segunda-feira, 20 de março de 2017

Escrito por em 20.3.17 com 0 comentários

Jovens Titãs

Essa semana, enquanto eu conversava com um colega mais ou menos da minha idade, ele contou que, quando criança, tinha bonequinhos dos Jovens Titãs. Curiosamente, eu me lembro de que eu também tinha, e compartilhei isso com ele: lembro que eu tinha o Robin, a Estelar, e lembro, principalmente, do Ciborgue, cujas mãos podiam ser trocadas por várias ferramentas. Ele, então, disse que eu estava fazendo confusão, que esses que eu tinha eram da coleção Super Powers, enquanto os dele eram especificamente dos Jovens Titãs. Um de nós dois, então, está com problemas de memória, porque eu lembro claramente que eu tinha a Estelar - e não havia Estelar na coleção Super Powers - e, até onde eu consegui descobrir, não havia brinquedos específicos dos Jovens Titãs na década de 1980 - bonequinhos de super-heróis, na época, eram extremamente raros, e, da DC, só foram lançadas duas séries, os Mego Dolls, que não foram lançados no Brasil, e os Super Powers, sendo que, à exceção de Robin e Ciborgue nos Super Powers, nenhuma dessas duas coleções tinha bonequinhos dos Jovens Titãs. Enfim, erros de memória à parte, essa conversa serviu para uma coisa: para que eu ficasse com vontade de escrever um post sobre os Jovens Titãs aqui para o átomo.

Antes de começarmos, um detalhe: nos quadrinhos, a equipe costuma ser conhecida como Os Novos Titãs, mas eu prefiro o nome Jovens Titãs, usado no desenho animado, primeiro porque é mais próximo do significado do nome original da equipe em inglês (Teen Titans, os "Titãs Adolescentes"), e segundo porque sempre achei que "Novos Titãs" parece mais nome de banda de rock do que de equipe de super-heróis.

Aquela que é considerada a primeira história dos Jovens Titãs seria publicada na revista The Brave and the Bold 54, de julho de 1964. Nela, Robin (Dick Grayson), Kid Flash (Wally West) e Aqualad, após pedirem permissão para seus mentores Batman, Flash e Aquaman, respectivamente, aceitam um convite do Clube Jovem da cidade de Hatton Corners, que desejam que eles intercedam a seu favor junto ao prefeito da cidade, que acabou de criar novas leis, como um toque de recolher, que desagradaram aos adolescentes locais. Chegando à cidade, porém, o trio descobre que todos os adolescentes desapareceram, e, investigando, descobrem que o responsável é um vilão chamado Senhor Ciclone, que tem o poder de controlar o clima, e pede um resgate para devolver os sequestrados. A ideia de juntar os três heróis adolescentes partiria do roteirista Bob Haney, responsável por escrever a história, que aproveitaria para retratar o conflito de gerações, inclusive com os adultos da cidade reclamando de que são os heróis adolescentes, e não heróis adultos, que vão tentar resolver o caso. Nessa primeira história, desenhada por Bruno Premiani, a equipe não teria um nome oficial, já que o intuito era que ela fosse uma história única.

A história, porém, seria bem recebida pelos leitores da DC, que enviariam à editora várias cartas elogiando-a. Haney e Premiani, então, decidiriam repetir a dose em The Brave and the Bold 60, de julho de 1965, adicionando a Moça Maravilha (Donna Troy), a irmã adolescente da Mulher Maravilha, à equipe, que, nessa edição, ganharia o nome de Teen Titans - aqui no Brasil, essa primeira (ou segunda, depende do ponto de vista) formação da equipe ganharia o nome de Turma Titã. A Turma Titã ainda viveria uma aventura na Showcase 59, de dezembro de 1965, com roteiro de Haney e arte de Nick Cardy, antes de ganhar sua própria revista, a Teen Titans, cuja primeira edição seria lançada em fevereiro de 1966, também sob a batuta de Haney e Cardy. Antes de serem super-heróis, os membros da Turma Titã eram adolescentes, então enfrentavam vilões adolescentes, salvavam adolescentes, faziam programas típicos de adolescentes, como tomar milk shake no shopping, curtiam os Beatles e Bob Dylan, e viviam em atrito com os adultos, que, na maior parte das vezes, não concordavam com suas atitudes.

