segunda-feira, 19 de maio de 2014

Escrito por em 19.5.14 com 0 comentários

Tekken (I)

Eu nunca fui muito fã de jogos de luta em 3D. Tendo sido criado à base de Street Fighter II e dos jogos da SNK, até me empolguei um pouquinho quando eles foram lançados, mas nenhum nunca me cativou. Para começar porque os primeiros eram muito feios, com cenários pobres e personagens todos quadrados; além disso, inovações como poder atacar o oponente caído, andar para trás e para frente no cenário para escapar de golpes e vencer a luta jogando o oponente para fora da área delimitada mais me irritavam do que agradavam. Como eu "pulei" uma geração de videogames (nunca tive um Playstation 2, Xbox ou GameCube), essa primeira impressão permaneceu durante muito tempo, e até hoje eu tenho uma certa resistência a esse tipo de jogo.

Ultimamente, porém, tenho gostado muito de jogar Tekken Tag Tournament 2, o qual comprei num impulso ao encontrá-lo em promoção, simplesmente porque li que ele trazia todos os lutadores de todos os jogos da série. Muitos dos elementos que eu não gostava nos jogos em 3D ainda estão lá, como os combos esquisitos e os cenários que giram, mas, agora, já estou mais acostumado com eles, principalmente devido a Mortal Kombat Deception, Armageddon e vs. DC Universe, os quais, como bom fã de Mortal Kombat, fiz questão de jogar bastante. Além disso, não posso reclamar dos gráficos, que já são tão bons ou até melhores que os de qualquer jogo da mesma geração. Ainda não estou gostando do jogo o suficiente para incluir Tekken na minha lista de favoritos - até porque, tirando o primeiro, que eu tinha para o Playstation 1, e esse, que eu tenho para o Playstation 3, nunca joguei nenhum dos outros - mas estou empolgado o suficiente para escrever um post sobre Tekken. Que vocês lerão a partir de agora.

TekkenO primeiro Tekken (que significa "punho de ferro" em japonês) está prestes a completar 20 anos (estou ficando velho mesmo), tendo sido lançado para arcades em dezembro de 1994. Produzido pela Namco, a criadora do Pac-Man, era pouco mais que uma tentativa de pegar carona no sucesso de Virtua Fighter, da Sega, primeiro jogo de luta da história a ter gráficos poligonais e cujas lutas aconteciam em um ambiente no qual o jogador podia se mover livremente em qualquer uma das três dimensões - por isso o nome "jogo de luta 3D", adotado na época e usado até hoje, em um sentido muito diferente do usado, por exemplo, para "filmes em 3D". Como costuma acontecer com todas as grandes inovações, Virtua Fighter foi logo declarado "o futuro dos jogos de luta", e praticamente todo mundo quis criar um jogo em 3D o mais rápido possível - especialmente a Namco, que há muito tempo não tinha uma franquia de sucesso.

Para que seu jogo não fosse simplesmente "um monte de gente se bate até que só sobre um de pé" - o que, a bem da verdade, é o enredo de 99% dos jogos de luta - a Namco decidiu criar uma história, ainda que básica, para ele: Heihachi Mishima, presidente da megacorporação Mishima Zaibatsu, está entediado. Considerando a si mesmo o maior lutador do mundo, criador de uma nova forma de caratê a qual batizou de Mishima, ele decide criar um torneio de artes marciais, o Rei do Punho de Ferro, no qual o último oponente será ninguém menos que ele mesmo. Para atrair os melhores lutadores do mundo, Heihachi estipula um prêmio exorbitante: nada menos que um bilhão de dólares para quem conseguir vencê-lo.

Oito lutadores de diferentes partes do mundo se apresentam, cada um, como sempre, com seu próprio objetivo: Kazuya Mishima, filho de Heihachi, que nutre um ódio mortal pelo pai, a ponto de fazer um pacto com o demônio para vencer o torneio e provar que é mais forte que ele, já que desde criança sempre foi visto como fraco, inferior e incapaz de liderar a Mishima Zaibatsu; King, um lutador de luta livre mexicano que usa uma máscara de onça, e quer o dinheiro do prêmio para abrir um orfanato no qual ensinará luta livre aos órfãos; Marshall Law, artista marcial que é uma homenagem dos programadores a Bruce Lee, e que quer o dinheiro do prêmio para abrir seu próprio dojo; Michelle Chang, filha de um chinês com uma índia norte-americana, que busca vingança pela Mishima Zaibatsu ter destruído as terras de sua tribo; Nina Williams, assassina profissional enviada para matar Heihachi; Paul Phoenix, artista marcial norte-americano rival de Kazuya, que deseja provar ser melhor que ele; Yoshimitsu, ninja que entra no torneio para causar uma distração enquanto seu clã rouba o dinheiro do prêmio para distribuir para os pobres; e Jack, androide que serve como guarda-costas de Heihachi e está no torneio para impedir que Kazuya seja bem sucedido.

