Emerson Fittipaldi nasceu em 12 de dezembro de 1946, em São Paulo, filho do jornalista esportivo Wilson Fittipaldi, descendente de imigrantes italianos, e da dona de casa Jozefa Wojciechowska, uma imigrante russa filha de poloneses. Após optar pela simplicidade e chamar seu primeiro filho de Wilson Fittipaldi Júnior, o casal decidiria homenagear o escritor norte-americano Ralph Waldo Emerson, transformando seu sobrenome no nome de seu filho caçula.
O pai de Emerson (Fittipaldi, não Ralph Waldo) era um apaixonado por corridas, tendo pilotado em provas amadoras antes da Segunda Guerra Mundial e sendo o responsável, em parceria com Eloy Gagliano, pela criação das Mil Milhas Brasileiras, prova disputada anualmente em São Paulo desde 1956 e hoje uma das de maior prestígio do calendário nacional, a qual criou inspirado na Mille Miglia, prova disputada na Itália entre 1927 e 1957. Dessa forma, era natural que ambos os seus filhos se interessassem por automobilismo desde cedo, com Wilsinho começando a correr nos karts em 1960 e Emerson quatro anos depois, em 1964, mesmo ano no qual seu irmão seguiria para as provas de turismo.
Emerson conseguiria uma vitória já em seu primeiro ano competindo no Campeonato Paulista de Kart, em Santo André, e se sagraria campeão paulista de kart já no ano seguinte, em 1965. Considerado um prodígio, ele seria convidado para disputar o Campeonato Carioca de Turismo já naquele mesmo ano, mas, em sua primeira corrida, pilotando um Renault 1093 na Ilha do Fundão, sofreria um acidente, e desistiria de disputar o restante do campeonato.
Em 1966, Wilsinho seria convidado para correr na Fórmula 3, e faria sua estreia na categoria correndo na Argentina; ele viajaria para a Europa para acertar um contrato para disputar o campeonato europeu da categoria, mas a negociação acabaria se mostrando infrutífera. Ao retornar para o Brasil, Wilsinho decidiria não mais continuar pilotando, e sim se tornar um construtor, montando uma equipe para disputar o Campeonato Brasileiro de Fórmula-V, cujo carro seria pilotado por Emerson. Emerson não disputaria a temporada completa de 1966, mas, em 1967, ganharia cinco das sete provas e se sagraria campeão. Paralelamente ao campeonato de Fórmula-V, ele disputaria o Campeonato Brasileiro de Kart, no qual também seria campeão. Em 1968, ele venceria as tradicionais Cem Milhas de Kart de Piracicaba e as 12 Horas de Porto Alegre, mas, como o automobilismo brasileiro passaria aquele ano em crise, ele decidiria, ao final do mesmo, viajar para a Europa e tentar vaga em alguma categoria europeia.
Emerson conseguiria uma vaga para correr na Fórmula Ford europeia, obtendo sua primeira vitória já em 1969, na Holanda. Ele se destacaria tanto na categoria que, após apenas três meses, seria contratado por Jim Russell para disputar a Fórmula 3 inglesa, na época o campeonato mais cobiçado pelos jovens pilotos. Mesmo estreando com o campeonato já começado, Emerson venceria nada menos que nove corridas, se sagrando campeão de 1969 na categoria. Esse desempenho excepcional chamaria a atenção de Colin Chapman, dono da equipe Lotus de Fórmula 1, que construía os carros usados pela equipe de Russell na Fórmula 3.
Na época, a Lotus era uma das principais equipes da Fórmula 1, com Graham Hill tendo sido campeão pela equipe em 1968 (além dos dois títulos de Jim Clark em 1963 e 1965), e mantinha uma política de ter três carros no grid, com o terceiro sempre sendo destinado a jovens pilotos de destaque, como uma espécie de "treinamento" para que eles assumissem uma das duas vagas "principais" caso tivessem bom desempenho. Para a temporada de 1970, a equipe já havia definido seus três pilotos, com o austríaco Jochen Rindt, contratado em 1969, ano no qual terminou o Mundial de Pilotos na quarta colocação, sendo o primeiro; o inglês John Miles, terceiro piloto em 1969, sendo promovido a segundo; e o jovem espanhol Alex Soler-Roig, que obteve grande destaque em 1968 e 1969 em corridas de longa duração, como as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona, sendo contratado como terceiro. Para não deixar a oportunidade passar, entretanto, Chapman contrataria Emerson, mas o colocaria para disputar o campeonato de Fórmula 2 pela Equipe Bardahl, da qual também era o dono.