A equipe permaneceria com a mesma formação até a edição 19, de fevereiro de 1969, quando Aqualad seria substituído por Ricardito, o parceiro adolescente do Arqueiro Verde, que já havia feito participações especiais em algumas das edições anteriores - assim como Aqualad passaria a fazer participações especiais nas edições seguintes, acompanhado de sua namorada Aquagirl. Haney sairia dos roteiros na edição exatamente anterior à mudança, sendo substituído por Marv Wolfman, que viria a se tornar o principal roteirista da equipe; ele criaria, por exemplo, em parceria com o desenhista Gil Kane, a origem da Moça Maravilha, bem como o uniforme que ela usaria pelos próximos vinte anos (até então, seu uniforme era quase uma cópia do usado pela Mulher Maravilha), na Teen Titans 23, de junho de 1969. Em parceria com Len Wein, Wolfman também escreveria a história que introduziria um novo membro para a equipe, que poderia ter sido o primeiro super-herói afro-americano da DC, e que faria sua estreia na Teen Titans 21, de abril de 1969, cinco meses antes da estreia do Falcão, o primeiro afro-americano da Marvel e dos quadrinhos em geral; mas esse herói, infelizmente, seria vetado pelo editor da DC na época, Carmine Infantino, que chamaria Neal Adams para reescrever a história sem sua presença.

A Teen Titans seria publicada até a edição 43, de janeiro de 1973, quando, devido a baixas vendas, seria cancelada. Em 1976, a DC decidiria dar uma nova chance à revista, que seria "descancelada", com a edição 44 sendo lançada em agosto daquele ano. Nessa edição, os heróis, um pouco mais velhos, já na casa dos 18 anos, enfrentariam o Dr. Luz, e contariam com a ajuda de um "novo" herói, o Guardião, na verdade Mal Duncan, um amigo sem superpoderes da equipe, que decide usar uma armadura que aumenta sua força e o nome de um antigo herói da DC para ajudá-los; Duncan era negro, o que faria com que a equipe finalmente tivesse um membro afro-descendente, sete anos após a história rejeitada de Wolfman e Wein. Na edição 48, de junho de 1977, a equipe ganharia um sexto membro, a Arlequina (Duela Dent), que era filha do vilão Duas Caras, mas alegava ser filha do Coringa, usando, inclusive, maquiagem e roupas semelhantes às do "pai". A Teen Titans continuaria com baixas vendas após o retorno, e acabaria cancelada mais uma vez em fevereiro de 1978, na edição 53, que, curiosamente, mostrava "a origem jamais contada da Turma Titã", com direito a uma capa que trazia Robin dando porrada no Batman, Kid Flash no Flash, Aqualad no Aquaman e a Moça Maravilha na Mulher Maravilha.

Mas a DC parecia não querer desistir da equipe e, em 1980, contratou Wolfman e o desenhista George Pérez para escrever uma nova história com ela, que seria publicada na DC Comics Presents 26, de agosto daquele ano. Wolfman ousaria, e criaria uma equipe totalmente nova, com Robin, Kid Flash, Moça Maravilha, Mutano (que originalmente pertencia a outra equipe, a Patrulha do Destino), e três personagens totalmente novos: Ciborgue, um ex-jogador de futebol americano que teve partes de seu corpo substituídas por equivalentes robóticos após um acidente; Estelar, a princesa de um mundo alienígena em guerra, com o poder de voar e de disparar rajadas de energia; e Ravena, filha de um demônio com uma humana, com vários poderes místicos. Essa equipe - que, desde então, no Brasil, ficaria conhecida como Novos Titãs - faria um imenso sucesso, e logo ganharia sua própria revista, chamada The New Teen Titans, lançada em novembro de 1980. A equipe já começaria suas aventuras formada, e, algum tempo depois, seria revelado que sua formação coube a Ravena, que pediu a ajuda dos demais heróis para impedir um ataque de seu pai, o demônio Trigon, que se tornaria um dos principais oponentes do grupo, juntamente com a organização criminosa Colmeia e o mercenário Exterminador.

