O Fantasma da Ópera não foi originalmente criado como um musical ou um filme, mas como uma história em cinco partes, publicada no jornal parisiense Le Gaulois entre setembro de 1909 e janeiro de 1910, e escrita por Gaston Leroux, que não é muito conhecido no Brasil, mas, em sua França natal, costuma ser comparado a Arthur Conan Doyle e a Edgar Allan Poe, por suas histórias cheias de mistério e elementos macabros.
Leroux nasceu em 6 de maio de 1868 em uma família riquíssima, dona de um estaleiro usado para construção de navios. Desde criança, ele desejava ser escritor, mas, por sugestão do pai, acabaria se formando em direito; ainda assim, em 1887, ele escreveria um conto, Le Petit Marchand de Pommes de Terre Frites ("o pequeno vendedor de batatas fritas"), que seria publicado, graças à influência de seu pai, no jornal La République Française. Dois anos depois dessa publicação, aos 21 anos, Leroux perdeu ambos os pais, herdou milhões de francos, e torrou tudo o mais rápido que pôde, vivendo no luxo e ostentação até quase ir à falência. Quando praticamente só lhe restava a roupa do corpo, ele decidiu trabalhar como jornalista, conseguindo um emprego no jornal L'Echo de Paris como crítico de teatro em 1890.
Em 1896, o jornal decidiria fazer uma reportagem sobre o Palais Garnier, sede da Ópera de Paris, após um candelabro se soltar do teto e matar um espectador durante um ensaio. O editor do jornal queria que a reportagem tivesse um tom sensacionalista, focado em alguma espécie de maldição, já que, no subsolo do Palais, havia uma espécie de masmorra, na qual, durante a década de 1870, ficaram presos membros da Comuna de Paris, o partido socialista que governou provisoriamente a França após a queda de Napoleão III (sobrinho do Napoleão mais famoso) e acabou sendo considerado criminoso ao se recusar a aceitar a autoridade de Adolphe Thiers, eleito presidente da França em 1871. Não se sabe se Leroux se voluntariou para escrever essa reportagem, ou se ele foi escolhido para ela por ser o crítico de teatro do jornal, mas o fato é que ele se saiu muito bem, e acabou promovido a repórter.
Na virada do século, ele trocaria o L'Echo de Paris pelo Le Matin, no qual seria correspondente internacional, cobrindo, inclusive, a Revolução Russa de 1905. Enquanto trabalhava como jornalista, Leroux se arriscaria na carreira de escritor, escrevendo dois contos e um romance que seriam publicados no Le Matin, com o romance, originalmente publicado em três partes com o título Le Chercheur de Trésors ("o caçador de tesouros") em 1903, sendo publicado também em formato de livro em 1904 pela editora Flammation, com o título La Double Vie de Théophraste Longuet ("a vida dupla de Théophraste Longuet").
Ao retornar da Rússia, em 1907, ele decidiria largar o jornalismo e, finalmente, se tornar escritor, vendendo suas histórias para várias publicações francesas. A primeira dessas histórias, Le Mystère de la Chambre Jaune ("o mistério do quarto amarelo"), seria publicada em doze partes na revista L'Illustration, entre setembro e novembro de 1907, e no ano seguinte em forma de livro pelo editor Pierre Lafite. Protagonizada pelo detetive Joseph Rouletabille, que deve solucionar um crime praticamente impossível, no qual o criminoso parece ter conseguido entrar e sair de uma sala totalmente trancada, Le Mystère de la Chambre Jaune é hoje considerada a maior história de "quarto fechado" de todos os tempos, tendo recebido elogios de Agatha Christie e de John Dickson Carr, considerado o mestre do gênero - e autor da única história considerada capaz de rivalizar com ela, The Hollow Man, de 1935. O sucesso de Le Mystère de la Chambre Jaune daria origem a uma série de "Aventuras de Rouletabille", com mais sete livros protagonizados pelo detetive sendo publicados entre 1908 e 1922.