Heihachi Mishima é o último chefe do jogo, que ainda tem um "sub-chefe" exclusivo para cada lutador - dependendo de qual lutador você escolha, antes de enfrentar Heihachi você terá de enfrentar o sub-chefe, que tem os mesmos golpes que o personagem que você escolheu, mas aparência diferente: Armor King, rival de King; Wang Jinrei, mestre das artes marciais sub-chefe de Marshall Law; Kunimitsu, membro do clã de Yoshimitsu e sub-chefe de Michelle; Anna Williams, irmã de Nina, também assassina e contratada para matá-la; Kuma, urso treinado por Heihachi para matar Paul; Ganryu, lutador desonesto de sumô e sub-chefe de Yoshimitsu; Prototype Jack, um protótipo de Jack; e Lee Chaolan, filho adotivo de Heihachi, que o considera muito melhor do que seu filho legítimo Kazuya, de quem é sub-chefe. Em teoria, os sub-chefes não estão participando do torneio, e sim se metem nele puramente para impedir que seus rivais alcancem Heihachi e o vençam.

Outra inovação de Tekken dizia respeito aos botões: ao invés dos populares soco/chute fraco/forte, a Namco optaria por fazer com que cada um dos botões correspondesse a um dos membros do lutador - havia, portanto, um botão para o braço direito, um para o braço esquerdo, um para a perna direita e um para a perna esquerda. Embora isso tornasse o jogo menos intuitivo - era mais difícil descobrir como se fazia um especial ou combo somente olhando para ele - acabou caindo nas graças dos jogadores por permitir combos mais variados e de aparência mais interessante - afinal, era o jogador que escolhia com qual perna o lutador iria chutar a cada momento, ao invés de simplesmente apertar os botões e assistir a movimentos previamente definidos.

Tekken foi lançado para a placa Namco System 11, criada especialmente para ele e propositalmente baseada no hardware do Playstation - basicamente, uma placa Namco System 11 era um Playstation sem os elementos proprietários da Sony e que rodava jogos armazenados em ROMs ao invés de em CDs. A desvantagem era que, diferentemente de placas como a CPS-2 da Capcom e a MVS da SNK, cada System 11 só funcionava para um único jogo - não era possível substituir as ROMs para trocar o jogo; mas a vantagem, enorme, era que os jogos da System 11 eram absurdamente fáceis de se adaptar para o Playstation, já que o hardware era praticamente o mesmo. Por causa disso, o Playstation foi o único console a ganhar uma versão de Tekken, lançada em março de 1995. Extremamente fiel à versão original dos arcades, a versão Playstation ainda trazia alguns mimos: a possibilidade de se jogar com os sub-chefes, liberados toda vez que um jogador completava o jogo com um dos lutadores "regulares"; a possibilidade de se jogar com Heihachi (cujo último chefe era Kazuya), liberado ao se terminar o jogo sem usar continue; e um novo personagem, Devil Kazuya (que na verdade era Kazuya possuído pelo demônio), liberado ao se vencer um minigame secreto de Galaga (um dos maiores sucessos da Namco).

Tekken seria um dos jogos mais premiados de todos os tempos, fazendo um grande sucesso dentre a crítica e se tornando o primeiro jogo de Playstation a vender mais de um milhão de cópias. E aí o que acontece? Parabéns a quem respondeu "sequência!". Tekken 2 seria lançado em agosto de 1995, mais uma vez para a Namco System 11, o que facilitou sua adaptação para o Playstation, lançada em março de 1996 - o jogo para arcade, aliás, teve duas versões, conhecidas como VER.A e Ver.B, com a Ver.B corrigindo alguns problemas da VER.A e tendo sido lançada depois da versão Playstation.