Wolfman e Pérez seriam responsáveis por todas as edições da revista, e logo se tornariam co-roteiristas, criando as histórias juntos. Wolfman decidiria envelhecer um pouco mais os personagens, colocando-os na casa dos vinte anos, e investir não somente em suas aventuras de combate contra o crime, mas também em seus relacionamentos interpessoais, mostrando as dificuldades da transição para a vida adulta, a importância do companheirismo, da família e do amor - inclusive com Robin e Estelar se tornando um par romântico. Essa fórmula agradaria tanto aos leitores novos quanto aos mais antigos, e faria com que The New Teen Titans se tornasse a revista mais vendida da DC na década de 1980, passando até mesmo a da Liga da Justiça.

É dos Titãs, aliás, uma das histórias mais memoráveis do "período pré-Crise" da DC, O Contrato de Judas, de 1984. Nela, uma heroína adolescente chamada Terra, com o poder de controlar o solo e seus componentes, se candidata a se tornar a mais nova membro dos Titãs - mas, na verdade, é tudo um plano do Exterminador, que infiltra a garota na equipe para que ela os traia e os entregue de mão beijada à Colmeia. No final, Terra é desmascarada, mas os Titãs realmente ganham um novo membro, Jericó, o filho do Exterminador, que é incapaz de falar, mas tem o poder de possuir o corpo de outras pessoas durante um curto período de tempo. Outras histórias memoráveis dos Titãs na década de 1980 incluem Quem é Donna Troy?, publicada na The New Teen Titans 38, de janeiro de 1984, na qual Robin ajuda a Moça Maravilha a descobrir mais sobre sua infância; Um Dia na Vida, focada nas identidades civis dos heróis, publicada na edição 8, de junho de 1981; e Encruzilhada, publicada na edição 39, de fevereiro de 1984, na qual Dick Grayson e Wally West, já se sentindo adultos e inadequados ao grupo, decidem abandonar a equipe, o uniforme e os nomes Robin e Kid Flash; durante a saga O Contrato de Judas, Grayson voltaria à equipe já com o nome e o uniforme de Asa Noturna, uma transição que se tornaria uma das pedras fundamentais do cânone do Batman.

Em 1982, Wolfman e Pérez produziriam três edições chamadas Tales of the New Teen Titans, contando as origens e as aventuras de Ciborgue, Ravena e Estelar antes de fazerem parte da equipe. A popularidade dos heróis dentre os adolescentes também faria com que eles estrelassem três edições especiais escritas por Wolfman, uma lançada em 1983, desenhada por Pérez, e duas de 1984, uma desenhada por Ross Andru e uma por Adrian Gonzalez, que alertavam os jovens sobre os perigos do álcool e das drogas.

Na edição 41, de abril de 1984, a The New Teen Titans mudaria de nome para Tales of the Teen Titans, mas mantendo a numeração. A revista seria publicada até julho de 1988, com sua última edição sendo a 91; a última com uma história inédita, porém, seria a 58, de junho de 1985, com as edições da 59 à 91 trazendo reimpressões de histórias estreladas pelos Titãs. A razão para isso estava em um projeto da DC, que começou com o relançamento, em agosto de 1984, quatro meses após a mudança de nome, e exatamente após o final da saga O Contrato de Judas, da The New Teen Titans, com a numeração recomeçando do 1.

Na época, as lojas de histórias em quadrinhos, hoje onipresentes nos Estados Unidos, estavam começando a ganhar popularidade e a vender mais quadrinhos que as bancas de jornal. Para tentar pegar carona nessa onda, a DC faria um projeto batizado de hardcover/softcover ("capa dura / capa mole"), no qual cada edição das revistas que fizessem parte do projeto seria lançada duas vezes, uma com capa de papel cartão, disponível primeiro e apenas nas lojas de quadrinhos, e outra com a capa tradicional, lançada um ano depois, com tiragem maior, preço menor, e disponível para as lojas e para as bancas de jornais - ou seja, quem comprasse nas lojas teria a oportunidade de adquirir uma versão em capa dura um ano antes de quem comprasse a de capa mole nas bancas. A segunda versão da The New Teen Titans foi a primeira revista a fazer parte do projeto - o que fez com que sua versão de capa dura fosse a primeira revista em quadrinhos a vender exclusivamente em lojas, algo que hoje também é comum - seguida de Legion of Super Heroes e de Batman and the Outsiders.