Além de Rouletabille, Leroux seria o criador de Chéri-bibi, homem injustamente condenado por um crime que não cometeu, e que foge das autoridades enquanto busca provar sua inocência; Chéri-bibi seria o astro de quatro livros, publicados entre 1913 e 1926. Sem contar os de Chéri-bibi e Rouletabille, Leroux escreveria 26 livros e nove contos, a maioria deles traduzidos para o inglês e publicados em revistas como a Weird Tales. Ele faleceria em 15 de abril de 1927, aos 58 anos, de causas não divulgadas.
Mas seria O Fantasma da Ópera que tornaria Leroux internacionalmente conhecido. Talvez inspirado por sua reportagem no Palais, Leroux escreveria uma história na qual uma produção da ópera Fausto no Palais Garnier em 1890 é vítima de acontecimentos bizarros, como acidentes envolvendo a equipe e o misterioso assassinato do contra-regra, encontrado enforcado nos bastidores - todos logo atribuídos pela equipe ao "Fantasma", uma entidade que estaria assombrando o Palais. A principal personagem feminina é Christine Daaé, jovem soprano que faz parte da equipe, e acredita ser treinada pelo Anjo da Música, enviado pelo espírito de seu pai para cuidar dela após sua morte. Um dia, durante um ensaio, Raoul de Chagny, um amigo de infância de Christine, está na plateia, e, após reconhecê-la, passa a se envolver romanticamente com ela.
O que ninguém do teatro sabe, porém, é que o Fantasma e o Anjo da Música são a mesma pessoa, um homem chamado apenas Erik, que tem o rosto horrivelmente deformado, lembrando "uma caveira com pele solta e amarelada". Erik vive nos túneis e masmorras do Palais, e, insatisfeito por ser incomodado pela produção da ópera, decidiu causar os acidentes para que eles desistissem da montagem. Entretanto, ele se apaixonaria por Christine na primeira vez em que a visse, e, como tem grande conhecimento de música, decidiu se apresentar a ela como um Anjo - mas usando apenas sua voz, sem que ela jamais visse seu rosto - e treiná-la para que ela ganhasse o papel principal na peça. Raoul, porém, representa uma ameaça a seus planos, e, portanto, corre perigo de vida.
O Fantasma da Ópera seria publicado na forma de livro também por Pierre Lafite, em março de 1910, e logo se tornaria um gigantesco sucesso, traduzido para doze idiomas e publicado em toda a Europa. Em 1911, ele ganharia uma versão em inglês publicada nos Estados Unidos pela editora Bobbs-Merrill, e, na Terra do Tio Sam, logo se tornaria um sucesso ainda maior. Com o passar do tempo, porém, o livro foi deixando de ser uma referência, graças às muitas adaptações da obra para o teatro e o cinema - hoje, a maior parte dos que conhecem O Fantasma da Ópera não sabem que a obra originalmente era um livro.
A primeira das adaptações de O Fantasma da Ópera foi feita na Alemanha, em 1916, dirigido por Ernst Matray, e contava com o ator sueco Nils Olaf Chrisander como Erik e com a atriz norueguesa Aud Egede-Nissen como Christine. Pelo que se sabe, porém, nada desse filme sobreviveu até os dias atuais - nenhum fotograma, nenhuma fotografia, nem mesmo um poster existe hoje. Só se sabe que o filme existiu graças a jornais e revistas da época que o mencionam, embora nenhuma dessas reportagens traga fotos. A menos que apareça um rolo de filme que algum colecionador guardou, é uma obra perdida para sempre.
A segunda adaptação de O Fantasma da Ópera para o cinema, por outro lado, é hoje considerada uma das maiores obras-primas da Sétima Arte. A ideia de realizá-la surgiu em 1923, quando o presidente da Universal Pictures, Carl Laemmle, viajou a Paris e, por acaso, conheceu Leroux. Em uma conversa, Laemmle mencionou a Leroux que admirava a arquitetura do Palais Garnier; Leroux, então, lhe presenteou com uma cópia de seu livro. Laemmle leu todo o livro no mesmo dia, procurou Leroux e imediatamente garantiu os direitos para a adaptação. Enquanto lia o livro, Laemmle imaginou que seria uma produção perfeita para o ator Lon Chaney, que, naquele mesmo ano, havia protagonizado O Corcunda de Notre Dame, e estava fazendo muito sucesso. Para o papel de Christine, a escolhida seria Mary Philbin.