Após derrotar seu pai no final do torneio anterior, Kazuya se torna o novo presidente da Mishima Zaibatsu, e, possuído pelo demônio, passa a usar a companhia para várias atividades ilegais, como sequestro, extorsão e experiências científicas em animais contrabandeados. Heihachi, porém, não morreu após ser derrotado, e decidiu treinar diariamente para derrotar o filho e retomar o controle de sua empresa. Ao saber disso, e de que vários outros lutadores estariam interessados em derrotá-lo, Kazuya decide criar a segunda edição do torneio Rei do Punho de Ferro, com prêmio de um trilhão de dólares, para atrair seus desafetos e destruí-los de uma vez por todas.

Com a exceção de Jack, todos os personagens do jogo anterior retornam, com os sub-chefes e Heihachi sendo selecionáveis desde o início e Devil Kazuya sendo o último chefe - para que deixassem de ser meras cópias dos lutadores que enfrentavam, aliás, cada subchefe ganhou novos golpes e combos. Aos 16 lutadores antigos se uniriam oito novos: Jack-2, uma versão aprimorada de Jack; Baek Doo San, lutador de taekwondo rival de Marshall Law; Bruce Irwin, lutador de muay que sofre de amnésia e atua como guarda-costas de Kazuya; Lei Wulong, policial lutador de kung fu que investiga as atividades criminosas de Kazuya; Jun Kazama, ativista dos animais que também investiga Kazuya, mas acaba se apaixonando por ele; Roger, um canguru geneticamente modificado lutador de boxe; Alex, um dinossauro ressucitado pela tecnologia da Mishima Zaibatsu; e Angel, a "porção boa" de Kazuya, despertada por seu amor por Jun, que se manifesta para tentar impedir que Devil tome conta do corpo de Kazuya para sempre.

Curiosamente, quando Tekken 2 foi lançado, apenas 10 lutadores estavam à disposição dos jogadores (Heihachi, Jack-2, Jun, King, Law, Lei, Michelle, Nina, Paul e Yoshimitsu); aos poucos, seguindo um timer presente na placa de jogo, os demais iam sendo liberados, até que, no final de 1996, todos os 24 já estavam presentes. Na versão Playstation, os 14 que não estavam dentre os 10 iniciais podiam ser liberados terminando o jogo sob certas condições (sendo dez deles liberados terminando o jogo com cada um dos personagens, exatamente como os sub-chefes do primeiro jogo).

Tekken 2 trazia as mesmas características que fizeram o sucesso do primeiro, como os cenários aparentemente infinitos e um botão para cada braço e cada perna, e ainda adicionou mais algumas, como contra-ataques, combos de arremessos e o fato de que encontrões causam mais ou menos dano de acordo com a distância percorrida pelo personagem antes de realizá-los. A versão Playstation, considerada bem melhor que a dos arcades, além de finais animados para cada personagem, ainda trouxe os modos Survival, no qual a energia do lutador escolhido não recarrega entre uma luta e outra; Time Attack, no qual é o tempo que não retorna ao inicial entre uma luta e outra; e Team Battle, exclusivo para dois jogadores, no qual cada um pode escolher até oito lutadores, sendo que o seguinte só entra na luta após o anterior ser derrotado. A versão Playstation foi mais uma vez um enorme sucesso de crítica e de vendas, consolidando o nome da franquia - que entraria de vez para a história dos jogos de luta com o lançamento seguinte.

Tekken 3Tekken 3, de março de 1997, seria o primeiro jogo lançado para a placa Namco System 12, ainda baseada no hadware do Playstation, mas com melhorias que aumentavam a velocidade de processamento e a capacidade gráfica e sonora. Graças a isso, Tekken 3 tinha gráficos melhores, animações mais fluidas e músicas mais envolventes que seus antecessores, além de várias mudanças na jogabilidade: nos dois primeiros jogos, era muito raro se mover em direção ao fundo ou à frente da tela ("girar o cenário"), com praticamente apenas alguns especiais permitindo que isso fosse feito; em Tekken 3, era possível girar o cenário à vontade, bastando pressionar o direcional para cima ou para baixo de leve - pressionando-o com mais força, o personagem pulava ou se abaixava. Os pulos, aliás, criticados nos jogos anteriores por serem muito altos e longos, foram refeitos, se tornando mais próximos de pulos normais, mas ainda com uma aparência de filmes de artes marciais; isso melhorou os combos aéreos e dificultou as esquivas, já que muitos jogadores apenas pulavam para se esquivar. Finalmente, os sistemas de juggle (jogar um personagem para cima e atingi-lo antes que ele caia), stun (quando o personagem fica "tonto" e incapaz de lutar) e knockdown (quando o personagem é derrubado por um golpe e demora para se levantar) foram totalmente refeitos, visando trazer mais dinamismo e fluidez para as lutas. Essas modificações fariam com que Tekken 3 fosse ainda mais bem sucedido que os dois primeiros, sendo considerado até hoje o melhor da série e um dos melhores jogos de luta de todos os tempos.

