Duck Tales (que, em inglês, significa "histórias de patos") é, até hoje, um dos mais bem sucedidos desenhos animados feitos para a televisão da Disney, tendo rendido milhões de dólares em merchandising. Também foi o primeiro desenho da Disney produzido especificamente para ser exibido cinco vezes por semana, o que pode soar estranho se levarmos em conta que a Disney produz desenhos desde antes da Segunda Guerra Mundial, mas tem uma explicação até simples: a maioria dos desenhos Disney exibidos na TV até a década de 1980, estrelados por Mickey, Pateta, Donald e outros personagens do portfólio do estúdio, na verdade não foi originalmente criado para a televisão, mas para os cinemas, para serem exibidos como curtas antes de filmes, como também ocorria com desenhos como Looney Tunes e Pica-Pau. Quando os aparelhos de TV começaram a se popularizar nos Estados Unidos, na década de 1950, esses desenhos dos cinemas seriam reformatados e passariam a ser reprisados na televisão, em vários canais e em diferentes horários. Durante anos, porém, a Disney não se interessaria em produzir desenhos animados especificamente para a televisão, principalmente porque o próprio Walt Disney considerava que isso seria economicamente inviável.
No início da década de 1980, entretanto, Michael Eisner se tornaria presidente da Disney (Walt Disney falecera em 1966, sendo sucedido no cargo de presidente por empresários que não eram ligados à sua família), e decidiria estabelecer uma divisão de animação para a televisão na empresa. Essa divisão seria fundada em 1984, com o nome de The Walt Disney Pictures Television Animation Group, mudando para Walt Disney Television Animation em 1987 e para apenas Disney Television Animation em 2011. Os dois primeiros desenhos produzidos por essa divisão seriam Os Wuzzles, exibido em 1985 pela CBS, e Os Ursinhos Gummi, exibido pela NBC entre 1985 e 1989, e entre 1989 e 1990 pela ABC. Ambas as séries, entretanto, eram exibidas semanalmente, aos sábados pela manhã - horário tradicionalmente reservado à programação infantil nos EUA.
Em 1986, a divisão de animação para a televisão da Disney já estava bem estabelecida, de forma que decidiria tentar um voo mais alto, na forma de um desenho diário, exibido de segunda a sexta - a Disney já havia tido experiências com desenhos diários, mas na forma de programas como Good Morning, Mickey!, que reprisavam os já citados desenhos feitos para o cinema, a partir de 1984 incluindo algumas produções novas dentre eles, mas jamais havia produzido especificamente um desenho diário. Como os custos de produção seriam bem mais altos que os de uma série semanal, a Disney optaria por não vender o desenho a um único canal, e sim por colocá-lo em esquema de syndication - vendendo-o a vários canais regionais, para que ele fosse exibido por todo o país em vários canais diferentes.
Para que isso desse certo, as estrelas desse desenho deveriam ser personagens Disney já bem estabelecidos, ao invés de novas criações como os Wuzzles ou os Ursinhos Gummy; a ideia de um desenho diário de Mickey, Pateta ou Donald, entretanto, não agradava ao pessoal da divisão de animação para a TV, que achava que já existiam muitos desenhos deles. A saída seria focar em personagens que fossem secundários, mas, ainda assim, bastante conhecidos do público em geral. E os que melhor se enquadravam nessa descrição eram os personagens coadjuvantes das histórias de Donald criados por Carl Barks.
Nascido em 27 de março de 1901, Barks começaria a trabalhar nos Estúdios Disney em novembro de 1935, após tentar sem sucesso vários empregos formais, decidindo já após os 30 anos transformar em profissão o desenho, algo que, até então, considerava apenas um hobby. Inicialmente, ele trabalharia nos desenhos do Pato Donald como inbetweener, o responsável por desenhar o "meio" das sequências de animação de um personagem - explicando toscamente, se o personagem está pulando, o desenhista principal desenha ele dobrando os joelhos e então pousando, e o inbetweener desenha ele subindo e depois descendo - mas Barks dava tantas boas ideias aos desenhistas e roteiristas que, em 1937, seria transferido para o departamento de roteiros, com seu primeiro roteiro aprovado sendo o do famoso desenho em que Donald experimenta uma cadeira de barbeiro automática que confunde seu traseiro com seu rosto.