Para a direção, Laemmle escolheria Rupert Julian, que havia acabado de dirigir O Carrossel da Vida, outro filme de grande sucesso da Universal (e que também contava com Philbin no elenco). Julian, porém, tinha um temperamento difícil, de forma que Chaney e outros do elenco detestaram trabalhar com ele, frequentemente reclamando de suas exigências; o fato de que, na concepção de Julian, O Fantasma da Ópera deveria ser um drama de horror gótico também não contribuiu, com muitas das cenas sendo consideradas exageradamente tristes e sombrias. Em janeiro de 1925, a Universal faria uma exibição da primeira versão do filme para uma plateia selecionada, e o resultado seria um grande fracasso, com grande parte da plateia saindo antes de o filme terminar.
Chaney faria várias sugestões a Laemmle sobre como o filme poderia melhorar, as quais foram passadas a Julian, que não concordou com a interferência do estúdio e pediu demissão. Laemmle, então, chamou Edward Sedgwick, que dirigiria novas cenas e mudaria o tom do filme: ao invés de um drama de horror gótico, acreditem ou não, ele passaria a ser uma comédia romântica. Várias novas tramas e personagens seriam adicionados, como um conde russo que duela contra Raoul pelo amor de Christine. Essa nova versão seria exibida para uma plateia de teste em abril de 1925, e o resultado seria ainda pior que o da primeira vez, com a plateia vaiando o filme durante a exibição.
A salvação viria pelas mãos dos editores Maurice Pivar e Lois Weber, que passariam nove semanas remontando o filme até chegar a um resultado aceitável. A maior parte das novas cenas filmadas por Sedgwick foi removida, embora o novo final tenha sido mantido, e muitas das cenas gravadas por Julian e removidas da segunda versão foram reinseridas. No final, o trabalho de Pivar e Weber foi tão bom que o filme se tornou um terror tradicional (ao invés de um horror gótico), ao estilo dos que os norte-americanos estavam acostumados. Isso pôde ser comprovado em uma terceira exibição de teste, em setembro de 1925, na qual o filme foi ovacionado. Depois de todos esses percalços, O Fantasma da Ópera estrearia em 17 de outubro de 1925, se tornando um dos filmes de maior bilheteria do cinema da época, arrecadando impressionantes dois milhões de dólares.
Foi merecido, pois a equipe de produção não poupou esforços para que o filme fosse memorável - e não apenas com as sucessivas regravações e remontagens. Para que o filme ficasse o mais fiel possível sem que fosse preciso gravar em Paris, a Universal construiria, em seu Estúdio 28, uma réplica perfeita do interior do Palais Garnier, não de material cenográfico, mas de concreto e aço, para aguentar o peso das centenas de figurantes. Por causa disso, ela não pôde ser desmontada ao final da produção, e permaneceu no Estúdio 28 durante 80 anos, sendo reutilizada em centenas de produções para cinema e TV, não só da Universal, mas também de outros estúdios que a alugavam especialmente para não precisar ir gravar em Paris. Somente em 2014, quando o próprio Estúdio 28 teve de ser demolido, foi que a réplica do Palais veio abaixo.
A maquiagem do Fantasma ficou a cargo do próprio Chaney, que já havia feito sua própria maquiagem em O Corcunda de Notre Dame. A maquiagem de Chaney é até hoje a mais fiel à aparência descrita como sendo a do personagem no livro - no livro, aliás, o Fantasma é deformado desde o nascimento, e não pela ação de elementos externos, como em outras adaptações - e é até hoje considerada uma das maquiagens mais impressionantes da história do cinema, contando, inclusive, com um fio extremamente desconfortável que prendia o nariz do ator para cima para dar-lhe a aparência de uma caveira. Diz a lenda que, na primeira sessão de testes, mulheres na plateia desmaiaram durante a cena na qual Christine desmascara o Fantasma - hoje considerada uma das mais icônicas da história do cinema - e, por essa razão, após a estreia, vários cinemas disponibilizaram sais aromáticos para o caso de alguém precisar ser acordado de um desmaio durante a projeção.