Se alguém ainda não percebeu qual foi a estratégia da DC, é só seguir o raciocínio: a primeira edição de capa dura da The New Teen Titans foi lançada em agosto de 1984. A última edição da Tales of the Teen Titans a trazer uma história inédita foi lançada em junho de 1985. Após uma edição que trouxe a primeiríssima história dos Titãs (da The Brave and the Bold 54) e a primeira da equipe criada por Wolfman e Pérez (da DC Comics Presents 26), a Tales of the Teen Titans 60, de agosto de 1985, trouxe a mesma história da The New Teen Titans 1 de capa dura - um ano depois, exatamente como a DC havia prometido. Ou seja, a partir de agosto de 1985, a The New Teen Titans, de capa dura e à venda apenas em lojas de quadrinhos, traria as histórias inéditas, enquanto a Tales of the Teen Titans, de capa mole e vendida em lojas e bancas, as republicaria exatamente um ano depois.

A estratégia deu certo durante um tempo, mas, depois, as vendas da Tales of the Teen Titans ficaram tão baixas que a DC decidiu cancelá-la na edição 91, que republicou a edição 31 da The New Teen Titans, que ainda foi publicada até a 49, de novembro de 1988 - o que significa que 18 edições foram lançadas exclusivamente em capa dura. Diante das reclamações de alguns leitores, a DC decidiria encerrar o projeto hardcover/softcover, e, a partir da edição 50, a The New Teen Titans, que, então, já que os heróis já não eram adolescentes há um bom tempo, mudaria de nome para The New Titans (curiosamente, a tradução literal do nome que a equipe tinha em português), e passaria a ser publicada em capa mole e vendida tanto em lojas quanto em bancas de jornal.

Embora ainda fosse um dos títulos mais vendidos da DC, a segunda The New Teen Titans não foi tão bem sucedida quanto a primeira. Muitos creditam esse pouco sucesso à saída de Pérez, que deixou a revista após a edição 5, sendo substituído por José Luís García López; a DC ainda convenceria Pérez a fazer as cinco primeiras edições após a revista mudar de nome, mas, depois ele seria substituído na The New Titans por Eduardo Barreto. A edição 39, de janeiro de 1988, acabaria causando uma enorme controvérsia, pois começa com Asa Noturna e Estelar na cama, supostamente nus, o que irritou a alguns leitores mais puritanos - e a alguns pais de leitores mais jovens - que escreveram cartas à DC reclamando. Durante a saga Crise nas Infinitas Terras, Wolfman, que a escreveu, também teve de deixar a revista, sendo brevemente subsituído por Paul Levitz, o que causou mais reclamações dos fãs e mais queda nas vendas.

A Crise, aliás, representou várias mudanças nos Titãs, já que vários personagens tiveram de ter sua origem ou suas característcas alteradas após a saga; a The New Titans 50, portanto, é a primeira de uma saga em seis partes chamada Quem é a Moça Maravilha?, na qual a origem de Donna Troy teve de ser totalmente refeita para ficar adequada à Crise, e ao final da qual ela decide abandonar o nome Moça Maravilha e passar a se chamar Troia. Dick Grayson também teve de lidar com a dor da morte de Jason Todd, que o substituiu como Robin, na saga Morte em Família, publicada na revista Batman em 1988; a estreia do terceiro Robin, Tim Drake, seria justamente na revista dos Titãs, mais precisamente na The New Titans 65, de abril de 1990.

A partir da metade da década de 1990, as vendas começaram a cair consideravelmente, e a DC concluiu que a culpa era de Wolfman, que já estava esgotado criativamente; ao invés de substituí-lo como roteirista, entretanto, ela decidiria dar ao editor Jason Peterson carta branca para fazer o que quisesse com as histórias, tendo Wolfman de obedecê-lo. Peterson tomaria várias decisões questionáveis, como redimir o Exterminador e fazê-lo membro dos Titãs; a destruição do Ciborgue, que foi reconstruído lobotomizado; a morte de Ravena e sua ressurreição como uma vilã; ou fazer com que o Gnu, um vilão que mantinha sempre sua identidade oculta e se divertia humilhando os Titãs, se revelasse como o líder de um verdadeiro exército sob o comando da Colmeia. Desnecessário dizer, nada disso deu certo, as vendas continuaram caindo, e a revista acabaria cancelada na edição 130, de fevereiro de 1996.