No final de Tekken 2, Heihachi derrota Kazuya e assume mais uma vez o controle da Mishima Zaibatsu, decidindo criar uma organização paramilitar, a Tekken Force, dedicada à proteção da companhia e à exploração de locais que possam levar a novas oportunidades de lucro. 15 anos se passam, e a Tekken Force está explorando antigas ruínas no México quando, acidentalmente, liberta Ogre, uma criatura sobrenatural que se autodenomina o deus da guerra. Ogre passa a sequestrar ou matar os principais lutadores envolvidos nos torneios Rei do Punho de Ferro, sem que sua razão para isso fique clara. Ao saber disso, Jun alerta Jin, seu filho com Kazuya, de que ela pode ser um dos alvos, e o instrui a procurar Heihachi caso isso ocorra. Ogre ataca Jun na frente de Jin, que, tomado pelo desespero, toma uma decisão ruim: procurado por Devil, o mesmo demônio que fez um pacto com seu pai, decide aceitar sua oferta, visando poder para derrotar Ogre. Depois do pacto, Jin procura Heihachi, lhe conta sua história e pede para que o avô o ajude a conseguir sua vingança. Heihachi, achando que o menino ainda não está pronto, o treina durante quatro anos, até decidir realizar uma nova edição do Rei do Punho de Ferro, com o objetivo de reunir o maior número de lutadores possível e atrair Ogre para uma luta contra Jin.

Como Tekken 3 é ambientado 19 anos após Tekken 2, apenas seis lutadores dos jogos anteriores participam do torneio: Heihachi, Anna, Nina, Lei, Paul e Yoshimitsu. Dois outros lutadores na teoria são novos, mas na prática são antigos: King, que é o sucessor do King original, e deseja seguir seus passos; e Kuma, que na verdade é filho do Kuma original, e foi geneticamente modificado para ser o guarda-costas de Heihachi. A estes se unem 11 novos, para um total de 19: Jin Kazama, que quer confrontar Ogre e descobrir o paradeiro da mãe, se vingando caso ele a tenha matado; Gun Jack, a nova versão do androide Jack; Bryan Fury, um ciborgue enviado para assassinar o principal cientista da Mishima Zaibatsu, Dr. Bosconovitch; Eddy Gordo, capoeirista que quer se vingar da Mishima Zaibatsu por esta ter destruído a empresa de sua família; Forest Law, filho de Marshall Law, que deseja seguir os passos do pai; Hwoarang, pupilo de Baek Doo San que deseja vingança contra Ogre, que supostamente matou seu mestre; Julia Chang, filha adotiva de Michelle, que acredita que a mãe está viva e quer salvá-la; Ling Xiaoyu, adolescente chinesa que quer o prêmio do torneio para construir um parque de diversões; Panda, o animal de estimação e guarda-costas de Xiaoyu; Tiger Jackson, dançarino apaixonado pelos anos 1970 com uma missão misteriosa; e Mukujin, um boneco de madeira místico capaz de imitar os golpes do lutador que está enfrentando, que voltou à vida junto com Ogre e tem a missão de detê-lo. Ogre é o último chefe e tem duas formas; após derrotá-lo da primeira vez, ainda é preciso vencer True Ogre, uma versão ainda mais poderosa do monstro.

Mais uma vez, apenas 10 lutadores (Eddy, Forest Law, Hwoarang, Jin, King, Lei, Nina, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu) estavam disponíveis desde o início, com os demais sendo liberados ao longo do tempo. Na versão Playstation, todos os lutadores que não estão disponíveis desde o início, - inclusive Ogre e True Ogre - são liberados ao se terminar o jogo cumprindo certas condições. Essa versão também trazia um personagem secreto exclusivo, Gon, um dinossauro que no Japão é estrela de seu próprio mangá; e dois minigames: Tekken Force, jogo no estilo Contra no qual o jogador assumia o papel de um dos mercenários da organização, e Tekken Ball, jogo parecido com vôlei de praia no qual o objetivo era atingir os oponentes com a bola usando a maior força possível. Terminando Tekken Force quatro vezes, era liberado um novo lutador, o Dr. Bosconovitch, o que colocava o total de lutadores presentes na versão Playstation em 23.