Na Fórmula 2, Emerson conseguiria dois segundos lugares e dois terceiros, e terminaria o campeonato em terceiro lugar, com o suíço Clay Regazzoni sendo o campeão e o inglês Derek Bell terminando em segundo. Como Soler-Roig não estava correspondendo na Fórmula 1, Chapman decidiria pagar pra ver e o substituiria por Emerson no GP da Inglaterra, exatamente na metade da temporada. Em sua estreia na Fórmula 1, Emerson terminaria em oitavo, e na corrida seguinte, na Alemanha, ele terminaria em quarto. Emerson ainda faria mais uma corrida como terceiro piloto da Lotus, o GP da Áustria, mas, após ter problemas com o carro, terminaria em 15o, cinco voltas atrás do líder e último dentre os que terminaram a corrida.
Na corrida seguinte, o GP da Itália, aconteceria uma tragédia que mudaria o destino de Emerson na Fórmula 1: durante os treinos, Rindt bateria forte em uma das curvas, e morreria a caminho do hospital. Em respeito, nenhum dos carros da Lotus correria naquele fim de semana. Miles, profundamente abalado, decidiria deixar a equipe e não correr mais até o fim da temporada. Sem dois de seus três pilotos, a Lotus não participaria também do GP do Canadá, corrida imediatamente seguinte.
Em uma decisão arriscada, Chapman decidiria promover Emerson a primeiro piloto da equipe, contratando o jovem sueco Reine Wisell como segundo. Logo em sua primeira prova como titular da equipe, o GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen, Emerson conseguiria sua primeira vitória na Fórmula 1, a qual dedicaria a Rindt e à Lotus; nessa mesma prova, Wisell conseguiria o melhor resultado de sua carreira, terminando em terceiro. Esse desempenho da nova dupla principal de pilotos da Lotus seria fundamental para a equipe não somente no aspecto psicológico, mas também para o campeonato, já que, graças a esses resultados, não somente a Lotus garantiria o Mundial de Construtores como também o principal oponente de Rindt na luta pelo título, o belga Jacky Ickx, da Ferrari, que terminou o GP dos EUA em quarto lugar, não conseguiria mais alcançá-lo, mesmo após vencer a última corrida do ano, o GP do México, o que faria com que Rindt se tornasse o primeiro (e até hoje, e esperamos que para sempre, único) campeão póstumo da Fórmula 1. No GP do México, com um problema de motor, Emerson abandonaria, mas os 12 pontos que obteve nas quatro corridas que completou no ano seriam suficientes para que ele terminasse o campeonato em décimo lugar.
Emerson e Wisell seriam mantidos como dupla titular da Lotus, com o sul-africano Dave Charlton como terceiro, em 1971, ano em que o brasileiro começaria como um dos favoritos, mas não conseguiria corresponder, abandonando as duas primeiras corridas, na África do Sul e Espanha, conseguindo seu primeiro pódio e seus primeiros pontos apenas na quinta corrida do ano, na França, onde terminou em terceiro lugar, e subindo ao pódio apenas outras duas vezes, um terceiro lugar na Inglaterra e um segundo na Áustria; no total, ele somaria 16 pontos e terminaria o campeonato em sexto lugar - o campeão seria Jackie Stewart, da Tyrrell, com 62.
1972 seria o ano da consagração para Emerson, que teria como colegas de equipe Wisell e o australiano David Walker. Após abandonar a primeira prova do ano, na Argentina, ele conseguiria uma sequência de seis pódios: segundo na África do Sul, vitória na Espanha, terceiro em Mônaco, vitória na Bélgica, segundo na França e vitória na Inglaterra; após novo abandono na Alemanha, mais duas vitórias, na Áustria e na Itália. O final da temporada seria ruim, com um 11o lugar no Canadá e um abandono nos Estados Unidos, mas, mesmo assim, as cinco vitórias e os 61 pontos garantiriam que Emerson se tornasse não apenas o primeiro brasileiro campeão mundial de Fórmula 1, mas também, aos 25 anos e 273 dias, o campeão mais jovem da história da categoria, recorde que manteria até 2005, quando Fernando Alonso fosse campeão aos 24 anos e 58 dias - o atual mais jovem campeão é Sebastian Vettel, com 23 anos e 133 dias em 2010, e o segundo é Lewis Hamilton, 23 anos e 301 dias em 2008, com Emerson ainda sendo o quarto.