Em 1942, cansado das condições de trabalho dos Estúdios Disney na época da Guerra, e com uma doença respiratória causada pelo ar condicionado do escritório no qual trabalhava, Barks pediria demissão e tentaria ser fazendeiro. Naquele mesmo ano, Bob Karp, responsável pela tira de jornal do Donald, adaptaria para a revista Four Color Comics, da Dell Comics, que tinha os direitos para publicar quadrinhos dos personagens Disney, um roteiro escrito por Barks para um desenho, mas jamais usado. A história, que mostrava Donald e seus três sobrinhos em uma caça ao tesouro, seria um grande sucesso, e, ainda em 1942, Barks seria contratado pela Dell para ser roteirista e desenhista das histórias de Donald.
Trabalhando para a Dell, Barks criaria não somente a cidade de Patópolis (Duckburg, em inglês), mas também alguns dos personagens mais icônicos das histórias de Donald: o primo sortudo Gastão (Gladstone Gander), o inventor maluco Professor Pardal (Gyro Gearloose), a feiticeira Maga Patalógika (Magica de Spell) e os criminosos Irmãos Metralha (Beagle Boys); além de estabelecer que os sobrinhos de Donald, Huguinho, Zezinho e Luizinho (Huey, Dewey e Louie), fazem parte da organização Escoteiros Mirins (Junior Woodchucks). Mas a mais famosa criação de Barks seria, também, sua primeira: em 1947, ele criaria o Tio Patinhas (Scrooge McDuck), um tio riquíssimo e avarento de Donald, que, com o passar dos anos, se tornaria um dos personagens mais famosos e queridos da Disney.
Barks se tornaria um dos roteiristas e desenhistas mais famosos dos quadrinhos Disney, principalmente pelo estilo das histórias que escrevia, sempre cheias de ação e aventura, e carregadas de dados interessantes e curiosidades sobre o mundo real. Infelizmente, como era prática na Disney não divulgar o nome dos roteiristas e desenhistas das histórias em quadrinhos, o nome de Barks permaneceria desconhecido do grande público, que, percebendo que todas aquelas maravilhosas histórias eram obra do mesmo homem, criariam apelidos para ele, como "o homem dos patos" (the duck man) e "o bom artista dos patos" (the good duck artist); somente na década de 1980, e graças a esforços de dois fãs, Bruce Hamilton e Russ Cochran, que, com permissão da Disney, lançariam o livro The Fine Art of Walt Disney's Donald Duck by Carl Barks, é que a obra de Barks seria catalogada e passaria a ser identificada como tal por publicações especializadas.
Oficialmente, Barks se aposentaria em 1966, mas continuaria escrevendo histórias para a Disney, como freelancer, até 1994; após sua aposentadoria, para ganhar uns trocados extras, com permissão da Disney, ele produziria e venderia pinturas a óleo de Donald, dos Sobrinhos, e dos personagens que criou. Barks faleceria em agosto de 2000, aos 99 anos, de parada cardiorrespiratória causada por idade avançada, durante o sono.
Pois bem, quando a equipe da divisão de animação para a TV começou a considerar quais personagens poderiam ser usados na nova série, a melhor escolha eram os personagens de Patópolis criados por Barks. Para que a série não se tornasse um novo desenho de Donald, eles optariam por fazer com que ele só aparecesse em participações especiais, escolhendo, para protagonista, o Tio Patinhas. Assim como nos quadrinhos de Barks, os episódios teriam ação, aventura, viagens pelo mundo e vilões querendo roubar a fortuna de Patinhas; para que o idoso pato não precisasse passar por tudo isso sozinho, eles decidiriam que os Sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luizinho, estariam sempre com ele, tendo sido confiados por Donald a seus cuidados. Além do Tio Patinhas e dos Sobrinhos, o desenho contaria com a presença do Professor Pardal e de vários novos personagens criados especificamente para a série: Madame Patilda (Mrs. Beakley), governanta que Patinhas contrata para ajudá-lo a cuidar dos Sobrinhos; Patrícia (Webigail "Webby" Vanderquack), neta de Patilda, da mesma idade dos Sobrinhos, que logo se torna amiga deles e passa a acompanhá-los e a Patinhas em suas aventuras; Capitão Boing (Launchpad McQuack), piloto particular de Patinhas; Asnésio (Doofus Drake), menino gordinho que admira o Capitão Boing e é Escoteiro Mirim junto com os Sobrinhos; e Leopoldo (Duckworth), o mordomo de Patinhas. Além de Donald, alguns episódios também contariam com a participação especial de Gastão, do Professor Ludovico (Ludwig Von Drake), de Dona Cotinha (Mrs. Featherby no desenho, nos quadrinhos ela se chama Miss Quackfaster), secretária de Patinhas, e de Dora Cintilante (Glittering Goldie), cantora por quem Patinhas foi apaixonado na juventude, também criada por Barks.
