A protagonista de Kim Possible (cujo nome, evidentemente, é um trocadilho com impossible, "impossível" em inglês) é Kimberly Ann Possible (voz da atriz e cantora Christy Carlson Romano), apelido Kim, adolescente que mora na pequena cidade de Middleton, no Meio-Oeste dos Estados Unidos, filha de James Possible (Gary Cole), um cientista de foguetes, e Ann Possible (Jean Smart), uma neurocirurgiã, e irmã mais velha de dois pestinhas gêmeos, Jim e Tim Possible (vozes de Shaun Fleming e Spencer Fox). Kim é o que, no jargão das séries para adolescentes, se costumava chamar de "menina perfeita": líder das animadoras de torcida, boas notas em todas as matérias, competente em todos os esportes e desejada pelos meninos; apesar disso tudo, ela é humilde, e sempre costuma dizer que é "apenas uma adolescente comum" - de fato, apesar das aparências, ela tem alguns "defeitos", como ficar travada quando fala com o menino de quem gosta, se preocupar em não conseguir agradar aos pais, falta de tempo para estudar para as provas, enfim, coisas realmente de adolescentes comuns.
Para tentar ganhar uma graninha extra, Kim criou um site onde se oferece para serviços como babysitting (tomar conta de crianças enquanto seus pais saem à noite) e cortar a grama, com o slogan "eu consigo fazer qualquer coisa". Um dia, um empresário que ficou preso em casa por seu próprio sistema de segurança de última geração tentou acessar o site da equipe de super-heróis Team Impossible e chamá-los para salvá-lo, mas acabou acessando o de Kim e a chamando por engano. Usando de suas habilidades adquiridas nos treinos de cheerleading e de ginástica olímpica, Kim conseguiria passar por todo o sistema de segurança e salvar o empresário. A partir de então, com a influência do tal empresário, ela se tornaria referência também para missões de espionagem, infiltração, salvamento e outras nas quais ou o governo não pode se meter, ou, por algum motivo bizarro, uma adolescente amadora é mais indicada do que profissionais treinados.
O melhor amigo de Kim é Ron Stoppable (cujo nome é um trocadilho com unstoppable, palavra em inglês para "irrefreável", ou seja, algo que, uma vez em movimento, não pode ser parado por forças externas), que não tem tantas habilidades quanto ela, mas, mesmo assim, insiste em acompanhá-la durante as missões. Ron (voz de Will Friedle) é vizinho de Kim, a conhece desde a pré-escola, tem como mascote um rato-toupeira-pelado (sim, é um animal real) chamado Rufus (voz de Nancy Cartwright, de Os Simpsons), que também acompanha a dupla nas missões (salvando os dois e o mundo algumas vezes), e, de certa forma, é a antítese de Kim: atrapalhado, desastrado, sempre na média em relação às notas, péssimo nos esportes, nada popular e frequentemente ignorado pelos colegas - exceto por Kim, que tem por ele uma afeição genuína. A principal função de Ron na série, como vocês devem ter percebido, é a de apoio cômico.
Além de Ron e de Rufus, Kim conta, em algumas missões, com a ajuda de Wade (voz de Tahj Mowry), um menino-prodígio da informática. Apesar de bem mais novo que Kim e Ron (Wade tem cerca de 10 anos, enquanto a dupla principal tem cerca de 16), Wade já é formado na faculdade, graças a seu intelecto brilhante. É ele quem fornece a Kim as traquitanas que ela usa nas missões de espionagem, procura por informações sobre as missões e os vilões que ela vai enfrentar, invade computadores para ela quando necessário, e até mesmo providencia o transporte quando as missões são em locais distantes. Para se manter sempre em contato com Wade, Kim usa uma de suas invenções, que ele batizou de "Kimunicador". Nas três primeiras temporadas, Wade jamais é visto fora de seu "centro de operações" - seu quarto, na casa de seus pais, onde está sempre de frente com o computador e com as luzes apagadas. Uma piada recorrente na série é que Wade teria colocado um localizador em Ron, mas sempre desconversa quando o assunto surge.