Tudo indicava que Emerson conseguiria seu segundo título já em 1973, ano no qual seu colega de equipe seria o sueco Ronnie Peterson. O carro da Lotus ainda era o mais forte, e ele começaria o ano com duas vitórias, na Argentina e no Brasil, em Interlagos, e um terceiro lugar na África do Sul. Após a terceira prova do campeonato, entretanto, a Lotus estrearia um novo carro, o 72E, que substituiria o 72D que Emerson usava desde a terceira prova do campeonato de 1971. Apesar de um começo promissor, com vitória na Espanha, terceiro lugar na Bélgica e segundo em Mônaco, o 72E logo se mostraria menos confiável que seu antecessor, e, após um 12o lugar na Suécia, Emerson abandonaria três provas seguidas. Ele ainda conseguiria o segundo lugar na Itália e no Canadá, mas, com mais um abandono, e apenas o sexto lugar nas outras duas provas do ano, ele somaria 55 pontos, e terminaria o campeonato em segundo lugar, atrás de Stewart, que somaria 61 - curiosamente, o exato inverso do ano anterior, quando Emerson foi campeão com 61 e Stewart foi vice com 55. Apesar de Emerson não conseguir o título de pilotos, a Lotus ainda seria a campeã de construtores de 1973.
Insatisfeito com o desempenho do 72E, Emerson decidiria aceitar um convite da McLaren, que, na época, era uma equipe considerada intermediária, mas que, para 1974, contaria com o mesmo motor Ford V8 da Lotus, e havia conseguido um patrocínio milionário da marca de cigarros Marlboro. A transferência para a McLaren foi vista como arriscada, mas deu certo: após três vitórias (no Brasil, Bélgica e Canadá), dois segundos lugares (na Inglaterra e na Itália) e dois terceiros (na Espanha e Holanda), além de ter marcado pontos em Mônaco e na Suécia, Emerson chegaria à última corrida do ano, nos Estados Unidos, empatado com Regazzoni, da Ferrari, ambos com 52 pontos. O suíço acabaria tendo problemas no carro e terminando em 11o lugar; com isso, bastou a Emerson um quarto lugar para que ele somasse 55 pontos e obtivesse seu segundo título mundial, o primeiro da história da McLaren. O colega de equipe de Emerson em 1973 seria o neozelandês Danny Hulme, campeão pela Brabham em 1967, na McLaren desde 1968.
Emerson seguiria na McLaren em 1975, tendo como colega de equipe o alemão Jochen Mass. Ele até faria uma boa temporada, com vitórias na Argentina e Inglaterra e chegando em segundo no Brasil, Mônaco, Itália e Estados Unidos, mas o piloto dominante foi Niki Lauda, que, com desempenho arrebatador na Ferrari, conquistou seu primeiro título com 64,5 pontos, com Emerson conquistando o vice-campeonato com 45. Ao final da temporada de 1975, Emerson chocaria o mundo com uma decisão inesperada: aos 28 anos, no auge da carreira, trocaria a McLaren pela Fittipaldi, equipe fundada por seu irmão Wilsinho, que havia acabado de estrear no campeonato, e cujo principal patrocinador era a indústria de álcool e açúcar paulista Copersucar - nome pelo qual a equipe ficaria conhecida no Brasil.
Emerson correria pela Fittipaldi durante cinco temporadas, de 1976 a 1980. Infelizmente, por maior que fosse o esforço e o talento dos irmãos, ainda era uma equipe pequena, incapaz de lutar por vitórias ou pelo campeonato. Em 1976, Emerson teria como colega de equipe o também brasileiro Ingo Hoffmann, abandonaria sete corridas e teria como melhores resultados três sextos lugares, no GP dos Estados Unidos Oeste, em Mônaco e na Inglaterra, terminando o campeonato na 11a posição. Em 1977, mais uma vez ao lado de Hoffmann, ele teria desempenho melhor, pontuando em quatro corridas (quarto lugar na Argentina, Brasil e Holanda, quinto no GP dos Estados Unidos Oeste), abandonando outras quatro, e terminando o campeonato na nona posição. Em 1978, Emerson seria o único piloto da Fittipaldi, e, além de conseguir um heroico segundo lugar no Brasil, pontuaria em outras cinco corridas, mas abandonaria seis provas, terminando o campeonato na sétima posição. Em 1979, com o também brasileiro Alex Ribeiro como colega de equipe, Emerson faria sua pior temporada, abandonando seis provas e pontuando apenas com o sexto lugar na primeira do ano, na Argentina, terminando o campeonato na 12a posição. E, em 1980, tendo como colega de equipe o finlandês Keke Rosberg, que viria a ser campeão do mundo em 1982 pela Williams, Emerson abandonaria mais seis corridas e faria um sexto lugar em Mônaco, mas, graças a um terceiro lugar no GP dos Estados Unidos Oeste, terminaria o campeonato mais uma vez na nona posição.