Duck Tales estrearia em 18 de setembro de 1987, com um episódio especial de duas horas de duração (contando com os anúncios). Nele, Donald decide se alistar na Marinha (o que faz algum sentido, já que ele sempre usou uniforme de marinheiro), e deixa Huguinho, Zezinho e Luizinho aos cuidados do Tio Patinhas - porque, aparentemente, eles não têm pai nem mãe, só tios. Simultaneamente a isso, um misterioso vilão liberta os Irmãos Metralha da cadeia, para que eles roubem um antigo mapa do tesouro que está em poder do Tio Patinhas. Após frustar os planos dos criminosos, Patinhas e os Sobrinhos decidem eles mesmos irem atrás do tesouro. Ao saber disso, o maior rival de Patinhas, Pão Duro Mac Mônei (Flintheart Glomgold, também criado por Barks, embora nos quadrinhos ele seja sul-africano, e no desenho seja escocês), o segundo pato mais rico do mundo, decide ele também sair em busca do tesouro, que o permitirá finalmente superar a fortuna do rival.
Ao todo, seriam produzidos mais 60 episódios de meia hora cada (contando com os anúncios), e esse primeiro episódio seria dividido em cinco episódios de meia hora cada para as reprises, chegando, assim, ao "número mágico" de 65 episódios, o ideal para uma temporada de um desenho exibido de segunda a sexta - cinco episódios por semana durante 13 semanas. A cada episódio, ou um vilão tentava roubar algum item em poder de Patinhas (especialmente sua famosa Moedinha Número Um, os primeiros dez centavos que Patinhas ganhou na vida, e que, segundo ele, são o talismã que permitiu que ele juntasse toda a sua fortuna), ou alguém encontrava algum mapa ou referência a algum tesouro que fazia com que Patinhas, os Sobrinhos e Patrícia viajassem ao redor do mundo para encontrá-lo; eventualmente, havia um episódio centrado em um dos personagens, explorando seu passado ou algo do tipo. A maioria dos episódios tinha um vilão próprio, criado especificamente para aquele episódio e que não voltava a dar as caras (como o do primeiro), mas os Irmãos Metralha, Mac Mônei, João Bafo de Onça (Pete) e a Maga Patalógika (que quer roubar a Moedinha Número Um para realizar um antigo ritual, e frequentemente contrata os Metralhas para ajudá-la) seriam vilões recorrentes, aparecendo em vários episódios. Vale citar que o Mancha Negra (Phantom Blot), um dos mais clássicos vilões do Mickey, também faz uma participação especial como o vilão de um dos episódios.
A primeira temporada, que se encerraria em 1 de janeiro de 1988, faria um enorme sucesso, e rapidamente a Disney anunciaria uma segunda. Ao invés de um, ela produziria dois episódios especiais de duas horas de duração cada, mas depois de produzi-los, por motivos que jamais foram explicados, não produziria nenhum outro episódio para a segunda temporada. O primeiro desses episódios especiais estrearia em syndication em 24 de novembro de 1988; o segundo estrearia na NBC, durante o programa The Magical World of Disney, em 26 de março de 1989. Assim como o primeiro episódio da primeira temporada, ambos acabariam divididos em cinco episódios de meia hora de duração cada, que seriam adicionados ao final da primeira temporada para as reprises em syndication a partir de 1989. A segunda temporada contaria com cinco personagens novos: Patralhão (Fenton Crackshell), contador de Patinhas, que é também a identidade secreta do super-herói Robopato (Gizmo Duck); sua mãe, a Sra. Crackshell; sua namorada, Greta Ganda (Gandra Dee); e Bubba, um pato pré-histórico que tem um dinossauro de estimação chamado Tootsie, e se torna amigo dos Sobrinhos após uma viagem no tempo.