Outros personagens recorrentes na série incluem os pais de Ron, conhecidos apenas como Sr. e Sra. Stoppable (vozes de Elliott Gould e Andrea Martin), que são, respectivamente, um atuário (profissional que calcula riscos e incertezas usando fórmulas matemáticas; curiosamente, o pai de um dos meus melhores amigos é atuário, então eu meio que sempre soube o que era isso, e às vezes eu esqueço que tem gente que não faz ideia) e uma dona de casa; Betty Director (voz de Felicity Huffman), líder da organização secreta Justiça Global, que lida com casos para os quais nem mesmo as forças de segurança oficiais estão preparadas, frequentemente contratando Kim como freelancer (vale dizer que a Justiça Global é uma paródia da SHIELD, e Betty é uma paródia de Nick Fury, com tapa-olho e tudo); Will Du (voz de B.D. Wong), principal agente da Justiça Global e parceiro de Kim nas missões que ela realiza para a organização (e cujo nome é um trocadilho com will do, "vou fazer", no sentido de "sim, senhor" em inglês); Felix Renton (voz de Jason Marsden), adolescente cadeirante e jogador de baquete amigo de Ron; Brick Flagg (voz de Rider Strong), o quarterback do time do colégio, excelente nos esportes e péssimo nas aulas, mas que, ao contrário do que normalmente ocorre com esse tipo de personagem, não faz bullying com os demais, tendo um bom coração; Bonnie Rockwaller (voz de Kirsten Storms), rival de Kim nas líderes de torcida e na escola em geral; o Professor Barkin (voz de Patrick Warburton), que sempre é professor substituto, das mais variadas matérias, no colégio de Kim; e a melhor amiga de Kim no colégio, Monique (voz de Raven, de As Visões da Raven), menina esperta, antenada e fissurada em moda, que, inclusive, ajuda a criar o uniforme que Kim usa nas missões.
O principal vilão da série é o Dr. Drakken (voz de John DiMaggio), cientista que tem a ambição de dominar o mundo. Quando jovem, Drakken foi colega de faculdade de James Possible, mas, ridicularizado por morar com sua mãe (que é coadjuvante na série, com voz de Estelle Harris, e não sabe que o filho é um vilão) e por sua falta de habilidades sociais, se revoltou e decidiu se tornar um vilão. Drakken é um cientista brilhante, capaz de inventar todo tipo de robôs (alguns até com inteligência artificial), veículos e armas, mas é absolutamente incompetente, de forma que seus planos sempre acabam frustrados em parte por sua própria culpa. Drakken jamais se lembra do nome de Ron, o que irrita bastante o adolescente, e sempre fica extremamente surpreso quando Kim aparece para enfrentá-lo, mesmo isso acontecendo episódio sim, outro também. A pele de Drakken é azul, mas a única coisa revelada sobre isso na série é que "aconteceu numa quinta-feira".
O Dr. Drakken está sempre acompanhado de sua ajudante, Shego (voz de Nicole Sullivan), a nêmese de Kim. Altamente treinada em vários tipos de artes marciais e mais furtiva que um ninja, Shego já foi uma super-heroína, mas decidiu trilhar o caminho do mal, se tornando uma criminosa procurada em onze países antes de decidir se unir ao vilão. Além de suas habilidades, Shego aparenta possuir um superpoder, sendo capaz de aumentar a força de suas mãos com uma energia verde, que também consegue disparar na forma de rajadas de energia; usar esse poder, entretanto, a deixa extremamente cansada, e, sempre que luta contra Kim, Shego prefere usar apenas as artes marciais - e provocar Kim ao extremo, principalmente com apelidos infantis como "Kimmie", para lembrá-la de que ela é mais jovem e menos experiente que a vilã. O relacionamento entre Shego e Drakken de certa forma espelha o de Kim e Ron, já que ela é mais competente e perigosa que ele, mas nutre por ele uma certa afeição, ao ponto de sempre tentar protegê-lo.
Outros vilões da série incluem o Punho de Macaco (voz de Tom Kane), lorde inglês obcecado por macacos que passou por diversos procedimentos cirúrgicos para ter as habilidades de um, além de se especializar na vertente do kung fu conhecida como "punho do macaco", e em roubar artefatos que tenham a ver com macacos; Duff Killigan (voz de Brian George), o "golfista mais letal do mundo", que, após ser expulso de todos os torneios do planeta devido a seu temperamento, decidiu se tornar um supervilão que usa como armas tacos e bolas de golfe modificados e trabalha como mercenário, cometendo crimes sob encomenda; o milionário Señor Senior Sênior (voz de Ricardo Montalban) e seu filho Señor Senior Júnior (voz de Nestor Carbonell), que são supervilões por hobby, cometendo atos de vilania como tentar dominar a Europa ou roubar as joias da coroa apenas para espantar o tédio; e DNAmy (voz de Melissa McCarthy), geneticista louca que cria híbridos de animais ao estilo Woozles. Alguns vilões, como a viciada em adrenalina Adrena Lynn (voz de Rachel Dratch), o ladrão chique e frequentador da alta sociedade Falsetto Jones (voz de Phil Morris), e o Professor Dementor (voz de Patton Oswalt), rival de Drakken, aparecem em apenas um episódio cada, talvez para quebrar a monotonia.