Depois de Tekken 3, a Namco decidiu fazer um pequeno desvio antes de dar continuidade à série: na época, já faziam grande sucesso os jogos de luta em dupla, daqueles em que cada jogador escolhe dois lutadores e pode trocar livremente entre eles durante a luta, como em Marvel vs. Capcom. Querendo também pegar uma carona nesse sucesso, a Namco prepararia um upgrade para Tekken 3, o qual chamaria de Tekken Tag Tournament.

Lançado em julho de 1999, Tekken Tag Tournament não faz parte da cronologia oficial, sendo simplesmente uma edição do torneio Rei do Punho de Ferro do qual participam quase todos os personagens dos três primeiros jogos da série. Estão presentes Alex, Angel, Anna, Armor King, Baek, Bruce, Bryan, Devil Kazuya, Eddy, Forest Law, Ganryu, Gun Jack, Heihachi, Hwoarang, Jack-2, Jin, Julia, Jun, Kazuya, King, Kuma, Kunimitsu, Lee, Lei, Michelle, Mokujin, Nina, Ogre, Panda, Paul, Prototype Jack, Roger, Tiger Jackson, True Ogre, Wang, Xiaoyu e Yoshimitsu - os únicos que ficaram de fora foram Jack, Marshall Law, Dr. Bosconovitch e Gon. Todos os lutadores que não estavam presentes em Tekken 3 ganharam novos golpes e combos - além de novos gráficos - para que o jogo ficasse mais equilibrado. Tekken Tag Tournament contava ainda com dois personagens novos, Tetsujin, uma versão metálica de Mokujin, e Unknown, uma misteriosa mulher possuída pelo Espírito da Floresta, e que é a última chefe do jogo.

Sendo originalmente um upgrade, Tekken Tag Tournament possui todas as características de Tekken 3, sendo a única - e maior - inovação o fato de que o jogador escolhe dois personagens ao invés de um, e também enfrenta os oponentes, exceto Unknown, dois a dois. Diferentemente do que ocorre em Marvel vs. Capcom, não é necessário nocautear ambos os lutadores de uma dupla para vencer a luta, bastando que um deles fique totalmente sem energia, o que requer um melhor gerenciamento de seus personagens, já que essa regra também se aplica à dupla do jogador. Como é tradicional, a energia do lutador que está de fora da luta recarrega lentamente, e, como novidade, se ela estiver piscando e você trocar de lutador, o que entrou ganhará um bônus no dano dos ataques.

Tekken Tag Tournament seria lançado também para o Playstation 2 - e não para o Playstation, como ditaria a lógica. Pelas características da placa, seria bem mais fácil fazer uma versão para Playstation, mas, após o anúncio de que o lançamento do Playstation 2 seria em março de 2000, a Namco optaria por refazer o jogo para lançá-lo como um dos primeiros títulos para o novo console - estratégia que acabaria se mostrando correta, com boas vendas e críticas positivas. A versão Playstation 2 traria novos gráficos, novos finais, movimentos mais fluidos e três novos modos de jogo, o 1-on-1, no qual cada jogador só escolhe um personagem, como nos três primeiros jogos; o Team Battle, exclusivo para dois jogadores, no qual cada um escolhe até oito personagens, e o seguinte entra na luta quando o anterior é derrotado; e o curioso Tekken Bowl, um jogo de boliche no qual cada personagem possui uma habilidade própria, derivada das características que apresenta no jogo de luta.

Tekken Tag Tournament acabaria também ganhando uma terceira versão, remasterizada em HD e lançada para Playstation 3 em 2011 com o nome de Tekken Hybrid, em um disco que também incluía um preview de Tekken Tag Tournament 2 e o filme de animação Tekken: Blood Vengeance.

Em 2001, a Namco lançaria mais um jogo da série que não seguia a cronologia original, Tekken Advance, lançado para o Game Boy Advance - o que fez dele o primeiro jogo da série a não ser lançado para um console da Sony. Ambientado imediatamente após os eventos de Tekken 3, Tekken Advance traz nove lutadores (Forest Law, Gun Jack, Hwoarang, Jin, King, Nina, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu) e tem como chefe Heihachi, que pode ser liberado. O jogo usa sprites ao invés de gráficos poligonais, mas tem uma "ilusão de tridimensionalidade", já que permite girar o cenário de forma limitada. Sendo bem mais simples que os demais jogos da série (só tem um botão de soco e um de chute, por exemplo), Tekken Advance dividiu a crítica, com alguns considerando que era um bom jogo, dadas as limitações do Game Boy Advance, e outros achando-o sem charme e pouco divertido.