Em 1930, quando os filmes mudos começaram a ser substituídos pelos falados, a Universal pensou em filmar uma "continuação" de O Fantasma da Ópera, chamada O Retorno do Fantasma; Chaney, porém, não estava disponível, pois havia sido contratado pela MGM para atuar em Trindade Maldita - que acabaria sendo seu último filme, já que ele faleceria de câncer na garganta no ano seguinte. Após pensar em várias alternativas para a ausência de Chaney, Laemmle desistiria da continuação e optaria por gravar novas cenas que permitissem o relançamento de O Fantasma da Ópera em "versão falada"; essas novas cenas seriam dirigidas pelo sobrinho de Laemmle, Ernst Laemmle, que já tinha alguma experiência com a direção de curtas, e contariam com a presença de quase todos os atores originais, incluindo Philbin, com aqueles que não puderam participar sendo substituídos. Ao todo, quase 50 dos 101 minutos do filme foram refilmados com diálogos; todas as cenas de Chaney continuaram mudas, mas, em algumas cenas novas, a sombra do Fantasma pode ser vista enquanto a voz do ator Phillips Smalley faz uma narração, como se fosse o Fantasma pensando. Vale citar como curiosidade que, quando foi divulgado que a Universal relançaria O Fantasma da Ópera "falado", houve uma grande comoção, pois muitos fãs de Chaney desejavam vê-lo em um filme que não fosse mudo (o que nunca ocorreu, já que ele faleceu antes de ter a oportunidade de participar de um); assim, para evitar incidentes desagradáveis, todos os cartazes da versão falada de O Fantasma da Ópera traziam a informação de que Chaney não tinha falas naquele filme.
A versão falada de O Fantasma da Ópera foi mais um gigantesco sucesso, rendendo outro milhão de dólares e inspirando a Universal a investir em uma longa série de filmes de terror, que incluiu Drácula, Frankenstein, O Lobisomem, A Múmia, O Homem Invisível, O Monstro da Lagoa Negra e várias sequências para cada um desses filmes, todos hoje considerados grandes clássicos do cinema. O sucesso dos "Monstros da Universal" levaria à produção de um remake, mais ao estilo dos demais filmes da série, lançado em 1943. Essa versão possui várias diferenças em relação ao livro, mas, graças a seu sucesso, vários de seus elementos são hoje considerados característicos de O Fantasma da Ópera.
Na versão de 1943, o Fantasma é o violinista Erique Claudin (Claude Rains, também protagonista de O Homem Invisível e parte do elenco de O Lobisomem), que, devido a uma doença congênita, começa a perder os movimentos das mãos. Incapaz de continuar tocando, ele começa a compor, e se apaixona pela soprano iniciante Christine DuBois (Susanna Foster), de quem paga secretamente as aulas de canto com o dinheiro de suas composições. Um dia, ele envia uma dessas composições para os editores Pleyel & Desjardins, que a oferecem para o músico Franz Liszt (Fritz Leiber). Liszt demora para dar a resposta, e Erique imagina que os editores estão querendo passá-lo para trás; ao chegar em seu escritório e ouvir Liszt tocando a música, ele imagina que eles já a venderam, e ataca o Sr. Pleyel. Durante o ataque, a secretária do Sr. Pleyel joga ácido no rosto de Erique, desfigurando-o e enlouquecendo-o. Incapaz de viver novamente dentre os homens, ele passa a morar secretamente nas galerias do Palais Garnier, onde, anos depois, uma companhia de ópera se instala para uma produção. Erique começa a causar acidentes para afugentá-los, mas, para sua surpresa, Christine faz parte da companhia. Ele, então, tenta fazer com que ela seja promovida a estrela do espetáculo. Curiosamente, nessa versão, Erique tem dois "rivais" que também são apaixonados por Christine e desejam se casar com ela, o barítono da ópera, Anatole Garron (Nelson Eddy) e o inspetor de polícia Raoul Dubert (Edgar Barrier).