A partir de 1980, a Fittipaldi não teria mais o patrocínio da Copersucar, sendo patrocinada pela cervejaria Skol. Emerson, achando que sua dedicação à equipe o estava fazendo negligenciar seu casamento e sua vida pessoal, decidiria se aposentar como piloto ao final daquela temporada, passando a trabalhar na parte administrativa da equipe ao lado de seu irmão. A equipe Fittipaldi ainda disputaria o campeonato até o final da temporada de 1982, quando, por problemas financeiros, encerraria suas atividades. Emerson decidiria não voltar a correr, se aposentando da Fórmula 1 aos 36 anos.
Mas Emerson não conseguiria ficar muito tempo longe das pistas, e, no final de 1983, começaria a negociar sua estreia na Fórmula Indy. Originalmente o campeonato nacional de automobilismo dos Estados Unidos, a Fórmula Indy havia se tornado uma categoria própria e internacional (com o nome original, nos Estados Unidos, de CART IndyCar World Series) após sua organização passar do Automóvel Clube dos Estados Unidos (USAC) para a CART (Championship Auto Racing Teams, uma organização fundada pelos donos das equipes) em 1979, ou seja, a categoria ainda estava em seu começo, prestes a iniciar seu quinto campeonato. Emerson estrearia justamente nesse quinto campeonato, em 1984, em Long Beach, correndo pela equipe WIT-GTS Racing, pela qual faria as três primeiras provas, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis, que teve de abandonar após 37 das 200 voltas devido a um problema com a pressão do óleo. Emerson ficaria de fora das duas provas seguintes do campeonato e retornaria correndo pela H&R Racing, pela qual disputaria mais duas provas, ficando de fora das três seguintes. A primeira dessas três provas seria a de Michigan, na qual o norte-americano Chip Ganassi, segundo piloto da equipe Patrick, uma das mais fortes, se acidentaria, ficando impossibilitado de concluir o campeonato. A Patrick negociaria com Emerson, que substituiria Ganassi a partir da prova de Mid-Ohio, 11a de 16, na qual terminaria na quarta posição, a melhor colocação de seu ano de estreia. Emerson terminaria o campeonato correndo pela Patrick, e assinaria com a equipe para ser seu primeiro piloto na temporada seguinte. No total, em 1984 ele somaria 30 pontos, terminando o campeonato na 15a posição.
Emerson faria um excelente campeonato em 1985, obtendo sua primeira vitória na sétima prova da temporada, em Michigan; ele ainda conseguiria dois segundos lugares (em Long Beach e Meadowlands) e um terceiro (em Portland), terminando o campeonato em sexto lugar com 104 pontos. Em 1986, ainda correndo pela Patrick, ele obteria mais uma vitória, em Road America, repetiria seu segundo lugar em Meadowlands, conseguiria três terceiros (Long Beach, Michigan e Montreal) e terminaria pela primeira vez as 500 Milhas de Indianápolis, cruzando a linha de chegada em sétimo lugar (em 1985, teve de abandonar quando faltavam 22 voltas, com problemas de motor); ele terminaria o campeonato com 103 pontos, em sétimo lugar.
No ano seguinte, 1987, a Patrick trocaria o motor Cosworth, com o qual Emerson correu desde sua estreia na Indy, por um motor Chevrolet, com o qual o brasileiro obteria duas vitórias, em Clevaland e Toronto, mas teria como seu único outro "pódio" (na Fórmula Indy não tem pódio, apenas o vencedor é laureado ao final da corrida, mas, mesmo assim, as três primeiras posições são conhecidas como pódio) um terceiro lugar em Meadowlands, e abandonaria mais uma vez as 500 Milhas com problemas de motor, o que faria com que ele terminasse o campeonato na décima posição com 78 pontos. Em 1988, a Patrick manteria o motor Chevrolet, mas trocaria seu chassis, deixando de usar o March para passar a usar o Lola. Emerson conseguiria duas vitórias, em Mid-Ohio e Road America, e seria terceiro em Milwaukee e Portland; nas 500 Milhas, ele seria o segundo, mas não na pista: faltando 20 voltas para o final, Emerson era o segundo, atrás do norte-americano Rick Mears, da equipe Penske, que acabaria vencendo a prova, quando os comissários de pista decidiriam puni-lo por supostamente ter ultrapassado durante uma bandeira amarela, o que fez com que ele caísse para quinto, posição na qual cruzaria a linha de chegada. Após o final da corrida, entretanto, a Patrick entrou com uma representação, e, ao rever a corrida, os comissários constataram que Emerson, de fato, não havia ultrapassado ilegalmente, decidindo corrigir seu tempo subtraindo o perdido pela punição, o que fez com que, oficialmente, ele terminasse em segundo lugar. Emerson terminaria o campeonato novamente em sétimo lugar, com 105 pontos.