Kim Possible foi uma criação de dois roteiristas veteranos do Disney Channel, Bob Schooley e Mark McCorkle, que já haviam trabalhado em séries como Aladdin, Hércules e Buzz Lightyear do Comando Estelar. Todas essas séries, porém, eram baseadas em longa-metragens da Disney, e tanto Schooley quanto McCorkle pensavam em trabalhar em uma série original, para a qual pudessem criar histórias sem as amarras de um universo pré-estabelecido. Um dia, logo após chegar ao estúdio, eles ficaram sabendo que os executivos do Disney Channel procuravam por ideias para uma série que trouxesse crianças comuns em situações extraordinárias, voltada para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. Naquele mesmo dia, no elevador, quando ambos retornavam de seu horário de almoço, enquanto pensava em uma premissa que pudesse se enquadrar nesse tema, McCorkley comentaria, meio de brincadeira, "Kim Possible. Ela pode fazer qualquer coisa", ao que Schooley responderia, de pronto, "Ron Stoppable. Ele não pode". Provavelmente após rirem um bocado, ambos começaram a trabalhar na sinopse da série, e ainda naquele dia a apresentariam aos executivos, recebendo a luz verde.
Kim Possible seria a segunda série de animação totalmente original produzida pelo Disney Channel, depois de A Família Radical, que estreou pouco menos de um ano antes. Tendo cada um uma filha pré-adolescente em casa, tanto Schooley quanto McCorkle desejavam criar uma série com uma protagonista feminina forte, em quem as meninas que estivessem assistindo a série pudessem se inspirar - algo que, se ainda é raro hoje, imaginem quinze anos atrás. Ambos os roteiristas, quando jovens, tiveram como ídolos James Bond e o Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas, e quiseram que Kim tivesse algumas das características de ambos os personagens, para que as meninas da época pudessem ter com ela a mesma relação que eles tiveram com esses ídolos; eles também fariam questão de que Kim não tivesse nenhum superpoder, não tivesse identidade secreta, e que não fosse infalível, passando por grandes dificuldades em questões como gerenciar sua vida pessoal, manter suas boas notas na escola e lidar com os meninos pelos quais se apaixonasse, tudo para tornar a personagem mais humana e mais fácil para que as espectadoras se identificassem com ela. Ron, o parceiro de Kim, estaria na série não só como apoio cômico, mas, sendo muito menos competente que Kim, para mostrar que quem aparentemente não tem grandes habilidades também pode fazer a diferença se der o seu melhor.
Além de roteiristas, Schooley e McCorkle seriam produtores executivos da série, e, sob sua batuta, acabariam fazendo algo bastante diferente do que os executivos da Disney estavam acostumados. Para começar, eles sabiam que uma série com uma protagonista feminina teria grandes chances de ser rejeitada pelos meninos, então decidiram que a série deveria ter altas doses de ação, para chamar sua atenção; ao mesmo tempo, os roteiros tentariam focar em relações interpessoais e família, temas que agradavam mais às meninas. Além disso, eles decidiriam fazer a série não somente apropriada para crianças e pré-adolescentes, mas para todo tipo de público, dando a ela um tom de sitcom, com ritmo e humor mais próximo aos das séries feitas com atores reais do que dos desenhos da época. Isso faria com que os roteiros de Kim Possible fossem em média cinco páginas mais longos que o normal para uma série da Disney, e foi visto como uma aposta de alto risco pelos executivos, mas acabaria dando super certo. Schooley e McCorkle não seriam os únicos roteiristas da série, contando com uma equipe sob seu comando; a maioria das histórias, entretanto, seria inspirada em fatos que ocorreram durante a adolescência da dupla, ou com suas filhas pré-adolescentes, como um episódio no qual Ron decide entrar para o time de futebol, inspirado no que aconteceu com a filha de Schooley quando ela decidiu entrar para a banda da escola - uma das mais famosas exceções é um episódio no qual Kim é atacada pelo Dr. Drakken com um spray que faz com que ela desapareça quando fica encabulada bem às vésperas de um encontro romântico, inspirado no fato de que Romano, intérprete de Kim, cora facilmente quando é elogiada. Sendo grandes fãs dos quadrinhos da Marvel, Schooley e McCorkle também encheriam os episódios de referências a eles, algumas bem sutis, outras bem mais óbvias - como o fato de que o Dr. Possible e o Dr. Drakken foram colegas de faculdade, assim como Reed Richards e Victor von Doom.