2001 também seria o ano do prosseguimento da série, com o lançamento de Tekken 4. Dois anos após os eventos de Tekken 3, os cientistas da Mishima Zaibatsu trabalham tentando mesclar o DNA de Ogre ao de Heihachi, para torná-lo imortal. Quando várias tentativas falham, eles chegam à conclusão de que o motivo é que Heihachi não possui o "gene do demônio", presente em seu filho e seu neto. Como Kazuya aparentemente morreu após os eventos de Tekken 2, Heihachi parte em busca de Jin, que, desgostoso com sua família, decide se isolar do mundo. Enquanto procura Jin, Heihachi descobre que Kazuya não morreu, mas estava sendo mantido em animação suspensa por uma corporação rival, a G Corporation, e agora despertou, sedento de vingança. Para atrair Kazuya e Jin, e extrair deles o gene de que precisa, Heihachi decide criar uma nova edição do Rei do Punho de Ferro, dessa vez com o prêmio mais ambicioso de todos: nada menos que a presidência da Mishima Zaibatsu.

Tekken 4Tekken 4 seria o primeiro jogo lançado para a placa Namco System 246, que usava o mesmo hardware do Playstation 2, e acabaria sendo licenciada pela Namco para outras produtoras, como a Taito, a Banpresto e até mesmo a Capcom (que lançou seu Capcom Fighting Jam para ela). O jogo trazia evidentes avanços gráficos, como superfícies mais uniformes e iluminação mais realística, mas a principal inovação estava na presença de inúmeros objetos nos cenários, como carros, grades e até mesmo muros - tradicionalmente, os cenários dos jogos da série eram praticamente infinitos, mas "pelados", sem nada a não ser os objetos de fundo, como árvores, prédios e montanhas. Esses novos objetos foram todos inseridos pensando na interação, permitindo que os jogadores os usassem como parte de combos ou até de esquivas - tomando impulso sobre um carro para aplicar uma voadora ou em uma parede para escapar de um golpe, por exemplo. Os objetos também faziam com que cada cenário tivesse um tamanho diferente, obrigando o jogador a mudar sua estratégia não somente de acordo com qual oponente iria enfrentar, mas com o local onde a luta aconteceria. A mecânica dos saltos também foi alterada, privilegiando saltos para a frente em detrimento aos para trás e diretamente para cima, e, antes de cada luta começar (antes do anúncio de "Fight"), os personagens podiam se mover livremente pelo cenário.

Dos personagens antigos estão de volta Bryan, Eddy, Heihachi, Hwoarang, Jin, Julia, Kazuya, King, Kuma, Lee, Lei, Marshall Law, Nina, Panda, Paul, Xiaoyu e Yoshimitsu. Dentre os novos temos Christie Monteiro, capoeirista brasileira que procura por seu amigo e professor Eddy, dado como desaparecido após o terceiro torneio; Combot, um robô de treinamento capaz de imitar os golpes de qualquer lutador que esteja enfrentando; Craig Marduk, lutador desonesto de vale tudo contra o qual King deseja vingança pela morte de seu mentor; Miharu Hirano, melhor amiga de Xiaoyu e aluna da Escola Politécnica Mishima; Steve Fox, boxeador com amnésia que busca descobrir seu passado; e Violet, professor de luta que deseja vencer na vida sem fazer força. Assim como os sub-chefes do primeiro jogo, Eddy, Miharu, Panda e Violet são versões com outra aparência - tendo os mesmos golpes e animações - de Christie, Xiaoyu, Kuma e Lee, respectivamente. Heihachi é o último chefe menos para ele mesmo, que enfrenta Kazuya; para Kazuya e Hwoarang, que enfrentam Jin; e para Lee, que enfrenta Combot.

Apenas Christie, Hwoarang, Kazuya, King, Marduk, Marshall Law, Paul, Steve Fox, Xiaoyu e Yoshimitsu estão disponíveis desde o começo, devendo os demais ser liberados - nos arcades, ao longo do tempo; na versão Playstation 2, lançada em 2002, ao terminar o jogo cumprindo certas condições. A versão Playstation 2 também traz um novo minigame de Tekken Force, no qual o jogador assume o papel de um membro renegado da organização, que tem de derrotar seus superiores se quiser sair dela com vida.

E por hoje é só. Semana que vem, mais Rei do Punho de Ferro!

Tekken

Parte 1

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