Essa foi a primeira versão na qual o desfiguramento do Fantasma é causado por um agente externo (no caso, ácido, embora em outras versões tenha sido fogo), e a primeira na qual ele usa uma máscara que cobre apenas metade de seu rosto; esses elementos, como já foi dito, se tornariam extremamente característicos do personagem, e hoje é praticamente impossível encontrar uma versão de O Fantasma da Ópera sem eles. Essa também foi a primeira versão de O Fantasma da Ópera filmada a cores, e o primeiro "filme de monstro" da Universal a conquistar um Oscar - ou melhor, dois, de Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia. Apesar de o filme de 1925 ser mais famoso, é o de 1943 o considerado "oficial" pela Universal em sua série de monstros, pois, de acordo com as leis da época, o de 1925 caiu em domínio público em 1953, o que faz com que a Universal não tenha interesse em relançá-lo.
A versão de 1943 também usou a réplica do interior do Palais Garnier construída no Estúdio 28, e, embora a história seja bastante diferente, várias das cenas emblemáticas do primeiro filme foram regravadas para ela; a do desmascaramento não ficou tão impressionante, mas a da queda do candelabro, que usou vários truques de câmera, foi extremamente comentada na época. O filme foi um sucesso de público, mas foi detonado pela crítica, que reclamou, principalmente, das mudanças na história em relação ao original, do ritmo do filme, e da escolha de Rains para o papel principal - Cesar Romero e Boris Karloff chegaram a ser convidados para o papel, mas não aceitaram. Parte da crítica também reclamou do diretor, Arthur Lubin, que tomou a controversa decisão de fazer do filme um musical - musicais estavam na moda na época, mas um musical de terror era uma novidade. A Universal, entretanto, pareceu não se importar com as críticas, e, tendo em vista o sucesso de público, cogitou filmar uma sequência para ser lançada no ano seguinte; problemas na produção, entretanto, incluindo Rains não estar disponível por já estar envolvido nas filmagens de outra obra, acabariam fazendo com que o roteiro fosse alterado, e a suposta sequência fosse lançada sem nenhuma relação com O Fantasma da Ópera, com o título de Clímax e com Karloff no papel principal.
Outras versões dignas de nota de O Fantasma da Ópera são a de 1962, produzida pelo famoso estúdio de filmes de terror Hammer e estrelando Herbert Lom, que tem história bem parecida com a de 1943, e na qual o Fantasma escreve a ópera que mais tarde será montada pela companhia sem creditá-lo, o que é um motivo a mais para a sua vingança; a de 1989, na qual o Fantasma é interpretado por Robert Englund (também conhecido como Freddy Krueger), e fica desfigurado após vender sua alma ao demônio em troca de sucesso; e a de 1998, dirigida por Dario Argento e estrelada por sua filha Asia Argento e por Julian Sands, na qual o Fantasma foi abandonado quando bebê por seus pais e criado por ratos na masmorra sob a ópera, além de possuir habilidades telepáticas.
Uma das versões mais curiosas foi lançada em 1974, dirigida por Brian de Palma e com o nome de O Fantasma do Paraíso. Uma comédia de horror com músicas em ritmo de rock, nela o protagonista é o compositor Winslow Leach (William Finley), responsável pelas músicas da banda The Juicy Fruits, que luta para fazer sucesso. Um dia, o sinistro produtor musical Swan (Paul Williams, também responsável pelas músicas do filme) decide que uma das composições de Leach seria perfeita para tocar na abertura de sua mais nova casa de shows, a Paradise. Como Leach não concorda em ceder a música, Swan arma para que ele seja preso por posse de drogas e cumpra pena na prisão de Sing Sing, onde é desfigurado. Conseguindo escapar, Leach decide vestir uma roupa chamativa, se esconder nos bastidores da Paradise e atormentar as produções de Swan, enquanto tenta ganhar o amor da cantora iniciante Phoenix (Jessica Harper), única que considera digna de cantar suas músicas. O Fantasma do Paraíso foi um imenso fracasso de público, mas foi bastante elogiado pela crítica, especialmente suas músicas, que lhe renderam uma indicação ao Oscar de Melhor Trilha Musical (o qual perdeu para O Grande Gatsby) e ao Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora de Filme (o qual perdeu para O Pequeno Príncipe); hoje, o filme tem status de cult, e é considerado um dos melhores da carreira de de Palma.
