sua posse para o adversário.
O touch é regulado pela Federação Internacional de Touch (FIT), fundada em 1985, e que hoje conta com 50 membros (novamente, sem o Brasil). Seu principal torneio é a Copa do Mundo de Touch, que teve uma primeira edição em 1988, sendo realizada a cada quatro anos desde 1991. A Austrália ganhou os nove títulos do masculino, os nove do feminino e sete do misto, ficando os outros dois do misto com a Nova Zelândia. Assim como ocorreu com o tag rugby, a World Rugby reconheceu o touch como esporte e passou a publicar suas regras oficiais em 2010, mas ainda não organizou nenhum torneio.
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