Seja lá qual foi o problema com a segunda temporada, ele foi resolvido em 1989, e a produção recomeçou; ao invés de completar a segunda temporada, entretanto, a Disney decidiria fazer com que os novos episódios fossem oficialmente da terceira temporada. Ao todo, seriam produzidos 17 novos episódios, exibidos em syndication entre 18 de setembro e 17 de novembro de 1989; em 11 de fevereiro de 1990, o programa The Magical World of Disney exibiria um episódio especial de Dia dos Namorados (Valentine's Day, comemorado 14 de fevereiro), que, para as reprises, foi adicionado ao final da terceira temporada, aumentando o total para 18.
Em 1990, a divisão de animação para a TV começaria a trabalhar em mais um episódio especial de duas horas de duração para abrir a quarta temporada; a pedido da Disney, porém, ele foi modificado, passou a ter apenas 74 minutos, e estrearia nos cinemas dos Estados Unidos em 3 de agosto de 1990. O intuito da Disney era aproveitar o grande sucesso da série para levar pessoas ao cinema, no que não foi bem sucedida, já que o filme rendeu quase a mesma coisa que custou - e, ainda por cima, a crítica detestou, dizendo, inclusive, que ele era uma "traição ao legado de Barks". Com o nome de Duck Tales the Movie: Treasure of the Lost Lamp, o filme mostra Patinhas, os Sobrinhos, Patrícia e o Capitão Boing em busca de uma lâmpada mágica que contém um gênio.
O desenho acabaria realmente tendo uma quarta temporada, mas de apenas sete episódios, três deles escritos originalmente para a terceira, mas não produzidos na época. Os outros quatro episódios fazem referências ao filme, inclusive contando com a presença de Dijon, um ladrão atrapalhado que trabalha para Merlock, o vilão do filme. Não se sabe por que a Disney teria produzido uma temporada tão curta; o motivo oficial foi que a quarta temporada foi produzida apenas para levar o número total de episódios da série para 100. Seja como for, a quarta temporada foi exibida entre 10 de setembro e 28 de novembro de 1990.
Mas vamos passar para o verdadeiro motivo de eu ter feito esse post: o game. Lançado em 14 de setembro de 1989 para o NES, Duck Tales foi o primeiro jogo com personagens Disney produzido pela Capcom - alguns consideram que o primeiro foi Mickey Mousecapade, também para NES, mas este havia sido produzido pela Hudson, e apenas lançado nos Estados Unidos pela Capcom. Além de ter sido produzido pela Capcom, o jogo ainda contou com quase a totalidade da equipe responsável por Megaman, inclusive o criador do robozinho azul, Keiji Inafune, o que fez com que Duck Tales tivesse várias similaridades com a série Megaman, especialmente em termos de gráficos.
Em Duck Tales, o jogador controla o Tio Patinhas, que está competindo contra Mac Mônei em uma viagem ao redor do mundo para amealhar tesouros - Patinhas visando se manter como pato mais rico do mundo, Mac Mônei tentando ultrapassá-lo. Em sua viagem, Patinhas visitará cinco locais: a selva amazônica, a Transilvânia, as minas africanas, o Himalaia e a Lua - pois é, a Lua. No melhor estilo Megaman, o jogador pode escolher livremente a ordem em que as fases serão completadas, podendo retornar nelas depois para adquirir mais itens, já que cada fase conta com vários caminhos, sendo que alguns só se abrem depois que outras fases são completadas; infelizmente, embora cada fase possua um chefe, ele não confere uma nova arma a Patinhas como ocorre com Megaman. Após concluir todas as cinco fases, um novo caminho na Transilvânia se abre, ao fim do qual Patinhas enfrentará o Conde Pátula; vencendo-o, ele deverá enfrentar Mac Mônei e a Maga Patalógika, em uma última tentativa desesperada de roubar seu tesouro.