O ano da consagração para Emerson na Indy seria 1989. Com problemas financeiros, que já a haviam levado a ter Emerson como único piloto em 1988, a Patrick faria um acordo com a Penske, até então campeã de seis dos dez títulos disputados da Indy, e passaria a ser uma espécie de terceiro carro da equipe, usando o mesmo chassis Penske e o mesmo motor Chevrolet. Com essa combinação, Emerson conseguiria o terceiro lugar em Long Beach, o segundo em Meadowlands e Toronto, e nada menos que cinco vitórias, em Detroit, Portland, Cleveland, Nazareth e nas 500 Milhas de Indianápolis, a primeira de um piloto brasileiro nessa prova, obtida de forma emocionante após um toque na última volta no carro de Al Unser Jr., da equipe Galles, que disputava a vitória roda a roda com Emerson, e que fez com que o norte-americano rodasse e batesse no muro, enquanto o brasileiro, controlando o carro com maestria, cruzava a linha de chegada. Com 196 pontos, Emerson se tornaria o primeiro brasileiro campeão da Fórmula Indy - aliás, o primeiro estrangeiro campeão da categoria, já que, de 1979 a 1988, todos os campeões foram norte-americanos.
O título de Emerson chamaria a atenção da Penske, que o contrataria para ser seu primeiro piloto para a temporada de 1990; a Patrick protestaria, receberia uma compensação financeira da Penske, mas decidiria não manter o acordo, correndo em 1990 com chassis Lola e motores Alfa Romeo. Em sua primeira temporada pela Penske, Emerson conseguiria apenas uma vitória, em Nazareth, mas seria segundo em Road America e Long Beach, e terceiro em Milwaukee, Cleveland e nas 500 Milhas, terminando o campeonato com 144 pontos, na quinta colocação. Ele também seria o quinto colocado em 1991, com 140 pontos, ano no qual teve novamente apenas uma vitória, em Detroit, chegando em segundo em Portland, Cleveland, Denver e Mid-Ohio, terceiro em Phoenix, e abandonando as 500 Milhas após 171 voltas com problemas de câmbio.
Tudo indicava que Emerson lutaria pelo título mais uma vez em 1992, após um excelente começo com vitória na prova de Surfer's Paradise, na Austrália, e dois terceiros lugares seguidos, em Phoenix e Long Beach; nas 500 Milhas, entretanto, ele pela primeira vez abandonaria após um acidente, na volta 75. Não se sabe se devido ao acidente, mas, nas seis provas seguintes, seu melhor resultado seria um segundo lugar em Portland. No final do campeonato, Emerson ainda conseguiria se superar e obter três vitórias, em Cleveland, Road America e Mid-Ohio, mas, sem resultados expressivos nas demais provas, terminaria o campeonato em quarto lugar, com 151 pontos.
Após essa temporada de certa forma decepcionante, Emerson de fato lutaria pelo título em 1993 - e contra ninguém menos que Nigel Mansell, um dos principais rivais de Senna na Fórmula 1, que havia acabado de ser campeão lá e se transferido para a Newman/Haas, uma das mais fortes equipes da Indy. Emerson conseguiria o terceiro lugar em Milwaukee e New Hampshire, o segundo em Surfer's Paradise, Cleveland, Toronto e Laguna Seca, e três vitórias, em Mid-Ohio, Portland e nas 500 Milhas, prova na qual disputou roda a roda a vitória com Mansell e com o holandês Arie Luyendyk, da equipe Ganassi, até faltarem cinco voltas para o final, quando, após uma relargada depois de uma bandeira amarela, Emerson pulou na frente e abriu boa vantagem para se tornar, aos 47 anos, o mais velho vencedor da história da prova. No final, Emerson terminaria o campeonato com 183 pontos, mas Mansell, com cinco vitórias, dois segundos lugares e três terceiros, somaria 191 e se tornaria o segundo estrangeiro campeão da Indy, deixando Emerson com o vice-campeonato.