Talvez mais do que pelos filmes, O Fantasma da Ópera é conhecido internacionalmente pelo musical da Broadway. Com músicas criadas pelo gênio Andrew Lloyd Weber e letras de Charles Hart e Richard Stilgoe, o musical estrearia em Londres, no Her Majesty's Theatre, em 9 de outubro de 1986; dois anos depois, faria sua estreia na Broadway - e não sairia mais de cartaz. O Fantasma da Ópera é atualmente o musical em cartaz há mais tempo no mundo, e aquele com mais apresentações na Broadway, com mais de doze mil, além de ser o único a já ter passado a barreira das dez mil apresentações, o que ocorreu em 11 de fevereiro de 2012; o segundo colocado, Chicago, de 1996, vem bem atrás, com pouco mais de 8.500 apresentações. Até ser ultrapassado por O Rei Leão em 2014, ele também era o musical mais rentável de todos os tempos na Broadway, e ainda detém o recorde de musical mais montado no planeta, já tendo sido apresentado em mais de 145 cidades de 27 países. Muitas de suas músicas, especialmente The Music of the Night e All I Ask of You são grandes sucessos em vários idiomas, inclusive em português - no Brasil, All I Ask of You foi gravada por Emílio Santiago e Verônica Sabino em 1993, com o nome de Tudo o que se Quer.
A história do musical é bem mais fiel ao livro do que a da maioria dos filmes, com todos os personagens tendo seus nomes originais, e o Fantasma sendo desfigurado desde o nascimento, e não por um agente externo. Tanto na montagem original de Londres quanto na original da Broadway, o papel do Fantasma caberia a Michael Crawford, o de Raoul a Steve Barton, e o de Christine à cantora Sarah Brightman. O Fantasma da Ópera ganharia todos os principais prêmios reservados a musicais, incluindo o Laurence Olivier Award (o "Oscar do teatro britânico") de 1986 nas categorias Melhor Musical Novo e Melhor Ator em um Musical (Crawford) e de 2002 na categoria Musical Mais Popular; e o Tony Awards (o "Oscar dos musicais dos Estados Unidos") de 1988 nas categorias Melhor Musical, Melhor Ator (Crawford), Melhor Atriz Coadjuvante (Judy Kaye, que interpreta Carlotta, a cantora principal original, que o Fantasma quer que seja substituída por Christine), Melhor Diretor, Melhor Cenografia, Melhor Figurino e Melhor Iluminação, além de ser indicado ao Tony de 1988 de Melhor Trilha Sonora (perdendo para Into the Woods), Melhor Livreto (que premia as letras das músicas, também perdendo para Into the Woods) e Melhor Coreografia (perdendo para Anything Goes). De forma controversa, Brightman não seria indicada ao Tony de Melhor Atriz, com a explicação dos críticos sendo a de que seu canto era impecável, mas sua atuação era abaixo da média.
O musical seria adaptado para um filme de 2004, dirigido por Joel Schumacher (de Os Garotos Perdidos e Batman & Robin), com Gerard Butler (de 300) no papel do Fantasma e Emily Rossum como Christine. Em 2011, para comemorar os 25 anos da primeira apresentação do musical, foi montada uma superprodução com três apresentações no Royal Albert Hall, o mais famoso teatro de musicais de Londres. A última dessas apresentações foi transmitida ao vivo para vários cinemas do mundo inteiro em 2 de outubro de 2011, e, mais tarde, editada para se tornar um filme lançado diretamente em DVD e Blu-ray, chamado O Fantasma da Ópera no Royal Albert Hall. Essa versão conta com Ramin Karimloo como o Fantasma e Sierra Boggess como Christine.
Lloyd Weber também escreveria uma continuação para O Fantasma da Ópera, chamada Love Never Dies, ambientada dez anos após o final do musical original, na qual Christine é convidada por um empresário anônimo para se apresentar na inauguração de uma nova atração chamada Phantasma, no parque de diversões de Coney Island, Nova Iorque, o mais famoso dos Estados Unidos. Love Never Dies estrearia em Londres em 9 de março de 2010, e ficaria em cartaz até 27 de agosto de 2011. Após apresentações em vários outros países, o musical se prepara para uma turnê pelos Estados Unidos, prevista para começar em outubro de 2017. Não há planos, porém, para que ele estreie na Broadway.
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