Além de Patinhas, Patalógika (que também aparece como subchefe na fase da Transilvânia) e Mac Mônei, vários outros personagens do desenho aparecem no game: o Capitão Boing leva Patinhas para seus destinos e de volta a Patópolis; Madame Patilda pode ser encontrada em algumas fases oferecendo sorvete para que Patinhas recupere energia; Bubba (no Himalaia) e Robopato (na Lua) ajudam Patinhas a passar por pedaços específicos das fases; o Professor Pardal aparece em uma fase bônus, jogando diamantes de um avião; Huguinho, Zezinho, Luizinho e Patrícia fornecem dicas sobre as fases; e os Irmãos Metralha tentam atrapalhar o progresso de Patinhas. Ao longo das fases, Patinhas poderá encontrar vários diamantes que aumentam sua fortuna, sorvete que recupera parte de sua energia, um bolo que recupera totalmente sua energia, bonequinhos de si mesmo que conferem vidas extras, uma moeda mágica que o torna invencível por alguns segundos, e dois itens secretos que aumentam sua energia máxima. Recolher diamantes e encontrar os dois itens secretos é importante porque interfere no final do jogo, já que existem três finais diferentes: o "final ruim", alcançado ao se terminar o jogo com dinheiro total zero; o "final bom", alcançado ao se terminar o jogo com mais de dez milhões em dinheiro e tendo encontrado os dois itens secretos; e o "final normal", alcançado caso nenhum desses requisitos seja cumprido.
Mas a característica mais marcante de Duck Tales é a arma de Patinhas: sua bengala, que pode ser usada como pula-pula ou como taco de golfe. Para usá-la como taco de golfe, basta se aproximar de alguns objetos específicos e esperar Patinhas balançar a cauda; apertando o botão de ataque, ele baterá no objeto com a bengala, impulsionando-o pelo ar. O uso como pula-pula, por outro lado, é bem mais frequente - tão frequente que, se você quiser, pode se mover só pulando por aí - sendo usado para derrotar inimigos, aumentar o alcance dos pulos de Patinhas, abrir baús que contêm itens e até mesmo para atravessar caminhos que contam com espinhos. Através do uso do pula-pula, Patinhas também pode encontrar salas secretas nas fases, sendo essa a única forma de se obter os dez milhões em dinheiro, já que, apenas com os diamantes à vista, não se chega nem perto disso. O jogo, aliás, é cheio de salas e caminhos secretos, o que faz com que, mesmo sendo um jogo curto, o jogador passe horas jogando até encontrar todos os segredos.
Duck Tales também teria uma versão para Game Boy, lançada em 21 de setembro de 1990. Apesar de ser o mesmo jogo (no sentido de que a história, os personagens, incluindo os chefes, e os locais das fases são os mesmos), as fases são completamente diferentes, sendo até mais longas e complexas que as do NES. Infelizmente, o jogo para Game Boy possui um problema sério de hit detection, que faz com que Patinhas receba danos de inimigos que deveria derrotar com o pula-pula, ou até mesmo que caia de plataformas sem motivo algum, como se houvesse um buraco onde o jogo mostra chão sólido.
Em 2013, a WayForward Technologies lançaria, para Playstation 3, Xbox 360, Wii U e Windows, uma nova versão do jogo do NES, chamada Duck Tales Remastered. Essa versão trazia novos gráficos, fases ligeiramente diferentes, uma nova trilha sonora, animações que contavam e expandiam a história do jogo, e muitas falas para todos os personagens, usando os dubladores originais do desenho sempre que possível (porque alguns deles, infelizmente, já haviam falecido). O jogo também trazia duas novas fases: uma espécie de tutorial na Mansão Patinhas e uma nova última fase no Monte Vesúvio, que substituía o novo caminho na Transilvânia.