Kim Possible estrearia no Disney Channel no dia 7 de junho de 2002, com o primeiro episódio de uma temporada que teria um total de 21, cada um com 22 minutos de duração - que, somados aos comerciais, resultaria em meia hora. A música de abertura da série ficaria a cargo de Christina Milian, que já havia trabalhado em outras produções do Disney Channel, e se tornaria um grande sucesso, sendo lançada em single e ganhando um clipe no qual Milian e Romano cantavam juntas. Pouco antes de a série estrear, alguns críticos de TV expressariam sua preocupação quanto ao fato de que ela poderia falhar em atrair o público masculino, o que poderia resultar em fracasso e cancelamento, mas, já nas primeiras semanas, foi mostrado que esses temores eram infundados, com Kim Possible tendo uma audiência altíssima, e pesquisas mostrando que a maior parte do público era composta por meninos. Além de um sucesso de público, a primeira temporada, que terminaria em 16 de maio de 2003, também seria um grande sucesso de crítica, sendo extremamente elogiada por toda a crítica especializada. A primeiro episódio da primeira temporada seria indicado ao Primetime Emmy Awards na categoria Melhor Programa de Animação, mas perderia para um episódio da décima-quarta temporada de Os Simpsons.
Todo o sucesso da primeira temporada levaria, evidentemente, ao lançamento da segunda, exibida entre 18 de julho de 2003 e 5 de agosto de 2004. Ao todo, a segunda temporada teve 28 episódios, sendo que um deles, Kim Possible: A Corrida do Tempo, foi exibido originalmente como um filme para a TV de uma hora de duração, sem intervalos - o primeiro filme de animação produzido pelo Disney Channel. Nele, o Dr. Drakken, o Punho de Macaco e Duff Killigan se unem para roubar um artefato que lhes permitirá reescrever a história, e Kim e Ron têm de viajar para o passado e para o futuro para detê-los; o filme conta com a participação de atores famosos como as vozes das versões futuras de alguns personagens: Dakota Fanning como Kim, Michael Clarke Duncan como Wade, Vivica A. Fox como Monique e Freddie Prinze Jr. como Jim e Tim Possible. Nas reprises e nas exibições por streaming dos episódios, o filme seria dividido em três, para um total de 30 episódios na segunda temporada. Vale citar também que três dos episódios eram "duplos", ou seja, traziam duas histórias de 11 minutos cada ao invés de uma única história de 22 minutos. A segunda temporada faria tanto sucesso quanto a primeira, e seria indicada a dois Daytime Emmy Awards, Melhor Série de Animação Infantil (perdendo para Little Bill) e Melhor Atuação em um Programa de Animação (para Cartwright, perdendo para Joe Alaskey no papel principal de Duck Dodgers).
A terceira temporada seria exibida entre 25 de setembro de 2004 e 10 de junho de 2006 - sendo que o penúltimo foi ao ar em 18 de novembro de 2005, e isso será explicado em breve. Ao todo, a terceira temporada teve apenas 12 episódios, mas, mais uma vez, um deles era um filme de uma hora de duração sem intervalos, que, dividido em três episódios para as reprises e o streaming, aumentou o total da temporada para 14. Nesse filme, Kim Possible: O Drama do Amor, Kim se apaixona por um garoto novo na escola, chamado Eric, e Ron descobre estar também apaixonado por ela; enquanto isso, o Dr. Drakken faz um ataque diabólico, e Kim tem de escolher entre uma noite romântica e salvar o mundo mais uma vez. No final do filme, que seria exibido após o sexto episódio da temporada, Kim e Ron começam a namorar, mas isso não seria explorado nos episódios seguintes, porque, cronologicamente, o filme se passa após o penúltimo episódio da terceira temporada - na verdade, todos os episódios da terceira temporada foram exibidos fora da ordem de produção por ordem dos responsáveis pela programação do Disney Channel, o que irritou os produtores. Enquanto a terceira temporada estava no ar, em 26 de agosto de 2005, foi exibido um episódio da série Lilo & Stitch que era um crossover com Kim Possible; nele, Stitch é sequestrado pelo Dr. Drakken, e Pleakley chama Kim, que tem de trabalhar em conjunto com Lilo para salvá-lo, enquanto Jumba tenta capturar Rufus, que confundiu com o perigoso Experimento 607. A terceira temporada seria indicada em 2005 a um número recorde de cinco Daytime Emmy Awards, o mais alto para qualquer série de animação indicada ao Emmy: Melhor Série de Animação Infantil (perdido para O Mundo Divertido de Peep), Melhor Atuação em um Programa de Animação (para Romano, perdido para Henry Winkler como Norville em Clifford, o Cachorrinho), Melhor Som (perdido para Duelo Shaolin), Melhor Edição de Som (perdido para O Batman) e Melhor Mixagem de Som (o único que ganhou).