A temporada de 1994 começaria com uma reviravolta, após a Chevrolet anunciar que não forneceria mais motores para a Fórmula Indy. Com isso, a Penske teve de usar um motor Ilmor em 15 das 16 provas - sendo a exceção as 500 Milhas, na qual usaram um motor Mercedes desenvolvido especialmente para a prova. Como as outras equipes que usavam Chevrolet também tiveram de trocar seus motores, a Penske, com uma melhor estratégia, se tornou a equipe dominante, vencendo 12 das 16 provas; infelizmente, apenas uma dessas vitórias seria de Emerson, em Phoenix. O brasileiro também conseguiria o segundo lugar em Surfer's Paradise, Milwaukee, Detroit e Portland, e o terceiro em Toronto, Mid-Ohio, New Hampshire, Nazareth e Road America, e abandonaria as 500 Milhas após um acidente quando faltavam 26 voltas para o final. Emerson somaria 178 pontos e seria novamente vice-campeão, atrás de seu colega de equipe Al Unser Jr., que, com oito vitórias e três segundos lugares, somaria 225. Em 1995, a Penske decidiria correr com motores Mercedes, e Emerson não faria uma boa temporada, conseguindo apenas uma vitória em Nazareth e um terceiro lugar em Phoenix, e sem sequer se classificar para as 500 Milhas, terminando o campeonato com 67 pontos, na 11a colocação.
Em 1996, ocorreria um "racha", que dividiria a Fórmula Indy em duas categorias; aquela na qual Emerson corria passaria a ser conhecida, no Brasil, como Fórmula Mundial (mas teria como nome verdadeiro CART Champ Car World Series), e a outra, fundada por Tony George, então dono do circuito de Indianápolis, continuaria conhecida no Brasil como Fórmula Indy (mas teria como nome oficial Indy Racing League, ou IRL). Um dos motivos do racha foi que George achou que a Fórmula Indy estava "internacional demais", e queria que ela fosse uma categoria apenas com pilotos e equipes norte-americanas disputando provas em ovais dos Estados Unidos, como era o campeonato da USAC até 1978. Com muitas das principais provas passando a fazer parte do calendário da IRL, inclusive as 500 Milhas de Indianápoilis, e muitos dos pilotos norte-americanos optando por disputar a IRL, foi preciso fazer uma reformulação, ao fim da qual a Ganassi se mostraria a equipe dominante, ganhando quatro títulos seguidos de 1996 a 1999. Nessa reformulação, a Penske optaria por não manter Emerson em seu time principal, remanejando-o para a equipe Hogan, que corria com os mesmos chassis Penske e motores Mercedes, graças a um acordo semelhante ao firmado entre Penske e Patrick em 1989.
Pela Hogan, Emerson não conseguiria nenhum pódio, tendo como melhores resultados dois quartos lugares, em Nazareth e Milwaukee. Em 1996, ele correria pela primeira e única vez no Rio de Janeiro, terminando em 11o lugar a prova que marcaria a estreia do circuito de Jacarepaguá na Fórmula Mundial. Sem as 500 Milhas de Indianapolis, o principal evento da categoria seria a US500, uma corrida de 500 milhas disputada no oval de Michigan, na qual Emerson terminaria em décimo lugar. Na 12a de 16 provas, também disputada em Michigan, Emerson sofreria um acidente que faria com que ele não pudesse disputar as quatro provas restantes. Perto de completar 50 anos, ele decidiria não renovar contrato para a temporada seguinte, se aposentando também da Indy.
Após sua aposentadoria, Emerson passaria a trabalhar como empresário, mas sempre com ações ligadas ao automobilismo - ele seria, por exemplo, o principal responsável pela equipe brasileira da categoria A1 GP, na qual cada equipe representava um país. Ocasionalmente, ele ainda voltaria a pilotar, como em 2008, quando ele e Wilsinho disputariam o Campeonato Brasileiro de GT3 dirigindo um Porsche 997 para a equipe WB Motorsports, e em 2014, quando disputou as 6 Horas de São Paulo, etapa válida para o Campeonato Mundial de Endurance da FIA, pilotando uma Ferrari 458 Italia GT2 da equipe AF Corse, ao lado do italiano Alessandro Pier Guidi e do norte-americano Jeff Segal, concluindo a prova na 21a posição, última dentre os que a completaram.
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