Mas Duck Tales não seria o único game baseado no desenho lançado pela Capcom; em 23 de abril de 1993, ela lançaria, também para NES, Duck Tales 2 - com a diferença que, assim como Mickey Mousecapade, Duck Tales 2 não foi produzido, apenas lançado pela Capcom, ficando sua produção a cargo da Make Software. Dessa vez, Patinhas está atrás do lendário tesouro de Fergus McDuck, cujo mapa foi dividido em cinco partes espalhadas ao redor do mundo. Ao saber de sua busca, Mac Mônei resolve segui-lo, para tentar obter os pedaços do mapa antes dele e ficar com o tesouro para si. As cinco novas fases são ambientadas nas Cataratas do Niágara, no Triângulo das Bermudas, na Terra Perdida de Mu, no Egito e na Escócia, com um novo caminho se abrindo no Triângulo das Bermudas após as cinco partes do mapa serem encontradas.
O segundo jogo é bastante parecido com o primeiro, sendo que agora Patinhas pode usar sua bengala para muitas outras coisas, como ligar e desligar interruptores, arrastar objetos, destruir alguns blocos do cenário, deslizar em cabos como em uma tirolesa e até mesmo propulsionar barcos; para isso, ele precisará obter adaptadores especiais com o Professor Pardal, que possui oficinas escondidas pelas fases. As fases, aliás, são muito maiores e mais complexas, com muitas salas secretas, e precisam ser revisitadas várias vezes até que todos os seus segredos sejam desvendados. Outra mudança importante é que o jogo conta com uma loja, na qual Patinhas pode comprar itens que recuperam sua energia, que aumentam sua energia máxima e até mesmo continues; o item mais irritante, porém mais necessário, da loja é o cofre: diferentemente do primeiro jogo, quando Patinhas morre ele perde todo o dinheiro que já acumulou até então - exceto se tiver comprado um cofre. O problema é que o cofre só serve para uma única fase, ou seja, toda vez que Patinhas vai começar uma nova fase, precisa comprar um novo cofre - ou arriscar se tornar o pato mais pobre do mundo. Apesar disso, a jogabilidade é bastante parecida com a do primeiro jogo, existindo até mesmo os três finais diferentes, com os mesmos pré-requisitos.
Duck Tales 2 seria lançado não somente já perto do fim da vida útil no NES - em 1993, o Super NES já era o console preferido da maioria dos fãs da Nintendo, e a produção do NES já estava próxima de se encerrar - como também bastante tempo depois de os últimos episódios inéditos do desenho terem sido exibidos - lembrando que o último episódio da quarta temporada é de 1990. Por causa disso, o jogo foi ignorado pela maior parte do público e poucas unidades foram produzidas, o que faz com que, hoje, ele seja raríssimo, alcançando preços estratosféricos em sites de leilão.
Assim como o primeiro jogo, Duck Tales 2 também teve uma versão para Game Boy, lançada em 3 de dezembro de 1993, idêntica à versão NES exceto pelas fases, todas reformuladas, pela adição na loja de dois itens pouco práticos - um óculos de raios-x que permite que Patinhas olhe através de paredes que escondem fases secretas e um walkie-talkie que chama o Capitão Boing e leva Patinhas de volta para a tela de escolha de fases sem ter concluído uma fase - e por uma mudança no funcionamento que deixou o cofre ainda mais irritante do que já era: na versão Game Boy, o cofre tem de ser selecionado em um menu, e, quando selecionado, transfere todo o dinheiro que Patinhas acumulou até então para o banco, evitando que ele o perca caso morra, mas ainda permitindo que ele o use na loja ou na oficina do Professor Pardal. O problema é que, assim como no jogo do NES, Patinhas só pode levar um cofre por fase - ou seja, se usar o cofre, ganhar mais dinheiro e morrer depois, o dinheiro que ganhou entre usar o cofre e morrer será perdido.
Duck Tales também ganharia um jogo para computadores, produzido pela Incredible Technologies em parceria com a Sierra On-Line e lançado pela Walt Disney Computer Software, para DOS, Amiga, Apple II e Commodore 64, em 31 de dezembro de 1990, com o nome de DuckTales: The Quest for Gold. Nele, Mac Mônei desafia Patinhas para um duelo, segundo o qual quem conseguir ganhar mais dinheiro em um espaço de 30 dias será o vencedor. Patinhas então decide, acompanhado por Huguinho, Zezinho, Luizinho, Patrícia, o Capitão Boing e o Professor Pardal, viajar pelo mundo descobrindo tesouros, para ganhar mais facilmente a aposta. Além de Mac Mônei, a Maga Patalógika e os Irmãos Metralha, por qualquer motivo, decidem atrapalhá-lo.