Na época, existia uma regra não-oficial no Disney Channel, que vigorava desde a década de 1990, e dizia que nenhuma série de animação poderia ultrapassar as três temporadas ou os 65 episódios, o que ocorresse primeiro, e existia para que a programação estivesse sempre se renovando, e nenhuma série fosse cancelada por sua audiência cair após ela alcançar seu auge. Dessa forma, como o número de 65 episódios foi alcançado com os 14 da terceira temporada, Schooley e McCorkle interromperam a produção logo após o filme (que foi o último episódio produzido), e começaram a pensar em outros projetos. O setor de programação, entretanto, optaria por exibir apenas 13 dos 14 episódios produzidos, e os executivos do canal chamariam os produtores para uma conversa que os surpreendeu: devido à alta audiência, às várias indicações ao Emmy, e a centenas de cartas dos fãs pedindo uma quarta temporada, eles decidiriam abrir uma exceção e produzir mais episódios. Isso foi uma surpresa tão grande para Schooley e McCorkle que eles sequer souberam o que fazer com o namoro de Kim e Ron, propositalmente acabando o filme (que, vale lembrar, foi o último episódio produzido) com ele justamente para não ter que desenvolvê-lo. E a razão pela qual houve um espaço de seis meses entre o penúltimo e o último episódios foi que o setor de programação decidiu "guardá-lo" para exibi-lo próximo à estreia da quarta temporada - mas, oficialmente, ainda fazendo parte da terceira.
Assim, em 10 de fevereiro de 2007, estrearia a quarta temporada, que teria um total de 21 episódios - um deles duplo e o último de todos com 45 minutos de duração, dividido em dois para as reprises, para um total de 22. A maior mudança da quarta temporada foi que Kim e Ron agora eram um casal, mas os produtores também decidiriam estrear vários vilões novos, fazer com que Wade e Monique saíssem em missões ao lado de Kim e Ron, e até mesmo criar um novo uniforme para Kim. Infelizmente - e surpreendentemente - a quarta temporada não faria tanto sucesso quanto as outras três, tendo audiência bem menor e não sendo indicada a nenhum Emmy; diante disso, Schooley e McCorkle decidiriam que o último episódio (o tal de 45 minutos) seria um fechamento para a série, com Kim e Ron se formando na escola e enfrentando a maior ameaça de suas vidas - muitos acham que eles abandonaram o combate ao crime depois disso, mas na verdade isso fica em aberto. O último episódio seria exibido em 7 de setembro de 2007, encerrando a série após 87 episódios, o que fez com que ela se tornasse a série de animação mais longeva da história do Disney Channel, posto que só perdeu em 2010 para Phineas e Ferb - que teve um total de 222 episódios.
Mesmo com a queda na quarta temporada, Kim Possible é até hoje a série de maior audiência da história do Disney Channel, e, mesmo quinze anos após sua estreia, é considerada um dos maiores sucessos do canal, com suas reprises e exibições em syndication também sempre tendo boa audiência. Para celebrar tantos anos de sucesso, em 2018 o Disney Channel encomendaria um filme com atores, que estrearia no canal em 15 de fevereiro de 2019. Chamado simplesmente Kim Possible, o filme traz uma aluna nova, chamada Athena, que, após ajudar Kim e Ron a derrotar o Professor Dementor, é "adotada" pela dupla, que decide treiná-la para que se tornem um trio. Não gostando de onde isso vai dar, o Dr. Drakken decide sequestrar Athena, e Kim e Ron têm de partir para salvá-la. O elenco conta com Sadie Stanley como Kim, Sean Giambrone como Ron, Ciara Riley Wilson como Athena, Todd Stashwick como Drakken, Taylor Ortega como Shego, Issac Ryan Brown como Wade, Erika Tham como Bonnie, Matthew Clarke como o Dr. Possible, e Alyson Hannigan (a Willow de Buffy, a Caça-Vampiros) como a Dra. Possible, dentre outros. Oswalt repete seu papel como Dementor, Cartwright mais uma vez faz a voz de Rufus, e Romano faz uma participação especial como a cantora pop Poppy Blu, ídolo de Kim. Infelizmente, o filme não repetiu o sucesso da série, tendo a audiência mais baixa para um filme original do Disney Channel desde 2009, o que fez com que planos para uma sequência - ou até mesmo para uma série de Kim Possible com atores - fossem adiados indefinidamente.
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