A equipe seria ressuscitada naquele mesmo ano, com o lançamento de uma nova Teen Titans número 1 em outubro de 1996. A formação, porém, seria completamente diferente, com os Titãs sendo liderados pelo Eléktron, que voltou a ser um adolescente após os eventos da saga Zero Hora, e tendo como demais integrantes Prisma, Joto, Risco e Argenta, com Ricardito, já bem mais velho e usando o nome de Arsenal, atuando como uma espécie de consultor. Essa nova revista começaria com roteiros de Dan Jurgens e arte de Pérez, que, a partir da edição 16, seria substituído pelo próprio Jurgens. As vendas, desde o início, foram baixas, o que levou a DC a realizar um concurso para que os leitores decidissem qual outro herói adolescente deveria se unir à equipe; Robin (Tim Drake) ganharia de lavada, mas Dennis O'Neil, na época editor das revistas da família Batman, vetou sua participação na equipe. Jurgens, então, teve de incluir o segundo colocado, o Capitão Marvel Jr. Como as vendas não melhoraram, a revista acabou cancelada em setembro de 1998, após apenas 24 edições.

Três meses depois, em dezembro de 1998, a DC lançaria uma minissérie em três edições chamada JLA/Titans: The Technis Imperative, na qual os Titãs e a Liga da Justiça se uniam para enfrentar uma ameaça tecnológica. Escrita por Devin Grayson e com arte de Phil Jimenez, essa minissérie contaria com a participação de praticamente todos os personagens que já fizeram parte dos Titãs, e teria o retorno oficial do Ciborgue ao Universo DC depois de Zero Hora. O sucesso da minissérie levaria a DC a lançar uma nova revista dos Titãs, também a cargo de Grayson, mas com arte de Mark Buckingham, na qual a equipe contaria com membros de várias de suas formações anteriores.

Chamada simplesmente The Titans, a nova revista seria lançada em março de 1999, e seria estrelada por Asa Noturna, Troia, Arsenal, Tempest (o novo nome do Aqualad), Flash (Wally West), Estelar, Ciborgue, Mutano, Detonador, Argenta e Jesse Quick. Ela teria 50 edições, a última sendo lançada em abril de 2003, e seria cancelada não por baixas vendas, mas por decisão editorial da DC: em junho de 1998, a editora havia criado uma nova equipe de super-heróis adolescentes, chamada Justiça Jovem, composta por Superboy, Robin, Impulso, Segredo, Flechete e a nova Moça Maravilha (Cassie Sandsmark), que passaria a ser a equipe de adolescentes "oficial" do Universo DC, enquanto os Titãs, já adultos, seriam apenas mais uma equipe de super-heróis. Após alguns anos, entretanto, a DC mudaria de ideia, e decidiria fazer com que os Titãs voltassem a ser a equipe adolescente oficial; para isso, ela lançaria, em julho de 2003, uma nova minissérie em três edições, chamada Titans/Young Justice: Graduation Day, ao final da qual ambas as equipes seriam desfeitas, e uma nova equipe dos Titãs seria formada.

Escrita por Geoff Johns e com arte de Mike McKone, uma nova revista Teen Titans seria lançada em setembro de 2003, com uma equipe formada por Superboy, Robin (Tim Drake), Moça Maravilha (Cassie Sandsmark), Kid Flash (Bart Allen, que até então usava ao codinome Impulso), Estelar, Ciborgue, Ravena e Mutano. Essa seria uma das séries mais longevas dos Titãs, com 100 edições, a última de outubro de 2011; algumas das decisões de Johns, porém, irritariam os leitores, como a revelação de que o Superboy era um clone que misturava o DNA do Super-Homem com o de Lex Luthor, ou a mudança de personalidade de Bart Allen, que, quando era Impulso, era brincalhão e irresponsável, e, ao virar Kid Flash, praticamente se tornou uma cópia do Wally West dos Titãs da década de 1980.

Essa nova equipe dos Titãs também seria protagonista em uma das mais importantes sagas da DC, Crise Infinita, durante a qual Superboy morreu, Estelar ficou perdida no espaço, Ciborgue quase foi destruído, e Kid Flash envelheceu rapidamente, se tornando um adulto antes do tempo. Depois dos eventos de Crise Infinita, a equipe passaria a ser formada por Robin, Moça Maravilha, Ciborgue, Devastadora (a filha do Exterminador) e Kid Demônio.