Ao todo, o jogo tem 30 fases, sendo que cada uma só pode ser visitada uma vez. Cada fase é ambientada em um local diferente do planeta, e, após o jogador escolher uma delas, Patinhas deve ir até lá no avião do Capitão Boing, com o jogador tendo de passar por uma subfase na qual controla o avião desviando de vários perigos, como pássaros, outros aviões, e os Irmãos Metralha, que, de seu próprio avião, jogam objetos como pianos e bolas de boliche no Capitão Boing. Se o avião for atingido, o jogador retornará para a tela de escolha de fases, perderá dinheiro e alguns dias dos 30 aos quais Patinhas tem direito, enquanto o Professor Pardal conserta o avião. Escondido nas fases, o jogador pode encontrar o raro mineral Bombastium, com o qual, caso tenha uma quantidade suficiente, o Professor Pardal poderá construir uma máquina de teletransporte; caso o jogador opte por usá-la, não precisará passar pela subfase do avião, mas correrá o risco de a máquina ter um defeito, enviando-o para o local errado (ou seja, outra fase diferente da que ele escolheu) ou explodir, caso no qual perderá dinheiro e alguns dias enquanto ela é consertada - não podendo nem usar o avião enquanto o conserto da máquina é feito.
Uma vez que o jogador passe pela subfase do avião, ele poderá se deparar com três tipos de fases diferentes. O primeiro tipo é de plataforma, no qual o jogador controla Huguinho, Zezinho e Luizinho (cada um representando uma vida), que devem desviar de perigos e recolher tesouros, até alcançar o fim da fase ou até que os três morram; nesse tipo de fase, além de perigos como pedras que rolam e animais que não podem ser tocados, a Maga Patalógika pode aparecer e atacar os Sobrinhos. O segundo tipo é o de tabuleiro, no qual o Tio Patinhas explora uma caverna como se estivesse percorrendo um tabuleiro de xadrez chinês, com cada casa contendo um tesouro, um quebra-cabeça ou um perigo, como uma múmia ou abismo, sendo que entrar em uma casa de perigo encerra a fase imediatamente, mas alcançar o final da fase sem topar com nenhum perigo rende um grande tesouro. O terceiro tipo é o de fotografia, no qual Patrícia terá um tempo-limite para tirar fotos de animais exóticos, sendo que, quanto mais exótico o animal, mais dinheiro a foto renderá.
Além de nas fases, o jogador poderá tentar ganhar (ou perder) dinheiro fazendo com que Patinhas invista na bolsa de valores entre uma fase e outra, ou fazer com que ele dê um mergulho em sua caixa-forte, ganhando uma grande soma caso encontre (aleatoriamente) uma moeda rara. Entre uma fase e outra, Mac Mônei também pode aparecer e simplesmente roubar parte do dinheiro de Patinhas na cara dura, sendo esse também um evento aleatório. O jogo não tem final, podendo o jogador continuar visitando as fases até que todas se esgotem ou até o final dos 30 dias (que não transcorrem em tempo real: completar uma fase ou dar um mergulho na caixa-forte leva um dia, reparar o avião ou a máquina de teletransporte leva dois); quando o tempo acabar, o dinheiro obtido por Patinhas e Mac Mônei será comparado, e o jogador verá um final que depende de quem ganhou.
Para finalizar, vale citar que Duck Tales ganhou uma nova série animada, que estreou no canal Disney XD em 12 de agosto de 2017, com uma temporada de 13 episódios. Prevista para ser um reboot da série dos anos 1980, a nova série acompanha o Tio Patinhas, Huguinho, Zezinho, Luizinho e Patrícia viajando ao redor do mundo em busca de tesouros e de pistas sobre a mãe dos Sobrinhos, Della, irmã de Donald, que desapareceu misteriosamente. Outros personagens presentes no novo desenho são Capitão Boing, Madame Patilda, Professor Pardal, Patralhão, Leopoldo, Dora Cintilante, Gastão, Professor Ludovico, Dona Cotinha, os Irmãos Metralha, Mac Mônei e a Maga Patalógika.
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