Em 2008, a DC decidiria ter mais uma vez duas revistas dos Titãs nas bancas por mês, e, em junho, lançaria Titans, com roteiro de Judd Winick e arte de Ian Churchill, que trazia praticamente a mesma equipe dos Titãs da década de 1980: Asa Noturna, Flash, Troia, Ciborgue, Estelar, Ravena e Mutano; com isso a equipe da revista Teen Titans passa a ser composta por Robin, Moça Maravilha, Besouro Azul (Jaime Reyes), Devastadora, Miss Marte e Kid Demônio. A Titans seria cancelada junto com a Teen Titans, em outubro de 2011, na edição número 38.

O cancelamento das duas revistas se daria em função da saga Novos 52, que daria origem a uma nova revista Teen Titans, lançada em novembro de 2011, mais uma vez com numeração recomeçando do 1, escrita por Scott Lobdell e com arte de Breet Booth. Nessa revista, a equipe seria liderada por Tim Drake, usando o nome de Robin Vermelho, e formada por ele, Superboy, Kid Flash (Bart Allen), Moça Maravilha (Cassie Sandsmark) e os novatos Solstice, Bunker e Skitter. Essa nova revista causaria muita controvérsia ao "revelar" que essa teria sido a primeira formação dos Titãs no Universo DC, com as anteriores jamais tendo existido; e daria origem a um spin off, The Ravagers, com 13 edições lançadas entre julho de 2012 e julho de 2013, que acompanhava uma equipe formada por Mutano (mas com a pele vermelha ao invés de verde), Terra, Fairchild (originalmente da equipe Gen 13), Trovão, Relâmpago e Ridge.

A nova Teen Titans teria vendas baixas desde o início, e Lobdell receberia muitas críticas, com ambas as situações se agravando depois que ele revelaria que Kid Flash na verdade era um fanático religioso vindo do futuro para se infiltrar nos Titãs. A DC ainda tentaria salvar a revista obrigando Lobdell a trazer de volta Ravena e Trigon - algo que ele havia deixado claro ao assumir como roteirista que não faria - mas, sem conseguir aumentar as vendas, decidiria cancelá-la em junho de 2014, após 30 edições, e lançar mais uma nova Teen Titans (a quinta), com numeração recomeçando do 1, em setembro do mesmo ano, com roteiro de Will Pfeifer e arte de Kenneth Rocafort. Claramente voltada ao público adolescente - tanto que a capa da primeira edição imitava uma página de rede social - a revista começava exatamente de onde a anterior havia parado, mas, curiosamente, ignorando todos os eventos de The Ravagers. A equipe agora era formada por Robin Vermelho, Moça Maravilha, Mutano (novamente com a pele verde), Ravena e Bunker, com a Poderosa (Tanya Spears) entrando para a equipe na edição 5.

Os fãs, porém, continuavam reclamando do fato de todas as equipes anteriores dos Titãs terem sido apagadas do Universo DC; para solucionar esse problema, seria lançada, em dezembro de 2015, uma minissérie em 12 edições, chamada Titans Hunt, na qual seria revelado que a existência dos Titãs originais foi apagada das mentes da população pela telepata Lilith, para protegê-los de um plano maligno do Senhor Ciclone. No fim da minissérie, a memória dos Titãs antigos é restaurada, e uma nova equipe, chamada apenas de Titãs (com a da Teen Titans sendo os Jovens Titãs) sendo formada por Asa Noturna, Donna Troy, Arsenal, Tempest, Flash (Wally West), Lilith e Abelha. Essa equipe faria sua estreia em uma nova revista Titans, com numeração recomeçando do 1, lançada em setembro de 2016.

A quinta Teen Titans seria cancelada em novembro de 2016, após 24 edições, como parte dos eventos da saga Renascimento. No mês seguinte, seria lançada uma sexta Teen Titans, com a numeração novamente recomeçando do 1, e uma equipe formada por Robin (Damian Wayne), Kid Flash (Wally West II), Mutano, Estelar e Ravena. Seja qual for a formação, porém, parece que os dias de glória da Era Wolfman e Pérez ficaram para trás. Os roteiristas atuais parecem simplesmente não saber como lidar com os Titãs.

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